Capoeira na UMES realiza apresentação na E. E. Caetano de Campos da Consolação

 

Ontem a Capoeira na UMES realizou mais uma de suas apresentações nas escolas de São Paulo, dessa vez na escola Caetano de Campos da Consolação. Com muita animação o professor-instrutor, Fabiano Pavio, acompanhado da diretoria da UMES fez um breve bate-papo com os estudantes resgatando a importância da capoeira na formação da cultura brasileira e logo em seguida deu início a roda, aberta a todos os alunos.

 

Durante a apresentação os alunos foram convidados a participar das aulas ministradas na sede da entidade.

 

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Participe de uma roda:

 

 

Segundas e quartas: 19h30 às 21h (Prof. Instrutor Royal)

 

Terças e quintas: 15h30 às 17h e 19h30 às 21h (Prof. Instrutor Pavio)

 

Sextas: 19h às 21h (integração das turmas, aula de instrumentação, maculelê e samba de roda)

 

 

Não perca as aulas de acrobacia para os alunos da capoeira: todas as terças e quintas das 18h às 19:30h

 

 

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

Polícia prende ex-presidente da Assembleia de SP e mais 6 por fraude na merenda

 

A Operação Alba Branca, que investiga desvio de dinheiro público destinado a merendas escolares, prendeu na manhã desta terça-feira (29) o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Leonel Julio, de 80 anos, e mais seis investigados por fraude na merenda escolar. Também foi decretada a prisão do presidente da União dos Vereadores do Estado, Sebastião Misiara. A decisão é da Justiça de Bebedouro (a 381 km da capital), onde ficava a base da organização.

 

Os alvos das ações são suspeitos de participar de um esquema de fraudes nos contratos para fornecimento de merenda para escolas da rede pública estadual e também municipais. Os sete são acusados de fraude em procedimento investigatório, organização criminosa e formação de quadrilha.

 

Segundo as investigações, o esquema envolvia o pagamento de propina a agentes públicos e era liderado pela Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que mantinha contratos para fornecimento de alimentos com diversas prefeituras. A empresa é acusada de fraudar a modalidade de compra "chamada pública", que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. A empresa cadastrou cerca de mil pequenos produtores, mas comprava de apenas 30 ou 40 deles, e adquiria também de grandes produtores e na central de abastecimento do estado, informou o MP.

 

A Alba Branca aponta para o suposto envolvimento do atual presidente da Assembleia de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB) e de outros parlamentares. A investigação sobre Capez, que já teve a quebra de sigilo decretada por um juiz, está em curso no Tribunal de Justiça do Estado.

 

A operação foi deflagrada em janeiro, com mandados de busca e apreensão em 16 prefeituras paulistas.

 

Leonel Julio, do antigo MDB, presidiu a Assembleia de São Paulo e foi cassado em 1976 pelo regime militar acusado de após ter suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas (na época, o caso ficou conhecido como "escândalo das calcinhas"). A operação afirma que seu filho, Marcel Julio, é um dos mentores da organização. Marcel está foragido.

 

Os mandados de prisão contra Leonel Julio e outros seis alvos da Alba Branca foram expedidos pela Comarca de Bebedouro, porque eles não têm foro privilegiado, como Capez. Além de Leonel Julio e Sebastião Miziara, a Justiça mandou prender também Carlos Eduardo da Silva, Aluísio Girardi, Emerson Girardi, Luiz Carlos da Silva Santos e Joaquim Geraldo Pereira da Silva. Procurada pela reportagem, a União dos Vereadores do Estado disse ainda não ter informações a respeito do mandado contra Sebastião Misiara.

 

A Justiça também decretou buscas e apreensões que estão sendo cumpridas pela Polícia Civil do Estado.

 

A Operação Alba Branca envolve ainda Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil do Governo Geraldo Alckmin.

