Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

 

 

No próximo dia 2 de maio, segunda, terá início a Mostra Permanente de Cinema Italiano Do Cine-Teatro da UMES. As sessões serão exibidas todas as segundas, às 19 horas, com entrada gratuita. Participe!

 

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

 

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

Situado no coração do Bixiga (Rua Rui Barbosa 323 – Sede Central da UMES), o Cine-Teatro Denoy de Oliveira inicia no dia 2 de maio uma mostra permanente de filmes italianos, que serão exibidos sempre às segundas-feiras, às 19h, com entrada franca.

 

A mostra começa com uma retrospectiva de oito filmes do grande diretor Ettore Scola, falecido em janeiro deste ano, e prossegue até a primeira semana de dezembro apresentando uma sequência de obras de Vittorio de Sica, Bernardo Bertolucci, Roberto Rossellini, Francesco Rosi, Mario Monicelli, Pietro Germi, Lucino Visconti, Federico Fellini, Elio Petri, Giuliano Montaldo e Marco Bellocchio.

 

Em 2017 tem mais. E em 2018, 2019, 2020…

 

 

 

Cine-Tetro Denoy de Oliveira -Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista, tel. 3289-7475

 

 

 

 

Confira a programação de 2016
 
(02/05) O Baile – Ettore Scola (1982), 112 min.
(09/05) Splendor – Ettore Scola (1989), 110 min.
(16/05) Que Estranho Chamar-se Federico – Ettore Scola (2011), 90 min.
(23/05) Feios, Sujos e Malvados – Ettore Scola (1976), 115 min.
(30/05) O Terraço – Ettore Scola (1980), 150 min.
(06/06) Concorrência Desleal – Ettore Scola (2000), 105 min.
(13/06) Um Dia Muito Especial – Ettore Scola (1977), 108 min.
(20/06) Nós Que Nos Amávamos Tanto – Ettore Scola (1974), 126 min.
(27/06) Ladrões de Bicicletas – Vittorio De Sica (1948). 90 min.
(04/07) Umberto D – Vittorio de Sica (1952), 89 min.
(11/07) O Jardim dos Finzi-Contini – Vittorio Sica (1970), 123 min.
(18/07) O Conformista – Bernardo Bertolucci (1976), 107 min.
(25/07) Antes da Revolução – Bernardo Bertolucci (1976), 115 min.
(01/08) Roma, Cidade Aberta – Roberto Rossellini (1945), 97 min.
(08/08) De Crápula a Herói – Roberto Rossellini (1945), 138 min.
(15/08) A Trégua – Francesco Rosi (1996), 125 min.
(22/08) O Caso Mattei –- Francesco Rosi (1971), 114 min.
(29/08) Os Companheiros – Mario Monicelli (1963), 126 min.
(05/09) Os Eternos Desconhecidos – Mario Monicelli (1958), 106 min.
(12/09) Divórcio à Italiana – Pietro Germi (1961), 108 min.
(19/09) O Ferroviário – Pietro Germi (1956), 101 min.
(26/09) Rocco e Seus Irmãos – Luchino Visconti (1960), 180 min
(03/10) O Leopardo – Luchino Visconti (1963), 205 min.
(10/10) Amarcord – Federico Fellini (1973),
(17/10) A Doce Vida – Federico Fellini (1960), 160 min.
(24/10) A Classe Operária Vai Ao Paraíso – Elio Petri (1971), 112 min.
(31/10) Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita – Elio Petri (1970), 112 min.
(07/11) Juízo Final – Elio Petri (1976), 120 min.
(14/11) Sacco e Vanzetti – Giuliano Montaldo (1971), 120 min.
(21/11) Giordano Bruno – Giuliano Montaldo (1973), 123 min.
(28/11) Bom Dia, Noite – Marco Bellocchio (2003), 105 min.
(05/12) Vencer – Marco Bellocchio (2009), 128 min.

 

 

 

Diretores apresentados nesta programação

 

Ettore Scola

Vittorio De Sica

Bernardo Bertolucci

Roberto Rossellini

Francesco Rosi

Mario Monicelli

Pietro Germi

Lucino Visconti

Federico Fellini

Elio Petri

Giuliano Montaldo

Marco Bellocchio

 

 

 

Ettore Scola (1931-2016)

Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno ("Um Americano em Roma", 1954), Luigi Zampa ("Gli Anni Ruggenti", 1962), Dino Risi ("Il Sorpaso", 1962). Dirigiu seu primeiro filme, "Vamos Falar Sobre as Mulheres", em 1964. Obteve reconhecimento internacional com "Nós Que Nos Amávamos Tanto" (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º. Festival de Cannes, com "Feios, Sujos e Malvados". Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo "Um Dia Muito Especial" (1977), "Casanova e a Revolução" (1982), "O Baile" (1983), “Spendor” (1987), "O Jantar" (1998), "Concorrência Desleal" (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho se Chamar Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini.

 

Vittorio De Sica (1901-74)

Diretor, ator, escritor e produtor, Vittorio De Sica nasceu em Sora, mas cresceu em Nápoles e começou a trabalhar cedo como auxiliar de escritório, para sustentar a família. Sua paixão pelo teatro levou-o aos palcos. Ao final da década de 20, ele fazia sucesso como ator. Em 1933, montou sua própria companhia.

De Sica voltou-se para o cinema em 1940. Ao amadurecer, tornou-se um dos fundadores do neorrealismo, emplacando uma sequência de quatro clássicos que figuram em todas as antologias: “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950), “Humberto D” (1951) – os dois primeiros realizados em parceria com o escritor Cesare Zavattini, outro papa do movimento. Também dirigiu "O Juízo Universal" (1961), “La Rifa” (1962, episódio de “Decameron 70”), “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963), “O Ouro de Nápoles” (1964), “Matrimônio à Italiana" (1964), “Girassóis da Rússia” (1970), “Jardim dos Finzi-Contini” (1970), “Amargo Despertar” (1973).

 

Bernardo Bertolucci (1941)

Filho do poeta e crítico de cinema Attilio Bertolucci, Bernardo Bertolucci nasceu em Parma. Começou cedo, ainda no final dos anos 50, quando realizou seus primeiros curta-metragens em 1959 e 1960. Em 1961, frequentou a Universidade de Roma onde começou o curso de Literatura Moderna após trabalhar como assistente de direção em "Accattone", de Pier Paolo Pasolini. Estreou como diretor em 1962 com o longa "A Morte".

