UMES e Secretário de Educação vistoriam escola e debatem as condições para o retorno seguro dos estudantes
Ao centro, o secretário de Educação de SP, Rossieli Soares, e Lucas Chen, presidente da UMES – Foto: UMES
Nesta quarta-feira, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES) e o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, realizaram uma visita surpresa à Escola Estadual Eliza Raquel, na zona leste da capital paulista, com o objetivo de averiguar se os protocolos de segurança contra o coronavírus estão sendo respeitados.
De acordo com o presidente da UMES, Lucas Chen, os principais pontos a serem discutidos nessa volta às aulas segura para todos os membros da comunidade escolar são que a infraestrutura da escola esteja compatível para garantir as medidas de segurança, além do uso de máscaras e o distanciamento social.
Desde a semana passada, a entidade vem realizando visitas às escolas da cidade de São Paulo, para averiguar as condições em que elas se encontram.
“Nesta visita surpresa à E.E. Elisa Raquel ficamos muito satisfeitos com as condições de infraestrutura que vimos. No período em que a escola ficou fechada, ela passou por uma grande reforma. É outra escola. Os protocolos foram atendidos, há grande nível de organização que é garantido pela diretoria, professores e estudantes”, destacou Chen.
A equipe da Secretaria de Educação também participou da visita, que só foi informada à gestão escolar 10 minutos antes da chegada, com o objetivo de ver as condições reais nas quais estão os estudantes.
“O secretário Rossieli se mostrou aberto ao diálogo e disposto ao ouvir as críticas e as contribuições dos estudantes e dos professores. Pela primeira vez, passamos em sala de aula e também na sala de professores junto a um secretário para poder dialogar de forma séria sobre a qualidade da Educação”, disse o presidente da UMES.
O governo estadual anunciou recentemente a criação de um Comitê de Saúde para esta reabertura das escolas. O estado também pretende estabelecer o atendimento psicológico para estudantes que foram afetados pela pandemia.
Segundo Chen, o canal de diálogo com a secretaria permanece aberto. “Realizaremos outras reuniões para discutir as questões de segurança e também vistoria em escolas em que detectarmos problemas.
REFORMAS
O líder estudantil explicou que as reformas realizadas a partir do Programa Dinheiro Direto na Escola, do governo estadual, estão transformando as unidades de ensino.
“Na maioria das escolas que visitamos desde a semana passada, os protocolos estão sendo cumpridos. Se por um lado estudantes estavam em casa nas aulas virtuais, as escolas estavam sendo reformadas”.
Ele usou ainda o exemplo do Elisa Raquel, que recebia R$ 5.700 ao ano como verba para manutenção, e entre 2019 e o início de 2021, chegou a R$ 500 mil investidos. “A escola está limpa e organizada. Os banheiros funcionando e álcool em gel nos corredores tornou-se regra. Ficamos muito felizes com o que vemos”.
Chen ponderou que ainda existem muitos colégios com problemas. Mas afirmou que o secretário de Educação se mostrou receptivo para atender as demandas apresentadas.
“Ainda temos escolas com muitos problemas, inclusive com suspeitas de casos. Nesses casos precisamos dedicar mais atenção”, disse o presidente da UMES.
Sobre os casos suspeitos de contágio, Rossieli Soares disse que as secretarias de Educação e de Saúde realizarão testagem dirigida, com aqueles que tiveram contato com o suspeito de infecção e essas pessoas serão isoladas.
DESAFIO
Chen destaca que o grande desafio pedagógico no próximo período será compensar “um 2020 onde não houve aula”. “A maioria dos estudantes passou por grandes dificuldades para assistir as aulas virtuais. Muitos sequer conseguiram acessar as plataformas. As condições de aprendizagem ficaram muito defasadas e temos muitos estudantes se formando sem condições de realizar as operações básicas de Matemática, ou conhecimento do Português”.
Segundo ele, a preocupação agora é como recuperar o tempo perdido ao mesmo tempo em que avançamos com o conteúdo no ano de 2021.
TECONOLOGIA
O governo de São Paulo anunciou que todas as escolas receberão um “Kit Tecnologia”, para atualizar o sistema às redes nas unidades escolares. Ao todo, serão distribuídos 269 mil notebooks, 87 mil desktops, 61 mil kits do Centro de Mídias (kit com TV, suporte, estabilizador etc), 5,2 mil carrinhos tecnológicos (plataforma de carregamento móvel), 65 mil kits wi-fi com roteador e 3,5 mil tablets educacionais para escolas com alunos portadores de necessidades especiais.
O Estado também anunciou outras ações que visam melhorar a conectividade dos alunos e professores da rede estadual como a distribuição de 750 mil chips de telefone celular para alunos, professores e servidores da rede estadual. Serão 250 mil unidades mensais destinadas a professores e servidores, com 5 Gigas de internet, além de acesso a ligações e mensagens de SMS. Os 500 mil chips mensais para os alunos terão 3 Gigas e vão atender estudantes mais vulneráveis.
SEGURANÇA
Lucas destaca ainda que o que se está vendo nas escolas da capital paulista é uma verdadeira empolgação na volta às aulas, tanto de alunos quanto de professores. Em alguns casos, as direções das escolas estão precisando agir para garantir o limite de 35% dos alunos no mesmo período.
“Há um esforço dos estudantes e dos grêmios estudantis em garantir as condições de segurança. A maioria está cumprindo os protocolos, respeitando o distanciamento. A greve chamada pelos sindicatos de professores do estado de São Paulo não teve adesão da base e o que vemos são professores empolgados em retornar ao seu ambiente de trabalho”.
“O principal para esse momento é uma integração entre estudantes, professores e as gestões estadual e municipal para garantir o retorno seguro e atender as necessidades causadas pela pandemia, principalmente a desigualdade financeira, com o aumento do desemprego e a fome que ronda muitas famílias pobres. A pandemia não passou, os problemas permanecem”.
“Precisamos fazer com que as escolas sejam referência para essas famílias. O isolamento social está muito baixo na nossa cidade e, se os estudantes não estão na escola, estão em algum outro lugar. Precisamos proteger àqueles que estão expostos às situações de vulnerabilidade e à violência. O que tem se provado é que a escola é um ambiente seguro para proteger os estudantes”, pontuou.
“A molecada está feliz de retornar às aulas, tem sentido a diferença entre o ensino virtual e as aulas presenciais. Tem sido emocionante ver os estudantes voltando ao seu lugar. O abraço vai ficar para depois que a pandemia passar”, finalizou o presidente da UMES.
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