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Moro pede demissão após interferência de Bolsonaro na PF

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Sergio Moro anunciou sua demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta sexta-feira (24). Segundo ele a saída acontece após a decisão de Bolsonaro de trocar o comando da Polícia Federal, o que seria uma interferência política na corporação.

 “O presidente me relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações pessoais. E isso não é função da PF”, denunciou Moro em coletiva. “Isso não é função do presidente, ficar se comunicando com Brasília para obter informações que são sigilosas. Esse é um valor fundamental que temos que preservar dentro de um Estado democrático de Direito”, criticou.

“Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo”, revelou Moro.

“Não tenho como persistir com o compromisso que assumi. Sem que eu tenha condições de trabalho, de preservar a autonomia da PF para realizar seus trabalhos. Ou sendo forçado a sinalizar uma concordância com uma interferência na PF cujos resultados são imprevisíveis”, disse o ex-ministro.

A intenção de Bolsonaro é clara, interferir na PF para impedir as investigações contra as denúncias de corrupção e relação de seu clã com as milícias. As investigações sobre as movimentações financeiras suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, avançam.

Recentemente Moro pediu ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a revisão de uma decisão que restringiu o compartilhamento de relatórios do Coaf com os ministérios públicos e a Polícia Federal.

O movimento do ministro irritou Jair Bolsonaro, pois a liminar atendia a um pedido da defesa do senador agora Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

A defesa argumentou que dados dessas movimentações foram repassados ao Ministério Público sem a autorização judicial. No caso do Coaf, a transferência do órgão para o Banco Central levou à queda de um dos principais aliados de Moro na Lava Jato, o auditor Roberto Leonel, demitido do comando da estrutura.

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