Conhecido por sua versatilidade, Bertolucci tem entre suas obras "Antes da Revolução" (1964); o clássico "O Conformista" (1970), livre adaptação do livro homônimo de Alberto Moravia; o polêmico "O Último Tango em Paris" (1972), com Marlon Brando e Maria Schneider; o épico "1900", conhecido como o mais grandioso filme de sua carreira. Também se destacam, o multipremiado "O Último Imperador" (1987),  "O Céu que Nos Protege" (1990) e "Os Sonhadores" (2003).

 

Roberto Rossellini (1906-77)

Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendadas pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em jumhp de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.

Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960).

Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972),   “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).

 

Francesco Rosi (1922)

Nascido em Nápoles, o cineasta Francesco Rosi estudou Direito. No inicio dos anos 40 trabalhou no rádio como jornalista. Ingressou na indústria cinematográfica em 1948, foi assistente de vários cineastas, entre os quais Luchino Visconti com quem fez “La Terra Trema” (1948), “Belíssima” (1951) e “Senso” (1956). Sua carreira de diretor, marcada por obras de grande empenho social e político, começou em 1958 com “O Desafio”. Tem entre seus filmes grandes sucessos como “O Caso Mattei” (1972), “Lucky Luciano” (1973) e “Cadáveres Ilustres” (1976). Recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor em 1962 por “Bandido Giuliano” e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou, de 1979 por “Cristo Parou em Eboli”. Em 2008 foi homenageado no Festival de Berlim com um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

 

Mario Monicelli (1915-2010)

Crítico cinematográfico desde 1932, de 1939 a 1949 colaborou em cerca de 40 filmes, como argumentista, roteirista e assistente de direção. O começo de seu trabalho como diretor ocorre em 1949, em parceria com Stefano Vanzina, em "Totò Cerca Casa". A colaboração dos dois diretores deu origem a oito filmes, dentre os quais os célebres "Guardie e Ladri" (1951) e "Totò a Colori" (1952). Em 1953 inicia o trabalho solo. "Os Eternos Desconhecidos" (1958), com elenco composto por Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Totò e Claudia Cardinale, é considerado o primeiro do filão da commedia all`italiana. Em 1959, "A Grande Guerra" ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza e rendeu sua primeira indicação ao Oscar. A segunda viria em 1963, com "Os Companheiros". Diversas outras películas merecem destaque, em sua carreira de mais de 60 filmes: “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), “Meus Caros Amigos” (1975), “Um Burguês Muito Pequeno” (1977), “Quinteto Irreverente” (1982).

 

Pietro Germi (1914-74)

Nascido em Gênova, filho de um operário e uma costureira, Pietro Germi estudou teatro e direção em Roma no Centro Experimental de Cinematografia. Durante os estudos trabalhou como ator, assistente de direção e roteirista. Colaborou em grande parte dos roteiros dos filmes que dirigiu, e inclusive atuou em alguns deles. Após alcançar sucesso com dramas populares de corte neorrealista, passou a escrever e dirigir comédias satíricas. Tem entre suas obras "A Testemunha" (1945); "Em Nome da Lei" (1949); "Caminho da Esperança" (1950); "O Ferroviário" (1956); "O Homem de Palha” (1957); "Divórcio à Italiana" (1961), premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original; "Seduzida e Abandonada" (1963) e "Senh oras e Senhores" (1965), premiados no Festival de Cannes e, na Itália, com o David di Donatello.

 

Luchino Visconti (1906-76)

Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, nasceu em Milão e descende da família Visconti da antiga nobreza italiana. Começou seu trabalho no cinema como assistente do diretor Jean Renoir nos filmes “Toni” (1934), “Les Bas-Fonds” (1936) "Partie de Campagne" (1936). Ingressou no Partito Comunista d'Italia em 1942. Seu primeiro filme como diretor foi "Obsessão" (1943). Voltou-se em seguida para o teatro. Em 1948, realizou “La Terra Trema”, um clássico do cinema neorrealista. Recebeu sua primeira premiação no Festival de Veneza (Leão de Prata), em 1957, pelo filme "As Noites Brancas" – baseado em conto de Fiodor Dostoievski. Em 1960, chega aos cinemas "Rocco e Seus Irmãos" e, em 1963, o mais aplaudido de seus trabalhos, "O Leopardo", adaptação do romance de mesmo nome de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Depois vieram “As Vagas Estrelas da Ursa” (1965), “O Estrangeiro” (1967), “Os Deuses Malditos” (1969), "Morte em Veneza" (1971), "Ludwig" (1972), "Violência e Paixão" (1974) e "O Intruso" (1976).

Visconti assina também a direção de 42 peças teatrais e 20 óperas encenadas entre 1945 e 1973.

 

Federico Fellini (1920-93)

Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc’Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém-casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes por sua participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rosselini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.

Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8 ½” (1963), “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978).

 

Elio Petri (1929-82)

Um dos mais fascinantes e irreverentes diretores de toda a Europa, o romano Elio Petri dirigiu os clássicos "Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita" (1970), "A Classe Operária Vai ao Paraíso" (1972) e "Juizo Final" (1976). Começou a carreira como crítico de cinema do L'Unità, jornal do Partido Comunista Italiano. Escreveu roteiros para Giuseppe De Santis, Carlos Lizzani e Dino Risi. Estreou na direção com "O Assassino" (1961). Realizou 13 longas, entre os quais "A Décima Vítima” (1965), "Condenado Pela Máfia" (1967), "A Propriedade não é mais um Furto" (1973), "A Boa Notícia" (1979). Seu cinema político combinava a abordagem marxista com uma alta capacidade cinematográfica na utilização de gêneros e estilos diversos, contribuindo para o debate do período, com observações sobre a sociedade e o poder, explorando questões sociais ainda hoje relevantes, como o crime organizado, a relação entre autoridades e cidadãos, o papel do artista, os direitos de classe e o consumismo.

