Astrogildo: foi muito gratificante revogar o fechamento da escola

 

Durante desocupação estudantes comemoram vitória sobre decreto que instituía o fechamento de unidades escolares

 

Nesta segunda-feira os estudantes da E. E. Prof. Astrogildo Arruda realizaram a desocupação da escola após 29 dias de ocupação. “’Não tem arrego, queremos educação de qualidade!’ Esse foi o nosso recado para aqueles que pretendiam fechar o Astrogildo e tantas outras escolas”, disse o presidente da UMES, Marcos Kauê, durante reunião com estudantes da ocupação, pouco antes da chegada dos funcionários da Diretoria de Ensino e da direção escolar que receberiam dos alunos as chaves da escola.

 

“A primeira etapa da nossa luta, por educação pública de qualidade, nós vencemos. E essa luta foi conseguir ocupar as escolas contra o decreto da reorganização que instituía o fechamento das escolas. Agora precisamos nos organizar para o ano que vem”, disse Kauê, que convidou os estudantes para a plenária da próxima sexta (18), às 14 horas. “Porquê? Porque precisamos chamar essa galera das ocupações e nos preparar para o ano que vem. O governo já disse que vai discutir no ano que vem a reorganização. E os estudantes de cada escola precisam ter um documento dizendo que somos contra a reorganização, afirmando o que queremos dentro da escola. E isso nós vamos entregar para os nossos pais e para toda a comunidade”.

 

“Essa nossa foi a nossa primeira vitória. E com ela conseguimos derrubar um secretário de Educação que defendeu fechar escola, e junto foi o seu chefe de gabinete. E isso não acontece há muito tempo em São Paulo, foi uma vitória muito grande. Então precisamos nos organizar para esse próximo período. A nossa plenária vai discutir duas coisas, o documento que vamos escrever e as nossas ações contra a reorganização, contra a aprovação automática, por melhores salários para nossos professores. Por uma escola do tamanho dos nossos sonhos”, completou.

 

 

Durante a reunião os estudantes organizaram os últimos preparativos para a entrega das chaves a diretora do Astrogildo, Sandra Ferreira, e ao representante da Diretoria de Ensino Leste 2, Paulo Ferreira, que se definiu como “executivo público”. Ambos chegaram por volta das 13:20 horas, e deram início a vistoria da escola, que foi realizada com a presença de uma comissão composta pelo presidente do grêmio da escola, Bismarck Lucas, e por caio Guilherme, membro da diretoria da UMES.

 

Enquanto realisavam a vistoria Bismarck salientava o trabalho dos estudantes em cada espaço vistoriado, ressaltando que as salas de aula, corredores e outros espaços da escola foram varridos, assim como foram limpas as pichações, um trabalho que deixou o banheiro da escola limpo como nunca se viu antes. Até mesmo a diretora reconheceu em muitos momentos que os estudantes deixaram a escola melhor do que a encontraram antes da ocupação.

 

Da direita para esquerda, Paulo Fernandes, da Diretoria de Ensino, Bismarck, presidente do grêmio, e a diretora Sandra de vestido preto junto a alunos e funcionários da escola durante vistoria

 

Ainda no início da vistoria o representante da Diretoria de Ensino orientou a diretora Sandra a redigir um relatório sobre a ocupação contendo um levantamento completo das ações dos alunos na escola, documento que deve incluir um inventário completo dos bens da escola. A ação, organizada pela Secretaria de Ensino, teve início pela secretaria escolar, e assim seguiu até o pátio da escola com Sandra e Paulo fotografando cada item depredado na escola.

 

Caio, preocupado com a possibilidade da secretaria incriminar a ocupação pela depredação e abandono de anos, devido ao sucateamento dos últimos anos observado nas escolas de São Paulo, indagou Paulo se “as diversas portas quebradas e salas com o forro ou teto furado e esburacado” seriam relatados no relatório com o compromisso de não incriminar os estudantes injustamente, se referindo a diversos casos relatados pela Secretaria de Ensino, e repercutidos na grande imprensa, na tentativa de constranger as ocupações e os estudantes. “A cozinha tinha uma porta quebrada e também um buraco no teto. Temos o seu compromisso de que esse relatório vai ser honesto e não responsabilizar a ocupação por todos esses problemas que já existiam antes da ocupação?” Paulo respondeu que o relatório vai ser redigido em conjunto com os estudantes, e vai levantar todos os problemas.

