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Parque do Bixiga já!

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Ontem, 28, aconteceu na Câmara uma reunião de trabalho para discutir o PL 805/2017 de autoria do vereador Gilberto Natalini que prevê a criação do Parque do Bixiga, assinando como coautor o Vereador Eduardo Suplicy que comandou a mesa.

 

A criação do Parque se daria em um terreno de 11 mil metros quadrados entre as ruas Jaceguai, Abolição, Japurá e Santo Amaro. Essa batalha que vem sendo travada pelo diretor e ator Zé Celso contra o grupo Silvio Santos por mais de 30 anos. Como lerão abaixo, os diversos relatos demonstram que essa causa deve ser abraçada pelas entidades do bairro e por sua população, pois assim essa luta terá o final que todos queremos, como o Bixiga tendo sua história e povo respeitados.

 

Extremamente emocionado o ator Sérgio Mamberti, morador do bairro desde 1967, defendeu a criação do Parque, pois “dentro da anatomia da cidade o Bixiga é o coração de São Paulo, e me lembro que durante a gestão da prefeita Erundina nós fizemos um trabalho importantíssimo de restauração do bairro, no sentido de preservação desse casario mas principalmente de convivência extremamente rica e diversa do Bixiga, então é uma luta muito antiga e muito grande e que a gente tem emoção em falar sobre isso[…] Nós gostamos da nossa cidade e o Bixiga para nós é cultura e o Betinho dizia que cultura é gente, o bairro do Bixiga é gente, então a gente não pode passar por cima […] então essa luta é para que célula de vida que existe numa cidade tão árida como São Paulo consiga vencer essa especulação imobiliária.”

 

Para as arquitetas Carila Matzenbacher e Marília Gallmeister, a criação desse parque é uma maneira de se pensar no modelo de urbanização que queremos. “O parque é um piloto para conseguirmos trazer a natureza para perto e descobrirmos outro pensamento de cidade e de relações humanas. Quando você está lá, e lembra que está no centro de São Paulo, aquilo é um pedaço de respiro, é a possibilidade sim de criarmos uma nova cidade. O Bixiga que tem o histórico de ser tão maltratado por todas as interferências urbanas […] Esse projeto é um ato de coragem de a gente assumir a cidade que a gente quer. Pegando essa coragem que é de assumir também que o Bixiga é um modelo de urbanização, porque existe um discurso que é propagado pelos agentes do mercado imobiliário que o Bixiga precisa se desenvolver e não entende que aquela maneira de viver daquele bairro que é popular, que é de pobre, que é de imigrantes, de artistas é uma maneira de existir no meio da cidade. Temos que aceitar que esse valor imaterial que o Bixiga tem é por causa dessa população.”

Carila ainda acrescentou a falta de espaço públicos no bairro mais adensado populacionalmente, que hoje se resumem às praças Pérola Bayton e Dom Orione, que são na verdade restos de vias, ou seja, não áreas pensadas para serem áreas públicas.

 

“A gente não tá contra o Silvio Santos, estamos a favor da cidade, a favor de um território, que não é só o território do Parque, mas um território cultural que tem que ser preservado […] e temos que linkar as crianças, pois através delas é que vamos disseminar esse valor” afirmou Thais Taverna, representante do bairro que compunha a mesa.

 

Além desses já citados acima estavam compondo a mesa: O Vereador Adriano Diogo, Guto Eneas – Rede Novos Parques, Paulo Ricardo Garcia – Secretaria do Verde, Álvaro Machado – Associação de amigos do TBC, Diego Rodrigues – Museu do Bixiga e Keila Pereira – Diretora de Cultura da UMES.

 

Em sua fala, Diego mencionou uma pesquisa realizada com pessoas em vulnerabilidade social dentro do Bixiga, “o questionamento levantado foi o que essas pessoas queriam para a Vila Itororó no futuro, e constatou que a maioria dessas pessoas clamava por habitação social e espaço de lazer, então eles queriam que a Vila fosse um parque, tivesse uma horta pública, um espaço para respirar, para não fazer nada, jogar bola e essa é a carência do bairro do Bixiga. Temos que mobilizar a população para mostrar à prefeitura que não é o Museu do Bixiga, não é o Teatro, é a população que não aguenta chegar todos os dias e ficar preso dentro dos cortiços”.

 

 

Nossa diretora de cultura leu a carta que a entidade escreveu em apoio à criação do Parque, que publicamos abaixo, após o vídeo com sua fala.

 

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Quando aberto o microfone ao público duas falas foram bastante aplaudidas, da Cafira Zoé, que leu a carta escrita pela professora Naime Andréa da EMEI Gabriel Prestes e a do presidente do Conselho da EMEF Celso Leite Ribeiro Filho, Wellinton Souza, que também leu carta escrita pelos pais e professores da escola. Ambas as cartas publicamos abaixo, junto com o vídeo da fala de Wellinton.

 

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A íntegra da reunião pode ser assistida pelo site da Câmara  aqui

 

 

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