Proposta para fechar escolas leva a renúncia de secretário de Educação

Show de Criolo na Virada Ocupação no Sumaré (Foto: @markbassker)

 

“A revogação da reorganização, e a saída do secretário de educação de São Paulo do cargo deixa claro que o fechamento das escolas é uma medida inaceitável para a população do nosso estado”, afirmou o presidente da UMES, Marcos Kauê. “Foi uma grande vitória dos estudantes, o governador precisou ir a público se desculpar e anunciar a revogação da medida, que foi comemorada neste final de semana por uma grande virada cultural com mais de 800 artistas se apresentando nas escolas ocupadas”.

 

A revogação da reorganização do ensino (plano do governador que pretendia fechar 94 escolas, encerrar o ciclo de outras 700, transferir milhares de alunos a força e a demissão de professores para cortar mais recursos da educação) se concretizou cinco dias após uma reunião da Secretaria de Ensino (áudio da reunião), dirigida por Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete da Secretaria, declarar “guerra” contra as ocupações em defesa das escolas. Na ocasião Padula disse que o decreto da “reorganização” sairia terça (01), e para isso afirmou a necessidade de uma estratégia para “isolar” e “desmoralizar” os estudantes com o apoio da PM contra as escolas em luta. “Estamos em guerra”, disse diversas vezes na gravação.

 

A “guerra” do governo estadual, desrespeitando a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), começou já na segunda (30). Na terça (1) diversas escolas amanheceram cercadas por forte presença policial, a exemplo da Escola Estadual Maria José (Mazé), na Bela Vista, que foi invadida por policiais, invasão coordenada pelo próprio Padula em conjunto com outros membros da Secretaria de Ensino e da direção da escola, na tentativa de acabar com a ocupação. Na ocasião cinco PMs agrediram Kauê (veja o vídeo), que resistiu a violência policial e exigiu o mandado dos policiais para entrar na escola.

 

Após a invasão policial estudantes do Mazé mantiveram a ocupação, e na tarde do mesmo dia realizaram uma ampla manifestação com mais de 200 pessoas, com a participação de artistas como Sérgio Mamberti, conhecido pelo papel de Dr. Victor, no programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum (veja o vídeo). Assim como na escola Maria José, os estudantes da escola Dep. João Doria, zona leste, também resistiram. Na zona sul, no Paraisópolis, as escolas estaduais Etelvina e Maria Zilda passaram pelo mesmo problema, assim como as ocupações da escola Prof. Eulália Silva, E. E. República do Suriname, E. E. Dona Prisciliana Duarte de Almeida, E.E. Salvador Allende e diversas outras enfrentaram o mesmo tipo de ação policial.

 

 

A resposta dos estudantes viralizou nas redes sociais. O vídeo da agressão ao presidente da UMES, por exemplo,  foi visualizado por mais de 1,3 milhão de pessoas. Pouco depois artistas como Criolo, Paulo Miklos, Pitty, Maria Gadú, Tié, Edgar Escandurra, Chico César e Tico Santa Cruz confirmaram sua presença na “Virada Ocupação”, realizada neste final de semana entre os dias 6 e 7, em diversas escolas ocupadas, com a presença de mais de 800 artistas.

 

 

Suspensão do fechamento de escolas

 

Após Alckmin anunciar a suspensão do fechamento das escolas o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, renunciou ao cargo, e entregou sua carta de demissão ao governador. O pedido de demissão do secretário se deu 11 dias após Herman afirmar ter “vergonha” do ensino publico do qual era responsável. Irene Miura, secretária-adjunta de Herman e Padula também deixaram o cargo a disposição.

 

Durante seu anuncio Alckmin disse que os “alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016”, e reconheceu que o recuo se deu devido a luta dos estudantes, que conseguiram amplo apoio da sociedade. “Por isso, nós decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola com a comunidade, com estudantes e, em especial, com os pais dos alunos”.

 

“Quem é a favor de fechar escolas? A Promotoria e a Defensoria Pública entraram com ação para barrar plano de Alckmin, e até mesmo a ouvidoria da PM disse que os policiais estavam extrapolando com estudantes. Fechar escola é um crime, é isso que ficou claro para a sociedade nesta última semana”, comentou Kauê. Na quinta passada o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com uma ação civil pedindo que a reorganização fosse interrompida, pedindo que a Secretaria de Educação organizasse amplas discussões com a sociedade sobre as mudanças.

