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UMES recebe secretário de Educação, Rossieli Soares, e defende PDDE permanente

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Secretário Rossieli Soares debate os rumos para a Educação de São Paulo para 2022 – Foto: Giba/SEDUC-SP

 

Na manhã deste sábado, a UMES recebeu em sua sede o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares. Os estudantes realizaram um importante debate com a gestão estadual sobre as perspectivas para o ano de 2022. No debate: as Escolas em Tempo Integral, os avanços no pós-pandemia, mecanismos de combate à discriminação nas escolas e a necessidade da transformação do Programa Dinheiro Direto na Escola Paulista (PDDE) em uma política de financiamento permanente da Educação.

A recepção a Rossieli, na primeira visita de um secretário Estadual de Educação à casa dos estudantes da capital paulista, foi marcada por um clima de respeito e celebração aos avanços conquistados no último período, em especial na infraestrutura das escolas na retomada das aulas presenciais.

Durante o encontro com o secretário, também foi discutida a campanha de alistamento eleitoral da juventude “Todo Estudante com Título na Mão” e o encontro de grêmios do Estado de São Paulo, a serem realizados no primeiro semestre de 2022.

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Lucca Gidra, diretor da UMES apresenta as reivindicações dos estudantes – Foto: Giba/SEDUC-SP

Também participaram do encontro, as presidentes da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Franca (UFES), Marina Marano, e de Araraquara (UMESA), Eduarda, entidades que foram refundadas recentemente com apoio da UMES de São Paulo.

Ao abrir o debate, o diretor da UMES, Lucca Gidra, destacou os avanços conquistados no último período, com o avanço da Educação em Tempo Integral para mais de 2 mil escolas do Estado e o investimento de R$ 1,2 bilhão no PDDE, que transformou a estrutura das escolas estaduais paulistas.

“É bem importante esse diálogo para vermos como avançar ainda mais a Educação para todo estudante e para toda a população do nosso Estado”, destacou Lucca antes de passar a palavra para o secretário.

Rossieli afirmou que sua presença na sede da UMES está se deve também à sua origem na vida política que se deu no movimento estudantil. Primeiro no secundarista, depois no movimento universitário. “É um prazer estar aqui na UMES, Lucca. A gente tem tido uma relação muito importante de prosperidade, com processo de escuta de ambas as partes. Lamento ser o primeiro, ao mesmo tempo que fico feliz em ser o primeiro secretário a estar mais próximo de vocês”, disse.

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“Eu queria começar falando pelo que a gente passou. O Lucca perguntou como é que vai ser no ano vem? Mas eu fico me perguntando como é que seria se não tivesse mexido a pandemia. Porque é um tanto de coisa que a gente gostaria de ter feito, que a gente sonhava, a gente acabou tendo que brigar pra coisa mais básica que é ter a escola aberta e funcionando. Brigamos com o Governo Federal que é contra a vacina, um governo que é negacionista. Eu preciso falar isso aqui porque foi um momento importante da nossa própria relação”, disse.

Ele destacou que a UMES teve uma posição importante de primeiro defender a volta às aulas, mas não defender de qualquer forma. “Isso é uma coisa bastante importante porque vocês fizeram o movimento muito responsável. Desde acompanhamento e visitas às escolas, eu acho que isso foi uma coisa muito bacana, mas nos consumiu”.

Vamos lutar pela vacina

O secretário destacou a necessidade de luta para garantir as escolas abertas e o retorno seguro às aulas. “Não paramos os nossos principais processos, mas ao mesmo tempo a gente foi muito forte e firme na busca pela vacina dos profissionais, na busca da vacina com os adolescentes. E agora eu estou brigando pela vacina das crianças sim”, ressaltou Rossieli.

Ele informou que o governo paulista já realizou duas reuniões com a Pfizer, fabricante da vacina autorizada pela Anvisa para ser aplicada em crianças de 5 a 11 ano, nesta semana.