 

Fonte: OUL

Estudantes ocupam ALESP e Paulista contra fraude da merenda

 

Estudantes faziam um protesto contra desvios de verba para a merenda, contra o fechamento de escolas e por melhores condições de educação nesta terça-feira (29), em São Paulo. O ato ocorreu no mesmo dia em que a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizaram  a segunda fase da Operação Alba Branca, que investiga a suspeita de fraude em licitações da merenda escolar em 22 cidades paulistas. Sete pessoas foram presas.Os alunos se reuniram na esquina das avenidas Paulista com a Brigadeiro Luís Antônio, de onde partiram em caminhada para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na Zona Sul. Eles pediam uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as supostas fraudes.

 

 

Parte dos estudantes ficou na porta da Assembleia. Às 16h40, eles ocuparam a Avenida Pedro Álvares Cabral, nos dois sentidos. A Polícia Militar tentou retirar os manifestantes da via, mas os jovens seguiram na avenida. Carros que vinham por lá tiveram de voltar na contramão. Depois disso, os manifestantes liberaram o sentido Jardins da via. Às 17h20, eles seguiram para a via sentido Aeroporto.Pouco depois, decidiram seguir pela Brigadeiro em direção à Avenida Paulista. O grupo chegou à via às 18h10. No horário, eles fecharam os dois sentidos da via, na altura da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Em seguida, bloquearam apenas a pista sentido Consolação.Os manifestantes seguiram pela avenida em direção ao Masp. No início da noite, houve troca de insultos entre estudantes e manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff que acampam em frente ao prédio da Fiesp (assista ao vídeo acima). Policiais militares separaram os dois grupos e os alunos seguiram até a frente do Masp. O ato terminou por volta das 19h40.

 

Fonte: G1 (Fotos: O Mal Educado)

 

Mazé resiste e organiza grande debate para eleição do grêmio

 

Na manhã da segunda (28) os estudantes da E. E. Maria José realizaram o seu debate com as três chapas que concorrem às eleições para o grêmio da escola, na próxima quinta. Embora a eleição tenha ocorrido com acompanhamento da Secretaria de Educação, que destacou um professor para conduzir o processo eleitoral, os estudantes realizaram um amplo debate sobre a escola, educação e o país, onde foi discutido principalmente a atual crise política nacional, bem como os escândalos estaduais envolvendo a merenda.

 

Para Bruno Oliveira, estudante do 2º B do ensino médio, e candidato a presidente pela chapa “Sibanna Blanth”, “o grêmio é importante por que ajuda os estudantes a se integrarem nas lutas da sociedade”, comentou destacando a crise política vivida no Brasil, assim como os escândalos da merenda em São Paulo, que vão da falta da merenda ao desvio de verbas destinados a sua compra.

 

 

Bruno disse que se sua chapa for eleita o ponto forte de sua gestão será a integração e participação dos alunos na organização dos projetos culturais, como shows de talento, debates e peças de teatro.

 

Já Nicole Schindler, estudante do 3º C, e candidata a presidente pela chapa “Liberty”, a abertura da escola para a comunidade é o mais importante. “Abrir a escola vai facilitar a integração entre estudantes e a comunidade”. Para ela São Paulo é uma cidade muito rica culturalmente e abrir a escola só vai ampliar a troca cultural entre a escola e a sociedade. Ela afirmou que vai fortalecer o projeto conhecido como “Escola da Família”, que basicamente trás as famílias dos alunos para dentro da escola, possibilitando a realização de palestras, cursos e debates e envolvendo as famílias dos estudantes na vida da escola.

 

Para ela o debate entre as chapas foi muito importantes porque possibilitou que os estudantes refletissem sobre a atual conjuntura de crise que o país vive, o que não é normal e exige muita atenção. “Muitos estudantes com 16 anos vão votar pela primeira vez esse ano”.

 

A candidata a presidente pela chapa “Distrito 13”, Lilith Moreira, do 2º ano do ensino médio, disse que convocará todos os alunos dispostos a ajudar, inclusive os candidatos das demais chapas, para consolidar a gestão do grêmio e organizar todos os projetos e seus responsáveis. Para ela o ponto alto do debate também foi a discussão sobre a crise política que vive o país. “Discutimos o atual governo e os estudantes começaram a refletir. Precisamos nos organizar. Se com essas três chapas conseguirmos organizar os estudantes podemos ajudar a resolver os problemas da escola”, disse ela ao tratar da crise vivida pela escola pública.