 

Giuliano Montaldo (1930)

Nascido em Genova, Giuliano Montaldo fez sua estréia como diretor com “Tiro Al Piccione” (1960), um filme sobre a Resistência Partisan. Seu segundo filme, “Una Bella Grinta”, estrelado por Norma Benguel, sobre um alpinista social durante a época do “milagre econômico italiano”, ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Berlim (1965). Naquele ano, também dirigiu a segunda unidade da obra-prima de Pontecorvo “A Batalha de Argel”. Depois de ter filmado para a Paramount, nos EUA, voltou à Itália para realizar “Gott Mit Uns” (1969), “Sacco E Vanzetti” (1971) e “Giordano Bruno” (1973). Com “Agnes Vai Morrer” (1976), retomou o tema da Resistência. Em seguida, voltou-se para a televisão, tendo dirigido, entre outras, a série Marco Polo (1982). Entre 1999 e 2003, foi presidente da RAI Cinema. Seus filmes mais recentes são: “Os Demônios de São Petersburgo” (2008), o documentário “O Ouro de Cuba” (2009) e “O Industrial” (2011).

 

Marco Bellocchio (1939)

Bellocchio nasceu em Bobbio, Emilia-Romagna. Estudou cinema em Roma, no Centro Experimental de Cinematografia (1959-62), e depois em Londres. De volta a Itália, dirigiu, com a idade de 26 anos, seu primeiro filme, o polêmico e inconformista “De Punhos Cerrados” (1965), que é até hoje uma de suas obras mais assistidas. Realizou cerca de 30 longas, entre os quais se incluem “La China È Vizina” (1967), “Nel Nome del Padre” (1972), “Sbatti Il Mostro In Prima Pagina” (1972), “A Gaivota” (1977), “Diabo no Corpo” (1986), “Il Sorriso de Mia Madre” (2002), “Bom Dia, Noite” (2003), “Vencer” (2009), “Bella Addormentata” (2012).

 

Grêmio da escola Ana Siqueira convoca manifestação contra roubo da merenda

 

A chapa “ASS Elite”, que disputou o grêmio da escola Prof. Ana Siqueira da Silva e tomou posse semana passada, convocou manifestação para denunciar o escândalo da merenda no próximo dia 25 de abril. A chapa foi eleita semana passada após intenso período de campanha envolvendo cinco concorrentes, disputa que teve início no dia 7 de abril, com a realização de eleições durante os dias 12 e 13.

 

No processo eleitoral a candidata a presidente, Luana Santos (2°B), em conjunto com os demais membros da chapa, realizaram diversas passagens em sala e debates com os alunos para apresentar suas propostas, que além de defender som no intervalo, atividades culturais e uma campanha do grêmio contra a dengue, também denunciaram a falta de merenda nas escolas de São Paulo.

 

 

Para a estudante Bianca Antonini (1º G), da comissão eleitoral e agora apoiadora do grêmio, o processo eleitoral foi muito vivo e disputado. “Eram cinco chapas, além da ‘Ana Siqueira da Silva – Elite [ASS-Elite]’ participaram a ‘Quente’, ‘Geek’, ‘Revolução Escolar’ e a ‘Ventura’, que perdeu por 36 votos”, explicou. “Agora estamos todos mobilizados para a manifestação do dia 25, onde vamos denunciar e mobilizar as escolas da região contra o roubo da merenda”.

 

 

A manifestação terá início às 6:45 da manhã na Ana Siqueira, e de lá os estudantes seguirão em manifestação pelas escolas Leônidas, Oscar Dias e CEU Pereira Marmelo, todas na região. O encerramento será também na escola Ana Siqueira. Durante as próximas semanas o grêmio realizará diversas panfletagens para preparar a manifestação.

 

Lobista implica Fernando Capez em delação

 

“Tive dois encontros com Fernando Capez”, afirmou lobista Marcel Julio em delação da Máfia da Merenda

 

Marcel Ferreira Júlio, lobista acusado de ser operador da máfia da merenda que fraudava licitações em pelo menos 22 cidades de São Paulo, disse em delação premiada que se encontrou duas vezes com o deputado Fernando Capez (PSDB) em 2014. O lobista estava foragido da justiça desde dezembro, e se entregou após fechar acordo de delação premiada para conseguir escapar da prisão. Ele atuava para a cooperativa Coaf.

 

Em um dos encontros, disse ter visto Capez ligar para a Secretaria Estadual da Educação para agilizar um contrato da Coaf e, em seguida, sinalizar que queria dinheiro para sua campanha.

 

De acordo com o lobista, os encontros foram realizados no escritório político de Capez, sendo intermediados por Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, assessor próximo do deputado.

 

Conforme a delação, Capez, hoje presidente da Assembléia Legislativa, usou seu celular para ligar para Fernando Padula, então chefe de gabinete da Secretaria da Educação.

 

Fernando Padula já era investigado no caso após ter sido citado em um grampo realizado pela polícia em dezembro. O grampo mostrou Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil, explicando ao lobista Marcel como aumentar os ganhos no contrato com a Educação.

 

“Acabei de falar com o Padula e ele entende, assim como eu, que não é aditivo, é reequilíbrio econômico”, disse Moita na conversa grampeada.

 

Em 2014, no mesmo ano que o lobista diz ter se encontrado com Capez, a Coaf havia vencido uma chamada pública (tipo de licitação) para fornecer suco de laranja para a merenda, mas o governo cancelara o contrato, sem dar explicações.

 

Segundo a delação, foi então que Capez ligou para Padula. Meses depois, houve uma nova chamada pública, vencida novamente pela Coaf, no valor de R$ 8,5 milhões.

 

No encontro, de acordo com o lobista, Capez sinalizou que queria dinheiro esfregando o indicador e o polegar. A propina foi dividida em R$ 450 mil para a campanha, 2% para Marcel, 2% para outro membro da Coaf e R$ 250 mil para ex-assessores do parlamentar.

 

Fonte: Hora do Povo

CPC-UMES Filmes lança “Tigre Branco” em abril

 

Em “Tigre Branco”, de lançamento inédito no Brasil, Shakhnazarov mescla filosofia e mistério numa batalha épica dos dias finais da 2ª Guerra Mundial entre o tanquista Naydenov e o Tigre Branco, indestrutível tanque alemão que surge e desaparece no combate como um fantasma.

 

Não perca essa oportunidade e compre já o seu pela internet!

 

TIGRE BRANCO

Karen Shakhnazarov (2012), com Aleksey Vertkov, Valeriy Grishko, Vitalyi Kiscenko, Karl Krantzkowski, Rússia, 104 min.