 

O decreto da suspensão da reorganização foi publicado no Diário Oficial neste sábado. (“Decreto nº 61.692, de 4 de dezembro de 2015: Revoga o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015”.)

 

Fechar escola é crime

 

“O comum é ver governos anunciando a construção de novas escolas, anunciar o fechamento de escolas é inaceitável para a sociedade. E o resultado é que a popularidade de Alckmin caiu para 28%, quando nestes últimos 20 anos vimos algo como isso acontecendo”, perguntou Kauê.  Uma pesquisa do Datafolha apontou a queda de popularidade do governador de São Paulo, o pior resultado de sua gestão. Apenas 28% da população aprova o mandato de Alckmin, contra 38% na pesquisa anterior, ou 69% no melhor momento do governador.

 

2° batizado e troca de cordas da Capoeira na UMES

 

Na manhã deste domingo (6) a Capoeira na UMES realizou o seu segundo batizado e troca de cordas. Na ocasião o professor-instrutor Pavio e o professor Royal, do Grupo Geração Capoeira, comandaram a atividade, realizada na sede central da UMES, onde diversos alunos pegaram o seu primeiro cordão ou trocaram suas cordas.

 

A abertura do evento foi marcada pela execução do hino a negritude, “composto pelo eterno professor Eduardo”, anunciou Pavio. Participaram do batizado o mestre Bambu e o mestre Oró, o contra mestre Luciano, o mestrando Dentinho, professores Pardal, Jack, Kaue, entre outros. Também estavam presentes diversos membros da comunidade do Bixiga que assistiram ao batizado.

 

Durante a atividade houve uma apresentação de maculelê, e ao fim do batizado e troca de cordas o professor-instrutor Pavio parabenizou os estudantes secundaristas pela importante vitória na derrubada do decreto do governador Alckmin, medida para fechar de dezenas de escolas no estado.

 

A Capoeira na UMES é um projeto muito importante da UMES, pois resgata a história brasileira através desta luta de libertação.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

 

 

Vitoria dos estudantes: reorganização suspensa!

Estudantes do Mazé em manifestação, nesta terça, nas ruas do Bixiga, após tentativa de invasão da polícia e membros da secretaria de Educação pra por fim a ocupação

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, suspendeu nesta sexta (4) o fechamento de escolas e a separação dos estudantes em ciclos, prevista na reorganização escolar. O anuncio foi feito nesta manhã, e detalhado em entrevista iniciada a partir das 13 horas.

 

A vitoria dos estudantes se deu após a ocupação de mais de 200 escolas no estado, e que nesta semana resistiram a múltiplas tentativas da Secretaria de Educação, que em conjunto com a polícia, invadiram escolas e agrediram estudantes buscando o fim das ocupações, plano divulgado no áudio vazado da reunião de integrantes da secretaria neste domingo.      

 

O recuo do governo se deu três dias após a publicação do decreto autorizando a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar. Mesmo dia que o Data Folha registrou o menor índice de popularidade do governador, apenas 28% da população consideram o governo Alckmin ótimo ou bom (em pesquisa anterior era 38%).

 

 

 

Polícia invade Mazé e agride estudantes

 

Após decretar "guerra" aos estudantes das ocupações, governo do estado engana pais e manda agredir menores

 

Na manhã desta terça (1) a Escola Estadual Maria José, assim como muitas outras no estado, amanheceu cercada pela polícia militar (PM) e por supostos pais de alunos.  O cerco aconteceu dois dias após o governo do Estado anunciar operações de “guerra” contra as ocupações.

 

Segundo áudio vazado da reunião do chefe de gabinete da Secretario da Educação, Fernando Padula, com as direções de ensino a estratégia do governo é "desmoralizar" ocupações perante a sociedade e adotar "tática de guerrilha" contra as "invasões". "Nessas questões de manipular, tem uma estratégia, tem método. O que vocês precisam fazer é informar. Fazer a guerra da informação [para convencer a sociedade], porque é isso o que desmobiliza o pessoal [os estudantes]", disse o Padula.