 

 

Após o debate o presidente da UMES, Marcos Kauê, bateu um papo com o professor Marco Antonio, que é coordenador do ensino fundamental I e II e foi destacado pela Secretaria de Educação para acompanhar a eleição do grêmio. Para ele “o grêmio é um espaço de formação política, que ajuda os estudantes a compreenderem a cidade e o país”.

 

Ao ser questionado sobre o papel dos gestores de educação no grêmio, que é uma entidade dos estudantes, Marco afirmou que a sua “função no grêmio é estimular os alunos a participarem e compreenderem o funcionamento da escola. Mostrar os ideais de democracia e como as coisas podem ser realizadas”.

 

Sobre o processo Marco ponderou que o “mais positivo é o estudantes sentir a abertura de que pode exigir as coisas. Que a escola pertence a eles, não é algo abstrato. Pertence a quem está dentro dela: estudantes, funcionários e professores. É sentir que eles fazem parte da escola, que eles tem que assumir a escola e fazer ela funcionar”.

 

Bomba! Divulgaram o grampo do Aécio!

 

Acima publicamos o grampo de Aécio Neves, divulgado amplamente durante a semana passada nas redes sociais. Com o novo flagrante parece que a casa caiu para o tucano! Clique na imagem e assista o vídeo.

 

APEOESP rejeita proposta fraudulenta de de reajuste do governo

 

Abaixo publicamos a nota da Apeoesp, assinada pela presidente da entidade, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), que denuncia a manobra do governo estadual que pretende converter os recursos que seriam destinados ao pagamento do bônus para os profissionais do Magistério no suposto reajuste linear de apenas 2,5%

 

A Diretoria da APEOESP recebeu do Secretário Estadual da Educação na tarde desta segunda-feira, 28/03, a informação de que o Governo Estadual pretende converter, emergencialmente, neste ano, os recursos que seriam destinados ao pagamento do bônus para os profissionais do Magistério em reajuste linear de apenas 2,5%.

 

Este percentual está muito distante do necessário para a valorização de uma categoria tão importante como são os professores, sobretudo os professores estaduais paulistas, que estão há dois anos sem reajuste salarial, com grandes perdas acumuladas. Por isso, a diretoria da APEOESP recusou este percentual na própria reunião. Não dá para iniciar uma conversa sobre um reajuste tão insignificante.

 

O Secretário reuniu-se pela manhã com as demais entidades da educação e com a APEOESP na parte da tarde. Ou seja, já pela manhã as entidades receberam a minuta de projeto de lei convertendo o bônus em reajuste e tomaram conhecimento do percentual de 2,5% de reajuste linear para todas as categorias dos profissionais da educação, o que só ocorreu à tarde com relação à APEOESP.

 

Frente à proposta do Governo, é necessário debater nas escolas, para que a categoria tome suas decisões na Assembleia Estadual que será realizada no dia 08 de abril, às 14 horas, na Praça Roosevelt, em São Paulo.

 

Fonte: Apeoesp

 

Cadê a merenda? CPI já!

 

Na tarde de ontem a diretoria da UMES realizou uma ampla reunião com lideranças de grêmios de toda a cidade para organizar sua campanha em defesa da CPI da Merenda no Estado de São Paulo. “Vamos mobilizar os grêmios da cidade exigindo essa CPI. Faremos diversas atividades durante a semana e organizaremos reuniões semanais para avaliar nossa mobilização. Vamos garantir que essa CPI saia do papel porque é inadmissível o roubo da nossa merenda. É inadmissível que nossas escolas estejam sem comida para os estudantes”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES, ao fazer um balanço da reunião.

 

Para Kauê “o governo de São Paulo vem sucateando cada vez mais a escola pública. Sucateou através da aprovação automática, através da superlotação das salas de aula, desvalorizando os salários dos professores. E agora sucateia nossa educação roubando nossa merenda. Na ETEC Getúlio Vargas [uma das escolas mais importantes do Estado de São Paulo], que tem 3.600 alunos, onde a maioria deles fazem o ensino médio integrado com o técnico, eles não tem direito a merenda, só recebem apenas um suco e bolacha”, denunciou.