 

Sinopse:

Encontrado quase morto entre os destroços fumegantes no campo de batalha, o tanquista Ivan Naydenov tem uma recuperação surpreendente que desafia a capacidade de compreensão dos médicos. Mais misteriosa se torna a história quando ele revela que foi atingido pelo Tigre Branco, indestrutível tanque alemão que surge e desaparece por encanto, deixando um rastro de destruição e morte. Ligados por um elo sobrenatural, o homem e a máquina se empenham numa batalha que se projeta para além daqueles tempos.

"Tigre Branco" representou a Rússia na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2012.

 

Estudantes ocupam o Ipiranga contra escândalo da merenda

 

“Hoje (15) no Ipiranga e em São Paulo todos ficaram sabendo que os estudantes são contra esse governo que rouba merenda e corta da educação”, afirmou Lucas Chen, presidente do grêmio da ETEC Getúlio Vargas e diretor da UMES, durante a manifestação contra o roubo da merenda realizada na região central.

 

“Estamos aqui para exigir mais investimentos na educação. É inaceitável esse descaso com a escola pública que revela na verdade o tratamento destes políticos com a juventude. Descaso que levou ao roubo da nossa merenda para pagar propina. Um esquema que envolve o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação de Alckmin [Fernando Padula] ou o atual presidente da Assembleia dos Deputados de São Paulo [Fernando Capez], que foi eleito na chapa de Alckmin”, denunciou Chen.

 

 

A manifestação teve início pouco depois das 7 horas da manhã, quando mais de 200 estudantes marcharam da ETEC GV em direção à escola Alexandre Gusmão e realizaram um jogral denunciando o esquema de corrupção envolvendo a merenda, o fechamento de mais de 1.500 salas de aula e também a direção da escola, que impediu a participação dos alunos na atividade.

 

Do Gusmão os estudantes partiram em manifestação até a escola Visconde de Itaúna, onde realizaram um ato que chamou a atenção pela participação dos estudantes do ensino fundamental dentro da escola, que cantavam palavras de ordem e das janelas empunhavam cartazes denunciando o roubo da merenda e o sucateamento da educação. Houve até alunos que levantaram cartazes pedindo “Fora Dilma, Fora Temer”, se referindo ao processo de impeachment conduzido pelo Congresso.

 

 

Durante a manifestação os estudantes cantaram diversas palavras de ordem. “Os estudantes de São Paulo já tomaram a decisão, eu quero minha merenda e mais educação”, ou “não tem arrego, você tira a minha merenda e eu tiro o seu sossego”.

 

Ao falar da manifestação, Chen disse que ficou muito emocionado com a interação dos estudantes do Gusmão e que vai garantir que estes estudantes participem da próxima manifestação. “O grêmio da GV estava querendo puxar um ato contra o escândalo da merenda. Aí decidimos organizar isso com a UMES, para fazer uma manifestação mais ampla e com mais força”.

 

 

Para ele é “inadmissível que na maior escola técnica da cidade [ETEC GV] os estudantes tenham merenda seca: uma vitamina, que é puro açúcar, e uma barrinha de cereal gordurosa”. Ele explicou que essa é a alimentação disponível para os estudantes do ensino técnico, do médio, ou mesmo para os estudantes do ensino integrado (médio em conjunto com o técnico), que ficam na escola durante dois períodos apenas com essa alimentação.

 

“O governo de São Paulo é um governo que quer destruir o Estado e os serviços públicos, assim como faz o governo federal. Em 2015 acabou com a água, levando a uma crise hídrica. Fez diversos cortes contra os serviços públicos, inclusive contra a educação e propôs o fechamento de escolas. Agora em 2016, seguiu cortando e já fechou milhares de salas além de estar envolvido com o roubo da merenda. Portanto é bom lembrar: quando saímos às ruas contra a ‘reorganização’ para fechar escolas tivemos uma vitória de muito peso. Agora não será diferente”.

 

 

A estudante Julizza Sena, que cursa o 3º ano do ensino médio na escola Oswaldo Cruz, disse que o envolvimento do grêmio nessas mobilizações é muito importante para envolver todos os alunos. “Com a participação do grêmio é mais fácil mobilizar os estudantes. Por isso precisamos unir todas as forças porque a merenda é uma obrigação do Estado com a juventude, e a educação deve vir em primeiro lugar, ao contrario do que fazem atualmente ao coloca-la no topo da lista dos cortes”. A estudante comentou que sua escola não tem mais dinheiro do Estado para merenda.

 

 

 

 

 

Escolas da zona sul vão às ruas contra o roubo da merenda

 

“Estamos convocando todos os estudantes da região sul para sair às ruas e se manifestar contra o roubo da merenda e o fechamento de nossas salas de aula. Estamos mobilizando diversas escolas e muitos grêmios estão envolvidos nessa luta”, comentou o vice-presidente da UMES, Tiago Cesar, sobre a manifestação dos estudantes da região sul contra o roubo da merenda.

 

“Os estudantes da zona sul estão organizados para denunciar todo e qualquer descaso com a escola pública”, comentou Keila Pereira, diretora da UMES pela região sul, durante jogral. “Por isso é essencial ocupar as ruas, principalmente porque além de querer fechar escolas o governo Alckmin faz o absurdo de roubar nossa merenda”. Para ela esse é o momento de afirmar a educação pública como prioridade, mas também para exigir a punição dos ladrões de merenda responsáveis por mais esse ataque contra a educação.

 

 

A manifestação teve início às 7 horas da manhã, quando dezenas de alunos marchavam pelas ruas da Cidade Dutra, ou mesmo enquanto outros pegavam ônibus de suas escolas, até a Avenida Senador Teotônio Vilela, onde realizaram um ato conjunto.

 

Os mais de 80 alunos se organizaram a partir das escolas Maestro Callia, Beatriz Lopes, Prof. Dr. Laerte Ramos de Carvalho, e José Vieira de Morais, na Cidade Dutra, em conjunto com a Nair Olegário Cajueiro, Prof. Eulália Silva, Eugenio Mariz de Oliveira Netto e José Lins do Rego, no Jardim Ângela. “Nessas e em muitas outras escolas da região estamos realizando, há semanas, panfletagens e debates sobre o escândalo da merenda”, explicaram os diretores da UMES.

 

O estudante Kaique Luna, da escola Maestro Callia, disse, durante o jogral na Avenida Senador Teotônio Vilela, que o roubo da merenda é um crime muito grave contra a juventude, porque é um esquema que demonstra claramente o compromisso do governo de São Paulo com a educação publica: “destroem a educação e roubam merenda para propina”. A liderança também denunciou o sucateamento das escolas e cobrou mais investimento para a educação.

