“Polícia do Senado nos atacou”, denuncia UNE

Repúdio à agressão a estudantes intensifica luta em defesa da federalização da Gama Filho

 

A agressão das polícias do Senado e Militar aos cerca de 20 estudantes das universidades Gama Filho e UniverCidade acampados em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na última segunda-feira (20), foi firmemente repudiada por dirigentes do movimento estudantil e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Os estudantes estão acampados em Brasília, em frente ao Planalto, a fim de pleitear uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e reivindicar a federalização das universidades, descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) no último dia 13.

“Repudiamos a ação arbitrária, desproporcional e inconstitucional da polícia na manifestação pacífica e legítima dos estudantes”, afirmou a secretaria-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iara Cassano, sobre o caso.

A ação truculenta da polícia chegou a prender 13 estudantes, entre eles: diretores da UNE, da UEE-RJ, do DCE da Universidade Gama Filho. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) condenou a prática adotada pela PM com os estudantes. Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, “O que aconteceu com os estudantes da Gama Filho e da UniverCidade é resultado de fraude e crime”, afirmou em nota.

“Agora, além de perderem os seus cursos e enfrentarem todas as dificuldades imagináveis para efetivar as suas transferências, são espancados pela polícia de Brasília, com direito a spray de pimenta. Tudo porque ocupavam pacificamente o sacrossanto gramado do Congresso Nacional”, afirmou Damous.

A repulsa dos estudantes pela ação da PM, e a luta pela federalização da Gama Filho e da UniverCidade, projeto até então descartado pelo MEC, mesmo sendo defendido por todos os reitores da rede federal no Rio de Janeiro, pelos estudantes, funcionários e discentes das universidades, culminou em uma manifestação com mais de três mil estudantes pelas ruas do centro da capital fluminense, na terça-feira (21).

Ao contrário do que aconteceu na segunda-feira em Brasília, o que se viu nas ruas do Rio de Janeiro foi uma grande manifestação pacífica. Por volta das 18h, a Praça da Candelária já estava tomada por estudantes munidos de faixas, cartazes e palavras de ordem.

“’O que vemos no ato de ontem foi uma mobilização de toda a juventude contra a lógica de mercantilização da educação. Descredenciar não resolve o problema. Lutamos por uma solução digna para esses estudantes’’, afirmou a presidente da UNE, Vic Barros.

Enquanto a manifestação seguia no Rio de Janeiro, cerca de 30 estudantes da Gama Filho e UniverCidade realizavam uma manifestação em frente ao Ministério da Educação, em Brasília, reforçando o pedido de federalização das instituições.

Naquele momento, no MEC acontecia uma reunião entre representantes do Ministério, do Ministério Público Federal, da Secretaria de Regulação e da Supervisão da Educação Superior (Seres) e com reitores e líderes de 52 instituições de ensino superior do Rio de Janeiro para debater a transferência para outras universidades privadas dos alunos das duas instituições descredenciadas. O edital completo com as regras e critérios para se dar início ao processo de licitação para transferência dos alunos deverá sair semana que vem.

Os estudantes afirmam que permanecerão na luta pela federalização das universidades.

 

Fonte: Hora do Povo

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