UMES, centrais sindicais e movimentos sociais contra os juros de Dilma na Paulista
Centenas de estudantes e trabalhadores repudiaram os juros Altos de Dilma na manhã desta terça-feira (1) na Avenida Paulista, em frente ao Banco Central, em conjunto com os movimentos sociais. “Hoje está sendo realizada a oitava reunião do Copom para aumentar os juros dos banqueiros que é a política responsável pelos cortes em nossa saúde, educação e direitos trabalhistas” afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES, que saudou a todos os estudantes e trabalhadores presentes.
A concentração da UMES para a manifestação teve início às 8 horas na Praça Osvaldo Cruz e reuniu cerca de 150 estudantes de diversas escolas de São Paulo, que cantando “Banqueiro ta roubando a grana do povão, por isso falta casa, saúde e educação” foram animando a praça enquanto chegavam estudantes de diversas escolas. A concentração durou até as 9 horas quando os estudantes ocuparam a faixa de ônibus da Paulista e seguiram com seu carro de som denunciando os juros altos até chegarem ao Banco Central para se encontrar com mais de 250 trabalhadores organizados pela CGTB, UGT e Força Sindical, e entidades dos movimentos sociais.
Manifestação
Em nome da UMES Kauê denunciou a campanha mentirosa de Dilma para pagar mais juros aos banqueiros. “Ela diz que precisamos economizar mais dinheiro, que o ajuste é um sacrifício temporário, e por isso corta R$ 10,4 bilhões da educação, tirando nossas vagas da universidade. Por isso corta da saúde e corta direitos trabalhistas”. “Hoje para se ter acesso ao seguro desemprego é necessário no mínimo um ano de registro em carteira. Essa é a política que a presidente resolveu adotar dizendo que não tem mais dinheiro”, disse Kauê, completando que os cortes já superaram R$ 79 bilhões. Ele disse que é mentira que não tem dinheiro “porque até agora já foram entregues R$ 288 bilhões para pagar juros de banqueiro”.
“Os estudantes vão continuar na rua. Não vamos aceitar uma presidente que diz que o seu governo é uma Pátria Educadora enquanto tira dinheiro da educação para dar aos banqueiros”, concluiu Kauê.
Em nome dos trabalhadores, Bira, presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), disse que essa manifestação contra os juros estava ocorrendo em diversas capitais do país, como Rio de Janeiro, Brasília e Sergipe. “Está chegando ao limite de nossa paciência o que essa mulher está fazendo com o nosso Brasil. Cortaram o orçamento da educação, saúde, das cidades para dar dinheiro para os bancos. Ano passado foram R$ 311 bilhões para os banqueiros. Esse ano já se foram quase R$ 300 bilhões”. “Milhões de trabalhadores do nosso país estão perdendo o emprego e a infelicidade está tomando conta das famílias”.
Em relação a Lava Jato, Bira afirmou que “já tem uma renca de canalhas presos e precisamos botar o resto na cadeia, temos que libertar o nosso Brasil!” Por fim ele disse que é preciso uma política de desenvolvimento com “substituição de importações, tem que reduzir as taxas de juros a níveis internacionais, e tem que ter investimento público e defesa da nossa Petrobras”. Bira também convidou a todos para a Marcha Nacional dos Trabalhadores no próximo dia 18, no MASP.
Representando a UGT (União Geral dos Trabalhadores), Juruna disse que os trabalhadores já decidiram: “toda vez que o governo for mexer nas taxas de juros, nós estaremos aqui”. Para Murinaldo, do sindicato dos comerciários da UGT, “essa política está prejudicando o andamento do país. Precisamos lutar para fazer o país voltar a crescer”. Josimar, também representante da UGT, denunciou que os recursos do governo estão indo para a especulação e afirmou que as “centrais tem um compromisso a cada 30 dias contra a reunião do Copom”.
Em nome da Força Sindical, Araquem do sindicato dos metalúrgicos disse que Dilma está “parcelando os direitos dos trabalhadores enquanto diz que está tudo bem”. Para Cláudia, também do sindicato dos metalúrgicos, o governo quer subir os juros para 14,5% “o que vai gerar mais desemprego”. Para ela o “governo quer deixar os bancos no comando, fazendo o povo sofrer”.
Em nome do movimento de mulheres a presidente da Confederação das Mulheres do Brasil, Gláucia, saldou o movimento grevista dos servidores federais do Banco Central, que realizavam sua assembleia durante a manifestação, e disse que o desemprego compromete a dignidade das pessoas. Para ela o aumento dos juros “é um ataque a esse direito. Com os juros altos Dilma entrega metade do orçamento aos bancos deixando as famílias sem saber o que fazer”. Eliene, da Federação das Mulheres Paulistas denunciou que enquanto as mulheres estão desempregadas, sem moradia, sem creche o “governo entrega o nosso dinheiro para os bancos”. Já Hilda, da Associação de Mulheres Paulistanas, ressaltou que apenas no primeiro semestre foram entregues aos bancos três vezes mais que o orçamento da saúde.
“Estamos chegando a 2 milhões de desempregos, e estamos com a industria parada. Só indo pra rua vamos mudar essa situação” disse Alfredo, do Congresso Nacional Afro-Brasileiro. “Os banqueiros não fazem nada mas levam tudo. A cada ponto percentual de aumento nos juros são R$ 30 bilhões tirados do povo”.
Marcha da UMES
Durante a marcha da UMES para o Banco Central, que durou cerca de 30 minutos, falaram ao microfone do carro de som os diretores da UMES, lideranças de grêmios e também algumas lideranças da UNE, UBES e UEE que não aceitaram o imobilismo governista das atuais direções destas entidades.
Os estudantes caminhavam carregando um cartaz que sinalizava a todos o motivo do protesto: “Contra o ajuste de Dilma-Levy”. Muitas pessoas que estavam na avenida parabenizavam a iniciativa, uns aplaudiam e outros tiravam fotos.
Enquanto agitava a caminhada Kauê convidou a todos que estavam na Paulista para que participassem do ato contra os juros, explicando que os juros altos são os responsáveis pela grave crise que Dilma impôs ao país. Logo em seguida convidou Guilherme Bianco, diretor de cultura da UEE, para falar ao microfone. Guilherme explicou a situação submissa na qual se encontra sua entidade e exclamou que o caminho é “fora Dilma porque o Brasil não aguenta mais essa política de juros altos e cortes contra o povo”. Em seguida Jonathan, diretor da UMES, denunciou que os banqueiros estão enriquecendo as custas do sofrimento dos brasileiros.
Ainda durante a marcha ao Banco Central Kauê convidou Katu Silva, diretor de extensão da UNE para agitar a caminhada. Katu denunciou que os lucros dos bancos aumentam com os juros, enquanto nossos salários são reduzidos e a inflação aumenta o preço do mercado. Já o secretário-geral da UBES, Maycon Maciel, resumiu a situação dizendo que “aumentar juros é aumentar o dinheiro dos bancos”.
Para Natalia Prete, diretora da UMES da região sul, enquanto os juros “deixam os banqueiros ainda mais ricos e gordos, a nossa escola está cada vez mais pobre”. “Lutar contra os juros é lutar pelo povo brasileiro. Aumentar os juros leva a redução dos salários e a recessão” disse Caio Guilherme, diretor da UMES da região leste. Durante a caminhada Keila Pereira também denunciou a política de juros altos como a responsável pelo sucateamento da educação.
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