 

 

Para a estudante Tais, também do Callia, há uma grande mobilização do governo para reprimir os estudantes que se levantam contra o roubo da merenda. Durante o Jogral ela afirmou que a direção das escolas foi orientada pelo governo à abafar o roubo da merenda. Para isso estão reprimindo e barrando tanto a mobilização de alunos e professores para impedir que se manifestem contra mais este crime. Nesse sentido Keila lembrou que na semana passada, durante outra manifestação na zona sul, a vice-diretora da E. E. Beatriz Lopes chamou a policia contra os estudantes que lutavam por educação de qualidade e contra o roubo da merenda. “Como uma diretora de escola, que pretende ensinar os jovens, pode adotar uma postura como essa? Ela inclusive ameaçou as chapas do grêmio e disse que o seu envolvimento nas manifestações será punido com a desclassificação dos estudantes do processo eleitoral”?

 

“Cadê minha merenda”, cantam os estudantes pelas ruas da zona leste

 

Na manhã desta sexta dezenas de estudantes da zona leste marcharam pela Avenida Cangaíba exigindo explicações sobre o roubo da merenda. “É importante os estudantes estarem mobilizados e por isso puxamos essa manifestação para denunciar o roubo da merenda no Estado de São Paulo. É muito importante denunciar esse crime como mais uma forma de sucateamento da educação, já com merenda seca é impossível ficar em sala durante quase seis horas, apenas com uma bolacha e um suco não dá para se concentrar”, explicou Caio Guilherme, da diretoria da UMES.

 

“Por isso é importante mobilizarmos os estudantes nesse próximo período. Hoje o governo de São Paulo está mais fraco e a prova é que a sua ‘reorganização’ para fechar escolas não foi pra frente. Agora a nossa luta é colocar os estudantes na rua por uma escola pública de qualidade sem esquecer da importância de exigir uma CPI contra o Fernando Capez [presidente da ALESP] e o Fernando Padula [ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação], que estão envolvidos nesse esquema que rouba a merenda do estudante”.

 

 

Os cerca de cinquenta estudantes se organizaram a partir das escolas Professor Caetano Miele, Maria Augusta, Dom João, Charles de Gaulle e Cidade de Hiroshima.

 

Para Sabrina Filosi, do grêmio do Maria Augusta, é até difícil falar desse crime de quem rouba merenda. “O que dizer da falta de merenda nas escolas?” Os políticos do governo de São Paulo “não satisfeitos por roubar muitas outras coisas, querem afetar até quem não tem o poder de escolha na hora da votação! Além de faltar materiais, sala de laboratório, biblioteca, sala de informática, vem faltando merenda… E quem depende da merenda? Que se exploda, né? Governo corrupto! Governo incapacitado! Governo Ladrão! Vamos atrás dos direitos que temos, da nossa merenda e de uma escola de qualidade! Vamos atrás dos nossos direitos. #VemPraRuaVem”, exclamou.

 

Luiz, presidente do grêmio do Caetano Miele, disse que enquanto a merenda não voltar para as escolas os estudantes vão estar nas ruas. “O nosso movimento vai crescer muito mais!”

 

CNAB repudia atitude fascista de coordenador do MBL

Professor Eduardo de Oliveira, autor do Hino à Negritude

 

Alfredo de Oliveira Neto*

 

O Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) vem por meio de esta nota manifestar o seu repúdio e desagravo a atitude fascista do coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), Fernando Holiday, que rasgou no plenário da Câmara dos Deputados a letra do Hino à Negritude, no dia 22 de março, durante solenidade que comemorou o Dia Internacional de luta contra a Discriminação Racial instituído pela ONU na data do massacre de Shapeville, na África do Sul , em 1960, durante o apartheid.

 

Convidado pelo DEM (partido que entrou com ação no STF contra cotas raciais da UnB) Holiday fez o mesmo discurso de quem historicamente é contrário à adoção de política em benefício dos negros. Para Holiday o Hino à Negritude é “o hino da segregação, que tenta mais uma vez, como é de praxe da esquerda, separar o povo”.

 

Holiday demonstra ignorância em relação à História do Brasil. O Hino à Negritude, de autoria do fundador e patrono do CNAB, Eduardo de Oliveira, é uma obra que exalta o negro no Brasil, glorifica nosso trabalho na construção do país, nossa beleza, nossa coragem, habilidade, luta, enfim, coloca-nos no pedestal, sem aviltar a figura ou a trajetória de quem quer que seja.

 

O Hino à Negritude foi composto pelo professor Eduardo quando tinha aproximadamente 16 anos. Após uma longa e tenaz luta no Congresso Nacional, o Hino à Negritude passou a ser execução obrigatória em todo território nacional em eventos alusivos a comunidade negra no dia 28 de maio de 2014 através da Lei Nº 12.981.

 

Com um discurso de ódio e preconceito Holiday, histérico, não consegue enxergar suas raízes e se identificar como negro e com os negros.  Alheio aos séculos de exploração da escravatura ele fez uma falação no sentido de que é por falta de esforço próprio que nós, os negros, não somos maioria nas universidades, entre os mais abastados, no Congresso, no Itamaraty e etc.

 

“O que vejo aqui são os negros rebaixando os negros, dizendo que os negros não são capazes de alcançar seus objetivos por suas próprias capacidades. Muito pelo contrário (…) Acho que as cotas reforçam o racismo (…) Acredito que os negros e pobres podem alcançar a vitória mesmo sem as migalhas do Estado”, disse ele.

 

A igualdade só pode ser verificada entre pessoas que se encontram em situações semelhantes. Para enfrentar a situação de evidente desigualdade entre negros e brancos, são justas as ações afirmativas – entre elas as cotas. Evidentemente, não há nada mais injusto, nada mais desigual, do que tratar como igual aquilo que é desigual, como faz Holiday. O caminho para a maior igualdade na sociedade brasileira passa, necessariamente, por resgatar a dívida social com aqueles que foram, historicamente, desfavorecidos.

 

O Prof. Eduardo demonstrava que aqueles que são contra as cotas, como Fernando Holiday, se baseiam num sofisma segundo o qual uma luta imaginária entre um peso pesado como Mike Tyson e um raquítico elemento do povo, daria aos dois chances iguais de vitória porque as regras, materializadas na figura do juiz da luta, seriam as mesmas para os dois lutadores.

