5-8-16 Marina Cintra

Dia do Estudante é dia de luta! 11 de agosto, às 8 horas no MASP

 5-8-16 Marina Cintra

Gabriel Medeiros, do grêmio da escola Domingos Quirino, mobilizando para o Dia do Estudante

 

No próximo dia 11 de agosto os estudantes de São Paulo realizarão uma ampla mobilização em defesa da educação e do Brasil. Exigindo novas eleições presidenciais para por um fim a crise do país, assim como aos massivos cortes que tem desmontado ainda mais a educação, a diretoria da UMES está concentrada mobilizando os estudantes das escolas da cidade.

Para Leticia Kielblock, diretora da região oeste a “manifestação do dia do estudante será muito importante para denunciar a política de Dilma e Temer que dizem que governam para o povo, mas que sabemos que governam apenas para os bancos. No dia do estudante vamos dizer não aos governos Dilma e Temer que colocaram o Brasil na UTI, mas que também somos contra a aprovação automática, que deixa aluno avançar de série sem aprender conteúdo. Vamos dizer bem alto que não aceitamos político roubando merenda enquanto há crianças passando fome, sem merenda nas escolas”.

 

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1-8-16 Banner 11 DE AGOSTO 2016

 

“Essa juventude é a juventude que vai tirar Michel Temer, Dilma Rousseff ou qualquer político inimigo do povo e da educação, por isso, é importante cada estudante se indignar e ir pra rua, mostrar sua voz, e mostrar que Dilma e Temer não representam os estudantes, e que queremos novas eleições”.

Ao tratar do projeto conhecido como Lei da Mordaça, Leticia explicou que é mais uma tentativa de alienar ainda mais a juventude. “Impedir o professor de debater política na sala de aula, que é o lugar onde devemos nos tornar cidadãos críticos, é simplesmente colocar uma mordaça nos estudantes e nos seus professores. Por isso nesse Dia do Estudante vamos mostrar que somos contra o projeto ‘Escola Sem Partido’, porque o professor deve sim formar cidadãos críticos dentro da escola”.

 

5-8-16 plenaria

 

A diretora do departamento feminino da UMES, Bianca Antonini, reforçou a convocação afirmando que a manifestação não vai aliviar para o governo de São Paulo. “Estamos indo às ruas para também denunciar o governo do Alckmin que não investe em nossa educação. Com a gestão tucana nossos professores são mal pagos, não são valorizados e com a aprovação automática a situação fica pior”.

Bianca também denunciou a lei da mordaça, que tramita no congresso nacional e na Alesp. “A ideia da escola sem partido é tirar cada pedacinho crítico que possa surgir nos estudantes. Eles perceberam que depois das ocupações não vamos mais ficar calados com as injustiças, estamos organizados. Mas esse projeto vem para desunir e tirar a discussão das escolas, que já não têm quadra, sala se informática ou laboratório. Não aceitamos mais isso, que venha o dia do estudante e que eles sintam nossa força!”

 

5-8-16 Dilma

Dilma Rousseff contraria Lula e diz que o PT roubou

5-8-16 Dilma

 

Só ela é a única honesta no pedaço. Nunca erra e só o PT é que tem de fazer autocrítica

 

Disse a presidente afastada Dilma Rousseff: “o PT precisa passar por uma grande transformação. Primeiro, uma grande transformação em que se reconheça todos os erros que cometeu do ponto de vista da questão ética e da condução de todos os processos de uso de verbas públicas”.

O PT não era aquele partido que estava sendo perseguido pelo juiz Moro? Não era aquele partido que, segundo Lula e outros petistas, tinha uma ética impecável, uma honestidade nunca dantes vista e um caráter sem jaça? Não era aquele que, segundo Lula, “nunca traiu seu compromisso com as camadas pobres da população”? Há sete dias, o mesmo prócer petista considerou a Lava Jato “uma política premeditada de criminalização do PT”.

Pois Dilma disse, em entrevista à Fórum, que o PT “cometeu erros” na ética, na “condução de todos os processos de uso de verbas públicas”.

Ou seja, roubou dinheiro público, dinheiro do povo. O que ela disse, não pode ter outro significado.

Então, o juiz Moro está apenas cumprindo com a sua função de punir meliantes, colocando ladrões (e ladrões que roubaram todo o povo brasileiro) na cadeia. Portanto, segundo Dilma, quem está tentando “criminalizar” Moro é Lula.

LÓGICA

Como a lógica (isto é, a coerência e a integridade) não é o forte desse pessoal, vejamos outra hipótese: talvez Dilma defenda que os ladrões devem ser condecorados, ao invés de presos. Mas, nesse caso, ela não estaria propondo que o PT reconhecesse que roubar dinheiro público foi um “erro” (não foi um crime; para Dilma, foi somente um “erro”. Como é isso? Ora, leitor, foi “erro” por ter sido descoberto).

É verdade que, depois de dizer que “o PT precisa passar por uma grande transformação”, que o PT precisa “reconhecer todos os erros que cometeu do ponto de vista da questão ética e da condução de todos os processos de uso de verbas públicas”, Dilma também diz que “não é possível supor que se confunda o erro individual das pessoas, que são passíveis de errar, com uma instituição. (…) As pessoas é que têm que fazer suas autocríticas”.

Trata-se de uma nova versão do ignóbil mote “as pessoas têm que ser punidas e não as empresas” – que Dilma lançou para acobertar a Odebrecht e outros antros de corrupção.

