Governo de SP contraria Tribunal de Justiça e envia polícia para reintegrar posse de escolas

Assista ao vídeo da agressão policial contra o presidente da UMES na ocupação do Mazé (Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo)

 

Dezenas de escolas ocupadas amanheceram cercadas por forte presença policial na manhã desta terça (1), contrariando a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que negou o pedido de reintegração do governo Alckmin. Este foi o caso do Mazé (E. E. Maria José), ao lado da sede da UMES aqui no Bixiga, e de dezenas de outras escolas de São Paulo.

 

O Mazé amanheceu com dezenas de policiais e viaturas, e por volta das 8 horas supostos pais de alunos armados com marretas arrombaram o portão da escola chamando os estudantes de “vagabundos” e “arruaceiros”. “Eles invadiram a escola, agrediram e empurram os menores de idade, e utilizaram spray de pimenta contra agente”, disse a estudante Elaine Nunes, que é uma das coordenadoras da ocupação.

 

Durante a ação policial conjunta com a direção da escola estava presente o presidente da UMES, Marcos Kauê, que foi agredido ao se opor a violência dos supostos pais e policiais, que ao entrarem na escola derrubaram uma mesa no chão, a agressão ocorreu quando Kauê foi levantar a mesa derrubada pelos policiais, como é possível ver no vídeo acima. “Ninguém conhecia nenhum dos pais responsáveis por arrombar o portão. E é muito estranho que um dia antes dessa ação, a diretoria tenha ligado para os pais para convoca-los para fazer a matrícula de seus filhos. Eles arrombaram com marretadas, que pais vem fazer matrícula com marretas? Arrombaram o portão com consentimento dos policiais, eles entraram juntos empurrando e batendo nos alunos, jogando spray de pimenta em todos que resistiam”, denunciou Kauê, poucos minutos depois de ser agredido pelos policiais.

 

Momentos antes da invasão policial a ocupação do Mazé

 

“Os policiais nem mesmo estavam com sua identificação, todos os alunos estão muito assustados. É dessa forma que Alckmin quer educar a juventude? Fechando escolas e utilizando a política do medo e da violência contra crianças e adolescentes que estão lutando para poder estudar? Que lutam para impedir que escolas sejam fechadas, alunos que estão lutando para se formar na escola que escolheram?”, indagou Kauê.

 

O mesmo estava acontecendo com a escola Dep. João Doria, zona leste, enquanto escrevíamos esta matéria, onde diversos policiais invadiram a escola. Na zona sul, no Paraisópolis, as escolas Etelvina e Maria Zilda passaram pelo mesmo problema. “A direção de ambas as escolas está há alguns dias ligando para os pais dos alunos, e contrataram carros de som para divulgar a suposta matrícula hoje. Porém quando os pais chegaram na escola e viram um monte de policiais, logo se voltaram contra a ação da diretoria e apoiaram a ocupação dos estudantes contra o fechamento das escolas e o fim dos ciclos”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES pela região sul. A ocupação da escola Prof. Eulália Silva também foi vítima de uma tentativa policial para por fim a ocupação.

 

Ainda na madrugada de terça, a E. E. República do Suriname também foi invadida ilegalmente pela polícia, que mais uma vez contrariou a decisão do Tribuna de Justiça. Neste caso a escola foi invadida com o apoio do marido da diretora da escola que agiu em conjunto com os policiais.

 

Vídeo mostra policiais e membros da direção da E. E. República do Suriname 

arrombando o portão da escola ocupada

 

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