 

Pela falta de identificação com os negros o convidado do DEM ignora a crise que passa o país e o povo, principalmente os negros, pela política antinacional do governo que se submeteu ao sistema financeiro internacional passando, somente no ano passado, R$ 501 bilhões para os bancos através do pagamento de juros. Enquanto isso os negros sofrem cada vez mais com o aumento do desemprego – já são mais de três milhões de desempregados, sendo a maioria de negros – e da fome, retirada de direitos trabalhistas, genocídio da sua juventude, aumento dos casos de racismo e os cortes no Orçamento que deterioram ainda mais os serviços públicos prejudicando de forma mais enfática a comunidade negra, que é quem mais depende de investimentos públicos na Educação, Saúde e Transporte.

 

Um claro sintoma de que Fernando Holiday não se enxerga como negro é que para ele a conjuntura político-econômica é como se não existisse. O racismo existe devido as cotas, o Hino à Negritude, ou seja, a culpa da situação dos negros é dos próprios negros…

 

*Presidente do CNAB

 

Josué Guimarães visita o Mosfilm: o cinema da URSS na década de 50

Cena de "A Queda de Berlim", produzido pelo Mosfilm

 

Josué Guimarães é hoje um autor decisivo na história da literatura brasileira.

 

Surpreendentemente, sua obra ficcional, iniciada com o livro de contos “Os Ladrões” (1970), foi toda criada após o golpe de 1964, quando Josué enfrentou uma odiosa perseguição – durante um tempo, viveu na clandestinidade, até ser preso em 1969, em Santos; posteriormente, recorreu ao uso de pseudônimos para conseguir publicar alguma coisa na imprensa.

 

Em período de menos de 20 anos (ele faleceu em 1986), o escritor gaúcho escreveria “Depois do último trem”, “É tarde para saber”, “Os tambores silenciosos” – talvez a sua obra mais conhecida – “Dona Anja”, “Enquanto a noite não chega”, “Camilo Mortágua”, “Amor de Perdição”, os dois primeiros volumes de “A Ferro e Fogo” (ele não teve tempo para terminar o terceiro e último volume), uma série de livros para crianças (“A casa das quatro luas”, “Era uma vez um reino encantado”, “A onça que perdeu as pintas”, “Meu primeiro dragão”, “História do agricultor que fazia milagres”, “O avião que não sabia voar”, “A última bruxa”), mais dois livros de contos (“O cavalo cego” e “O gato no escuro”) e uma peça de teatro (“Um corpo estranho entre nós dois”).

 

 

Adquira já a “Série Cinema Soviético” do CPC-UMES Filmes

 

Antes de 1964, Josué foi, sobretudo, jornalista (desde 1939, quando mudou para o Rio de Janeiro) e político (em 1951, foi o vereador mais votado, pelo PTB, em Porto Alegre, e vice-presidente da Câmara; depois, foi chefe de gabinete de João Goulart na Secretaria de Justiça do Rio Grande do Sul, e, no governo Jango, de 1961 a 1964, foi diretor da Agência Nacional).

 

Pois foi este homem que, em 1952, realizou uma viagem à União Soviética e à China Popular. Desta viagem resultou o livro “As Muralhas de Jericó”, que jamais foi publicado em vida do autor.

 

Espantosamente, é seu primeiro livro, e já mostra todas as qualidades de estilo que se revelariam 18 anos depois, quando iniciou sua série de contos, romances e novelas.

 

O título é uma espécie de trocadilho ideológico: Josué, o personagem bíblico, sucessor de Moisés, fez ruir, ao som de trombetas, as muralhas da cidade de Jericó; já o moderno nacionalista Josué Guimarães pretendia, com seu livro, fazer ruir – nem que fosse um pouquinho – a cortina de ferro de desinformação, que o imperialismo levantara em torno da URSS e da China.

 

Não sei até que ponto é confiável a história, contada pela prefaciante da edição publicada pela L&PM, de que teria sido Getúlio Vargas, então presidente da República, quem aconselhou Josué Guimarães, em jantar no Palácio do Catete, a não publicar seu livro de viagem “para não perturbar a ordem estabelecida no país”.

 

Não parece o estilo de Getúlio, em geral muito cioso no respeito ao espaço alheio, e cuja atividade consistia, precisamente, em mudar “a ordem estabelecida no país” – o que fez até ao extremo do próprio sacrifício.

 

A prefaciante atribui essa suposta informação a familiares de Josué Guimarães.

 

Pode ser, mas, tanto esse prefácio, quando as notas acrescentadas ao livro pela mesma prefaciante, não inspiram muita confiança. De forma geral, ela demonstra todos os preconceitos anticomunistas que Josué Guimarães jamais demonstrou – e que, no texto, faz um tremendo esforço para combater, esperando que seus leitores os superem, e apontando o bloqueio da imprensa ocidental pelo imperialismo como responsável pelas deformações em relação à URSS e à China daquela época.

 

Em relação a esse problema da edição, ficaremos por aqui, acrescentando apenas que algumas notas revelam uma deplorável ignorância (por exemplo, não é verdade que a URSS tenha adotado uma “política de isolamento”, que Churchill descreveu com o termo “cortina de ferro” – pelo contrário, Churchill estava atribuindo aos soviéticos o resultado da política imperialista de bloqueio à URSS; e também não é verdade que a Komintern – a Terceira Internacional – tivesse por objetivo “estabelecer a sujeição total dos partidos comunistas de cada país”; se fosse assim, jamais haveria revolução na China).

 

Mas nada disso prejudica – ou nem isso é capaz de prejudicar – o valor literário e histórico de “As Muralhas de Jericó”.

 

Nesta página, o leitor poderá ler uma pequena amostra. É o relato que Josué faz de sua visita ao Mosfilm, um dos maiores estúdios russos da época (e, aliás, até hoje, como se pode constatar pelas duas Mostras Mosfilm de Cinema, realizadas no Brasil, em 2014 e 2015).

 

C.L.

 

 

JOSUÉ GUIMARÃES*

 

Estamos na sala de projeções do único cinema em três dimensões de Moscou. É um cinema, como eles próprios dizem, em período experimental. O povo assiste aos filmes coloridos, depois, se quiser, poderá mandar as suas observações para os estúdios produtores.