 

A invasão por parte da PM ocorreu por volta das 9h da manhã e segundo os estudantes ocupados quem ajudou a abrir um dos dois portões pelos quais a polícia entrou escola foi o diretor Vladimir Frank, que agrediu a estudante Lilith Cristina (15), que está na delegacia prestando queixa. Assim que entrou, a PM agrediu estudantes, quebrou a caixa de som da escola e chutou cadeiras. Outro estudante, o Alan Ferreira de Almeida, também está na delegacia fazendo um boletim de ocorrência contra a PM.

 

Marcos Kauê, presidente da UMES, que estava na escola no momento da invasão, denunciou, “ninguém conhecia nenhum dos país responsáveis por arrombar o portão. E é muito estranho que, um dia antes dessa ação, a diretoria tenha ligado para os pais para convocá-los para fazer a matrícula de seus filhos. Eles arrombaram com marretadas. Que pais vem fazer matrícula com marretas? Arrombaram o portão com consentimento dos policiais, que entraram junto empurrando e batendo nos alunos, e jogando spray de pimenta em todos que resistiam”. (veja vídeo)

 

Além de agredir os estudantes, a PM anotou o nome dos alunos que estavam na escola.

 

Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo

 

“Os policiais nem mesmo estavam com sua identificação [nome na farda], todos os alunos estão muito assustados. É dessa forma que Alckmin quer educar a juventude? Com base no medo e na cacetada contra alunos que estão lutando para impedir que escolas sejam fechadas, alunos que estão lutando para se formar na escola que escolheram?”, afirmou Kauê.

 

Ontem (30) ocorreu uma reunião com a comunidade do Bixiga, no O Centro Educacional Dom Orione (CEDO), da Igreja da Achiropita com representantes da diretoria regional de ensino. Ao saber da reunião os estudantes mandaram representantes das ocupações para informar os pais sobre o que estava ocorrendo.

 

Matheus Lopes da Silva (16), um dos estudantes que foi a reunião, afirmou “pedi na reunião para falar com os pais e explicar o que estava ocorrendo e porque estávamos nas ocupações. A representante da diretoria de ensino falou que se eu quisesse falar com os pais teria que gritar, pois ela não iria passar o microfone. Algum tempo após tentar o diálogo resolvemos deixar a reunião”.

 

Karina Gomes (16), estudante e representante de comunicação da ocupação, explicou sua indignação com a reunião e a com a ação da PM hoje, “divulgaram na reunião com pais que estávamos fazendo orgias e que a escola havia virado um ponto de drogas, enquanto estamos limpando a escola e fazendo oficinas e debates”.

 

Quando chegamos para a reportagem a PM já tinha se retirado da escola, e fomos entrevistar os pais, mas boa parte de quem estava lá se dizia membro da comunidade do Bexiga e não quis ser identificado, nem informar como foi a invasão da escola.

 

Uma das “mães” que forçou entrada da escola com barras de ferro e não quis ser identificada afirmava, “eu estava na reunião ontem, ele [Alckmin] não vai fechar escolas, isso é mentira, estou aqui para que os estudantes consigam finalizar o ano letivo e não percam chances de emprego”, esta senhora afirmou que os estudantes eram “um bando de vagabundos”.

 

Mãe (de blusa preta) no centro da foto discutindo com Silvia (loira de costas) da Diretoria de Ensino

 

Já outra mãe (foto acima) de uma estudante que está na ocupação, veio correndo do serviço ao saber da invasão da PM, e respondeu, “minha filha não é vagabunda, ela trabalha e estuda, e agora está lutando para a manutenção do seu direito. O governo do Estado quer que os estudantes voltem às aulas, mas como isso vai acontecer se não vai ter escolas para voltar?”.

 

A mãe Paula Pereira da Silva, que estava presente na escola no momento da invasão da PM, afirmou, “minha filha nem estuda aqui, vim porque falaram para mim que hoje aconteceria uma reunião com a direção da escola para fazer a matrícula das crianças e a minha filha precisa fazer a transferência”.

 

A representante da Diretoria de Ensino do Centro, que se apresentou apenas como Silvia, quando questionada sobre como a PM foi parar dentro da escola, informou que “eles [a polícia] entraram, foi tudo direitinho, só pra apoiar. Eles tentaram entrar por um portão e não conseguiram aí tentaram por outro e conseguiram”.

