UBES elege nova diretoria e propõe formação de comitês “Bolsonaro Nunca Mais” nas escolas do País
Entre os dias 12 e 15 de maio, milhares de estudantes de todo o país se reuniram em Brasília no 44º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (ConUBES). Os delegados de todo o Brasil aprovaram um conjunto de resoluções para nortear a atuação da nova diretoria da entidade, sob o comando da nova presidenta da UBES, a estudante cearense Jade Beatriz.
A UBES defendeu a derrota do governo Jair Bolsonaro (PL) como prioridade para a “reconstrução do Brasil”, por meio de um projeto nacional de desenvolvimento que tenha como centro a Educação.
A UMES de São Paulo participou ativamente da construção deste congresso da entidade co-irmã. Centenas de estudantes da capital foram à Brasília apresentar as nossas demandas ao fórum nacional dos secundaristas.
O evento reuniu uma série de atividades, como palestras e debates acerca do cenário da educação básica no país, seguindo o lema “Pra fazer do Brasil uma sala de aula”. Após cinco anos, devido à pandemia do coronavírus, o congresso retornou no formato presencial.
O presidente da UMES-SP, Lucca Gidra, avaliou que o Congresso da UBES foi vitorioso, por garantir mais energia na luta contra Bolsonaro. Lucca participou como debatedor da mesa sobre os desafios do combate à evasão escolar no pós-pandemia de covid-19.
Na avaliação do dirigente da UMES. “os estudantes mais mobilizados e mais organizados ainda na luta contra o Bolsonaro. Os secundaristas saem mais fortes no Brasil inteiro. Podemos esperar muita luta. Vamos esperar grandes mobilizações para garantir o direito à educação, lutar pela CPI do MEC também e realizar uma forte campanha contra o governo Bolsonaro que é o principal inimigo da educação e o principal inimigo do Brasil”, ressaltou.
“A UBES tem uma missão e uma tarefa muito importante: unir todos os estudantes que se alistaram nas eleições para votar contra o Bolsonaro. Unir toda a sociedade, todo o setor democrático. A UBES tem essa tarefa de ajudar a unir todos os setores democráticos para a gente derrotar o fascismo de uma vez por todas e se livrar do Bolsonaro”, destaca Lucca.
DESENVOLVIMENTO
Entre as pautas discutidas no Congresso da UBES estavam temas como o Novo Ensino Médio, o vencimento do Plano Nacional de Educação (PNE), a construção do Sistema Nacional de Educação (SNE), além da renovação da Lei das Cotas, a efetivação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o novo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
A UBES aprovou ainda a defesa de “um Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável que tenha a educação como centro e que seja o horizonte para a reconstrução do Brasil”. Além disso, lembra, “é de suma importância também a redemocratização do Fórum Nacional de Educação (FNE)”, para que este se converta num “espaço de formulação que responda às necessidades da Educação brasileira”. Tudo para viabilizar a “Educação pós-pandemia”.
“Com o processo de retomada ao ensino presencial, surge a principal questão deste tempo: como combater o abandono escolar? Além de criar condições para o nosso retorno às salas de aula, precisamos também de uma Escola que nos faça sentido (…). Defendemos uma escola com gestão democrática, onde a comunidade escolar possa escolher seu Diretor e também o respeito à livre organização de nós, estudantes, a partir da Lei do Grêmio Livre”, afirmou a entidade em sua resolução.
A inclusão é outra demanda dos estudantes. “O direito à educação pública, gratuita e de qualidade a todas e todos perpassa por garantia de acesso à tecnologia como ferramentas de aprendizado e convivência com o mundo atual. É preciso democratizar a internet, levando o 5G para todas as escolas e estudantes nos mais diferentes lugares do país, utilizando os recursos disponíveis no Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações”, propõem a entidade.
VOTOS DA JUVENTUDE
Guilherme Lucas, ex-tesoureiro da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo e dirigente da Juventude Pátria Livre – JPL, considera que a principal bandeira de luta da UBES para o próximo período continua a mesma. “Fora Bolsonaro e a defesa da democracia”.
“Esse congresso foi um dos mais importantes da história da UBES porque estamos enfrentando a ameaça fascista de Bolsonaro, ameaça a nossa democracia, ameaça aos direitos e ameaça a vida dos estudantes e do povo brasileiro”, ressaltou.
Segundo Guilherme, também é fundamental a apuração dos crimes de corrupção cometidos pelo governo Bolsonaro no Ministério da Educação. “Vendo que aconteceu com o MEC, os pastores da propina… Um governo negociando apoio em troca do fortalecimento da campanha do Bolsonaro. Precisamos para o próximo período lutar a instalação da CPI do MEC. Ela é fundamental para que também a gente consiga enfraquecer governo Bolsonaro agora e apurar essas denúncias.
Ele relembra a campanha vitoriosa da emissão de títulos eleitorais entre a juventude, que resultou em mais de 2 milhões novos eleitores entre 16 e 18 anos nas eleições de outubro. “Precisamos ser ainda mais amplos e canalizar esses votos em defesa da democracia, em defesa do povo, em defesa da Educação. De uma escola pública gratuita de qualidade”, destacou.,
BOLSONARO NUNCA MAIS
Os estudantes aprovaram ainda a criação de comitês “Bolsonaro Nunca Mais” nas escolas de todo o país. Já para agosto, mês dos estudantes, a UBES conclama os secundaristas à Jornada de Lutas, para acumular força e disputar as ruas. “Nós, secundas, fomos protagonistas da resistência ao governo Bolsonaro e seremos ainda mais essenciais daqui até as eleições e na luta na defesa da democracia”, disse a entidade.
Para “se livrar das heranças malditas do Governo Bolsonaro e Temer”, a UBES reivindica a revogação da Emenda Constitucional 95, que impôs o teto de gastos, bem como das reformas da previdência e trabalhista. As resoluções citam também “a valorização do salário mínimo através de uma Lei do Reajuste, a taxação dos lucros e dividendos e a retomada dos programas sociais dos governos populares”.
A estudante cearense Jade Beatriz, eleita presidenta da entidade para a próxima gestão considera que fundamental a defesa da escola como instrumento e meio para a transformação social. A estudante afirma que vai realizar campanhas e articulações com secretarias de ensino e no Congresso para que a verba destinada ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) seja utilizada de maneira relevante.
A estudante secundarista também terá como bandeira a mobilização pela Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012) permanente. “Essa é uma pauta fundamental para todos que vão ingressar na Universidade e para a sociedade”, afirma. Jade promete mobilização nas escolas, ruas, redes sociais e com parlamentares em prol dessa causa.
“Estamos vivendo anos extremamente conturbados para a educação, com sucateamento, denúncias de corrupção e aparelhamento ideológico no MEC e corte de recursos. Como presidenta da UBES, uma entidade que representa a diversidade dos jovens brasileiros, vamos amplificar as urgências dos estudantes e mobilizar para conquistar um projeto real para o desenvolvimento social, educacional e, consequentemente, econômico”, observa Jade.
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