Menos Juros, Mais Educação: UMES participa de manifestação contra a política de juros altos
Convocada pelas Centrais Sindicais CGTB, Força, UGT e NCST, a manifestação contra os juros altos nesta terça-feira (02) reuniu entidades do movimento sindical, social e estudantil em frente à sede do Banco Central (BC). A diretoria e ativistas da UMES se somaram ao ato, com o lema: Mais Educação, Menos Juros.
A manifestação foi marcada para o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) BC, que no dia seguinte (quarta, 03) aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano – a segunda alta seguida em 38 dias.
Além dos representantes das centrais sindicais, a manifestação contou com a presença de diversas lideranças do movimento social, como o presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), Alfredo de Oliveira Neto; a secretária-geral da UNE, Iara Cassano; o presidente da UMES, Marcos Kauê; a presidente da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), Gláucia Morelli; e o presidente da Federação dos Agentes Comunitários de Saúde, de Combate a Endemias, de Proteção Social, Promoção Ambiental e Acompanhantes Comunitários do Brasil (Fenaac), José Roberto Prebill. O Partido Pátria Livre (PPL) e o Solidariedade (SSD) também compareceram.
Puxando o ato, o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, afirmou que “somente nos últimos 12 meses, R$ 280 bilhões foram transferidos aos bancos através de pagamento de juros, estabelecidos pelo próprio governo, em prejuízo da educação, da saúde, saneamento, transporte e outras necessidades básicas da população”.
Na avaliação do presidente da UMES é preciso continuar nas ruas pela redução da taxa de juros: “Nós estamos aqui hoje em uma grande luta para barrar esse aumento dos juros. Os banqueiros estão roubando a grana do povão, por isso que falta casa, saúde e educação. Nós estamos aqui e vamos estar aqui quando for necessário para derrubar essa taxa de juros”.
O dirigente da CGTB denunciou a política que está sendo adotada o país, o povo e a Petrobrás. “Três dias depois da eleição o governo aumentou os juros. Aumentou a luz, em alguns lugares em 54%. E escalou para o ministério da Fazenda o Joaquim Levy, agente do FMI e funcionário de um banco. A Petrobrás está sendo assaltada. Para não ser preso, apenas um elemento se prontificou a devolver US$ 100 milhões. Entregar de volta o dinheiro que roubou para tentar alcançar a liberdade. Isso é só a ponta do iceberg. Aqueles que eram vestais da honestidade e da ética, na verdade, roubavam na calada da noite o nosso símbolo de eficiência, que é a Petrobrás, um orgulho nacional”, disse Bira.
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, “temos que manter a unidade de ação do movimento sindical para defender uma política de redução dos juros e combater todas as medidas que prejudiquem os trabalhadores”.
Nos últimos 12 meses o pagamento de juros transferiu aos bancos R$ 280 bilhões.
Para o presidente da Nova Central Sindical Trabalhista de São Paulo, Luiz Gonçalves, Luizinho, a alta dos juros pode causar desemprego, diminuir a atividade produtiva e não conseguirá conter a inflação. “Entendemos que com a redução dos juros sobrará mais dinheiro para investir na infraestrutura, na saúde e no ensino, para sairmos da lanterninha dos países do BRICS (…) depois destas primeiras medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff e sua nova equipe econômica, manifestação como esta se repetirão com mais freqüência”, enfatizou o dirigente.
“Não podemos nós, trabalhadores, continuarmos com esses juros, um dos maiores do universo. Temos que ter juros baixos e mais empregos. Temos que ter valorização da indústria nacional. Temos que ter geração de emprego em toda a cadeia produtiva. Esse é o objetivo das Centrais”, destacou o diretor de Relações Sindicais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Josimar Andrade.
Alfredo, do CNAB, ressaltou que “é a população negra que mais sofre com essa política, porque a cada ponto percentual de juros que o Banco Central aumenta são R$ 14 bilhões que deixam de ser aplicados na saúde, na educação, na moradia, no transporte. E é na periferia que o povo, em sua maioria negra, está sofrendo as consequências”.
No Rio de Janeiro, as entidades sindicais e do movimento social, além da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) também se reuniram na porta da sede regional do BC, exigindo uma política econômica que seja favorável ao Brasil e não ao capital financeiro internacional.
De acordo com manifesto assinado pelas várias entidades, “a taxa média de 2% de crescimento anual da economia nos últimos quatro anos é uma das menores da história do país. É fundamental estancar a sangria da especulação financeira para a promoção de uma política de retomada do crescimento; para melhorar a educação, a saúde, os transportes e a segurança pública; para pôr fim ao famigerado fator previdenciário; para que o povo e em especial a juventude tenham acesso a uma política relevante de cultura; para que o Brasil avance a uma efetiva igualdade racial e que acabe a odiosa discriminação à mulher, conquistando, na prática, o direito estabelecido na Constituição de trabalho igual salário igual”.
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