Professores do Paraná entram em greve contra a extinção de benefícios e salários atrasados
Professores da rede estadual de ensino do Paraná aprovaram greve por tempo indeterminado. O estopim deu-se pelo envio de um pacote que corta benefícios concedidos ao funcionalismo público do Estado, o chamado "Pacotaço". Enviado pelo governador Beto Richa (PSDB) para a Assembleia Legislativa do Paraná na quarta-feira (4), o pacote prevê a extinção de benefícios como o quinquênio, o vale transporte, muda as regras para a previdência dos servidores, entre outros.
Denúncias de cortes de funcionários temporários, salários atrasados (1/3 de férias, auxílio alimentação, conveniadas), promoções que foram suspensas e fechamento de turmas de escolas também foram apresentadas pela categoria.
A greve iniciou na segunda-feira, com adesão de 100% dos professores. Milhares de pessoas participaram de uma manifestação em frente à Assembléia. A todo o momento, a multidão de professores gritava palavras de ordem. "Beto caloteiro" era uma das favoritas. Do alto de um carro de som, um professor perguntava "quem quebrou o Paraná?". E a resposta vinha em coro: "Richa!". Outro bordão era "deputado amigo da educação, vota contra o pacotão". Segundo o sindicato da categoria, APP-Sindicato, cerca de cinco mil educadores participaram do protesto. De acordo com Marlei Fernandes, secretária de Finanças do sindicato, a mobilização é total, tanto na capital quanto no interior do estado.
O protesto ganhou apoio também de alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP) e de integrantes do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen).
O fórum das entidades sindicais do Paraná – FES, que representam 14 sindicatos, também orientou os filiados a cruzarem os braços por tempo indeterminado. A greve ainda precisa ser aprovada pelos trabalhadores de cada sindicato. Servidores da saúde, de universidades estaduais, agentes penitenciários e educadores sociais também estão com assembleias marcadas para debater o assunto.
Elaine Rodella, uma das coordenadoras do FES e do Sindicato dos Servidores Estaduais de Saúde (SindSaúde), comentou que "o governador está chamando a greve, está querendo a greve", "isso é uma provocação, comentou". Para ela, Richa penaliza os servidores por erros administrativos que ele próprio cometeu ao longo dos últimos quatro anos. Já Antony Johnson, do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), considera que a greve será inevitável, caso o pacote entre em votação. "A greve com certeza vai ser aprovada pelos sindicatos, a não ser que o projeto seja retirado de pauta", afirma.
Fonte: Hora do Povo
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