Se no caso das empresas isso era coisa de escroque – pois é óbvio que as empresas são organizações formadas por pessoas e não há como punir ladrões sem punir as suas empresas, ou seja, sem punir as empresas que roubaram – no caso do PT isso é coisa de débil mental, pois não há ninguém que não veja que as “pessoas” (sobretudo aquelas que mandam no PT) constituem o partido. O desastre eleitoral do PT, que se avizinha, é a maior prova de que não existem enganados, no Brasil, a esse respeito – exceto os que gostam de viver do engano. Pensando bem, nem esses.

Dilma é uma pessoa muito categorizada para dizer que o PT roubou – ninguém sabe disso melhor que ela, principal beneficiária do roubo, e, além, presidente do Conselho da Petrobrás (e ministra das Minas e Energia e da Casa Civil) durante a maior parte do tempo em que os senhores Vaccari, Duque, Barusco e Paulo Roberto Costa enchiam a mão, os bolsos e outros órgãos com as propinas da Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correa, OAS, Queiroz Galvão, etc., para assaltar a Petrobrás.

Parte desse dinheiro foi para contas em bordeis fiscais, para coleções de quadros falsificados, para edifícios horríveis na Barra da Tijuca ou para passeios em algum fim de mundo, tipo Orlando.

Mas a principal parte da propina agasalhada pelo PT e seus aliados foi para eleger candidatos através de uma fraude eleitoral pior que aquela dos coronéis da República Velha – esse foi o principal motivo do aumento no preço das campanhas: os gastos eleitorais aumentaram 571,69% entre 2002 e 2014. Passaram de R$ 678.481.566,99 (678 milhões, 481 mil, 566 reais e 99 centavos), em 2002, para R$ 4.557.310.095,92 (quatro bilhões, 557 milhões, 310 mil, 95 reais e 92 centavos), em 2014.

Essas são, evidentemente, apenas as despesas declaradas oficialmente, sem contar o que se passou “por fora”, como é exemplo os milhões de dólares recebidos pelo marketeiro de Dilma, João Santana.

Em suma, para usar o idioma nacional popular: avacalharam com a democracia no país, através do mais deslavado abuso do poder econômico, com a quase completa interdição das candidaturas populares, sem condições de enfrentar esse massacre – e, suprema infâmia, estabeleceram essa ditadura eleitoreira sobre a Nação, usando o dinheiro do próprio povo, roubado da Petrobrás (e não apenas da Petrobrás).

É por isso que é tão repugnante ouvir Dilma dizer que “não há hipótese de retomada do caminho democrático sem minha volta”. Porque, ainda que intuitivamente, todo mundo sabe que foi pisando em cima da democracia, que ela foi reeleita.

E para que essa ditadura eleitoreira do poder financeiro e da ladroagem?

Para perpetrar o maior estelionato eleitoral que o país já viu, em que, três dias após as eleições, os juros foram aumentados – e, nos meses seguintes, quatro milhões de trabalhadores seriam demitidos; os salários daqueles que continuaram empregados caiu, em média, 10%; centenas de milhares de empresas (e isso não é força de expressão) seriam fechadas; as verbas públicas seriam estranguladas; e a comida na mesa do povo seria confiscada para ser entregue, sob a forma de juros, a uma trupe de parasitas – bancos, fundos, gente que não trabalha e engorda financeiramente à custa da miséria dos brasileiros.

Ainda por cima, legou ao país o sr. Temer, que Dilma adora esquecer que somente é presidente interino porque ela o escolheu, ou aceitou, como vice-presidente – e, sem dúvida, não foi para fazer uma política progressista que ela preferiu se acumpliciar com Temer.

INEPTA

Nem agora, com o país na pior crise desde o início do século XX, ela se arrepende: sua defesa na comissão do impeachment é um elogio alucinado dessa política. Por ela, sabemos que Dilma não errou – aliás, ela nunca erra. Sempre são os outros que erram. Por isso é que as coisas não dão certo.

Que Dilma, agora, confesse que o PT roubou – e só agora, quando até a ONU já sabe disso – não é um espanto. Nessa hora, é claro, o PT não é ela. O PT são os outros. Inclusive o Lula. Mas, ela, jamais.

No entanto, quem fiscalizava a diretoria da Petrobrás?

Nem mesmo quando ela substituiu a diretoria, para colocar na presidência da estatal uma inepta – sem a menor condição de dirigir a Petrobrás, tendo por única credencial a sua intimidade com Dilma – não apareceu o poço de corrupção, que a Polícia Federal já calculou em R$ 40 bilhões.

Como é possível?

A resposta lógica é porque Dilma fazia parte da quadrilha. Ou, em termos, digamos assim, mais suaves, mas que querem dizer a mesma coisa: interessava a Dilma que o roubo continuasse. Senão, como poderia pagar tanto ao seu marketeiro?

Dilma, em 2003, quando ministra das Minas e Energia, nomeou João Vaccari para o bem remunerado Conselho de Itaipu. Alguém acredita que Vaccari passava milhões de dólares das propinas que o PT recebia para o marketeiro de Dilma, sem haver uma ordem para isso?

Quem poderia dar essa ordem? Segundo Dilma, ela mesma (“eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana” – se era assim com o caixa um, por que o caixa dois seria diferente?).

Fonte: Carlos Lopes da Hora do Povo

 

3-8-16 De crápula a herói

Assista o filme “De Crápula a Herói”, de Roberto Rossellini, na Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

3-8-16 De crápula a herói

 

Na próxima segunda (8), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresentará o filme “De Crápula a Herói”, de Roberto Rossellini (1945). Aproveite, só na UMES você confere o melhor do cinema com entrada franca!

 

A sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

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 DE CRÁPULA A HERÓI, de Roberto Rossellini (1945, ITÁLIA, 138 min.