 

É uma sala pequena, talvez para trezentos espectadores. O prédio é velho e adaptado, as cadeiras são numeradas como, aliás, em qualquer outro cinema da União Soviética. Não há perigo de superlotação e ninguém pode entrar após a projeção da película. A frase que mais se lê em qualquer lugar de Moscou é o clássico É PROIBIDO FUMAR, os cinemas não são exceção da regra, antes pelo contrário, não se pode fumar na sala de projeção nem sequer no saguão de entrada. Fumar mesmo só na rua, se o vício for maior que o medo ao frio.

 

A tela é de vidro e pequena, de acordo com o tamanho da sala, e apresenta raiaduras em diagonal, entre vidro fosco e brilhante. Receberíamos óculos de papelão, com papel celofane verde e encarnado? Não. Eles eliminaram o invento norte-americano dos óculos, por impraticável, criando um outro sistema que, se não estou enganado, se resume no uso de telas de vidro superpostas e dupla, ou tripla, projeção.

 

Há um ponto ideal para que nossos olhos encontrem a terceira dimensão, e se faz necessário manter a cabeça em determinada posição. E o que se vê assim é simplesmente assombroso. A tela se transforma, de repente, numa grande janela aberta. As cenas se desenrolam como se nós, os espectadores, estivéssemos debruçados num janelão, enxergando a profundidade de maneira impressionante. Bastará, entretanto, tirar a cabeça daquele ponto ideal para a imagem se tornar menos luminosa e sem profundidade. Esse é o defeito que está mobilizando os técnicos soviéticos de cinema, desejosos todos de encontrar uma solução que alivie o público da imobilidade completa a que está obrigado atualmente. Imobilidade extremamente cansativa.

 

Mas não resta dúvida que o passo dado pela técnica soviética, proporcionando a terceira dimensão, em cores, em sala comum de projeção, é dos mais avançados na história do cinema. Os objetos tomam volume e a perspectiva é real. As árvores, realmente, balouçam seus galhos, independente de qualquer outra cena de fundo que adquire o seu plano definido na paisagem. E quando alguma coisa avança em direção da máquina, da objetiva, essa alguma coisa se projeta fora da tela como se penetrasse na própria sala onde estamos. A isso tudo, devo acrescentar o perfeito colorido dos filmes soviéticos atuais, considerados como os de maior perfeição em todo o mundo, sem os exageros de cores que estamos acostumados a ver nos filmes tecnicolor, onde em geral o céu é azul carregado, os cavalos são vermelhos e as pessoas são bonecos cor-de-rosa, de cabelos azuis.

 

Afirmam os que se dizem entendedores de fotografias e de cores que o processo usado na Rússia é Agfa, levado da Alemanha, mas de uma coisa não podemos escapar: é reconhecer que o colorido dos filmes soviéticos é incomparavelmente superior a qualquer similar alemão, mesmo em se tratando de cores no ramo da fotografia. Há, nos dias atuais, no colorido do cinema russo, uma delicadeza maravilhosa de tons. Nuances onde mal sentimos a cor, e muitas vezes as suas paisagens apresentam céus de matizes diversos, desde o alaranjado discreto do crepúsculo ao céu azul-claro dos dias ensolarados. As pessoas em cena têm pele natural e são mais vivas, no entanto, do que quaisquer outras que tenhamos visto anteriormente. Uma prova está num dos poucos filmes coloridos da União Soviética que foi liberado para as plateias brasileiras: Flor de Pedra. Busquemos, pois, nas críticas dos nossos entendidos em cinema, a opinião sobre a técnica da cor dos estúdios de Moscou.

 

Stalin tem uma frase que foi reproduzida na entrada de um dos maiores estúdios da União Soviética, o Mosfilm: “O cinema, nas mãos do poder soviético, representa uma valiosíssima e inapreciável força”. Lenin tinha ido mais longe ao desejar prestigiar a cinematografia na Rússia, afirmando: “De todas as artes, a mais importante para nós é o cinema”.

 

Seria avançar muito querer afirmar que essa ou aquela manifestação de arte tenha recebido do governo da União Soviética especial proteção, ou merecido maior atenção. Todos nós sabemos que o balé corre pelo sangue dos russos e a dança faz parte de sua vida, quase dos seus hábitos. Hoje em dia o teatro é uma potência e o autor mais representado continua sendo Shakespeare, o que nos dá bem uma ideia do nível cultural das plateias.

 

Assim, a despeito das frases de Lenin e dos reforços recebidos da parte de Stalin, não nos aventuramos a afirmar que o cinema tenha merecido atenção especial, quanto mais proteção, mas simplesmente dizer que a sétima arte, tão abandonada no Brasil, é hoje tida na Rússia não só como uma grande e poderosa indústria, capaz de canalizar rios de dinheiro para o povo soviético, como, e principalmente, um meio de levar beleza e bom gosto às multidões.

 

Não vemos um produtor de filmes na União Soviética lançando estórias de bandidos e mocinhos, de amores triangulares, de crimes, de enredos policiais. Não há o interesse de fazer o filme sensação, o grande golpe de bilheteria. Que foi Flor de Pedra – para citar apenas o mais conhecido – se não uma apoteose de arte, de cores, de bom gosto, enfim?

 

Mas passemos para a Mosfilm, um dos maiores estúdios de Moscou, situado, praticamente num arrabalde da Capital da Rússia dos nossos dias. Ele faz parte do grupo de cinco grandes estúdios soviéticos que estão dentro dos limites da cidade de Moscou e o valor dos seus estúdios atinge a casa dos cem milhões de rublos. Não há, é natural, magnatas do cinema, e tampouco veremos agentes de publicidade criando estórias de amores e de divórcios entre os principais artistas. O povo todo sabe que as artistas são casadas, em sua grande maioria, e têm filhos e são humanas como qualquer mocinha espectadora. Mesmo porque nem as próprias revistas de cinema — de kino — perdem tempo com futilidade e sensacionalismo. Os redatores especializados entram fundo na crítica do valor da obra apresentada, analisando os seus defeitos e salientando as suas vantagens como obra de arte. Desaparecendo a finalidade comercial como base da produção, os filmes e os produtores se libertam de uma série de injunções materiais, dando largas à imaginação e ao bom gosto.