“Dissemos para eles que se o governo federal continuar com essa postura de não querer adquirir as vacinas, eles negociarão com o Estado de São Paulo. O governador [João Doria] também já disse que o que for necessário a gente vai bancar a compra das vacinas porque é um absurdo. É um absurdo a gente ter um Governo Federal com este posicionamento de novo”, destacou Rossieli.

Prioridade são as escolas abertas

O secretário de Educação afirmou que sua pasta está atenta para as dúvidas que estão surgindo com relação à pandemia, mas, a prioridade do Estado é que as escolas permaneçam abertas no ano que vem.

“Eu vou dizer uma coisa para vocês, se eu tiver que escolher entre a escola aberta e o carnaval, eu vou escolher sempre a escola aberta. Feche todo o resto, a escola tem que ser a última coisa ser fechada no país, a gente quer realmente de fato valorizar a Educação, a gente precisa proteger a custa de qualquer outra coisa”, disse.

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Rossieli disse ainda que a pandemia revelou que o ensino presencial não pode ser substituído pela educação a distância. “Não dá nem pra comparar. Isso é uma coisa que a gente aprendeu claramente e que as pessoas são muito sensíveis. A tecnologia veio para ficar também, mas para ser algo a mais, para agregar, não para substituir”.

“A gente está aqui fechando o ano, conseguimos voltar ao presencial desde novembro. Vamos ter o processo de recuperação agora para os estudantes que, por ventura, possam não ter entregue as atividades, esperamos 150 mil alunos novamente participando e isso é importante porque não adianta reprovar os estudantes de qualquer maneira”.

Rossieli alertou que o índice de evasão no Ensino Médio é muito grande e precisa ser combatido. Segundo ele, 26% dos jovens não concluem os estudos. “Isso faz com que esse jovem tenha menos oportunidades ao longo da vida. Então nós precisamos brigar por isso! Ainda mais com tantas crises, com o governo federal que só gera desemprego, só gera negacionismo, só gera coisas ruins… Precisamos focar, para que inclusive não tenhamos mais um desgoverno como esse. Essa é nossa visão especialmente para 2022”

Título na Mão

“Precisamos estar atentos para o ano que vem. É importante debatermos o ano de eleição. A secretaria apoia demais a campanha da UMES de tiragem de títulos de jovens. Será fundamental a participação dos jovens, precisamos mobilizar mais essa geração”, destacou.

“Precisamos ter essa participação cada vez mais efetiva, vocês já avançaram e fizeram aí 7,5 mil títulos e vamos apoiar com o que puder para ter ainda muito mais jovens. Temos até maio para acelerar ainda mais esse processo”, ressaltou.

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Secretário de Educação responde questionamentos dos estudantes – Foto: Giba/SEDUC-SP

PDDE como política de Estado

No encerramento do encontro, a diretoria da UMES entregou uma carta ao secretário de Educação de apoio aos investimentos do PDDE e defendeu que os recursos direto na escola transformem-se em política permanente de Estado.

“Quando Bolsonaro cortou da vacina, quando ele fez corrupção, ele sabotou também a Educação, isso é inadmissível ele fez nada para garantir o retorno às aulas seguras. Inclusive teve a verba parada lá no governo federal que poderia ter sido destinada para a reforma dentro das escolas”, disse Lucca.

“A gente tem visto aqui um programa da SEDUC, que vai em contramão disso, um programa que tem que ser modelo para todo Brasil, que é o PDDF. Nós temos muito receio que todas as conquistas que conseguimos aqui no estado de São Paulo não continuem, porque a gente sabe sobre a estrutura da nossa escola antes e depois da ideia. Vimos uma transformação na estrutura da escola, justamente por conta do PDDE e do baita investimento que foi feito. E a gente não quer voltar a ser, a gente não quer voltar para esse tempo”, ressaltou o dirigente estudantil.

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Estudantes entregam carta de defesa do PDDE ao Secretário de Educação – Foto: Giba/SEDUC-SP

 

Leia abaixo a carta entregue pela UMES à Secretaria de Educação de São Paulo:

O texto foi lido para o secretário Rossieli pela diretora do centro Tayne Paranhos.