 

Paulo Fernandes, Bismarck Lucas e Sandra Fernandes assinam juntos o termo de compromisso do grêmio

 

Depois disso ao chegar a cozinha Paulo indagou a diretora sobre uma porta quebrada ao meio e um buraco no teto. Sandra disse que a escola havia sido invadida duas vezes nos últimos meses, e perguntou ao representante da secretaria se era necessário fazer um Boletim de Ocorrência, ele respondeu de forma positiva. Outro problema verificado foi uma invasão a escola durante a ocupação, onde jovens do bairro fizeram uma fogueira na porta de entrada da secretaria, que fica do lado de fora da escola, e de frente para um muro que da para a rua. A fogueira danificou a pintura e uma pequena parte do forro do teto da pequena área localizada na frente da secretaria escolar. A esse respeito Bismarck disse que fará o Boletim de Ocorrência ainda esta semana, para garantir que a ocupação não seja prejudicada.

 

Ao fim da vistoria Sandra, Paulo e Bismarck assinaram um termo de compromisso, redigido pelo grêmio, onde a escola e a Diretoria de Ensino se comprometiam a devolver para o grêmio a sala do grêmio. O documento também atestava a integridade da escola após a ocupação. Ambas as autoridades assinaram o termo sem nenhum problema. Nesse momento estava presente também o advogado da ocupação, sr. João Ananias, morador do bairro que atuou em outras ocupações da zona leste por se sensibilizar com a luta dos estudantes (veja abaixo trecho de sua entrevista).

 

Grêmio

 

“No começo estávamos meio perdidos, e a conscientização do movimento foi puxada por mim e outros estudantes. Nós estávamos com isso na cabeça e começamos a falar com os estudantes que precisávamos ocupar. A ideia ficou mais concreta, e ocupamos no dia 16 de novembro. E conforme estávamos ocupados tomamos mais consciência das leis, das liminares que nos protegiam e asseguravam a ocupação. E para além da vitória, construímos uma irmandade entre os estudantes. Dormimos na escola durante quase um mês, criamos um laço muito grande. Eu mesmo fiquei amigo de pessoas que eu nem imaginava, que eram totalmente distintas. E vimos pessoas que não tinham ciência nenhuma de política desenvolver senso crítico”, comentou Bismarck Lucas, presidente do grêmio da escola, que se forma em 2015, no 3º ano do ensino médio. Ele diz sair tranquilo da escola, com a certeza de que o grêmio e a organização dos estudantes se fortaleceram na ocupação.

 

Jefferson Fernando, Erick Soares, Kauê, Bismarck e Caio

 

Bismarck comentou que está muito orgulhoso de ter participado da ocupação, e disse que foi uma grande satisfação garantir que sua escola permaneça em funcionamento. “Foi uma experiência fora de serio. A visibilidade que conquistamos. E no fundo os meus planos são de continuar na escola, temos diversos projetos, tem a UMES que posso ajudar muito, quem sabe ser um diretor específico do Astrogildo”. Pensando no futuro ele comentou que deseja continuar trabalhando na escola. “E vamos dizer que de uma forma ou de outra, eu não diria ganhar a vida, mas ganhar satisfação na vida aqui”.

 

Para Jefferson Fernando, estudante do 2º ano do ensino médio da escola, “acima de tudo a ocupação foi uma experiência gratificante. Foi muito gratificante ter feito parte de tudo isso. No começo fomos pegos de surpresa, mas quando a gente ficou sabendo, a gente se uniu. Todos se uniram e decidimos que íamos lutar por essa causa, decidimos que íamos comprar e apoiar essa causa. A gente foi vendo as outras ocupações e os projetos. A nossa escola foi a primeira escola da Leste 2 a ser ocupada”.

 

“No começo foi meio tenso, porque enfrentávamos alguns que não apoiavam, pessoas que eram contra. Enfrentava até um pouco de reprovação por parte de alguns alunos. Mas conseguimos, nos mantemos firmes e fortes até o final, e conseguimos essa conquista de manter a escola aberta. E agora a gente tem o apoio de grande parte dos alunos, porque eles viram que da resultado. Porque na maioria das vezes que falávamos com eles, eles falavam ‘isso não vai dar certo, isso não tem jeito, eles [o governo] já decidiram’. E deu certo. A nossa força, a nossa união, o nosso coletivo teve força, não somente a nossa escola, mas diversas escolas, para revogar a reorganização. É um sentimento de gratificação mesmo”.

 

Ao falar dos projetos do grêmio para o ano que vem Jefferson disse que a grande luta será manter os alunos conscientizados e integra-los junto a suas famílias a escola.

 

Solidariedade

 

Um dos professores da escola, que preferiu se manter anônimo devido a possíveis perseguições por parte da Secretaria de Ensino, afirmou que a ocupação e todo o cuidado dos estudantes pela escola foi “uma surpresa”. “Eles exerceram o direito deles de cidadãos, afinal é um espaço deles. Foi também uma surpresa ver que a escola está bem preservada pelos alunos, os banheiros estão limpos, aliás nunca estiveram tão limpos. Foi um movimento legítimo deles, não houve nenhuma violência ou depredação. E fica a lição de como lidar com eles, de saber que são capazes de ser cidadãos e exercerem coisas maiores”. Para o professor a conquista dos estudantes foi uma vitória histórica. “Não deixem que isso seja esquecido. A luta pela educação não acabou, haverá novos passos”.

