Heróis presos por 16 anos nos EUA desembarcam em Cuba

Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero, os três heróis cubanos que ainda estavam presos nos Estados Unidos, chegaram à Ilha na tarde da quarta-feira (17), como havia informado mais cedo o presidente Raúl Castro, em comunicado. A população de Havana, em um clima de grande entusiasmo, foi às ruas para recebê-los.

"Gerardo, Ramón e Antonio chegaram a nossa pátria hoje", afirmou o presidente sobre os três remanescentes dos cinco patriotas injustamente presos desde 1998, acusados de conspiração e espionagem, enquanto tentavam coibir práticas terroristas perpetradas contra Cuba por grupos de mercenários em Miami a serviço das provocações norte-americanas. 

Os outros dois heróis que foram presos nos EUA, René e Fernando González, já haviam chegado a Cuba.

"Um abraço para todos e todas, um abraço grande, e muito obrigado por todos os esforços", disse Gerardo quando desceu do avião.

Comemorando a vitória de uma ampla campanha que se espalhou pelo mundo, o presidente cubano anunciou: "Como prometeu Fidel, quando disse Voltarão!, chegaram hoje à nossa Pátria, Gerardo, Ramón e Antonio". E registrou que "a enorme alegria de seus familiares e de todo o nosso povo, que se mobilizou infatigavelmente com esse objetivo, se estende entre as centenas de comitês e grupos de solidariedade; os governos, parlamentos, organizações, instituições e personalidades que durante estes 16 anos reclamaram e fizeram enormes esforços por sua libertação. A todos eles expressamos a mais profunda gratidão e compromisso."

Os cinco cubanos foram presos quando estavam investigando atos terroristas descontrolados, que estavam se originando em território norte-americano. Eles informavam ao governo cubano que, por sua vez, repassava informações ao governo dos EUA sobre as intenções desses grupos anti-cubanos cujas ações poderiam ter resultados desastrosos para a população americana e para personalidades de vários lugares do mundo. Foram esses grupos que assassinaram o político chileno Orlando Letelier; que abrigaram criminosos como Posada Carriles (que não só participou da derrubada de um avião que matou 73 pessoas, como foi o braço direito de Oliver North na América Central na operação Irã – Contras); que perpetraram mais de 600 tentativas de assassinato ao presidente Fidel Castro expostas em documentos do próprio governo norte-americano.

A ação desses 5 patriotas preveniu mais de 170 atividades terroristas dentro dos EUA.

Suas esposas, pais e filhos os receberam e junto estava o presidente Raúl Castro com quem compartilharam o momento.

Cuba, por sua vez, libertou na mesma quarta o agente da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (USAID),  Alan Gross, que ficou cinco anos preso em Havana por tentar criar um serviço clandestino de Internet no país, com o objetivo de desinformar e organizar ações criminosas.

Foi anunciada ainda a retomada do diálogo diplomático entre os dois países. Raúl Castro e Barack Obama pronunciaram mensagens simultâneas em seus países, durante as quais comunicaram o acordo bilateral e agradeceram "a mediação" do Papa Francisco no favorecimento do diálogo. "Restabelecimento das relações diplomáticas não quer dizer que o principal esteja resolvido. O bloqueio econômico deve cessar", exigiu Raúl, durante seu discurso. Esclareceu que "apesar de que o bloqueio é lei", a partir da reabertura do diálogo "o presidente Barack Obama tem as ferramentas para modificar a aplicação dessas leis".

Nesse sentido, propôs aos Estados Unidos "adotar medidas mútuas para melhorar o clima bilateral e avançar em direção à normalização dos vínculos entre nossos países, baseados no direito internacional e na Carta das Nações Unidas". "Fizemos negociações sem renunciar a nem um só de nossos princípios", após 56 anos de "profunda lealdade" à revolução encabeçada por Fidel Castro, afirmou.

 

Fonte: Hora do Povo

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