 

No momento da entrevista, Valeria, também da Diretoria do Ensino, apesar do cutucão meio indiscreto de Silvia, não percebeu que estávamos gravando e disse, “cadê a vice a Adriana? Precisa pedir para ela ligar para os pais para retomar as aulas logo, os professores estão aqui”.

 

Antes de Silvia se retirar da escola teve uma discussão com Kauê, que afirmou, “vocês invadiram, sabiam que a escola estava ocupada e trouxeram a polícia. Quem vai decidir a hora de desocupar a escola são os estudantes, temos este direito”. A ocupação foi mantida e os estudantes estão chamando uma manifestação contra a reorganização e contra a violência às 18 horas de hoje. Confirme sua presença!

 

Governo de SP contraria Tribunal de Justiça e envia polícia para reintegrar posse de escolas

Assista ao vídeo da agressão policial contra o presidente da UMES na ocupação do Mazé (Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo)

 

Dezenas de escolas ocupadas amanheceram cercadas por forte presença policial na manhã desta terça (1), contrariando a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que negou o pedido de reintegração do governo Alckmin. Este foi o caso do Mazé (E. E. Maria José), ao lado da sede da UMES aqui no Bixiga, e de dezenas de outras escolas de São Paulo.

 

O Mazé amanheceu com dezenas de policiais e viaturas, e por volta das 8 horas supostos pais de alunos armados com marretas arrombaram o portão da escola chamando os estudantes de “vagabundos” e “arruaceiros”. “Eles invadiram a escola, agrediram e empurram os menores de idade, e utilizaram spray de pimenta contra agente”, disse a estudante Elaine Nunes, que é uma das coordenadoras da ocupação.

 

Durante a ação policial conjunta com a direção da escola estava presente o presidente da UMES, Marcos Kauê, que foi agredido ao se opor a violência dos supostos pais e policiais, que ao entrarem na escola derrubaram uma mesa no chão, a agressão ocorreu quando Kauê foi levantar a mesa derrubada pelos policiais, como é possível ver no vídeo acima. “Ninguém conhecia nenhum dos pais responsáveis por arrombar o portão. E é muito estranho que um dia antes dessa ação, a diretoria tenha ligado para os pais para convoca-los para fazer a matrícula de seus filhos. Eles arrombaram com marretadas, que pais vem fazer matrícula com marretas? Arrombaram o portão com consentimento dos policiais, eles entraram juntos empurrando e batendo nos alunos, jogando spray de pimenta em todos que resistiam”, denunciou Kauê, poucos minutos depois de ser agredido pelos policiais.

 

Momentos antes da invasão policial a ocupação do Mazé

 

“Os policiais nem mesmo estavam com sua identificação, todos os alunos estão muito assustados. É dessa forma que Alckmin quer educar a juventude? Fechando escolas e utilizando a política do medo e da violência contra crianças e adolescentes que estão lutando para poder estudar? Que lutam para impedir que escolas sejam fechadas, alunos que estão lutando para se formar na escola que escolheram?”, indagou Kauê.

 

O mesmo estava acontecendo com a escola Dep. João Doria, zona leste, enquanto escrevíamos esta matéria, onde diversos policiais invadiram a escola. Na zona sul, no Paraisópolis, as escolas Etelvina e Maria Zilda passaram pelo mesmo problema. “A direção de ambas as escolas está há alguns dias ligando para os pais dos alunos, e contrataram carros de som para divulgar a suposta matrícula hoje. Porém quando os pais chegaram na escola e viram um monte de policiais, logo se voltaram contra a ação da diretoria e apoiaram a ocupação dos estudantes contra o fechamento das escolas e o fim dos ciclos”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES pela região sul. A ocupação da escola Prof. Eulália Silva também foi vítima de uma tentativa policial para por fim a ocupação.

 

Ainda na madrugada de terça, a E. E. República do Suriname também foi invadida ilegalmente pela polícia, que mais uma vez contrariou a decisão do Tribuna de Justiça. Neste caso a escola foi invadida com o apoio do marido da diretora da escola que agiu em conjunto com os policiais.