 

Vistoria do banheiro da escola, que devido a ocupação estava limpo e sem nenhum pichação

 

Para o advogado da ocupação defender os estudantes “foi uma experiência muito diferente. Em 1995 tive familiares envolvidos na reorganização que demitiu milhares de professores e fechou dezenas de escolas, e a partir dali me lembrei dessa época, me sensibilizei e decidi ajudar quando percebi que diversas pessoas seriam transferidas para outras escolas, correndo o risco de serem assaltadas e roubadas”, explicou o advogado João Ananias, responsável pela consultoria jurídica da ocupação do Astrogildo, a imprensa da UMES.

 

João fez vigília na frente de diversas escolas que estavam sob ameaça de invasão, levando a liminar que proibiu a reintegração de posse de forma a persuadir policiais ou mesmo membros da Secretaria de Ensino a recuarem de sua “guerra contra as ocupações”. Por fim João desejou boa sorte aos estudantes e os orientou a estudar. “Aproveitem esse momento, e estudem. Essa foi uma organização para estudar. Quem tem vontade de estudar chega a qualquer lugar. Eu sempre estudei em escola pública e por isso me sensibilizei.”

 

 

 

 

 

 

 

Marchinha do Japonês da Federal

Clique na foto para assistir ao vídeo. Acima o "japonês da federal" leva em cana o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari, sob acusação de corrupção contra a Petrobras

 

"Aí meu Deus, me dei mal

Bateu à minha porta

O Japonês da Federal!"

 

Dormia o sono dos justos

Raiava o dia, eram quase seis

Escutei um barulhão

Avistei o camburão

Abri a porta e o Japonês, então, falou:

– Vem pra cá!

Você ganhou uma viagem ao Paraná!

 

"Aí meu Deus, me dei mal

Bateu à minha porta

O Japonês da Federal!"

 

Com o coração na mão

Eu respondi: o senhor está errado!

Sou Trabalhador…

Não sou lobista, senador ou deputado!

 

Autores: Thiago SP, Dani Batistonne, Rogério Villanova (Jabolinha) e Tigrão

CPC-UMES convida para o lançamento da trilha sonora “Os Azeredo + os Benevides”

 

O CPC-UMES convida a todos para o lançamento do CD com a trilha sonora da peça “Os Azeredo + os Benevides”, que será realizado na sede da UMES no próximo dia 19 de dezembro, às 20 horas, com entrada franca.

 

A peça foi escrita por Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha) em 1964, e iria inaugurar o teatro da UNE. Porém com o criminoso incêndio perpetrado pela ditadura militar, na madrugada de 1º de abril, a peça permaneceu inédita até ganhar sua primeira montagem no Teatro Denoy de Oliveira, com produção do Centro Popular de Cultura da UMES (CPC-UMES) e direção do talentoso João das Neves.

 

A peça foi indicada ao prêmio de melhor espetáculo de 2014 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

 

Onde: Cine-Teatro Denoy de Oliveira, rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

Telefone: 3289-7475

 

 

Plenária da UMES: ocupar as ruas contra a superlotação das salas

 

“Foi uma grande vitória dos estudantes contra a proposta de fechar escolas. Revogamos a reorganização com a nossa luta, que realizou dezenas de manifestações e ocupou mais de 200 escolas. Agora a luta é ampliar a nossa mobilização e acabar com a superlotação de nossas salas”, afirmou Marcos Kauê, durante a plenária da UMES com lideranças secundaristas de toda a cidade, realizada para avaliar o resultado das ocupações e organizar a ação dos estudantes durante o próximo período.

 

A atividade foi realizada na última sexta (11) e reuniu mais de 40 jovens que acompanharam as ocupações contra o fechamento das escolas de São Paulo. Durante sua intervenção Kauê fez uma breve avaliação e convocou os estudantes presentes a aprofundar a luta em defesa da educação pública e de qualidade no estado. “As ocupações cumpriram o seu papel e revogaram o fechamento das escolas. Mas não será esse o caminho que ampliará o apoio da sociedade para derrotar de vez a superlotação de nossas salas e, assim, construir a educação pública que nossa cidade precisa. Para ampliar o apoio da sociedade na luta em defesa da educação pública de qualidade precisamos ir pra rua, levar a opinião dos estudantes a todos nas praças, nos metrôs, em toda a cidade. E esse será o caminho que vai nos permitir derrotar também a aprovação automática e todo o sucateamento da educação visto em São Paulo nos últimos 20 anos”.

