Passagem a R$ 3,80 não!

Estudantes contra o aumento da passagem no 3º ato na Avenida Paulista

 

“No último período a realidade de São Paulo e do Brasil foi o aumento do desemprego e da recessão, por isso aumentar a passagem para R$ 3,80 nessa conjuntura vai piorar a vida das pessoas porque vai pesar no bolso do trabalhador” afirmou o presidente da UMES, Marcos Kauê, nesta quarta-feira (14), durante o 3º ato contra os aumentos da passagem anunciados pelos governos estadual e municipal de São Paulo, ainda no final de 2015.

 

“Para a UMES este aumento é inaceitável, e ao contrario do que dizem está muito acima da inflação”, afirmou Kauê na plenária da UMES durante a manifestação de ontem ao explicar aos estudantes que entre o final de 2013 e o final de 2015 a passagem passou de R$ 3,00 para R$ 3,80, um aumento de 27%, enquanto a inflação acumulada no período foi de 17,76%.

 

A 3º manifestação teve concentração em dois pontos da cidade a partir das cinco da tarde, um no Largo da Batata, em Pinheiros, com direção ao metrô Butantã, e o segundo no Teatro Municipal de São Paulo com direção ao metrô Consolação. O clima para o inicio da manifestação estava muito tenso devido a forte presença policial nas regiões de concentração e no seu entorno. Nas estações de metrô os policiais estavam revistando qualquer pessoa com bolsas, mochilas ou sacolas. Ainda no inicio da atividade muitos manifestantes, ainda indignados com a repressão covarde dos policiais no primeiro e segundo ato, denunciavam as ações da policia sob a tutela da Secretaria de Segurança Pública do Estado como um ato covarde.

 

Início da maniefstação no Largo da Batata (foto: Giovanna Bittencourt)

 

Pouco depois das seis horas ambas as concentrações, a do Largo da Batata e do Teatro Municipal, iniciaram a manifestação. Foram quase três horas de caminhada sob garoa constante, porém mesmo nessas condições mais de 10 mil pessoas se somaram aos dois atos contra o aumento da passagem. Durante ambos os percursos foram cantadas muitas palavras de ordem denunciando o aumento: “3,80 o povo não aguenta” ou “mãos para o alto 3,80 é um assalto”. Ao fim da manifestação foi organizado um jogral, onde a manifestação denunciou que os aumentos nesse período de crise e desemprego são criminosos. Também foi anunciado que diversos terminais e vias da cidade foram fechados. Por fim, a quarta manifestação contra os aumentos da passagem foi convocada para o dia 19, terça-feira que vem.

 

Encerrada a manifestação, as pessoas se dirigiram para o metrô Butantã e Consolação, porém quando todos pensavam que desta vez não haveria repressão policial a PM organizou um cerco em volta das estações impedindo todos de entrarem. Nesse momento era possível ver mais policiais se dirigindo aos cercos batendo seus cassetetes em suas botas e em seus escudos. Não demorou muito para a primeira bomba ser disparada, dando início mais uma vez a repressão policial.

 

“É um absurdo que um aparelho do estado, que existe para garantir a segurança, coloque a vida dos manifestantes em risco. Somos contra este tipo de ação autoritária e violenta. É um absurdo a polícia militar fazer isso numa manifestação pacífica. É um absurdo que o estado mande a PM atrás da juventude e de estudantes que estão lutando pelos seus direitos. A UMES é totalmente contra essa repressão e violência, a polícia tratou mais uma vez os estudantes como bandidos e ladrões”, comentou Kauê.

 

(foto: Giovanna Bittencourt)

 

“Mas não vamos nos intimidar com os abusos policiais! Já está provado que quando a gente luta junto consegue vencer. Estas manifestações são muito importantes e queria convidar todos os estudantes para estarem presentes na próxima terça-feira, porque queremos saber para onde estão indo esses R$ 3,80, com o que é gasto. Esse dinheiro não está indo para a periferia, onde falta ônibus, onde tem ônibus quebrado, para as vias e malhas de ônibus e metro, que são totalmente insuficientes. Por isso temos que ir para a rua cobrar um transporte com valor justo, temos que ir para a rua barrar esse aumento e dizer para o governo que não vamos aceitar esse aumento!” Por fim Kauê lembrou que “não é todo mundo que tem passe livre, não podemos agir como se toda a sociedade tivesse passe livre. É um absurdo o governo aumentar a passagem nesse momento de crise, de famílias voltando o para a pobreza, e para a miséria”.

 

A próxima manifestação contra o aumento será realizada terça-feira (19), com concentração às 17 horas na esquina da Avenida Faria Lima com a Avenida Rebouças, próximo ao metrô Fradique Coutinho e Faria Lima. Se some a essa luta com a UMES, entre em contato pelo telefone 3289-7477, pelo Facebook ou e-mail umes@umes.org.br e organize você também a sua escola contra esse aumento da tarifa!

 

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