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No Dia Internacional da Mulher, projeto Capoeira da UMES promove oficina de Jongo do Tamandaré

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No próximo 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, o projeto Capoeira da UMES realizará a oficina de Jongo do Tamandaré, em comemoração ao aniversário do projeto.

O evento será realizado no Teatro Sérgio Cardoso, na rua Rui Barbosa, 153 – próximo à sede da UMES – das 19 às 20 horas.

Nesse Dia Internacional das Mulheres, chamamos duas mulheres “jongueiras” para nos passar um pouco dos seus conhecimentos e da nossa cultura.

Para participar do evento, é solicitada a contribuição de um valor mínimo de R$ 10, que deverá ser depositado do PIX da UMES – umes@umes.org.br

O comprovante pode ser enviado para o Whatsapp – 11960638787

Origens

O jongo chegou ao Brasil com os escravizados africanos de origem bantu, vindos do Congo e de Angola, permanecendo presente entre aqueles que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar no vale do Rio Paraíba, entre São Paulo e Minas Gerais. Os proprietários das fazendas permitiam que seus escravos dançassem jongo nos dias dos santos católicos – um pouco de diversão para os cativos e também para eles próprios e agregados que viviam quase que isolados em suas propriedades.

No terreiro de terra batida, a fogueira era acesa e formava-se a roda. A negra mais idosa se benzia nos tambores sagrados, pedindo licença aos pretos-velhos para iniciar o jongo. Improvisava um verso, cantando o ponto de abertura. Os outros escravos presentes respondiam, cantando alto e batendo palmas. Um casal ia para o centro da roda e começava a dançar.

Os jongueiros trocavam o sentido das palavras, criando um novo vocabulário e passando a conversar entre si por meio dos pontos de jongo, em uma linguagem cifrada. Desta maneira, os escravos se comunicavam com mensagens secretas, em que protestavam contra a escravidão, zombavam dos patrões, publicamente, combinavam festas de tambor e fugas.

Com o poder das palavras, os jongueiros buscavam encantar o outro pela poesia, no ritmo dos tambores. Quem recebia um ponto enigmático, tinha que decifrá-lo na hora e responder – desatar o ponto. Caso contrário, ficava “enfeitiçado” ou “amarrado”. Os tambores eram sagrados, pois, como acreditavam, tinham o poder de fazer a comunicação com o outro mundo, com os antepassados, indo “buscar quem mora longe”. No início da festa, os jongueiros se benziam, tocando levemente no couro do tambor em sinal de respeito. O jongo é uma dança dos ancestrais, dos pretos-velhos escravos, que remete ao povo do cativeiro.

 

Com a palavra, Fatinha e Regina do jongo do Tamandaré (Guaratinguetá, Vale do Paraíba):

 

“Guaratinguetá

Jongo do Tamandaré!

Antônio Rita Jeremias

(In memória) Dona Tó do Jongo.

Assim ela era conhecida

Nascida e criada no Bairro do Tamandaré!

Casada com o Valdomiro Jeremias, teve 10 filhos e criou 3 netos

Começou a fazer parte do Jongo, observando sua mãe Ana Lucia e sua tia Benedita Martins

Na época ela só cantava e dançavam.

Com o falecimento delas

A minha mãe continuou.

Minha mãe foi a primeira mulher a pedir cachueira na roda de Jongo!

O que significa parar o tambu

Desde então ela deu a abertura para as outras mulheres também poder cantar na roda de Jongo!

As músicas de minha mãe são os pontos de (lovaria) relacionado as nossas vidas!

Como ela fez.

Berra meus filhos

Ensaiávamos todos os dias esperando o dia da festa! Quando minha mãe ia pra roda de Jongo

Nós já sabíamos que ela ia cantar a música que ensaiamos o ano inteiro.

Era uma festa só.

As músicas de minha mãe são músicas de lovaria relacionado às nossas vidas!

Como ela fez!

Berra meus filhos!

Hoje nós damos continuidade desta festa linda que e o Jongo.

A nossa cultura!

Aprendemos a tocar na mesa, pois não tinha tambu!”

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