 

SINOPSE

Durante a 2ª. Guerra Mundial, na Itália ocupada (setembro de 1943 a junho da 1944), Emanuele Bertone, um vigarista que se faz passar por coronel do exército, explora seus compatriotas com a promessa de interceder por seus familiares presos pelos alemães, em troca de uma módica quantia. Um dia, ele é denunciado e condenado à morte. Para se salvar, aceita passar-se pelo general Della Rovere, líder da Resistência, visando se infiltrar no movimento e descobrir os inimigos do Reich.

O filme foi vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza (1959).

 

O DIRETOR

Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendadas pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em jumhp de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.

 

Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960),

Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972), “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).

 

ARGUMENTO ORIGINAL: Indro Montanelli (1909-2001)

Indro Montanelli nasceu em Milão e se formou em Direito pela Universidade de Florença. Trabalhou como jornalista e autor de livros de História. Escreveu nos maiores jornais da Itália, como Il Corriere della Sera e Repubblica. Tem entre seus trabalhos doze peças teatrais. Em sua filmografia estão os argumentos de “Tombolo, Paradiso Nero” (Giorgio Ferrone, 1947), “De Crápula a Herói” (Roberto Rossellini, 1959), “I Sogni Muoiono All’Alba” (Mario Craveri e Enrico Gras, 1961).

O roteiro da adaptação cinematográfica de “De Crápula a Herói” tem a assinatura de Sergio Amidei e Roberto Rossellini.

 

MÚSICA ORIGINAL: Renzo Rossellini (1908-82)

Romano como seu irmão Roberto, Renzo Rossellini foi compositor e critico musical. Estudou no Conservatório de Santa Cecília. No ano de 1946 fundou a União Nacional dos Músicos. Em 1970 assumiu a direção da orquestra da Ópera de Monte Carlo.

Compôs vários balés, cantatas, oratórios, sinfonias, peças de música de câmara, canções e quatro óperas. Entre seus mais de 100 trabalhos para cinema estão as trilhas dos filmes do irmão, até o final dos anos 50. Compôs também para Mario Soldati (“Eugenie Grandet”, 1946), Giuseppe Amato (“Mulheres Poibidas”, 1954) e Dino Risi (“O Signo de Vênus”, 1955).

 

3-8-16 Mordaça

Calar professores busca aprofundar sucateamento da educação

3-8-16 Mordaça

“O projeto de lei que tenta inserir na LDB (Lei de Diretrizes e Bases) o programa ‘Escola Sem Partido’ é inconstitucional porque acaba com a liberdade de cátedra. Na verdade esta é uma proposta neoliberal que se soma ao sucateamento da educação pública buscando privatiza-la”, explicou Caio Guilherme ao tratar do projeto.

A resistência a este processo de destruição da educação, iniciado pela ascensão das políticas de destruição nacional da década de 1990 assim com na ditadura, para Caio, ocorreu principalmente dentro da escola. “É na de sala de aula que os professores, grêmios e entidades estudantis discutem os rumos da educação e do país. Calar os professores dentro da escola, buscando acabar com as discussões ideológicas, políticas e históricas mais profundas, é uma forma de afirmar qual discurso? O discurso privatizante que permite o fechamento de escolas e o roubo da merenda. Discurso que hoje domina as principais esferas da política nacional”, completou. “Por isso, no Dia do Estudante (11 de agosto) vamos pra Paulista dizer não a lei da mordaça e pedir por novas eleições para acabar de vez com essas políticas que não deixam o Brasil ir pra frente”.

No mesmo sentido, o Ministério Público Federal, através da procuradora Deborah Duprat, condenou o projeto. “A liberdade de expressão é um direito fundamental de toda a pessoa humana, como é que isso vai ser subtraído especificamente do professor. Todos nós, quando nos comunicamos, transmitimos aquilo no que acreditamos. Não há ensino neutro, isso não existe no mundo real, todos estamos inseridos na sociedade, temos as nossas concepções, que vêm da família, do nosso entorno, do trabalho”. Para ela a liberdade de expressão é fundamental, também no exercício das funções do professor, por estimular os estudantes com perspectivas diferentes formando indivíduos mais plenos.

“A criança vai para a escola porque a educação em casa é insuficiente, ela precisa conviver com outras visões de mundo. Você se forma, você não é uma réplica dos seus pais. Ninguém pode pretender que seus filhos reproduzam integralmente aquilo que seus pais são. São pessoas que se formam em vários contextos comunicativos, na escola, na vizinhança, no parquinho, nas atividades lúdicas.”

Para Keila Pereira, diretora de Cultura, “não basta ter a escola sem estrutura física, tem que ter escola sem estrutura intelectual também. É o que devem pensar esses governantes que apoiam o Projeto Escola Sem Partido. A escola é o principal espaço de socialização e desenvolvimento da cidadania dos jovens do nosso país, é onde esperamos encontrar um espaço de construção de ideias, opiniões e não de limitação do conhecimento. Usam a desculpa que a escola passa por doutrinações dos movimentos sociais, mas que doutrinação é essa que não me ensina a história do Quilombo dos Palmares, de Tiradentes, de Vargas? Não conhecer as lutas e conquistas do nosso país significa não conhecer onde podemos e devemos chegar. Não vamos aceitar um projeto que silencia os estudantes e professores!”

“O professor sem condições de trabalho teria que aceitar não expressar opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas ou partidárias, então como conseguiríamos ter um ensino de qualidade? Isso acabaria com as aulas de história, filosofia e sociologia. Eles chamam essa ideia de ‘não a doutrinação’, mas essa lei em si não é uma doutrinação?”, afirmou Julizza Sena, diretora de Políticas Institucionais da UMES, se referindo aos ladrões de merenda do PSDB que pretendem discutir o projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo nos próximos dias.

