Clássicos do Mosfilm são destaque na plataforma “Belas Artes à La Carte”
A plataforma de streaming “Belas Artes à La Carte” está com sua programação aberta até o próximo dia 15 de abril.
Criada pelo tradicional Cine Petra Belas Artes, a plataforma apresenta ao público clássicos de diferentes épocas e nacionalidades, que podem ser assistidos por todos em suas residências, o que é fundamental em meio à pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Os clássicos do cinema soviético e russo do Estúdio Mosfilm, que são distribuídos no Brasil pelo CPC-UMES Filmes, fazem parte do acervo do “Belas Artes à La Carte”. Ao todo, 10 títulos de diferentes períodos do cinema podem ser assistidos na plataforma.
O jornalista Rafael Argemon, do portal “Huffpost Brasil”, elaborou uma lista com 10 filmes imperdíveis no “Belas Artes a La Carte”. Da sua lista, dois títulos “Vá e Veja”, de Elem Kimov e “Stalker”, de Andrei Tarkovsky são do Mosfilm.
Veja abaixo a publicação de Rafael Argemon:
10 filmes imperdíveis para ver de graça no Belas Artes À La Carte
Streaming da sala de cinema de São Paulo foi liberado até o dia 15 de abril.
Recheado de clássicos e cults, o serviço de streaming da tradicional sala de cinema paulistana, o Belas Artes À La Carte, que normalmente cobra uma mensalidade de R$ 10,90, liberou seu catálogo de graça para todo mundo até o dia 15 de abril.
Veja nossa lista aqui:
Vá e Veja (1985)
Sinopse: Na rural Bielorrússia de 1943, o jovem e inocente camponês Florya (Aleksei Kravchenko) acaba se juntando a um grupo de guerrilheiros anti-nazistas meio ao acaso. Deixado para trás, ele acaba voltando a seu vilarejo, mas encontra o local totalmente destruído e todos os moradores massacrados por tropas nazistas. Perturbado com o fato, ele passa a vagar sem rumo pela região, testemunhando ainda mais atrocidades.
Por que ver: Poucas vezes os horrores da guerra foram tão bem retratados como nesse filme do soviético Elem Klimov. Algumas cenas são tão impactantes que o diretor confessou ter usado os serviços de um terapeuta para hipnotizar seu protagonista, o garoto Aleksei Kravchenko.
Trono Manchado de Sangue (1957)
Sinopse: Após defenderem seu senhor em uma batalha, Taketori Washizu (Toshirô Mifune) e Yoshiteru Miki (Akira Kubo) cruzam no caminho para casa com um espírito que prevê Washizu assumindo o trono, mas que logo será substituído pelo filho de Miki. Washizu fala sobre o tal encontro com a esposa, lady Asaji (Isuzu Yamada). A partir daí, ela convence o marido a matar seu senhor, assumir o trono e eliminar todos que ameacem sua posição.
Por que ver: Entre as famosas adaptações de Shakespeare pelo cineasta japonês Akira Kurosawa, Trono Manchado de Sangue – que transporta a famosa peça Macbeth para o Japão feudal – é considerada por muitos críticos como a melhor delas.
Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia (1977)
Sinopse: No Rio de Janeiro da década de 1960, um notório assaltante de bancos chamado Lúcio Flávio (Reginaldo Farias) é perseguido e capturado pelo delegado Dr. Bechara (Ivan Cândido) depois de um roubo em uma cidade do interior carioca. Ajudado por Moretti (Paulo César Pereio), um policial corrupto ligado ao Esquadrão da Morte, a escapar, Lúvio resolve largar a vida de crimes e foge para Belo Horizonte com sua esposa Janice (Ana Maria Magalhães). Mas ele sabe demais e está marcado para morrer.
Por que ver: Além de ser um grande filme, o segundo longa de Hector Babenco é impressionantemente atual. Para quem quer entender as origens do que hoje é a milícia carioca…
Era uma vez em Tóquio (1953)
Sinopse: Após 20 anos sem ver os filhos, um casal de idosos viaja da interiorana Onomichi a a capital Tóquio para visitá-los, mas são recebidos com indiferença por quase todos. A única que lhes dá atenção e uma nora, viúva de um dos filhos do casal, que morreu na Segunda Guerra Mundial. Porém, quando a mãe adoece, os filhos resolvem confortá-la.
Por que ver: Uma ótima oportunidade para ver a obra-prima do mestre do cinema japonês Yasujiro Ozu. Era uma vez em Tóquio é o seu mais belo e sensível melodrama.
