Eu quero outra escola!
A mesa que discutiu educação durante o 25° Congresso da UMES, realizado quinta (2), reuniu centenas de estudantes que incisivamente condenaram a aprovação automática, a reorganização para fechar escolas, os cortes do governo federal na educação e a falta de merenda. Foi um debate muito importante que além de consolidar o programa de educação da UMES para os próximos dois anos, contou com a visita do prefeito Fernando Haddad, que saudou o congresso e reafirmou o seu compromisso com os estudantes.
Abrindo a discussão de Educação, o então presidente da UMES, Marcos Kauê o atual estado de crise na educação. “Hoje o debate sobre acesso a universidade pública se tornou mais difícil. Com os governos cortando da educação, voltamos à realidade de que sem cursinho os estudantes da rede pública não entram mais na universidade”.
Após estabelecida a mesa de debate, a primeira a falar foi Iva Mendes, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que condenou os cortes que basicamente boicotaram o Plano Nacional de Educação (PNE). Em seguida falou Naiara do Rosário, professora da Rede Emancipa, que também denunciou os cortes e afirmou a necessidade da luta pelo direito a educação pública de qualidade.
O presidente da UPES, Emerson Santos (Catatau), concordou com todos os debatedores anteriores e ressaltou a importância do combate ao governo Temer, sem se esquecer das ocupações que dobraram o governo Alckmin, o forçando a recuar do fechamento de 94 escolas ano passado, ou da recente abertura da CPI da merenda.
“Hoje somos obrigados a estudar em uma escola precarizada que não ensina, alimenta ou protege”, afirmou o então vice-presidente da UMES, Tiago Cesar, que incendiou o plenário. Situação que piora na medida que chega a hora da juventude ir para universidade, sobretudo, pública. “A entrada na universidade é um funil que deixa de fora os estudantes da escola pública”.
Durante a fala de Tiago o prefeito chegou ao congresso, e após passar pelos delegados, depois de algumas fotos e pequenos bate-papos, os saudou e recebeu da UMES uma homenagem pela implementação do passe-livre. “Eu sei que ainda tem muita coisa para fazer. Mas é um grande começo. Você começar por 620 mil pessoas que gastavam mil reais por ano, pelo menos mil reais por ano, eles oneravam o orçamento familiar”, comemorou Haddad.
Já finalizando, Gabriel Alves, presidente da Juventude Pátria Livre, denunciou o atual estado caótico da educação, fruto da política de cortes dos governos federal e estadual, porém lembrando aos estudantes toda a sua força e capacidade. “Os estudantes de São Paulo derrubaram o secretario de educação com as ocupações. Agora precisamos ir pra rua pra tirar o Alckmin e o Temer”, apontou.
Pouco antes do encerramento do debate, para dar início a plenária final, ainda falou a presidente da União Brasileira dos Estudantes (UBES), Camila Lanes. Para ela é preciso construir grêmios livres para lutar contra os ladrões da merenda, diretores ditadores e contra os governos que colocam a polícia para bater nos estudantes.
Logo em seguida foi a vez do candidato Caio Guilherme, que encerrou a discussão saudando a todos os estudantes e afirmando que a plataforma de luta da entidade pelos próximos dois anos dever ser o fim da aprovação automática, a defesa dos recursos da educação e a punição dos ladrões da merenda.
“Não vamos admitir que o país fique como está”, falou em meio a palavras de ordem, ao condenar Temer pela continuidade do ajuste de Dilma, ou o governo Alckmin pelo fechamento de escolas ou roubo da merenda. Enquanto Caio falava os delegados cantavam: “UMES pra frente, Caio presidente”. “A gestão que sai hoje, , prosseguiu Caio, fez muita coisa: Derrotou a reorganização de Alckmin, conquistou o passe-livre… E nós vamos seguir nessa luta pela educação pública”.
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