“Queremos ter a liberdade de pensar, e nos expressar, vão tentar tirar de nós o pouco que temos? Uma escola sem pensamento crítico não é possível ser chamada de escola, o humano é feito de história, como podemos negar a ele o direito de procurar o saber? Com o projeto absurdo da escola sem partido estamos pedindo para uma pessoa viver sem passado, presente e futuro. Sem direitos ou conhecimento!”

Bianca Antonini, Diretora do Departamento Feminino, comentou que a lei da mordaça é um projeto que lembra o período da ditadura. “Limitar as aulas mais criticas, que debatem política por exemplo, é reduzir a cinzas a autonomia do professor dentro da sala de aula e dificultar ainda mais o pouco conhecimento que nos é transmitido. É exatamente o faziam na ditadura”.

Há algumas semanas o projeto “Escola Livre” foi aprovado pela assembleia parlamentar de Alagoas, impondo aos estudantes do estado um programa similar a lei da mordaça, ao passo que nove estados, incluindo São Paulo, estudam sua implementação. Em consulta on-line realizada pelo Senado, até o dia 3 de agosto, mais de 189 mil pessoas eram contrarias a proposta enquanto 179 mil eram favoráveis. 

 

3-8-16 Ildo Sauer

Ildo Sauer: venda do Campo de petróleo de Carcará é crime de lesa-pátria

3-8-16 Ildo Sauer

A venda do Campo de Carcará, na Bacia de Santos, pela diretoria da Petrobrás, tem que ser barrada”, disse o professor Ildo Sauer, presidente do Instituto de Energia e Ambiente, Programa Interunidades de Pós Graduação Em Energia da USP e ex-diretor da Petrobrás, em entrevista ao HP, sobre a decisão anunciada no final da semana. Para o professor da USP “não é o momento de fazer nada disso e esse governo não tem legitimidade para fazer essa venda”. “Os pescadores de águas turvas estão querendo exatamente fazer isso, destruir o patrimônio público. Coisa que a Dilma já vinha fazendo. Então eles [governo Temer] estão pisando fundo na senda ruinosa que a senhora Rousseff iniciou”, denunciou.

“Temos lá entre 700 milhões e 1 bilhão de barris e, neste momento em que se encontra o mundo, vivendo uma transição, com o atual preço do petróleo, é um absurdo esse governo provisório fazer isso. Qual é a legitimidade do senhor Pedro Parente, do Temer e o ‘menininho’ lá do Ministério, o ‘coelhinho’, para fazer isso? Não têm nenhuma. E a população, foi consultada? Acho que tem que ir para a Justiça para barrar isso”, defendeu Ildo Sauer.

“Todo mundo está esperando o preço voltar. E, nesse momento, a Petrobrás não resolve seu problema vendendo 1 bilhão de barris ao preço de US$ 2,5 bilhões. Isso é uma vergonha, dois dólares e pouco. A Petrobrás pagou para o governo na cessão onerosa próximo de 10 dólares, 8,5; 9; 10; 11 dólares o barril, agora vão vender por esse preço vil? Isso é um crime de lesa pátria. Não podem prosperar. E o problema da Petrobrás não se resolve com 3 bilhões de dólares. É 100 [bilhões de dólares, a dívida].

“E tem jeito de resolver isso. É só criar um fundo público: o Brasil tem 350 bilhões de dólares de reservas com 250 bilhões emprestados ao governo americano com juros negativos”.

“Do ponto de vista geopolítico, houve um acordo entre países da OPEP e a Rússia. Eles se organizaram. Porque houve um refluxo no preço do petróleo, em grande parte comandado pela Arábia Saudita. Isso ocorreu porque os sauditas perderam espaço devido à entrada do petróleo não convencional [óleo de xisto], que assumiu grande parte da demanda americana e deslocou a Arábia Saudita. Ela então resolveu reivindicar e aumentou sua cota de produção, mas o objetivo dela me parece muito claro. Para eles não tem sentido manter os preços onde estão, podendo voltar a chegar em 80 a 100 dólares. Isso vai ocorrer porque não há substituto do petróleo, na escala em que ele é consumido hoje. E o xisto sozinho não dá conta disso”, afirmou o professor da USP. “O xisto ocupou espaço, com 7 ou 8 bilhões de barris e agora está caindo um pouco. Agora, inclusive, como o preço caiu, grande parte das sondas de perfuração para fraturamento tiveram uma redução drástica na produção”.

“Então é só fazer um fundo. Pegar 100 bilhões de dólares, comprar todas as ações da Petrobrás à venda no Brasil e no exterior, aproveitar que agora elas estão desvalorizadas e o resto do fundo você empresta para a Petrobrás e desapropria todas as grandes empreiteiras que cometeram esses crimes aí. Nomeia uma gestão profissional e depois pulveriza o capital e, se tiver um saldo, devolve para as famílias que comandaram, as Odebrecht, as Mota Pires, da OAS, Andrade Gutierrez”, defendeu Ildo Sauer.

O professor Sauer lembrou que “a GM foi estatizada na crise americana e depois vendida com lucro. O governo brasileiro devia ter feito isso. Duas coisas: fazer um fundo público. Se não quiser fazer um fundo público, vai para a China. A China tem trilhões de dólares de reservas e está disposta a negociar condições estratégicas. Não tem que ficar vendendo no mercado financeiro. Não tem lógica. Nem vender petróleo e nem ativos sem necessidade”.

Para Ildo Sauer, “eles estão fazendo isso porque tem alguém que está ganhando e muito. Essa é que é a questão. Tem alguém que está se beneficiando disso e vai aparecer no futuro. Então a solução da Petrobrás é essa: retomar o crescimento econômico, reavivando as empresas, desapropriando as ações da Odebrecht, da Camargo, da Andrade, da Galvão, todas elas. Nomear uma gestão profissional, como foi feito com a GM, e, no futuro, vende-se as ações, usando-as para indenizar o povo brasileiro, que foi lesado. De outro lado, usar 100 bilhões de dólares das reservas para criar um fundo – e esse fundo investe na Petrobrás. Com isso, a economia volta a se recuperar. Tem saída, sim”.

