Investimento em Educação no Brasil é um dos menores entre países da OCDE
Situação tende a se agravar no país com a política de destruição realizada pelo governo Bolsonaro
Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que o investimento em Educação no Brasil é inferior aos demais países membros da organização.
Segundo o documento, o investimento por aluno no Brasil é muito inferior ao dos outros países. Nas três modalidades de educação (ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio e técnico), o Brasil investiu por aluno menos da metade do que os outros países investiram.
A situação tende a se agravar no país com a política de destruição realizada pelo governo Bolsonaro. Apenas neste ano, o corte no orçamento do MEC foi de R$ 6,2 bilhões o que implica diretamente na redução dos valores gastos com a Educação Básica e no Ensino Superior. O bloqueio de 30% na verba de custeio das universidades federais e no orçamento destinado à pesquisa científica também afetam diretamente a qualidade da formação dos jovens brasileiros.
O relatório Education at a Glance 2019, analisa a qualidade da educação dos países que integram a organização. A edição 2019 traz comparações internacionais sobre estrutura, finanças e desempenho de sistemas educacionais dos 36 países membros da organização e também de nações parceiras, como o Brasil.
Os países mais ricos do mundo fazem parte da OCDE. O Brasil, porém, e outras nações, como Argentina, Peru e Bulgária, não são membros da entidade, mas convidados.
GRADUAÇÃO
Além disso, somente cerca de 33% dos estudantes que ingressam no programa de bacharelado no Brasil se formam dentro da duração teórica do programa, abaixo da média de 39% para os países com dados disponíveis.
Aproximadamente 18% dos adultos (25-64 anos) no Brasil chegam ao ensino superior. O percentual é semelhante ao do México, mas bem abaixo de outros países da América Latina, como Argentina (36%), Chile (25%), Colômbia (23%) e Costa Rica (23%).
Nos países da OCDE, a taxa média de realização do ensino superior é de 39%, mais do que o dobro do Brasil. Na última década, no entanto, houve um aumento considerável no ensino superior na geração mais jovem (25-34 anos), de 11% em 2008 para 21% em 2018.
VALORIZAÇÃO DE PROFESSORES
O salário médio dos professores no Brasil é menor em poder de compra do que na maioria dos países da OCDE e pelo menos 13% menor que o salário médio dos trabalhadores com ensino superior no país.
A remuneração dos professores geralmente é responsável pela maior parte da despesa por aluno. Os gastos relativamente baixos por aluno no Brasil se refletem nos baixos salários dos professores.
O salário médio anual de professores no Brasil varia de US$ 22.500 para docentes do ensino fundamental a US$ 23.900 para os do ensino médio. Os valores estão bem abaixo da média da OCDE, que variam de US$ 36.200 no nível pré-primário a US $ 45.800 no secundário.
MESTRADO E DOUTORADO
Segundo a OCDE, apenas 0,8% das pessoas de 25 a 64 anos no Brasil concluíram o mestrado. A média dos países membros da OCDE é 16 vezes maior: 13% das pessoas nessa faixa etária têm mestrado. A Rússia é o país com maior destaque em relação ao percentual de mestres, chegando a 29,3% das pessoas de 25 a 64 anos.
A taxa no doutorado mostra que a diferença é de 5,5 vezes. Apenas 0,2% dos adultos alcançaram o doutorado. A média da OCDE de 1,1%.
No quesito, o Brasil consegue superar apenas o México e a Costa Rica, que têm uma taxa de cerca de 0,1%, e a Indonésia que nem sequer chega a pontuar. O país com maior taxa é a Eslovênia, que alcança o patamar de 3,8% dessa população com doutorado.
CORTES
Os problemas do Brasil em relação ao desenvolvimento da pós-graduação, mestrado e doutorado tende a se aprofundar ainda mais, pois, o governo federal reduziu sistematicamente o financiamento de pesquisas. O valor previsto para o orçamento do próximo ano prevê que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação (MEC), terá recursos para financiar apenas metade das bolsas de pós-graduação em 2020.
Além da Capes, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vai perder 87% da verba de fomento à pesquisa em 2020, segundo a proposta orçamentária do governo. O montante é utilizado para gastos com insumos e equipamentos.
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