Na manhã da segunda (28) os estudantes da E. E. Maria José realizaram o seu debate com as três chapas que concorrem às eleições para o grêmio da escola, na próxima quinta. Embora a eleição tenha ocorrido com acompanhamento da Secretaria de Educação, que destacou um professor para conduzir o processo eleitoral, os estudantes realizaram um amplo debate sobre a escola, educação e o país, onde foi discutido principalmente a atual crise política nacional, bem como os escândalos estaduais envolvendo a merenda.
Para Bruno Oliveira, estudante do 2º B do ensino médio, e candidato a presidente pela chapa “Sibanna Blanth”, “o grêmio é importante por que ajuda os estudantes a se integrarem nas lutas da sociedade”, comentou destacando a crise política vivida no Brasil, assim como os escândalos da merenda em São Paulo, que vão da falta da merenda ao desvio de verbas destinados a sua compra.
Bruno disse que se sua chapa for eleita o ponto forte de sua gestão será a integração e participação dos alunos na organização dos projetos culturais, como shows de talento, debates e peças de teatro.
Já Nicole Schindler, estudante do 3º C, e candidata a presidente pela chapa “Liberty”, a abertura da escola para a comunidade é o mais importante. “Abrir a escola vai facilitar a integração entre estudantes e a comunidade”. Para ela São Paulo é uma cidade muito rica culturalmente e abrir a escola só vai ampliar a troca cultural entre a escola e a sociedade. Ela afirmou que vai fortalecer o projeto conhecido como “Escola da Família”, que basicamente trás as famílias dos alunos para dentro da escola, possibilitando a realização de palestras, cursos e debates e envolvendo as famílias dos estudantes na vida da escola.
Para ela o debate entre as chapas foi muito importantes porque possibilitou que os estudantes refletissem sobre a atual conjuntura de crise que o país vive, o que não é normal e exige muita atenção. “Muitos estudantes com 16 anos vão votar pela primeira vez esse ano”.
A candidata a presidente pela chapa “Distrito 13”, Lilith Moreira, do 2º ano do ensino médio, disse que convocará todos os alunos dispostos a ajudar, inclusive os candidatos das demais chapas, para consolidar a gestão do grêmio e organizar todos os projetos e seus responsáveis. Para ela o ponto alto do debate também foi a discussão sobre a crise política que vive o país. “Discutimos o atual governo e os estudantes começaram a refletir. Precisamos nos organizar. Se com essas três chapas conseguirmos organizar os estudantes podemos ajudar a resolver os problemas da escola”, disse ela ao tratar da crise vivida pela escola pública.
Após o debate o presidente da UMES, Marcos Kauê, bateu um papo com o professor Marco Antonio, que é coordenador do ensino fundamental I e II e foi destacado pela Secretaria de Educação para acompanhar a eleição do grêmio. Para ele “o grêmio é um espaço de formação política, que ajuda os estudantes a compreenderem a cidade e o país”.
Ao ser questionado sobre o papel dos gestores de educação no grêmio, que é uma entidade dos estudantes, Marco afirmou que a sua “função no grêmio é estimular os alunos a participarem e compreenderem o funcionamento da escola. Mostrar os ideais de democracia e como as coisas podem ser realizadas”.
Sobre o processo Marco ponderou que o “mais positivo é o estudantes sentir a abertura de que pode exigir as coisas. Que a escola pertence a eles, não é algo abstrato. Pertence a quem está dentro dela: estudantes, funcionários e professores. É sentir que eles fazem parte da escola, que eles tem que assumir a escola e fazer ela funcionar”.