Questionado sobre a queima de patrimônio que vem sendo implantada na Petrobrás desde Graça Foster, Ildo denunciou: “Estão querendo vender a BR, a GNL, estão querendo vender os gasodutos, as termoelétricas, ou seja eles querem vender tudo. Eles querem um retrocesso enorme. A Petrobrás seria uma empresa de óleo, porque empresa de petróleo inclui o gás. Eles estão se desfazendo do gás e dos biocombustíveis, dos renováveis, da energia em geral. A estratégia, que até os tucanos avançaram na década de 90, de criar a diretoria de gás e energia, agora o governo Temer, Dilma iniciou o retrocesso, e eles estão continuando. Isso tem que ser barrado”.

Sauer alertou que o preço da venda de Carcará “é aviltante, até porque ninguém está vendendo”. “Quem está vendendo petróleo no mundo?”, indagou. “Ninguém. Tá todo mundo esperando. Primeiro não deve vender nunca, e se for vender a 10 dólares seria barato. É claro que o preço do barril a 50 ou 60 esse não é o momento da fazer essas coisas. Você não pode investir quando o petróleo está em alta e vender quando está em baixa. Nem dono de padaria faz isso. A diretoria tem autonomia para comprar e vender. A Graça vendeu metade dos ativos da África para o André Esteves [Banco BTG Pactual]. Isso é uma coisa que não foi investigada ainda. Mas Dilma e Graça fizeram isso”.

SÉRGIO CRUZ

1-8-16 11 DE AGOSTO 2016

11 de agosto: Dia do estudante! Às 8 horas no MASP, vem pra rua!

1-8-16 11 DE AGOSTO 2016

Manifestação do Dia do Estudante de 2015 na Avenida Brigadeiro Luis Antônio  

 

No próximo dia 11 de agosto os estudantes vão tomar as ruas de São Paulo para protestar contra a situação que o Brasil vive! Sofremos hoje uma das maiores crises da história de nosso país, com a educação e a saúde na UTI. Por culpa dessa crise o desemprego só cresce e nós vemos isso todo dia, ou dentro de nossa casa ou acontecendo com nossos conhecidos. Tudo isso é culpa de uma política criminosa de transferir bilhões de reais do nosso dinheiro para os bancos (só no ano passado foram 501 bilhões de reais, dinheiro que poderia ter ido para a educação ou saúde), de vender nossas riquezas e de roubar dinheiro público.

 

1-8-16 frente  11 DE AGOSTO 2016

 

O governo Dilma começou a crise, porque resolveu governar para os banqueiros. Mas o Temer tem enterrado o país cada dia mais na crise, porque continua tirando o dinheiro da educação, da saúde e os direitos dos trabalhadores para garantir o lucro dos bancos. O Brasil não vai melhorar nem com um e nem com o outro.

 

Pra virar essa página de uma vez e tirar o país dessa situação precisamos contar com o nosso povo, com a nossa força! Por isso, neste 11 de agosto vamos tomar as ruas de São Paulo com muita garra e alegria, vamos mostrar que não queremos nem Dilma e nem Temer e que pra sair dessa crise só com o nosso voto em novas eleições! Eleições limpas!

 

NO 11 DE AGOSTO A AULA É NA RUA!

 

NOVAS ELEIÇÕES JÁ!

 

 

 

29-7-16 Aleksandr Nevskialeksandr

3ª. Mostra Mosfilm trará ao Brasil “Alexandre Nevsky” restaurado

 

29-7-16 Aleksandr Nevskialeksandr

 

Inteiramente restaurado em 2015, “Aleksandr Nevsky”, obra-prima de Serguey Eisenstein, abrirá a mostra que será realizada na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, entre os dias 22 e 27 de novembro, e, em Porto Alegre, na Casa de Cultura Mário Quintana, entre os dias 24 de novembro e 03 de dezembro.

Como nas mostras anteriores, promovidas em 2014 e 2015 pelo Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES), os 10 filmes selecionados abarcam produções de diferentes épocas e gêneros, realizadas pelo maior e mais antigo estúdio de cinema da Rússia.

Fundado em 1924, o Mosfilm possui um acervo de 2500 obras da era soviética e pós- soviética, cuja grande maioria é inédita no Brasil.

“Os filmes desta terceira mostra estão escolhidos. Agora estamos trabalhando na criação das legendas”, informa Bernardo Torres do CPC-UMES Filmes, que firmou contrato em 2014 para distribuição em DVD e Blu-Ray no Brasil das produções do Mosfilm. “Salvo uma ou outra exceção, os filmes que temos apresentado nas mostras são uma avant-première dos DVDs que vamos lançar no ano seguinte”, completa Susana Lischinsky.

 

Os filmes selecionados para a 3ª. Mostra Mosfilm são os seguintes:

 

Aleksandr Nevski – Serguey Eisenstein (1938), 112 min.

Na primeira metade do século 13, o príncipe russo Alexandr Nevsky organiza um exército popular que derrota a invasão dos ancestrais das hordas hitleristas, os Cavaleiros Teutônicos. Com trilha musical de Prokofiev, o filme foi cuidadosamente restaurado em 2015.

Noite de Inverno em Gagra – Karen Shakhnazarov (1985), 85 min.

Ex-famoso dançarino de sapateado leva uma vida discreta, mas sonha em repetir o sucesso dos anos 50. A oportunidade virá quando o programa de

TV  “Nomes Esquecidos” informa que ele não está mais vivo!

