Secretário da Educação diz que projeto para superlotar salas e fechar escolas é ideia sensata

Estudantes em manifestação contra a reorganização em novembro de 2015 na Av. Paulista

 

Nessa quinta (4) o secretário de Educação, José Renato Nalini, afirmou que a reorganização, pretendida pelo governo de São Paulo, que previa o fechamento de 93 escolas e a transferência forçada de centenas de milhares de alunos, superlotando ainda mais as salas de aula, é “uma ideia sensata”. O comentário foi feito durante a divulgação do desempenho da educação paulista.

 

No ato Ele ainda anunciou que o governo de São Pulo recorrerá a uma massiva campanha junto as redes sociais com o apoio de pessoas influentes na rede. “Nós vamos estabelecer um diálogo, estamos contratando jovens youtubers para que nos ajudem também a transmitir a ideia [da reorganização]”.

 

A reorganização consiste basicamente no fechamento de 93 escolas e na transformação de 754 outras unidades em de ciclo único. A medida resultaria em mais superlotação das salas e obrigaria centenas de milhares de alunos a sair de suas escolas devido a transferências forçadas. Como resposta os estudantes realizaram diversas manifestações, ocupando mais de 200 escolas contra a medida, ação que levou o governo do Estado a suspender o projeto, para discuti-lo novamente em 2016.

 

Nanili, faltando com a verdade, afirmou que o diálogo com os estudantes já começou. “O diálogo com os estudantes já começou e vai ser intensificado. Nós vamos recorrer principalmente àqueles que falam a linguagem dos jovens”. Em resposta a postura do novo secretário Marcos Kauê, presidente da UMES, disse que “nenhuma entidade, grêmio ou estudante foi consultado. A verdade é que o novo secretário, assim como o Herman, não deseja conversar com os estudantes. Ano passado a conversa da reorganização foi feita pela polícia, com muita truculência. E esse ano parece que o governo de São Paulo não vai agir diferente, mais uma vez vão tentar aprovar o fechamento de escolas a força e sem dialogar com os estudantes”.

 

Nalini durante atividade (Foto: Luiza Tenente/G1)

 

“Como dizia a música: se eles vierem quentes, nós estaremos fervendo. Por que já dissemos o que achamos da reorganização, e foi um grande não ao fechamento de escolas e a superlotação. E se essa proposta de fechar escola e superlotar as salas for levada adiante o resultado será novas ocupações”.

 

Por fim o secretário ameaçou iniciar uma campanha de eleições de grêmio por parte do governo, medida que contrária a lei federal do grêmio livre, sob o Nº 7.398, de novembro de 1985, que publicamos abaixo.

 

 

 

Lei Nº 7.398, de novembro de 1985

Dispõe sobre a organização de entidades estudantis do Esnino Fundamental e Médio e assegura aos estudantes o direito de se organizar em Grêmios: 

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º – Aos estudantes dos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus fica assegurada a organização de Grêmios Estudantis como entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais.
§ 1º – (Vetado.)
§ 2º – A organização, o funcionamento e as atividades dos Grêmios serão estabelecidas nos seus Estatutos, aprovados em Assembleia Geral do corpo discente de cada estabelecimento de ensino, convocada para este fim.
§ 3º – A aprovação dos Estatutos e a escolha dos dirigentes e dos representantes do Grêmio Estudantil serão realizadas pelo voto direto e secreto de cada estudante, observando-se, no que couber, as normas da legislação eleitoral.

 

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