6 de novembro – aula na rua contra a desestruturação
Lideranças estudantis de mais de 15 escolas preparando a manifestação do dia 6
“A educação pede socorro porque tem muita gente destruindo a educação, e isso só vai parar com a nossa mobilização, com os estudantes ocupando as ruas” afirmou Marcos Kauê durante a plenária da UMES organizada para preparar a próxima manifestação contra a “desestruturação” de Alckmin, que será organizada no dia 6 de novembro, às 8 horas no MASP. “Fechar escolas e cortar da educação é um crime contra os estudantes, mas também contra a sociedade em geral. Muitas dessas escolas são o único aparelho do estado na periferia, e o governador Geraldo Alckmin quer fecha-las”.
“Hoje estamos indo pra rua principalmente contra a desestruturação do de Alckmin, que vai fechar pelo menos 94 escolas” disse Kauê, ao comentar a redução da lista de escolas a serem fechadas, que foi reduzida de 155 para 94, na tarde desta quinta (29). “Esta é uma luta que temos condições de vencer. E a prova é que a nossa mobilização garantiu que mais de 60 escolas fossem retiradas da lista negra do Alckmin. E agora o próximo passo é intensificar a nossa mobilização, e fazer a aula ser na rua de verdade, com todos os estudantes da cidade panfletando, organizando manifestações em suas escolas e ocupando as ruas da cidade. Com isso vamos barrar esse crime”.
O presidente da UMES também ressaltou que é importante ter claro que os cortes de Dilma na educação, e seu ajuste neoliberal, que está amargando a vida do povo brasileiro, também são muito graves. “É a Dilma que está acabando com a nossa oportunidade de ir pra universidade ao destruir as universidades federais. É ela que está gerando desemprego em massa, é ela que da o dinheiro da nossa educação para os bancos” completou Kauê ao se referir aos cortes de mais de 79 bilhões dos direitos do povo, enquanto os bancos, de janeiro a setembro, receberam 408,3 bilhões.
A atividade teve início às 14 horas na sede central da UMES, na rua Rui Barbosa, e contou com a presença de mais de 30 lideranças de grêmios de 14 escolas de toda a capital, entre as quais o E. E. Caetano de Campos da Consolação, E. E. Dra Maria Augusta Saraiva, E. E. Professor Adolfo Casais Monteiro, E. E. Ângelo Bortolo, E. E. Leonidas Paiva, E. E. Francisco Voccio, Escola Municipal Professor Derville Allegretti, ETEC Heliópolis, E.E. Presidente Roosevelt, ETEC Takashi Morita, ETEC Getúlio Vargas, E. E. Reverendo Jacques Orlando, E. E. Padre Saboia de Medeiros e E.E. Prof. Caetano Miele.
Para o estudante Pedro Vieira (17), presidente do grêmio do Saboia, escola que estava relacionada na primeira lista entre das escolas que seriam fechadas, e nesta quinta-feira foi retirada, disse que as manifestações foram muito importantes para impedir o fechamento de sua escola. Porém “o que está acontecendo agora é um fechamento velado. Ano que vem nossa escola não vai mais matricular nenhum aluno do 1° ano do ensino médio. Ou seja, sem novas matrículas em 2017 a escola não terá mais alunos”. Para ele o “governo ainda pretende fecha-la”, denunciou o estudante, afirmando que como o Saboia serão dezenas de escolas.
Já Paulo Vinícius (13), presidente do grêmio da escola Saraiva e estudante da 7° serie do fundamental II, denunciou que em sua escola o ciclo II do fundamental será encerrado. “Até agora não tínhamos muita informação, porque nossa diretora não falou nada pra gente. Ficamos sabendo pelo jornal, e essa semana o presidente do grêmio do Caetano de Campos nos avisou”. Para a jovem liderança será muito ruim mudar de escola “porque os estudantes já tem uma historia com a escola, e não querem mudar”. Ele explicou que os pais dos estudantes também são contra essas mudanças, e por isso muitos vão participar com seus filhos da manifestação.
“Quando queremos mudanças precisamos ir pra rua” alertou Tiago Cesar, vice-presidente da UMES e estudante de Mecatrônica da ETEC GV, às lideranças presentes. “Hoje falta estrutura, professores, laboratórios, quadras e muita gente acaba achando que é normal. Como há muito tempo a educação está nessa situação, pensamos que não da para mudar. Mas o abandono da educação não é normal! É por isso que vamos pra rua, nossa manifestação é para acabar com isso. E o responsável por isso em São Paulo é o Alckmin. Mas enquanto o Alckmin fecha escola aqui em São Paulo, a Dilma está cortando da educação em todo o Brasil”.
“Vamos sensibilizar a sociedade em favor dessa causa. A nossa manifestação é para colocar na rua todos os estudantes da cidade. Porque a nossa juventude não quer o fechamento das escolas, e não quer mais o sucateamento da educação. Nossa escola hoje não forma a juventude, está a quem do que poderia ser. É por isso que somos contra a desestruturação. Mas também vamos pra rua lutar por uma educação pública, gratuita e de qualidade”, disse o vice-presidente.
Para Lucas Penteado (Kóka), presidente da gestão Eskilos do Caetano de Campos da Consolação, “a sociedade pode errar e votar nesses otários”, disse o estudante, salientando que não da para esperar a próxima eleição, “não da para esperar, o único jeito de resolver é ir pra rua. Com o Collor os estudantes pararam o Brasil. Vamos pra rua, vamos parar o Brasil!”
A última manifestação geral organizada pela UMES se deu no dia 23 de outubro, onde mais de 1.500 estudantes marcharam do MASP à Secretaria de Educação contra a desestruturação. De lá para cá dezenas de manifestações já foram realizadas nas escolas, ou conjuntamente com outras entidades e movimentos sociais.
Estudantes na Av. Consolação durante manifestação no dia 23 de outubro (Foto: Leonardo Varela)
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