 

“Os estudantes conquistaram uma das principais vitórias em defesa da educação dos últimos tempos. Foi a força dos estudantes que derrotou essa proposta para fechar 94 escolas e dividir mais de 700 em ciclos únicos, o que obrigaria milhares de alunos a se transferir compulsoriamente, e ainda pretendia acabar de vez com o ensino noturno [Educação de Jovens e Adultos (EJA)]. Foi a nossa luta que revogou esse decreto do Alckmin que autorizava a reorganização. E não parou por aí, junto com a revogação do decreto para fechar escolas obrigamos o secretário da educação [Herman Voorwald], e o seu chefe de gabinete [Fernando Padula], a pedir demissão”, disse o presidente da UMES. Kauê também ressaltou que o centro da campanha para o próximo período deve ser o combate à superlotação das salas, de forma a reduzir os alunos a no mínimo 40 por sala como exige a LDB (Lei de Diretrizes e Bases).

 

Após a fala de Kauê a plenária definiu ampliar as mobilizações contra a reorganização, que pode ser retomada ano que vem pelo governo Geraldo Alckmin, e dessa forma decidiram redigir um panfleto e um jornal para campanhas de panfletagem nas escolas, bem como em principais praças e pontos da cidade. Nesse sentido o vice-presidente da UMES, Tiago Cesar, defendeu a organização das comissões para redigir os materiais e as comissões responsáveis pela mobilização dentro das escolas.

 

 

Para o presidente do grêmio da E. E. Caetano de Campos da Consolação, Lucas Penteado (Kóka), é importante realizar atividades e ações para manter o apoio social favorável às reivindicações dos estudantes. “Esta é uma luta de todos por educação de qualidade”, lembrou Lucas. De acordo com o estudante entre as atividades poderiam ser realizadas manifestações nas escolas onde a direção incentivou a agressão contra os estudantes da ocupação. Para Islan Gonçalves, que também é estudante do Caetano, é importante manter diversas atividades para conscientizar os estudantes e assim soma-los a luta por educação pública de qualidade.

 

Já o grêmio da ETEC Getúlio Vargas, representado na plenária pelos estudantes Elizabeth, Luiza e Lucas, que é presidente do grêmio, levantaram que as panfletagens são instrumentos muito importantes para manter a população bem informada. Já Álvaro, estudante do Mazé (E. E. Maria José), escola onde Padula implementou pessoalmente a sua guerra contra as ocupações, afirmou que o avanço dessa luta pode levar a uma grande mudança na educação paulista, promovendo até mesmo uma “grande reforma do currículo da educação” no estado, de forma a melhorar a educação.

 

Por fim Keila Pereira afirmou que a luta contra a superlotação das salas de aula devem estar em sintonia com as reivindicações por melhores salários para os professores, por quadras poliesportivas, laboratórios, auditórios, e também por uma gestão democrática, por parte da direção, dentro das escolas. Para Thais Jorge, que também é membro da diretoria da UMES, a principal questão nesse momento é reverter todo o prestigio conquistado pelos estudantes, com a luta das ocupações e das manifestações contra a reorganização, para derrotar a superlotação e conquistar salas com no máximo 40 alunos.

 

Ao fim da plenária os estudantes organizaram uma dinâmica de grupo, coordenada por Kauê, propondo a reflexão sobre o trabalho em equipe de forma a descontrair a reunião. As primeiras panfletagens serão organizadas ainda esta semana, e uma nova plenária foi convocada para a próxima sexta (18), de forma que sejam avaliadas as mobilizações da semana.

Kauê: agora a luta é para acabar com a superlotação de nossas salas

Kauê ao centro junto a estudantes da E. E. Maria José (Mazé) após ataque policial dirigido pelo proprio Fernando Padula (chefe de gabinete da Secrtaria de Educação)

 

Abaixo publicamos entrevista realizada com o presidente da UMES, Marcos Kauê, avaliando a vitória dos estudantes conquistada após dezenas de manifestações e mais de 200 escolas ocupadas, mobilização que levou o governador Geraldo Alckmin a revogar o decreto que instituía o fechamento de escolas. Na entrevista Kauê afirma que o recuo foi uma vitória muito importante, contrariando os que afirmam ser necessário manter as ocupações, mesmo após a revogação da reorganização pelo governo de São Paulo   

 

Como você avalia a revogação do decreto da reorganização escolar de Alckmin?

 

Kauê: Essa foi sem dúvida uma das maiores vitórias dos últimos anos contra os governos tucanos. Há mais de 20 anos eles estão no governo do Estado, e nunca se derrubou um secretário de educação como ocorreu semana passada. A participação dos estudantes foi fundamental, nós fomos os protagonistas das ocupações, mas essa luta não era apenas dos estudantes, foi uma luta de toda a comunidade escolar, de toda a sociedade. Os pais e os professores apoiaram muito, a comunidade ajudou, os movimentos sociais e o Ministério Público ajudaram e apoiaram muito os estudantes que ocuparam suas escolas contra o fechamento e a divisão em ciclos. Mas os estudantes, principalmente, viveram um momento diferente nessa luta, que foi conseguir entender e ver a força que o movimento unificado dos estudantes têm quando se somam em defesa da educação pública de qualidade. Ganhamos toda a sociedade para discutir os caminhos da nossa escola e da nossa educação.