 

Até agora já foram realizadas diversas manifestações pedindo a CPI da merenda, que começou a ganhar corpo na semana passada quando a UMES realizou um ato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), em conjunto com os professores organizados pela APEOESP, pedindo a CPI. A principio a atividade teria início com a audiência pública realizada na ALESP e posteriormente sairia em passeata até o Parque Trianon, porém como os deputados da base governista conseguiram cancelar a audiência, o ato foi realizado em frente ao prédio da assembleia. Estavam presentes centenas de manifestantes entre estudantes e professores que contaram com a participação do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).

 

Na ocasião os estudantes realizaram um jogral anunciando a todos os presentes o porque da mobilização estudantil. “Somos estudantes do município de São Paulo. Somos alunos da ETEC, da escola estadual, municipal. Viemos hoje pedir e garantir um direito que é nosso. A nossa educação esta cada vez mais sucateada. Até a nossa merenda eles estão roubando. Nós viemos hoje e voltaremos semana que vem. Enquanto essa CPI não for instalada não daremos sossego”. Ao fim do jogral os estudantes cantaram uma palavra de ordem exortando os deputados pela abertura da CPI: “Não tem arrego! Você tira a minha merenda e eu tiro o seu sossego!”.

 

Durante a atividade o presidente do grêmio da ETEC Getúlio Vargas denunciou que antes do escândalo da merenda sua escola contava refeições com pelo menos três itens, porém agora só é servido suco e bolacha no intervalo.

 

Operação Alba Branca investiga desvios na merenda

 

A Operação Alba Branca, do Ministério Público Estadual de São Paulo, investiga os desvios na compra de alimentos da rede paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos durante a ação policial foram citados agentes públicos como o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, ex-secretário de Agricultura.

 

De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) liderava um esquema de pagamento de propina para manter contratos com diversas prefeituras, com valores superiores a R$ 1 milhão, bem como contrato com o governo do estado. A empresa também é investigada por fraudar a modalidade de compra “chamada pública”, que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. De acordo com o Ministério Público a cooperativa adquiria mercadorias de grandes produtores e na central de abastecimento do estado.

 

 

Há 48 anos assassinato do estudante Edson Luís mobilizava o país contra a ditadura

 

 

Devido os escândalos envolvendo a merenda no Estado de São Paulo a diretoria da UMES decidiu homenagear o estudante secundarista Edson Luís de 18 anos, que foi assassinado no dia 28 de março de 1968, pela ditadura, enquanto defendia melhores condições para o restaurante estudantil do Calabouço, no Rio de Janeiro

 

Há 48 anos, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro enquanto participava da manifestação contra o alto preço e a má qualidade da comida servida no restaurante estudantil do Calabouço, que funcionava no Instituto Cooperativo de Ensino, onde ele cursava o segundo grau.

 

A manifestação foi duramente reprimida pela polícia militar, que respondeu com tiros contra a resistência estudantil. Com a chegada de reforços policiais os estudantes que não conseguiram fugir se abrigarem no restaurante que foi invadido pela polícia que assassinou dois estudantes e deixou ao menos cinco feridos. Entre os mortos estavam Benedito Frazão Dutra, que morreu no hospital e Edson que morreu na hora após levar um tiro a queima-roupa no peito, de uma pistola calibre 45.

 

A manifestação do dia 28 de março de 68 se deu após diversas manifestações pela melhoria do refeitório, que passou para o controle da ditadura em 1967, quando perceberam que a escola havia se convertido em um centro de agitação em defesa da redemocratização e contra o acordo MEC-USAID, após as massivas manifestações em defesa de melhorias na merenda do instituto.

 

Após sua morte os estudantes, temendo que a PM sumisse com o corpo, impediram que Edson fosse conduzido para o Instituto Médico Legal (IML) e o carregaram em passeata diretamente para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde foi velado. Mais de 50 mil pessoas compareceram ao enterro, gritando palavras denunciando a ditadura: “Mataram um estudante. Podia ser seu filho!”, “Bala mata fome?”, “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.