O Quadragésimo Primeiro – Grigori Chukhray (1956), 90 min.

Exímia atiradora do Exército Vermelho, com cartel de 40 inimigos abatidos, Mariutka se apaixona por prisioneiro sob sua escolta, o tenente Nikolaievich

do Exército Branco. Filme de estreia de Grigori Chukhray, baseado na obra de Boris Lavrenyov. A primeira adaptação do romance foi dirigida por Yakov Protazanov em 1927.

Arsenal – Aleksandr Dovzhenko (1928), 73 min.

No segundo filme da trilogia silenciosa de Dovzhenko, que compreende “Zvenígora”, “Arsenal” e “Terra”, veteranos bolcheviques da 1ª. Guerra Mundial promovem o levante dos operários da fábrica de armamentos Arsenal contra o governo burguês de Kiev, por uma Ucrânia soviética.

Boris Godunov – Serguey Bondarchuk (1986), 140 min.

Bondarchuk estrela e dirige a tragédia escrita por Pushkin, ambientada nos anos 1598-1605, às vésperas da “era das perturbações”. O tema, também compartilhado pela ópera de Mussorgsky, é a ascensão e queda do czar Boris Godunov frente a um jovem monge que se faz passar pelo filho do czar Ivan IV, o Terrível.

O Conto do Czar Saltan – Aleksandr Ptushko (1966), 82 min.

Imortalizado na ópera de Rimsky-Korsakov, o poema de Aleksandr Pushkin sobre uma rainha traída pelas irmãs invejosas e exilada em uma ilha mágica com seu filho, recebe a adaptação do mestre dos efeitos especiais, cujas animações se integram à realidade com rara inteligência e leveza. 

Solaris – Andrei Tarkovsky (1972), 166 min.

Grande Prêmio do Júri e Prêmio da Crítica Internacional, no Festival de Cannes, em 1972, Solaris conta a história da investigação sobre um planeta dotado de inteligência capaz de penetrar no íntimo dos seres humanos e materializar clones de suas mais secretas lembranças.

Um Acidente de Caça – Emil Loteanu (1978), 105 min.

Adaptado da novela de Anton Chekhov, publicada como folhetim em 1884-85 e considerada precursora do romance policial psicológico, o filme penetra

no vazio moral da aristocracia decadente ao narrar o drama da jovem Olga, cobiçada por três homens de meia-idade.

 A Estrela – Nikolai Lebedev (2002), 97 min.

Grupo especial do Exército Vermelho – codinome, A Estrela – é enviado a uma missão de reconhecimento atrás das linhas inimigas, no verão de 1944.  Refilmagem do romance homônimo de Emmanuil Kazakevich, publicado em 1947, com sucesso instantâneo de público e crítica.

Cossacos do Kuban – Ivan Pyryev (1949), 115 min.

Nas estepes do rio Kuban, dois kolkhozes (cooperativas agrícolas) competem para ver quem consegue colher mais trigo. Realizado em cores, “Cossacos do Kuban” foi a maior produção musical do cinema soviético. 

 

Fonte: Hora do Povo

 

29-7-16 Superlotação

Juíza de SP cancela investigação contra Alckmin sobre fechamento de salas em 2016

29-7-16 Superlotação

 

A juíza Carmen Cristina Teijeiro, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, extinguiu  a investigação que apurava o fechamento de salas pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) durante o ano de 2016. Para a UMES as investigações deveriam continuar. “Enterramos a reorganização em 2015, mas sabemos que o governo de São Paulo tenta a todo custo seguir com seus planos de fechar escolas para tirar dinheiro da educação, e por isso achamos que as investigações deveriam continuar. No primeiro semestre do ano percebemos que muitas salas foram fechadas, como na [Escola Estadual] Caetano Miele, Bustamante, Irene Branco ou na escola Francisco de Assis, na zona leste”, afirmou o presidente da UMES, Caio Guilherme.

 

Segundo a decisão da juíza, as investigações não têm sentido uma vez que não seria mais possível desfazer os atos de uma provável reorganização velada. O curioso é que ainda no mês de abril a juíza Teijeiro condenou como “gravíssimas” as denúncias da Apeoesp, que indicavam  o descumprimento da ordem judicial que vetou a reorganização escolar. As denúncias resultaram em uma ação movida pela Defensoria e Ministério Público exigindo explicações do Estado.

 

Em 2016 os dados da Secretaria Estadual de Educação apontam que 158 escolas não tiveram turmas de ingresso, totalizando mais de duas mil salas fechadas no ensino fundamental e médio. Ao todo foram 1.830 salas de aula fechadas nos anos finais do ensino fundamental, entre maio de 2015 e maio de 2016. Já no ensino médio o número de salas fechadas totalizou 450 durante o período, com o agravante de que na comparação com 2015 as matrículas aumentaram em +38.344 para o ano de 2016.

 

Para o tesoureiro da UMES, Jonathan de Oliveira, o prosseguimento da investigação era muito importante. “Há evidências do fechamento de salas e os números da Secretaria de Educação apontam para isso. Mas o governo diz que não há matrículas. É um caso nebuloso, porque se isso é verdade não seria melhor reduzir o número de alunos para 35 por sala no ensino médio e 30 no fundamental, como diz a LDB? Esse argumento de que não há matrículas serve apenas aos interesses de reduzir ainda mais os recursos com a nossa educação”.

 

Jonathan também explicou que mais de 200 escolas foram ocupadas em 2015 durante as mobilizações contra o projeto de reorganização. Para ele “a educação pública está cada vez mais sucateada. Falta professor, não tem estrutura nas escolas e o fechamento de salas de aula agrava ainda mais essa situação. Dia 11 de agosto vamos ocupar as ruas de São Paulo contra os governos que fecham escola e cortam da educação. Só com massivos investimentos em educação vamos conseguir utilizar nossas riquezas para melhorar a vida do nosso povo. Como já dizia Paulo Freire: ‘enquanto a educação não for libertadora o sonho do oprimido é virar opressor’”.