 

Com a revogação da reorganização os estudantes venceram a batalha contra o fechamento das escolas. Quais os caminhos para conquistarmos uma educação pública de qualidade após essa vitória?

 

Kauê: Nosso movimento venceu a primeira batalha. E nossa palavra de ordem para vencer essa luta era "ocupar e resistir". Só que nesse momento vivemos um grande desafio e precisamos reunir forças para organizar um plano específico de metas para conquistar uma educação pública, gratuita e de qualidade. Então para isso vamos nos reorganizar, criar novas forças e uni-las para essas novas conquistas. É importante salientar que após essa vitória contra o governo a sociedade está mais consciente da necessidade de acabar com a superlotação das salas. Essa será uma das nossas principais bandeiras no próximo período.

 

 

Kauê durante manifestação do dia 6 de novembro na Avenida Paulista, pouco antes do início das ocupações

 

Muitos estão inseguros em deixar as ocupações acreditando que Alckmin vai tentar impor o fechamento das escolas novamente. Qual a alternativa nesse caso?

 

Kauê: É verdade, muitas pessoas estão inseguras. Mas não podemos ter esse tipo de insegurança nesse momento, agora é hora de seguir pressionando por educação de qualidade e comemorar. Os estudantes acabaram de ter uma vitória muito grande ao revogar a reorganização. Foi uma batalha longa, fizemos dezenas de manifestações, depois ocupamos mais de 200 escolas contra a reorganização. Ocupamos e resistimos até derrubar o decreto da reorganização. Derrubamos também o secretário de Educação [Herman Voorwald], que representava todo esse projeto para fechar escolas. E também caiu o chefe de gabinete do secretário, que era o Fernando Padula, o cara responsável por toda a guerra da polícia e do governo contra os estudantes. Foi uma vitória muito grande, e precisamos entender essa vitória.

 

 

A nossa alternativa agora é permanecer mobilizados e organizados junto com os professores, com a comunidade e também conversando com o Ministério Público. Vamos seguir organizados nas ruas através do movimento estudantil pelo fim da superlotação das salas de aulas, que devem ter no máximo 40 alunos de acordo com a LDB [Lei de Diretrizes e Bases], pelo fim da aprovação automática e pela valorização de nossos professores que recebem muito mal. Será através destas pautas que vamos nos organizar para o próximo ano, um ano de debate eleitoral, e assim barrar qualquer tentativa do governo retomar a discussão sobre fechar salas e cortar da educação, porque a discussão precisa ser como construir novas escolas e melhorar a nossa educação.

 

Estudantes comemoram revogação durante "Virada Ocupação" (Foto: Fabio Tito/G1)

 

Qual a mensagem da UMES para os estudantes de São Paulo nesse momento?

 

Kauê: A mensagem da UMES para todos os estudantes é que essa vitória foi muito importante, e não podemos esquecê-la, porque essa vitória prova o quanto somos fortes. Conseguimos dobrar o governador e derrubar o secretário estadual de educação.

 

 

Essa batalha foi muito importante para avançar a nossa luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Luta que vamos continuar dia após dia de maneiras e formas diferentes para manter de pé a nossa esperança de conquistar uma educação a altura da juventude brasileira. E isso só será possível com a luta conjunta de toda a sociedade para diminuir para 40 alunos o número de estudantes por sala, que será uma de nossas principais bandeiras para o próximo período.

 

Mobilizar e avançar por uma escola melhor!

 

Depois de meses de manifestações, atos e mais de duzentas escolas ocupadas, os estudantes de São Paulo derrotaram Alckmin e o forçaram a recuar da proposta de reorganização. A proposta iria fechar 95 escolas, transferir alunos de centenas e superlotar ainda mais toda a rede.


A mobilização foi crescendo dia após dia e a denúncia alcançando cada vez mais gente. Ficou claro para a população que o fechamento de escolas é um crime, que quanto mais escolas forem fechadas mais prisões seriam abertas e que a única razão desse projeto era a de tirar o dinheiro da nossa educação. A população apoiou nossa luta e conseguimos isolar o Alckmin até ele revogar o decreto que instituiu a reorganização.


Nossa vitória ficou ainda maior quando veio acompanhada da queda do Secretário estadual de educação Herman Voorwald, que desde o início conduziu o projeto, e de seu chefe de gabinete Fernando Padula, que prometeu fazer uma guerra contras as ocupações e acompanhou pessoalmente a invasão da polícia a E.E. Maria José e a agressão policial ao presidente de UMES Marcos Kaue.