 

Durante o período que se estendeu entre o Velório e a missa realizada na Igreja da Candelária, no dia 2 de abril, foram mobilizados protestos em todo o país: greve nacional dos estudantes, luto por 3 dias no Rio de Janeiro e paralisação de espetáculos teatrais. Em São Paulo estudantes de diversos cursos da USP e PUC também organizaram protestos contra o assassinato de Edson. A morte de Edson também estava entre um dos fatores que levou a organização da passeata dos Cem Mil, no dia 26 de junho de 1968, na cidade do Rio de Janeiro.

 

Ao longo do tempo Edson recebeu diversas homenagens, entre as quais a canção “Menino”, composta por Milton Nascimento e Ronaldo Bastos de 1976: “Quem cala sobre teu corpo/ Consente na tua morte/ …/ Quem grita vive contigo”.

 

Edson nasceu em Belém, no Pará, e concluiu o primeiro grau na Escola Estadual Augusto Meira na cidade de Belém. Posteriormente mudou-se para o Rio de Janeiro para concluir seus estudos.

 

Foto: Acervo da Biblioteca Nacional

 

Pátria Educadora deixa cerca de 2,9 milhões fora da escola

 

Levantamento divulgado terça (22) revela que há 8,1 milhões de estudantes cursando o ensino médio enquanto 1,6 milhão de adolescentes de 15 a 17 anos não têm atendimento escolar no Brasil

 

O Censo Escolar de 2015 foi anunciado na terça (22) e revela que há 1,6 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola. No total 8,1 milhões de alunos cursam o ensino médio em todo o país aponta o levantamento realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

 

Ao tratar do péssimo resultado o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que seu ministério vai visitar as famílias de todos os alunos que não estão nas salas “uma a uma”. “A dificuldade é como a gente convence o adolescente a voltar para a escola”, disse o ministro ignorando completamente que a educação teve cortes superiores a mais de R$ 11,4 bilhões em 2015.

 

O Censo 2015 mostrou que 600 mil crianças entre 4 e 5 anos não têm atendimento escolar. Comparando com os dados do IBGE e as matrículas colhidas pelo Censo Escolar, ambas do ano passado, esse número representa 17,3% da população nesta faixa etária.

 

No Brasil, cerca de 2,9 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos estão fora da escola, afirma o observatório do PNE.

 

Merenda “seca” de São Paulo desrespeita parâmetros nutricionais

 

Nutricionistas aponta que bolachas e sucos artificiais fornecidos em escolas estaduais, além de não suprirem necessidades diárias dos alunos, são de baixa qualidade

 

Desde o começo do ano letivo, os alunos da Escola Estadual João Dória, no Itaim Paulista, extremo da zona leste de São Paulo (SP), procuram a Diretoria para saber por que, de um ano para o outro, deixaram de receber refeições completas por apenas bolachas, suco artificial e, eventualmente, uma maçã; a chamada merenda seca.

 

Já Bruno (Nome fictício) deu sorte. Desde o dia 7 de março passou a frequentar a Escola Estadual Lívio Xavier, também no Itaim Paulista. Antes, ele estudava na João Dória, localizada no mesmo bairro, mas um pouco mais próximo de sua casa. “Aqui é bem melhor. Ontem teve macarrão com sardinha, macarrão ao molho”, conta o jovem de 12 anos, que cursa a 6ª série do Ensino Fundamental. “Lá dava aquela bolachinha seca. Era muito ruim”, detalha.“Para o noturno é pior ainda. Simplesmente não tem mais merenda. Muita gente vem do trabalho e não tem nada para comer”, conta uma aluna de 13 anos, que prefere não se identificar.

 

A justificativa para a falta de alimentos na João Dória é de o contrato com as merendeiras acabou. Ou seja, há alimentos, mas não quem os prepare aos alunos. A mesma situação é denunciada em outras escolas. Um dos principais canais de denúncia tem sido o perfil no Instagram e no Facebook chamado Diário da Merenda, criados em agosto de 2015.