 

A Mosfilm produz somente películas coloridas, não se dedicando a trabalhos em preto e branco. Atualmente realiza de doze a quinze filmes de longa metragem. Em geral, uma película requer quatro meses de trabalho. As despesas com cada obra variam de três a nove milhões de rublos. Os filmes mais conhecidos já produzidos pela Mosfilm são: A Queda de Berlim, Ivan, o Terrível, Flor de Pedra, A Batalha de Stalingrado, Lenin em Outubro, Cossacos de Kuban, Encontro sobre o Elba, Contos da Terra Siberiana, Homens Valentes e Véspera de Natal, de Gogol, que está sendo produzido em terceira dimensão.

 

Assistimos em Moscou, em dois dias consecutivos, A Queda de Berlim, considerada a melhor produção soviética, tendo custado a importância de nove milhões de rublos. Ora, valendo o rublo cinco cruzeiros, é fácil avaliar o custo dessa obra monumental que procura retratar – e o conseguiu brilhantemente – a odisseia dos soldados e do povo soviético na luta contra o nazismo. A estória se resume na vida de um jovem e modesto operário russo que obtém o “Prêmio Stalin” batendo todos os recordes de produção individual numa grande usina de aço. Por esse motivo é levado à presença do chefe do governo e participa de um almoço na companhia dos maiores homens da União Soviética. Nesse meio tempo, os alemães invadem a Rússia e dominam as cidades do oeste. O operário ingressa nas forças armadas e consegue um dia chegar até Berlim, quando participa da implantação da bandeira vermelha no alto do Reichstag. O filme reconstitui a conferência de Yalta entre Churchill, Roosevelt e Stalin e retrata os últimos dias de Hitler e Eva Braun nos subterrâneos anti-aéreos, atendo-se, na medida do possível, à verdade histórica, de acordo com documentos encontrados. É uma película forte e impressionante, e as cenas de batalha – quase todas reconstituídas – são de uma autenticidade admirável.

 

O sistema de salários na indústria de filmes na União Soviética também difere muito do que conhecemos. Um diretor, por exemplo, recebe de cinco a seis mil rublos mensais e, ao finalizar a sua obra, tem o direito a uma espécie de gratificação de setenta e cinco mil rublos. Os principais artistas recebem setenta e cinco por cento do salário do diretor – isto é – de três mil e quinhentos a quatro mil e quinhentos rublos mensais, e ainda a mesma percentagem sobre a gratificação final de setenta e cinco mil rublos, que vem a ser quarenta e cinco mil cruzeiros. Uma organização distribuidora financia os trabalhos prevendo todas as despesas, salários e gratificações e, após, lança o filme no mercado nacional, arrecadando as receitas e prestando contas ao Estado.

 

Encontramos o diretor Gregorie Alexandrov às voltas com cenas do seu novo filme Glória ao Povo, cuja artista principal é Vinogradova. Tem como operador o célebre Tissé, autor dos melhores trabalhos de câmera na União Soviética. O filme gira em torno da vida do grande compositor russo Glinka, transcorrendo a maioria das cenas na Itália, onde aquele músico obteve os seus maiores sucessos.

 

Alexandre Prushko – o hoje célebre diretor de Flor de Pedra – nos recebe com um grande sorriso e paralisa a filmagem de seu novo trabalho Sadko. Interessa-se em saber do êxito e da crítica de seu filme no Brasil e agradece os elogios que fazemos à sua obra, onde o colorido atinge toda a sua grandeza. E sobre Sadko – uma antiga lenda russa que já serviu de motivo para uma ópera – diz Alexandre Prushko:

 

– Considero este meu trabalho superior à Flor de Pedra, pois hoje disponho de maiores recursos técnicos.

 

Horas depois assistimos a quatro partes de Sadko, já concluídas e com som, e não tínhamos dúvidas da afirmativa de Prushko: o trabalho será superior a Flor de Pedra. Stolizrov, o principal ator, também trabalhou naquele filme anterior de Prushko, e é considerado hoje um dos maiores e mais queridos atores da União Soviética.

 

Outro diretor não menos famoso nos é apresentado na Mosfilm: Abraão Room. Ele dirigiu os filmes A Baía da Morte, Tribunal de Honra, O Fantasma que Não Volta, e agora dirige, de Sheridan, Escola de Intrigas, em que atuam todos os grandes atores do famoso Teatro de Arte da Rússia.

 

Quando esses filmes serão exibidos no Brasil? Não sabemos. Eles não contêm propaganda comunista, não defendem qualquer ideologia. São, na sua grande maioria, obras-de-arte. Enquanto isso, os nossos cinemas repetem velhas películas americanas, na falta de obras novas, e o nosso público bate palmas para sensacionais estórias de gangsters onde sempre o passivo de mortes é assustador.

 

Fonte: Hora do Povo

 

E. E. Rui Bloem: “sem grêmio a escola não muda”

 

Na tarde de ontem o presidente da UMES, Marcos Kauê, acompanhou a posse do grêmio da Escola Estadual Rui Bloem, próximo ao metrô Santa Cruz. Durante a atividade, que contou com a participação de centenas de alunos da escola, bem como de professores e direção, Kauê ressaltou a importância da organização e fortalecimento do grêmio para garantir e assegurar a educação pública.

 

“Há uma grande luta na sociedade, que por um lado exige educação pública de qualidade, com escolas estruturadas e com condições básicas para formar os jovens nos dias de hoje, enquanto por outro lado os governos cortam da educação, numa tentativa de sucatear ainda mais nossa a escola pública”, afirmou Kauê ao tratar da importância das eleições do grêmio à imprensa da UMES. Para ele o roubo da merenda, que implica cada dia mais diversos quadros da administração tucana em São Paulo, é mais uma prova do total descompromisso com a educação e com a juventude.

 

 

Já Carolina Martins de Oliveira (17), eleita presidente do grêmio e estudante do 3° ano do ensino médio, na turma F, as eleições foram muito importantes para a escola. “Antes não havia grêmio e sem grêmio a escola não muda”, comentou ao ressaltar projetos para melhorar as condições dos banheiros, bem como atividades culturais ligadas a apresentações de capoeira e realização de festas.

 

 

Ao discutir com Kauê sobre o papel do grêmio nas mobilizações contra o roubo da merenda Carolina disse que vai mobilizar e organizar os estudantes, promovendo debates e participando de protestos e atividades sobre o tema. “Vamos interagir com os estudantes e levar esse debate para a escola”, afirmou lembrando que a integração com os demais grêmios e escolas é muito importante, assim como o fortalecimento da relação entre o grêmio e a UMES.