A revogação do decreto que criou a reorganização foi uma importante vitória, mas é necessário nos manter atentos e mobilizados para derrotar qualquer medida do governo contra a educação e qualquer tentativa de fechamento de escolas. Agora o desafio é aumentar nossa mobilização e nossa luta para enterrar de vez essa reorganização, pois, ao contrário do que diz o governador, nossas salas estão superlotadas e a luta só vai terminar com uma escola pública de qualidade.

 

“A cidade dos ventos” encerra 2ª Mostra Mosfilm nesta quarta

Cena de “A cidade dos ventos”

 

Hoje serão exibidos os últimos dois filmes da 2ª Mostra Mosfilm de cinema soviético e pós-soviético. A mostra teve início no dia 3 de dezembro, e até o final do dia apresentará ao público 11 filmes retratando a história do país entre os anos de 1924 e 2015.

 

A partir das 19 horas serão apresentados o inédito “A cidade dos ventos”, de Karen Shakhnazarov (2008), e logo em seguida, às 21 horas, será reprisado “O caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), filme que abriu a mostra.

 

Parte dos filmes apresentados na programação da mostra serão disponibilizados em DVD, assim como foi feito com os filmes da 1ª Mostra Mosfilm, de 2014. Confira no site CPC-UMES Filmes todos os DVD’s disponíveis.

 

 

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

 

 

19h00 – A CIDADE DOS VENTOS

Ano: 2008 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Evgueny Nikishov, Sergey Rokotov – Música: Konstantin Shevelyov – Colorido, 105 min. – Na década de 1970, jovem universitário "dissidente" disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.

 

21h00 – O CAMINHO PARA BERLIM

Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

Escolas fechadas por Covas viram depósito e batalhões

 

Fechada em 1997 durante a reorganização escolar promovida pelo então governador Mario Covas, o colégio estadual Professora Sebastiana Minhoto, da Vila Formosa (zona leste), passou 18 anos abandonado, segundo moradores.

 

Neste ano terá uma função: depósito de documentos do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

 

Esse é um exemplo do que viraram escolas fechadas na reorganização da rede estadual realizada entre 1995 e 1998.

 

Na época, mais de 20 mil professores ficaram sem emprego e cerca de 150 escolas no Estado foram fechadas, segundo especialistas.

 

Nesta semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi vice de Covas, anunciou suspensão de sua reorganização, após protestos de estudantes. A previsão inicial era a de fechar 94 escolas.

 

A assessoria do governo do Estado diz que as medidas da década de 90 foram adotadas para universalizar o ensino e melhorar a educação e que a eficácia delas é comprovada, por exemplo, pelos resultados do Ideb, que avalia a qualidade da educação.

 

A reutilização dos prédios, segundo ela, foi baseada em "princípios da boa gestão dos recursos" e nas necessidades da população.

 

"É importante ressaltar que a reportagem desconsidera que no período mencionado foram construídas 1.284 escolas em todo o Estado, sendo 175 somente na capital."

 

Procurada, a secretária da Educação na gestão Covas, Rose Neubauer, não atendeu a reportagem.

 

 

Fonte: Jornal Agora, texto de Stephane Sena (fotos retiradas do site da Apeoesp)

 

Alckmin recua e revoga decreto da “reorganização” das escolas

 

Para Marcos Kauê da UMES, após a desocupação das escolas, será preciso construir uma força tarefa para acabar com a superlotação das salas de aula

 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) oficializou a revogação do decreto que instituía o projeto de reorganização escolar no estado de São Paulo. A suspensão, publicada em decreto no Diário Oficial de sábado (05), foi realizada após mais de quatro meses de intensos protestos dos estudantes secundaristas paulistas que lutam contra o projeto de Alckmin, além da ocupação de mais de 200 escolas por cerca de um mês.

 

A “reorganização” de Alckmin fecharia ao menos 93 escolas, além de encerrar a maioria dos períodos noturnos, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e transferiria mais de 311 mil estudantes de 1.400 unidades. Mais de 1 milhão de alunos seriam afetados.

 

Na sexta-feira (04), Alckmin chamou uma coletiva de imprensa para anunciar a decisão do governo. Na entrevista, visivelmente encabulado, ele disse “ouvir e respeitar” a posição dos estudantes e que por isso, suspenderia a reorganização.

 

“Os alunos continuarão nas escolas em que já estudam e nós começaremos a aprofundar esse debate, o diálogo escola por escola, especialmente com estudantes e pais de alunos”, afirmou.

 

A decisão do tucano foi tomada após diversos posicionamentos judiciais, do Ministério Público e até mesmo do vice-governador, contrários à reorganização. Ainda na sexta-feira, pela manhã, a Justiça concedeu liminar que suspendia a reestruturação em Guarulhos. Na quinta-feira (3), o MP e a Defensoria Pública pediram a suspensão da reorganização em todo o estado.

