Incêndio destrói mais de 500 obras do acervo da Cinemateca Brasileira
Um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira, dia 3, destruido cerca de 500 obras. De acordo com a coordenadora-geral da entidade, Olga Futema, todas as obras perdidas eram originais mas, quase que a totalidade, possum cópias em tecnologias mais modernas.
“O conteúdo foi preservado, o que se perdeu foram as matrizes”, afirmou Olga. Ainda de acordo com a coordenadora, a Cinemateca vai divulgar futuramente os nomes dos filmes que foram queimados e que possuíam cópia ou não.
O incêndio atingiu um dos quatro depósitos de armazenamento de filmes em suporte de nitrato de celulose, característico da produção cinematográfica anterior à década de 1950. Os bombeiros foram acionados às 5h30 e o combate ao fogo durou cerca de 30 minutos. A Cinemateca dispunha de estrutura criada especificamente para acomodar o acervo de filmes no suporte de nitrato, onde não tem rede elétrica para evitar riscos de curto-circuito e as paredes não são conectadas com o teto para evitar propagação do fogo. Segundo a instituição, a construção se mostrou eficiente, pois o fogo não atingiu nenhuma outra câmara do depósito.
Porém, o nitrato de celulose é um material que, pela sua composição físico-química, pode entrar em combustão espontânea, dependendo da temperatura no ambiente. As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas pelo Corpo de Bombeiros.
A Cinemateca é vinculada ao Ministério da Cultura e vêm passando por uma crise que se arrasta há três anos, com um número insuficiente de funcionários na instituição, é preciso contar com a sorte para que esse amplo acervo de documentos não seja afetado novamente por um novo acidente.
Fonte: Jornal Hora do Povo
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