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Investimento permanente para a Educação avançar de verdade

 

Temos muitos desafios para enfrentar no próximo período e o ano de 2022 será decisivo para educação. Precisamos recuperar o tempo perdido pela pandemia, ampliar ainda mais as escolas em tempo integral, vencer a evasão escolar e continuar firmes e fortes na luta contra o negacionismo e em defesa da ciência para superar de vez esse vírus.

Uma destas grandes tarefas, que é essencial para superar todos esses desafios, é a garantia da continuidade do investimento feito pelo Programa Dinheiro Direto na Escola Paulista (PDDE).

Desde a instituição do PDDE, em dezembro de 2019, as escolas públicas estaduais de São Paulo apresentaram enormes evoluções em suas estruturas e também na qualidade de ensino. Há uma nítida diferença na estrutura das escolas antes e depois da efetiva implementação do PDDE.

Com um massivo investimento em educação nos últimos anos e a descentralização dos recursos gerada por esse novo programa, as escolas conseguiram atender com maior rapidez e eficiência às suas demandas, o que colaborou com o aumento da qualidade de suas estruturas e da nossa educação. Nos últimos dois anos, 99% das escolas estaduais foram reformadas, sendo grande parte dessa porcentagem possível, graças ao PDDE. 

Com melhores estruturas pode-se investir também em melhores equipamentos, espaços de lazer e ambiente escolar como um todo, trazendo não apenas para os alunos um melhor local de aprendizagem, mas também um melhor local de trabalho para todos os servidores.

Este cenário, que parecia impossível anteriormente, permitiu que as escolas estaduais permanecessem seguras e ativas, mesmo em momentos difíceis causados pela pandemia do coronavírus, como podemos observar nesse retorno às aulas.

Defendemos que essas melhorias e novos espaços devem ser mantidos e expandidos. Para a continuidade e desenvolvimento da Educação é necessária a permanência do PDDE, pois será somente com um investimento constante que a manutenção e ampliação da infraestrutura serão asseguradas.

Apesar do programa e seus critérios de adesão e repasse serem determinados por lei, seu valor mínimo pode ser insuficiente no futuro, caso haja a decisão de futuras gestões não continuarem com o investimento necessário. Essa insegurança preocupa toda comunidade escolar, pois, caso ocorra, pode significar a perda de todo considerável crescimento que a educação pública estadual obteve no último período. 

Por meio desse documento, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, que representa todos os estudantes da capital junto com toda sua base composta por milhares de gremistas de toda a cidade, manifesta apoio à ação da Secretaria de Educação pelo investimento feito nas escolas através do PDDE.

Esse investimento realizado foi um passo muito importante para a recuperação da estrutura das escolas, que estavam durante décadas em situação de carência e pleno sucateamento. Por isso a UMES em seus fóruns e dentro de diversas discussões aprovou a resolução pela luta e pela defesa da aplicação do programa não apenas como uma política de governo, mas sim de Estado, em que se assegure um valor suficiente para manutenção, melhorias e investimentos em nossas escolas.  

Solicitamos à Secretaria de Educação, por meio do ilustríssimo secretário Rossieli Soares, que adote como uma das prioridades nesse próximo ano a garantia desses recursos e a transformação do Programa Dinheiro Direto na Escola Paulista em uma política permanente do Estado de São Paulo.

O último repasse de R$ 1,2 bilhão em recursos para aplicação direta nas 5,1 mil escolas da rede estadual de ensino é um valor excelente para continuar chegando às escolas, se continuarmos assim, nada vai segurar o desenvolvimento da educação no estado de São Paulo.

O PDDE em dois anos transformou a realidade da Educação. A continuidade dele e da verba empenhada nele é uma vitória para os mais de 3 milhões de estudantes das escolas públicas estaduais. É uma vitória para todos os paulistanos, uma grande vitória para Educação e para o Brasil.

 

São Paulo, 18 de dezembro de 2021

 

UNIÃO MUNICIPAL DOS ESTUDANTES

SECUNDARISTAS DE SÃO PAULO – UMES

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