 

Vídeo mostra policiais e membros da direção da E. E. República do Suriname 

arrombando o portão da escola ocupada

 

SP: governo diz estar em “guerra” contra estudantes das ocupações

 

Objetivo dos tucanos é de “desmoralizar” as mais de 200 ocupações. Resposta veio a galope e estudantes iniciaram bloqueios em avenidas da capital paulista

 

Em reunião realizada, no domingo (29), na sede da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, cerca de 40 dirigentes de ensino do Estado de São Paulo receberam instruções de Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário Herman Cornelis, sobre como deveriam agir a partir desta segunda-feira (30) para quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários que estão em luta contra a reorganização escolar pretendida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

 

O braço-direito do secretário Herman anunciou que o decreto da “reorganização” sairia na terça-feira e lançou a estratégia para “isolar” e “desmoralizar” com apoio da PM as escolas em luta.

 

Na gravação o chefe de gabinete Padula repete inúmeras vezes que todos ali estão “em uma guerra”, que se trata de organizar “ações de guerra”, que “a gente vai brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando contra a reorganização]”. Fala-se da estratégia de isolar as escolas em luta mais organizadas. Que o objetivo é mostrar que o “dialogômetro” do lado deles só aumenta, e que a radicalização está “do lado de lá”. “O governador (Geraldo Alckmin) não está nem titubeando em relação a organização. Nem passa na cabeça dele voltar atrás”.

 

Realizada sem a presença do secretário de Educação a reunião foi gravada e divulgada pelo grupo Jornalistas Livres.

 

O chefe de gabinete falou da estratégia de “consolidar” a reorganização. A idéia é ir realizando as transferências, normalmente, deixando “lá, no limite” aquela escola que estiver “invadida”. Segundo ele, o máximo que ocorrerá será que aquela escola “não começará as aulas como as demais”.

 

“A reunião mencionou também o papel de apoio que a Secretaria de Segurança Pública, do secretário Alexandre de Moraes, está tendo, fotografando as placas dos veículos estacionados nas proximidades das escolas, e identificando os seus proprietários. Com base nessas informações, a Secretaria de Educação pretende entrar com uma denúncia na Procuradoria Geral do Estado contra a Apeoesp”, contou o Jornalistas Livres.

 

ATAQUE

 

Logo após o Governo declarar que iniciaria uma “guerra” contra o movimento dos estudantes, começaram ataques violentos contra as ocupações mais afastadas das câmeras da grande mídia. Em Osasco, a E.E. Coronel Sampaio foi invadida e destruída por pessoas estranhas. Um grupo de pessoas de fora invadiu a ocupação e começou a quebrar toda a escola, roubando muitos materiais. Aterrorizados, muitos dos estudantes que estavam ocupando o prédio saíram. Logo em seguida chegou a PM jogando bombas dentro da unidade. Os estudantes que permaneceram tentavam se reunir no pátio para decidir o que fazer, quando a escola foi novamente invadida pelos fundos e incendiada, com a PM presente todo o tempo.

 

Na Zona Sul, a PM invadiu a Escola Estadual Honório Monteiro, na Vila Calu (Zona Sul), bateu e levou estudantes para delegacia.

 

RESPOSTA

 

Assim como o chefe de gabinete de Herman disse aos diretores de ensino, na segunda-feira se intensificou a investida contra as ocupações de formas escusas e mentirosas. Em contra partida os estudantes se mobilizaram e diversos protestos ocorreram em todo o Estado.

 

Dezenas de estudantes da E.E. Fernão Dias Paes, fecharam, na manhã desta segunda-feira, o cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

 

A interdição começou por volta das 7h30 e complicou o trânsito na região. Os estudantes chegaram a sentar em cadeiras colocadas no cruzamento, como se estivessem assistindo aula. O clima ficou tenso quando policiais militares tentaram retirar as cadeiras a força. “Já fizemos atos, já ocupamos escolas, mas não fomos ouvidos, e o governo continua sem querer negociar”, disse um deles. “Vamos parar a cidade, vamos parar São Paulo”, afirmou outra jovem.

