Bancada de Alckmin faz debandada estratégica da CPI da Merenda, que é adiada mais uma vez
Deputados que apoiam o governo Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa de São Paulo e integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a máfia da merenda no governo e prefeituras de São Paulo, abandonaram o plenário durante o depoimento de Marilena de Lourdes Silva, na quarta-feira (9). A retirada da bancada governista aconteceu pelo segundo dia seguido.
Marilena é ex-diretora de um órgão da secretaria de Educação que barrou contratos da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) com a pasta. A Cooperativa é investigada pelo Ministério Público por ter formado uma rede de propina para obter contratos junto a prefeituras e ao governo do estado para vender o suco de laranja orgânico para a merenda.
Marilena disse que recebeu várias ligações de Jeter Rodrigues, ex-assessor do deputado Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa, pedindo que os contratos da Coaf fossem viabilizados. Ela interrompeu a participação da Coaf nos contratos em 2013. Dois ex-assessores de Capez são investigados pelo Ministério Público por supostamente terem recebido recursos ilícitos no esquema. O deputado nega as acusações e disse que nunca teve relações com a Coaf.
Por conta da ausência dos deputados, a CPI foi adiada por mais 30 dias. Além de Marilena, mais dois ex-funcionários do pasta prestarão depoimento. Marilena afirmou que se sentiu frustrada com a situação da retirada dos parlamentares durante o depoimento.
A bancada do governo disse que deixou o plenário porque a oposição estava procurando “coisas pequenas” no depoimento dela. Já a oposição disse que buscava se aprofundar nas investigações.
Fonte: Hora do Povo (Foto: Fernando Martins/Jovem Pan)
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!