PME: PT e PSDB fazem conluio contra investimentos na educação e também vetam discussão de gênero
Amanhã, terça-feira (25), será realizada a segunda votação do Plano Municipal de Educação (PME), que em sua primeira votação, realizada pelo plenário da Câmara dos Vereadores de São Paulo no dia 11 de agosto, aprovou um plano que não aumenta o orçamento da educação, anula as metas para redução do número máximo de alunos por sala de aula, não se compromete com a ampliação da rede de creches municipal e retirou da pauta o debate sobre gênero. “Somos contra qualquer tipo de preconceito, e por isso é importante debater gênero. Mas o que está em discussão é inaceitável, já que esse PME não amplia os investimentos e mantêm as salas superlotadas” afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES.
Na primeira sessão da Câmara dos Vereadores apenas Ricardo Young (PPS) e Toninho Vespoli (Psol) votaram contra a proposta, enquanto 42 vereadores foram favoráveis. A bancada do PT votou pela aprovação da proposta, alegando que ampliar o orçamento para educação é “inexequível”, ou impossível de ser realizado, como afirmou o vereador Paulo Fiorilo do PT. Muitos jovens presentes durante a primeira votação acusaram os petistas de demagogos por aceitarem suprimir a discussão de gênero do PME.
Inicialmente a proposta do plano era ampliar em 5% o orçamento proveniente da arrecadação de impostos, elevando de 30% para 35% o orçamento da educação básica. Quanto ao número máximo de alunos em sala, a meta era reduzir de 35 para 25 a quantidade de alunos em sala, e ampliar a rede municipal de creches. Porém ao passar pela primeira votação, a proposta de orçamento para o período foi reduzida de 35% para 31%. Já a ampliação de creches foi subtraída do projeto. E a meta de reduzir 1 aluno em sala de aula por ano, foi trocada pela redução de 1 aluno por sala a cada 3 anos, reduzindo de 35 para apenas 32 o número máximo de alunos nos próximos 10 anos.
“A rede de ensino municipal vem crescendo. Como vamos melhorar a educação se a rede cresce anualmente e não temos aumento significativo no orçamento? Se não melhorar o orçamento, não tem como atingir qualquer meta de melhoria na qualidade da educação”, afirmou Vespoli, que foi relator do projeto apresentado na câmara. Ananda Grinkraut, representante da Ação Educativa no Fórum Municipal de Educação, afirmou que o plano “da forma como saiu da Comissão de Finanças, é um retrocesso”.
"Sobre a questão de gênero não vai ter nenhuma alteração”, afirmou Paulo Fiorilo, vereador e presidente do diretório municipal do PT. “O que nós conseguimos na aprovação do texto já foi um passo importante para que a gente possa garantir que a educação pense na igualdade. A expressão gênero virou uma coisa proibida".
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