 

Embora tenha extinguido a ação que investiga o fechamento de salas Teijeiro ressaltou que não foi comprovado a suspensão da reorganização pelo governo. “Inclusive em razão da insuficiência dos dados por ele prestados”, diz a decisão, divulgada quarta (27).

 

29-7-16 Dilma e Vacari

A culpa é do João Vaccari, diz Dilma sobre o dinheiro ilícito

29-7-16 Dilma e Vacari

 

Só porque ele tá preso e não pode se defender. Mas o pagamento de US$ 4,5 milhões, desviados da Petrobrás, para o marketeiro só foi feito porque a Sra. Rousseff mandou. Vaccari não faria isso sem a determinação dela

 

Na quarta-feira, a senhora Rousseff apresentou a quarta versão sobre a propinolândia de sua campanha, desde que seu marketeiro, João Santana, a mulher deste, Mônica Moura, e o lobista Zwi Skornicki, confessaram que US$ 4,5 milhões, que entraram na conta de Santana na Suíça, vieram do “caixa dois” da campanha de Dilma, formado com propinas oriundas do roubo à Petrobrás.

 

Disse ela, na Rádio Educadora, de Uberlândia, Minas Gerais:

 

“Se ele [Santana] recebeu US$ 4,5 milhões, não foi da organização da minha campanha, porque ele diz que recebeu isso em 2013. A campanha começa em 2010 e, até o fim do ano, antes da diplomação, ela é encerrada. Tudo que ficou pendente sobre pagamentos da campanha passa a ser responsabilidade do partido. Minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se dívida remanescente da campanha de 2010. Não é a mim que você tem de perguntar isso. Ele tratou essa questão com a tesouraria do PT”.

 

RESPONSABILIDADE

 

Agora, a culpa é do PT.

 

Parece até que a “tesouraria do PT” (isto é, João Vaccari Neto) decidia alguma coisa sobre João Santana – referente à campanha de Dilma – sem que ela determinasse e, evidentemente, soubesse. Santana era o sujeito que a aconselhava em tudo, porque tudo para ela era marketing. Era mais importante, para ela, que qualquer ministro. Quem não sabe disso? Alguém (muito menos Vaccari) iria passar US$ 4,5 milhões para Santana sem que Dilma, a principal interessada, e beneficiada, não soubesse – e decidisse? Somente se Dilma, que se mete em tudo, fosse outra pessoa. Mas não é.

 

Vejamos, por partes, a sua declaração ao repórter da Rádio Educadora: “Não é a mim que você tem de perguntar isso”.

 

Dilma era a candidata e responsável pela campanha. Era quem, sobretudo, se relacionava politicamente com Santana. Por que, então, ela diz: “não é a mim que você tem de perguntar isso”?

 

Somente porque quer que ninguém pergunte. E não quer que se pergunte porque sabe a resposta.

 

Vejamos outra parte: “Minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se dívida remanescente da campanha de 2010” (grifo nosso).

A despesa era contratada por Dilma (que era a candidata). A receita era recebida por Dilma. Não apenas oficialmente: existe algum candidato que não se interesse em saber quanto entrou de recursos e quanto saiu (até porque, se não prestar atenção nisso, pode ir parar na cadeia)?

 

Então, por que, diz ela, “minha campanha não tem a menor responsabilidade”?

Exatamente porque tem essa responsabilidade. E ninguém tem mais responsabilidade por sua campanha ser bancada com dinheiro roubado da Petrobrás, do que ela. Ou ela não era a candidata? Ou ela não se beneficiou de um crime – usar dinheiro de propinas que ladrões pagavam para assaltar a maior e mais estratégica empresa do país, de propriedade do povo brasileiro?

 

Não há outro motivo para fazer declarações que são, evidentemente, tão falsas, que ela tenta sufocar os interlocutores e ouvintes com ênfases (“não é a mim”, “não tem a menor”, etc.) à beira da histeria – ou já afundadas na histeria – para que eles não pensem naquilo que ela está dizendo.

 

Ela era, também, presidente do Conselho de Administração da Petrobrás durante a maior parte do período em que a empresa era assaltada, sem contemplação, por seus correligionários. Onde estava ela? Na mais caridosa das hipóteses, olhando para o outro lado.

 

Diz ela que “tudo que ficou pendente sobre pagamentos da campanha passa a ser responsabilidade do partido”.

 

Segundo a lei eleitoral, é verdade.

 

Mas desde quando a lei eleitoral regula pagamentos ocultos, com dinheiro roubado?

O pagamento via caixa dois de uma despesa de US$ 5 milhões (dos quais foram pagos US$ 4,5 milhões) não era uma despesa pendente da campanha. Em nenhum momento a campanha de Dilma declarou a existência dessa despesa. Portanto, o PT em geral não poderia ser responsável por uma despesa que não existia legalmente, nem era conhecida de ninguém, exceto alguns poucos felizardos.

 

Mas o PT “em geral” não existe. Quem se beneficiou com as propinas? Essa despesa – uma despesa da campanha de Dilma – era ilegal, tanto quanto o dinheiro que a pagou, depositado na Suíça pelo lobista de um estaleiro, correspondente a propinas que o PT levou no roubo à Petrobrás.

 

A mão do gato aparece quando Dilma quer transformar uma despesa ilegal (de US$ 5 milhões!) e um pagamento ilegal numa “despesa pendente” – até mesmo usando, para a primeira, o que a lei estabelece para a segunda.

