AI-5 NUNCA MAIS – Ato em defesa da democracia é realizado em São Paulo
Mesmo sob forte chuva, milhares de pessoas participaram do ato na capital paulista – Fotos: Maiakovski Pinheiro/UBES
Milhares de pessoas protestaram em São Paulo, na última terça-feira (5), contra as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O ato convocado pelas entidades estudantis reuniu milhares de pessoas no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista. O protesto contou com participação de dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais e de moradia.
Em entrevista, o filho “03” de Bolsonaro ameaçou decretar um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) no Brasil como uma “resposta” caso aconteçam manifestações populares contra o governo como no Chile.
O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), destacou que “o AI-5 da ditadura militar não foi contra a esquerda, mas contra toda a democracia. Fechou o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, institucionalizou a perseguição política e a censura”.
Chen destacou que depois do AI-5, a repressão contra a população aumentou com prisões injustificadas, tortura e morte dos que discordavam da ditadura militar.
“É por isso que repudiamos qualquer ameaça do clã de Bolsonaro à democracia”, ressaltou.
“Nossas manifestações de hoje, que estão acontecendo em diversas cidades, são para deixar claro que a família Bolsonaro está indo longe demais. Na democracia não encostarão um dedo sequer”, destacou o líder estudantil.
Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, “as manifestações de rua se somam aos partidos, entidades e movimentos sociais que repudiaram as ameaças de Eduardo Bolsonaro à democracia”.
Iago afirmou que “o repúdio às ameaças do Eduardo e os ataques de Jair à democracia foi amplo e plural. Partidos de direita e de esquerda, ministros do STF, entidades importantíssimas como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), todos mostraram que o povo brasileiro está disposto a fazer de tudo para garantir suas liberdades democráticas”.
“Estamos aqui dizendo não a todo o projeto de Bolsonaro e Guedes. Um projeto que entrega nossas riquezas, como o petróleo, que é antipopular, por tirar direitos dos trabalhadores e os deixar em uma situação cada vez mais precária, e que é antidemocrático, já que a cada instante eles atacam uma instituição democrática diferente”, continuou.
Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), “Jair Bolsonaro ter dito que seu filho está apenas ‘sonhando’ quando fala de um novo AI-5, sem qualquer tipo de repúdio ao conteúdo da fala, mostra que ele é conivente”.
“Um presidente com o mínimo de sanidade e que defendesse o estado democrático de direito teria condenado uma fala como a de Eduardo Bolsonaro, tivesse ela saído da boca de qualquer parlamentar”.
Gorki acredita que “o povo brasileiro precisa tomar muito cuidado e estar firme na luta para que as ameaças da família Bolsonaro à democracia não saiam da oratória”.
O diretor de Universidades Públicas da UNE, Guilherme Bianco, disse que “esses ataques à democracia ficam mais intensos e frequentes com o crescimento do repúdio à política neoliberal de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Não dão resposta ao problema do desemprego, retiram direitos e leiloam nosso petróleo. Ao lado disso está a perda de apoio no parlamento, seja por essa política que tentam aplicar ou pelos desentendimentos dentro do próprio partido”.
“É importante entender que uma ditadura somente serviria para empurrar goela abaixo uma política que o povo rejeita, e o povo tem rejeitado toda essa política entreguista”, completou.
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