Ser ou não Ser (1942)
Sinopse: Na Polônia ocupada pelos nazistas, Josef Tura (Jack Benny), diretor de uma companhia de teatro resolve, junto com sua esposa, a atriz Maria (Carole Lombard), a ajudar a resistência polonesa. Para tal, eles utilizam suas habilidades artísticas e, junto com outros atores da companhia, se fazem passar por agentes da Gestapo, o serviço de inteligência nazista. Mas Maria acaba sendo capturada e Josef bola um plano mirabolante para libertá-la.
Por que ver: Com seu talento absurdo para a comédia, o alemão Ernest Lubitsch abriu as portas de Hollywood para uma geração de excelentes diretores que fugiram do nazismo. Ser ou não Ser é um de seus muitos filmes cheios de charme e bom-humor.
Em Chamas (2018)
Sinopse: O jovem entregador Jong-soo (Yoo Ah-In) acaba reencontrando por acaso Hae-mi (Jeon Jong-seo), uma amiga de infância que vivia no mesmo vilarejo que ele. Os dois acabam saindo e passam a noite juntos. No entanto, ela está com uma viagem marcada para a África e pede para Jong-soo cuidar de seu gato enquanto estiver fora. Uma semana depois Hae-mi volta de viagem e pede para ele pegá-la no aeroporto. Quando chega lá, Jong-soo é surpreendido ao vê-la com Ben (Steven Yeun), um jovem rico e misterioso que parece ter um relacionamento com Hae-mi.
Por que ver: Um ano antes da explosão de Parasita e, por consequência, do cinema coreano, Chang-dong Lee fez essa incrível adaptação de um conto do também excelente escritor japonês Haruki Murakami. Um thriller esquisito e irresistível.
Metrópolis (1927)
Sinopse: No ano de 2026, a realidade de Metrópolis, cidade governada por Joh Fredersen (Alfred Abel), é a de poderosos vivendo na superfície e os operários trabalhando quase como escravos no subsolo. Freder (Gustav Fröhlich), filho de Joh, leva uma vida tranquila em uma área restrita chama Jardim dos Prazeres até conhecer Maria (Brigitte Helm), a líder da classe trabalhadora. Paralelamente a isso, o inventor Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), que trabalha para Joh, cria um robô que em breve provará que Metrópolis não precisará mais de mão de obra humana para funcionar.
Por que ver: Um clássico dos clássicos da ficção científica que você tem de ver pelo menos uma vez na vida. Mesmo sendo ainda da era do cinema mudo, Metrópolis, do gigante Fritz Lang, tem efeitos especiais feitos com muita inventividade que ainda impressionam.
As Diabólicas (1955)
Sinopse: Cansada de aturar os desmandos de seu marido, o violento Michel Delassalle (Paul Meurisse), Christina (Vera Clouzot) se alia a Nicole (Simone Signoret), amante de Michel, para matá-lo.
Por que ver: Um dos grandes filmes de Henri-Georges Clouzot, o “Hitchcock francês”, esse thriller de gelar a espinha não fica devendo em nada aos melhores títulos do mestre do suspense britânico.
Quando Chega a Escuridão (1987)
Sinopse: Em uma noite qualquer, o jovem cowboy Caleb Colton (Adrian Pasdar) conhece a bela Mae (Jenny Wright) e acaba sendo mordido por ela e transformado em um vampiro. Sem saber o que fazer, ele acaba se juntando a um grupo de vampiros sanguinários que vagam pelo interior dos Estados Unidos em uma grande van, fazendo vítimas por onde passam. Mas Caleb não está disposto a compactuar com a crueldade do bando.
Por que ver: Segundo longa de Kathryn Bigelow, primeira e (ainda!) única mulher a ganhar um Oscar de Melhor Direção, Quando Chega a Escuridão é um daqueles cults que subvertem um subgênero manjado com ideias bem originais. Pena que anda meio esquecido.
Stalker (1979)
Sinopse: Em país não identificado, a queda de um meteorito criou uma área chamada A Zona, onde as leis da física não se aplicam. Rumores indicam que lá existe um quarto onde todos os desejos são realizados. Um escritor e um cientista querem comprovar essa lenda, mas a Zona é vigiada pelo governo. Para chegar lá, eles contratam um Stalker, como são chamados os guias clandestinos que conseguem infiltrar pessoas não autorizadas no local.
Por que ver: Baseado no clássico ficção científica soviética Piquenique na Estrada, de Arkádi Strugátski, Stalker é um dos mais profundos e visualmente impressionantes filmes de Andrei Tarkovsky. Uma das produções mais influentes e cultuadas por cineastas do mundo todo até hoje.
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