União Paulista dos Estudantes Secundaristas defende retorno seguro às aulas
A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) publicou uma nota em defesa de um retorno seguro das aulas nas escolas estaduais de São Paulo.
A entidade coirmã da UMES defende o compromisso da garantia a uma volta segura, com as condições de que os estudantes possam ter acesso a sua formação com praticidade e com seu direito validado. Foram 10 meses sem qualquer acesso ao ensino presencial no estado de São Paulo.
O documento divulgado esta semana aponta ainda para a necessidade da equiparação do auxilio merenda ao valor de uma cesta básica para aqueles que não puderem retornar às aulas.
Leia a íntegra a nota da UPES:
O FUTURO NÃO DEMORA: PELO RETORNO SEGURO DAS AULAS!
Somos estudantes secundaristas de todo estado de São Paulo, que nos últimos 10 meses se encontram longe das salas de aula por conta da pandemia do coronavírus (COVID-19), que chegou ao Brasil em Janeiro de 2020, desde então já contaminou mais de 100 milhões e matou mais de 230 mil pessoas, sendo destas, mais de 50 mil em São Paulo e nesse período os desafios colocados a nós não foram poucos.
Com o agravamento das desigualdades ficou ainda mais notável o déficit educacional que o nosso estado enfrenta. Com o ensino de forma remota sendo a nova realidade, milhares de estudantes acabaram ficando sem acesso às aulas, por ausência dos devidos instrumentos tecnológicos, ou pela falta de internet. Também é uma realidade que muitos de nós, principalmente os que moram nas áreas mais vulneráveis, não possuem espaço em sua casa para estudar de maneira apropriada, o que impede que tenhamos qualidade em nossos estudos.
A merenda escolar está ligada diretamente à nutrição dos estudantes, que dependem da alimentação dentro da escola e, em muitos casos, sendo a única refeição do dia, sem as aulas de forma presencial os secundaristas, principalmente aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social, encontram a fome como um grande desafio, é necessário que o auxílio merenda contemple o valor de, pelo menos, uma cesta básica.
Enquanto isso, o governo federal, assim como no combate a pandemia, nada fez para garantir o acesso à educação durante o ensino remoto, pelo contrário, o que recebemos foram mais ataques às escolas públicas e tentativas de acabar com o nosso financiamento em um momento tão delicado, onde é necessário investimento para que o retorno ao ensino presencial seja seguro para todos.
A realidade é que estar fora da escola é uma violência para a juventude e o reflexo disso é a evasão, o aumento do número de jovens no subemprego, a desnutrição infantil e a abstenção dos candidatos na realização do ENEM. Com esse cenário as entidades estudantis seguem construindo uma dura oposição ao governo Bolsonaro e na luta pela garantia de direitos para a educação pública.
Somos nós os responsáveis pelo novo e permanente FUNDEB, garantindo o investimento na manutenção do ensino. Reunimos milhares para lutar pelo adiamento do ENEM e pela realização de uma prova com segurança. Pautamos a conectividade e o acesso à educação nos mais diversos espaços e permanecemos na luta em defesa da vida e por um retorno às aulas com segurança.
Para isso, é necessário que o protocolo de segurança desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação seja aplicado de forma responsável em todas as escolas, que a partir do dia oito de fevereiro estarão abertas com até 35% dos estudantes de acordo com o Plano São Paulo, com presença não obrigatória e ensino híbrido.
Hoje a vacina já é uma realidade e reacende a esperança de que logo tudo voltará à normalidade, por isso, é de extrema importância que os profissionais da educação sejam incluídos na lista de prioridade da vacina, para que estes voltem a atuar dentro do ambiente escolar com segurança e que o grupo de trabalhadores do grupo de risco tenham o seu retorno de maneira opcional.
Compreendemos a necessidade de um retorno às aulas presenciais com responsabilidade e segurança com a vida de todos os envolvidos no ambiente escolar e para isso a UPES está a disposição do diálogo e na construção de uma volta segura e de uma educação emancipadora para que o nosso futuro seja garantido.
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