Projeto Círculo Literário de Itaquera da EMEF Prof. Aurélio Arrobas Martins recebe o Prêmio Paulo Freire de 2016.
O projeto ‘Círculo Literário de Itaquera: A poesia que fazemos, a poesia que somos’ foi o grande vencedor da 11.ª edição do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal. A proposta de intervenções poéticas da zona leste da capital, orientada pelo professor Daniel Carvalho, recebeu pelo segundo ano consecutivo o primeiro lugar da premiação.
“Inspirados no Círculo de Petrachévski, onde Dostoievski e seus contemporâneos se reuniam para discutir questões importantes que faziam parte da Rússia do séc. XIX, criamos o Círculo Literário de Itaquera, no qual jovens poetas da Zona Leste se reúnem para discutir política, ensaiar músicas, fazer poesias e para propiciar a “reconstrução do espaço como lugar do ‘eu’ e a reconstrução do ‘eu’ como um lugar no espaço”, a partir da nossa realidade enquanto cidadãos periféricos que moram em Itaquera. Reconstrução é a palavra em jogo aqui. Desde 2013, ano em que começamos a nos reunir, diferentes coisas aconteceram e foram responsáveis por mudar minha vida em diversos sentidos. Talvez, antes disso, talvez em 2011, quando comecei a lecionar na EMEF Prof. Aurélio Arrobas Martins e conheci jovens estudantes que fizeram e fazem parte de minha história.” Afirma o professor Daniel Carvalho.
Este ano, concorreram ao prêmio 114 projetos de educadores, vinculados a unidades escolares da rede municipal, que desenvolveram trabalhos para o aprimoramento da qualidade do ensino nas escolas públicas de São Paulo. A avaliação aconteceu segundo critérios que levam em consideração a promoção de aprendizagens diversificadas, participação da comunidade, efeito multiplicador, inovação e criatividade, alinhamento aos princípios de Paulo Freire, forma e conteúdo do projeto.
Além da UMES, participam da comissão julgadora, representantes da Secretaria Municipal de Educação, Comissão Permanente de Educação, Cultura e Esportes da Câmara, SINPEEM (Sindicato dos Profissionais de Educação no Ensino Municipal de São Paulo), Conselho Municipal de Educação, ABONG (Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais) e do Instituto Paulo Freire.
Para Keila Pereira, diretora de cultura da UMES e julgadora do projeto “O Prêmio Paulo Freire é uma iniciativa que carrega consigo a importância que se tem discutir e praticar uma educação cada vez mais progressista, cada vez mais libertadora. Cada um dos 114 projetos inscritos precisam ter como princípio o protagonismo do estudante e isso faz toda diferença no processo de aprendizagem, é preciso desde cedo que a gente saiba caminhar com as próprias pernas junto a uma orientação adequada que discuta todas as possibilidades e visões de mundo e se posicione, sempre. Que a gente tenha cada vez mais grupos engajados em buscar a educação que Paulo Freire tanto pautou em sua trajetória, e que através dessas iniciativas seja possível também denunciar e cobrar aqueles que se colocam contra a educação e a juventude!” Afirmou Keila.
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