 

A QUEDA

 

Outra vitória do movimento, construído pelos estudantes secundaristas, foi na sequência da revogação do plano de fechamento de escolas a saída do secretário da Educação que representava o projeto, Herman Cornelis Voorwald. Assim como a do seu chefe de gabinete, Fernando Paudula, aquele que, em reunião com dirigentes de ensino, disse que o Estado declararia “guerra” aos estudantes das ocupações.

 

O que caiu também foi a popularidade do governador, que teve a sua pior avaliação da história. Segundo pesquisa do Datafolha, 30% dos paulistas classificam o desempenho do governador como ruim ou péssimo; 40% avaliam como regular; e apenas 28% bom ou ótimo. Em relação à reorganização, 61% dos paulistanos disseram ser contrários ao projeto.

 

VITÓRIA

 

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), Marcos Kauê, considerou em entrevista ao HP que esse processo fortaleceu o movimento estudantil.

 

“Nós conquistamos uma vitória muito grande, muito importante, conseguimos, depois de uma batalha muito longa contra essa reorganização, no primeiro momento suspender, derrubando o decreto sobre o projeto. Conseguimos também derrubar o secretário que junto com o Fernando Padula, que era quem estava orquestrando toda a guerra contra os estudantes. Então, nós temos e precisamos entender essa vitória. Nossa alternativa agora é se manter mobilizado, se manter organizado através do movimento estudantil, para no próximo ano estarmos afiados e não darmos nenhum espaço para que o Alckmin leve adiante o projeto”, disse.

 

Para Kauê, “agora temos que intensificar a nossa luta. Fazer uma força tarefa, para garantir o fim da superlotação das salas de aula. Nenhuma sala com mais de 40 alunos, como defende a Lei de Diretrizes e Bases. É preciso juntar estudantes, professores, Ministério Público e comunidade para lutar contra o sucateamento da educação”.

 

DESOCUPAR

 

Após a revogação do fechamento das escolas, decretada neste sábado, os estudantes já começam a anunciar a desocupação. Em assembleia alunos da E. E. Gavião Peixoto (zona norte), a maior escola do Estado, com mais de três mil estudantes, votaram pela saída do prédio. “A juventude se uniu e o foco daquilo que nós queríamos, nós conseguimos” disse Jaqueline de Oliveira Celestino, de 18 anos, aluna do 3º ano do ensino médio. “Se no ano que vem decidirem que vai ter reorganização, decidiremos o que fazer. Mas para o ano que vem já revogou” disse a jovem.

 

Estudantes da E. E. Maria Petronila Limeira dos Milagres Monteiro (zona sul) afirmaram, por meio de rede social, que também desocuparão o prédio da escola. “A escola encerra sua ocupação vencendo apenas uma batalha, mas não a guerra por uma educação melhor”. “Estamos planejando desocupar na quarta ou quinta-feira. Vencemos uma parte [da batalha], mas ainda achamos que o governo pode voltar atrás. Vamos desocupar a escola, mas ocupar as ruas”, diz Gabriela Fonseca, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio.

 

Para comemorar a vitória dos estudantes, dezenas de artistas se apresentaram entre domingo (06) e segunda-feira (07), no evento “Virada da Ocupação”. Os artistas que já tinham se manifestado em solidariedade os estudantes das ocupações, contra o projeto de Alckmin e contra a violência policial utilizada contra os jovens secundaristas, realizaram shows e apresentações nas escolas ocupadas e na praça Horácio Sabino, na zona oeste da capital paulista. Criolo, Maria Gadú, Paulo Miklos, Tié, Pitty, Chico César, Edgar Scandurra, Yiago Iorc, Karina Buhr, Metá Meta entre outros, se apresentaram nas escolas ocupadas.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

2ª Mostra Mosfilm é sucesso de público

Público durante exibição de "O caminho para Berlim" (Foto: Pedro Prata)

 

Hoje a 2ª Mostra Mosfilm apresenta os filmes “Braço de Diamante”, de Leonid Gaidai (1968), e “A vida é maravilhosa”, de Grigory Chukhray (1979). A mostra, com entrada franca, teve inicio na quinta (3) na cinemateca, e já contou com a participação de mais de 1000 pessoas até este domingo. Ao todo mais de 300 pessoas participaram da abertura, 130 das sessões de sexta, mais de 400 no sábado e 220 no domingo. Veja a programação

 

Presidente da UMES, Marcos Kauê sauda a todos presente na mostra (Foto: Pedro Prata)

 