 

E.E. José Maria Matosinho, em Campinas; E.E. Hernani Furini, em Guarulhos; EE Julia Rios Athayde, em Sorocaba; E.E Bertha Corrêa e Castro Rocha, em Poá; E.E. Prof. Fidelino de Figueiredo, no Centro da capital paulista; foram algumas das escolas estaduais denunciadas pela página.

 

Nutrição

 

O fornecimento das merendas é de responsabilidade dos estados e municípios, mas segue diretrizes nacionais porque parte dos recursos vem da União, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Nelas está explícito que o cardápio da alimentação escolar deve suprir, no mínimo, 20% das necessidades nutricionais diárias dos alunos beneficiados.

 

Sendo assim, um adolescente de 13 anos demanda, por dia, aproximadamente 2300 calorias. Três bolachas de água e sal têm, em média, 96 calorias e um copo de 200 ml de suco artificial, 22 calorias. Isso corresponde a 5% das necessidades diárias de um jovem, ou seja, bem abaixo do recomendado pelo FNDE.

 

Para a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu, especialista em Adolescência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além de não entregar a quantidade mínima de nutrientes recomendada, aqueles que são fornecidos são de baixa qualidade, ou seja, ricos em açúcar.

 

Ela lembra que a ideia de fornecer a merenda para as crianças é nutri-las. “O ferro, por exemplo, ajuda na atenção, as proteínas ajudam no desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que estão em fase de crescimento, estão em fase de aprendizagem e isso tem que ser levado em consideração. A combinação de ômega 3 e outras gorduras insaturadas são fundamentais para o desenvolvimento cerebral”, afirma. “Um bom prato de arroz com feijão com legumes, verduras e proteínas magras faz isso muito bem”, sugere.

 

Para Janaína Maudonnet, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a merenda escolar ainda é vista como algo para “cobrir uma carência do aluno” e não como algo fundamental para seu desenvolvimento. “Eles têm direito à educação plena e se entende que isso inclui alimentação saudável e balanceada. Isso está nos tratados internacionais e é um direito humano e dos jovens”, afirma Janaína.

 

Segundo Volmer Áureo Pianca, representante do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo, os problemas são pontuais e estão relacionados à logística da distribuição dos alimentos que são armazenados todos em um único estoque e de lá são enviados para todo o estado. "Eu acho que cada escola deveria montar uma comissão com membros da comunidade e fazer suas compras”,  sugere.

 

À reportagem, em nota, a Secretaria Estadual de Educação rebateu. "Cabe destacar que a merenda é ofertada de forma descentralizada em 88% das cidades paulistas e nestes casos cabe aos municípios a adesão ao convênio com o Estado. Caso isto não ocorra, a Pasta assume inteiramente o serviço", informou, destacando que tem tomado a frente para solucionar eventuais problemas na oferta de merenda para alunos da rede estadual.

 

Alba Branca

 

Para a Secretaria, que reconheceu algumas dessas falhas na distribuição, os problemas são pontuais, em função do fim de convênios com prefeituras no interior ou de contratos de merendeiras terceirizadas.

 

No entanto, há suspeitas de que o problema esteja relacionado ao superfaturamento na compra de merendas, fato que foi denunciado pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Civil na Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro deste ano. A denúncia tem gerado diversas mobilizações de pais, professores e, principalmente, estudantes, que cobram respostas do governado Geraldo Alckmin (PSDB).

 

Um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de fraudes também está em curso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).Somente 24 dos 94 deputados assinaram o pedido. Para que seja aprovada são necessárias 32 assinaturas.

 

"O problema da merenda é sistêmico. Há um modelo de gestão da merenda que se centralizou e aí começou a questão dos contratos. A merenda perdeu em dois sentidos: ficou mais cara e perdeu a qualidade. Além do modelo, ficou claro que houve um desvio, e uma merenda que era para custar menos passou a custar mais por conta da propina, e de certa forma caiu a qualidade”, pontuou Maria Izabel Noronha, a Bebel, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

 

Fonte: Gisele Brito e Camila Rodrigues da Silva do Brasil de Fato