 

Quando Dilma trata esse “caixa dois” forrado de propinas como pagamento de “despesas pendentes”, tão normal que até está sujeito à legislação eleitoral – sob a qual, realmente, as despesas pendentes ficam com o partido – está confessando que não vê diferença entre uma despesa paga com dinheiro ilegal – dinheiro de roubo, dinheiro de crime – e outra despesa, paga com dinheiro limpo.

 

Por isso, em sua tortuosa mente, o caixa dois de propinas teria que estar sujeito às mesmas normas da legislação eleitoral, como se tais pagamentos fossem legais, normais e legítimos.

 

Portanto, dizer que não sabia desse caixa dois é mentira – na falta de distinção entre dinheiro ilegal e dinheiro legal, está claro que o caixa dois de propinas tornou-se, para ela, a normalidade.

 

ORDEM

 

Além disso, é evidente que a “tesouraria do PT” – isto é, o sr. João Vaccari Neto – não fazia pagamentos a quem lhe dava na veneta ou quando lhe dava na telha. Vaccari, que, pouco tempo antes, era apenas um assessor de Ricardo Berzoini, não tinha autonomia de voo para decidir quase nada, menos ainda um pagamento de US$ 5 milhões (cinco milhões de dólares).

 

Seria um disparate, um despautério, um completo absurdo achar que Vaccari liberou US$ 5 milhões das propinas que o PT recebia – ou seja, decidiu gastar cinco milhões de dólares com João Santana – da sua própria cabeça, sem nenhuma ordem, sem nenhuma comunicação de alguém “de cima”, de que deveria passar esse dinheiro ao marketeiro de Dilma.

 

Tanto assim que ele não pagou antes, apesar de ser o tesoureiro do PT desde 2010. Somente em 2013 essa dívida da campanha de 2010 começou a ser paga.

 

Por que não pagou antes?

 

Por falta de dinheiro é que não foi – dinheiro roubado da Petrobrás é o que não faltava no esquema.

 

É óbvio que, na falta de uma ordem para pagar, ele não iria fazê-lo.

 

Ao fim, ele recebeu essa ordem, de onde poderia receber.

 

Fonte: Carlos Lopes da Hora do Povo

27-7-16 Roma Cidade Aberta

Venha assistir “Roma, Cidade Aberta”, de Roberto Rossellini, na Mostra Permanente de Cinema Italiano

27-7-16 Roma Cidade Aberta 

 

Na próxima segunda (1), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresentará o filme “Roma, Cidade Aberta”, de Roberto Rossellini (1945). Com entrada franca, a sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, na Bela Vista. Chame sua família e seus amigos e participe!

 

Confirme sua presença!

 

ROMA, CIDADE ABERTA, de Roberto Rossellini (1945), ITÁLIA, 97 min.

 

SINOPSE:

Em julho de 1943 Mussolini é deposto. O rei Vitor Emanuel III nomeia o marechal Badoglio como chefe de governo. A Whermacht invade a Itália em setembro. Badoglio e Emanuel buscam refúgio em Brindisi, área controlada pelos Aliados no sul do país. Em Roma, declarada “cidade aberta” para evitar bombardeios aéreos, a guerra se intensifica. O comunista Giorgio Manfredi, um dos líderes da Resistência, está sendo caçado pela Gestapo e conta com os amigos Francesco e Pina, que estão noivos, para esconder-se. O padre Don Pietro ajuda Giorgio a conseguir uma nova identidade para que ele possa sair de Roma. Acontece que nem tudo sai conforme o planejado.

 

O DIRETOR:

Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendadas pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em jumhp de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.

Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960),

Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972), “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).

 

ARGUMENTO ORIGINAL: Sergio Amidei (1904-81), Federico Fellini (1920-93), Roberto Rossellini (1906-77)

Sergio Amidei nasceu em Trieste, começou a carreira de roteirista e produtor de cinema em Turim. Escreveu para mais de 100 obras, que registram as mudanças históricas da realidade italiana. Recebeu quatro indicações para o Oscar, três por colaborações com Rossellini – “Roma, Cidade Aberta” (1950), Paisá” (1946), “De Crápula a Herói” (1959) – e uma por “Casanova e a Revolução” (Ettore Scolla, 1982). Fundou, em 1949, a companhia cinematográfica Film Coluna. Trabalhou com o diretor Vittorio De Sica nos argumentos de “Vítimas da Tormenta” (1946) e “Villa Borghese” (1953). Entre seus clássicos se incluem “Ciúme” (Pietro Germi, 1953), “O Processo de Verona” (Carlo Lizanni, 1953), “Um Borghese Piccolo Piccolo (Mario Monicelli, 1977). A cidade de Gorizia estabeleceu um prêmio internacional dedicado a Amidei, que homenageia os melhores escritores do mundo do cinema. Em 2013, o prêmio chega a sua 32ª edição.

Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc´Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias o para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes pela participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rossellini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.

Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8½” (1963), “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978)

 

MÚSICA ORIGINAL: Renzo Rossellini (1908-82)

Romano como seu irmão Roberto, Renzo Rossellini foi compositor e critico musical. Estudou no Conservatório de Santa Cecília. No ano de 1946 fundou a União Nacional dos Músicos. Em 1970 assumiu a direção da orquestra da Ópera de Monte Carlo.

Compôs vários balés, cantatas, oratórios, sinfonias, peças de música de câmara, canções e quatro óperas. Entre seus mais de 100 trabalhos para cinema estão as trilhas dos filmes do irmão, até o final dos anos 50. Compôs também para Mario Soldati (“Eugenie Grandet”, 1946), Giuseppe Amato (“Mulheres Poibidas”, 1954) e Dino Risi (“O Signo de Vênus”, 1955).

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

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