Na ocasião do lançamento do evento, o presidente do Centro Popular de Cultura da UMES (CPC –UMES), Gabriel Alves, abriu 2ª Mostra Mosfilm de Cinema e explicou o que motivou a parceria entre a UMES e o maior estúdio russo de cinema. “Existem filmes fundamentais para serem conhecidos pelo povo brasileiro, que por uma serie de motivos não chegam à população. Filmes com uma qualidade técnica enorme, qualidade de atores, roteiro e referencia em inovações no cinema que não chegam ao Brasil devido ao grande monopólio existente na área do áudio visual, e é exatamente por sua qualidade que não conseguem chegar. Por isso organizamos uma parceria entre o Mosfilm e o CPC UMES para realizar a segunda mostra, um trabalho que também envolve o lançamento de diversos filmes no Brasil, alguns em Blu-Ray”. Consulte a lista e adquira já o seu!

 

Gabriel Alves, presidente do CPC-UMES, durante abertura (Foto: Pedro Prata)

 

“O que falta para estes filmes chegarem aqui é oportunidade, é quebrar o bloqueio. Não é a falta de interesse da população brasileira ou dos amantes do cinema no Brasil. E a maior prova disso é esta sala cheia”, disse Gabriel. Na abertura havia mais de 300 pessoas enquanto a Cinemateca possui apenas 210 lugares, problema resolvido após a organização explicar a todos os que não conseguiram entrar que o filme seria reprisado na quarta (9), às 21 horas. Ainda durante a sua intervenção Gabriel agradeceu a Cinemateca e ao Ministério da Cultura, que possibilitaram a realização da mostra, bem como a Gazeta Russa e ao Jornal Hora do Povo que divulgaram o evento em suas publicações. Ele também agradeceu a presença de Marcus Vinicius, diretor artístico do CPC-UMES, ao Bira, presidente da CGTB, Sergio do Arbore, pela defesa da cultura e comunicação e Celso Gonçalves e Sergio Muniz, importantes realizadores do cinema brasileiro. Ele também agradeceu a presença de Natalia Chpatova e Ekaterina, responsáveis pelo coquetel.

 

Ekaterina a direita e Natalia (terceira da direita para a esquerda) junto a mulheres da comunidade russa

 

Após os agradecimentos Gabriel convidou Daniil Metelkin, da Gazeta Russa, Marcos Kauê, presidente da UMES e o Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev, para uma breve saudação.

 

“Gostaria de agradecer os organizadores por trazerem os filmes russos ao Brasil. Espero que gostem dos filmes da mostra”, disse Daniil, desejando a todos um ótimo filme. Em seguida Kauê falou da importância da mostra e explicou rapidamente a todos o que estava ocorrendo nas ocupações das escolas. “A diretoria da UMES decidiu participar da abertura da 2ª Mostra, mesmo em meio a essa batalha contra a reorganização, onde o governo tem colocado policiais para bater em estudantes dentro das escolas, por considerar muito importante essa parceria com a Mosfilm”. Diversos estudantes, em conjunto com a diretoria da UMES foram direto das ocupações para a mostra, retornando para as escolas após a sessão.

 

Daniil Metelkin da Gazeta Russa com o microfone e Gabriel Alves ao fundo (Foto: Pedro Prata)

 

O cônsul russo por sua vez disse que a Mostra de cinema Mosfilm já se tornou uma grande tradição. “Prezados amigos, essa mostra já se tornou uma grande tradição com os filmes da Mosfilm”, disse Kamenev . “Esta 2ª Mostra Mosfilm é um veredito do interesse dos brasileiros pela cultura russa”, afirmou ao se referir a sala cheia. “Nesse sentido gostaria de destacar a sinergia entre os povos russos e brasileiros. Sinergia e simpatia mutua que existe devido ao profundo respeito entre os nossos povos. E o cinema é um condutor da amizade nesses tempos turbulentos na área internacional. Gostaria de agradecer a todos, especialmente aos organizadores do evento”, comentou desejando a todos uma boa sessão de cinema, depois de recordar que o filme “O caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), foi um filme em comemoração do 70º aniversario da vitoria do povo soviético contra o nazi-fascismo.

 

Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev (Foto: Pedro Prata)

 

Outro destaque foi a apresentação de “Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”, de Lev Kuleshov (1924), às 17 horas do sábado, onde a pianista Dudah Lópes reproduziu as sessões do cinema mudo na Rússia, onde na ausência de diálogos e efeitos sonoros utilizava-se música ampliar o clima dramático ou cômico nas histórias.

 

Até agora foram apresentados sete dos onze filmes que compõem a mostra, todos inéditos no Brasil.

 

Comidas típicas servidas durante o coquetel organizado após a sessão de "O caminho para Berlim" (Foto: Pedro Prata)

 

(Foto: Pedro Prata)

 

Kauê e Daniil Metelkin durante coquetel (Foto: Pedro Prata)

 

(Foto: Pedro Prata)