 

A PM não apóia os estudantes e a mando do governo foi pra cima dos adolescentes tentar acabar na marra com o protesto. Mas o povo paulista está a favor das mobilizações dos alunos contra a reorganização da rede pública de ensino. A diarista Patrícia Xavier observava a manifestação na Faria Lima. “[O protesto] está causando um transtorno grande, mas tem que apoiar sim”, diz ela, que apóia o movimento contra a reorganização das escolas. “Estudei até a 5ª série, mas o que eu tenho para mim eu não quero para os meus filhos”. Patrícia tem dois filhos, um de nove meses e um de 11 anos, que estão na rede pública.

 

O motorista de ônibus, Zildo Álvares de Alcântara, tem 45 anos, três filhos na escola pública, ficou parado “das 7h22” até 10:30 no local da manifestação. Ele não estava bravo com o protesto: “Eles estão certos. A escola já não é boa, mas vai fechar o que tem?”. Ele conta que só fez até a antiga 5ª série “porque não tinha escola” e que deposita na educação a esperança de um futuro melhor que o dele, que é motorista há 20 anos, para os filhos.

Ainda na noite da segunda-feira, estudantes da E.E. Silvio Xavier bloquearam a Marginal Tietê também contra a postura intransigente e autoritária do governador Alckmin.

 

O movimento segue forte, com mais de 200 escolas ocupadas, apoio da sociedade e da justiça. Na segundam a Justiça concedeu uma liminar suspendendo o fechamento da Escola Estadual Padre Aquino, em Agudos (SP). O pedido é do Ministério Público. O juiz estabelece uma multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento da decisão e autoriza a escola a fazer a rematrícula dos alunos.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

Assista nesta quinta “O Caminho para Berlim” na abertura da 2ª Mostra Mosfilm

 

 

“O Caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), será apresentado amanhã (quinta, dia 3), às 20 horas, durante a abertura da 2ª Mostra Mosfilm 2015. A entrada é franca, e a mostra é o resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

 

O CAMINHO PARA BERLIM

Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

A mostra será realizada entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015 serão apresentados 11 filmes inéditos no Brasil, representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

 

O Brasil precisa abrir escolas não fechá-las

Estudantes durante manifestação no cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças  na manhã desta segunda-feira (30) 

 

CARTA ABERTA À SOCIEDADE BRASILEIRA: O Brasil precisa abrir escolas, não fechá-las*

 

O direito à educação está distante de ser consagrado no Brasil. Mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, estão fora da escola. Segundo a Constituição Federal, com o advento da Emenda 59/2009, todos os brasileiros nessa faixa-etária devem estar matriculados até 2016 – e dificilmente isso ocorrerá. Além das demandas estabelecidas pela Carta Magna, até 2024, o Plano Nacional de Educação (PNE) determina a necessidade de criação e manutenção de mais de 3,4 milhões de matrículas em creche e mais de 13 milhões de matrículas para a alfabetização de jovens e adultos.

 

Os desafios nacionais são enormes, advém de dívidas sociais históricas e precisam ser enfrentados. A educação é um direito fundamental, parte essencial da cidadania e está listada como o primeiro direito social no artigo sexto da Constituição Federal.

 

Consagrar o direito à educação exige a abertura de escolas, além da qualificação urgente das matrículas, com a garantia de um padrão mínimo de qualidade – conforme determina o PNE por meio do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e demanda o parágrafo primeiro do artigo 211 da Carta Magna. Em vez disso, em todo território nacional, é verificado o fechamento de turmas e escolas, da creche ao ensino médio, nas cidades e no campo, com forte ênfase na Educação de Jovens e Adultos (EJA). E essa medida contraproducente e arbitrária tem sido empreendida em processos administrativos impostos às comunidades escolares, alheios às questões pedagógicas.

 

A proposta de reorganização de escolas no estado de São Paulo é mais um exemplo dessa lógica perversa que se espalha pelo Brasil. Não foi debatida junto às comunidades escolares, tampouco com a comunidade educacional e com a sociedade paulista. Pela falta de critérios técnicos e de um documento público que justifique a medida, tudo indica que é uma ação orientada à redução de custos e de desresponsabilização do Estado com a oferta de matrículas, pressionando a transferência de responsabilidades aos municípios.

 

Diante desse fato, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que há 16 anos luta ininterruptamente pela garantia do direito à educação no país, manifesta seu apoio aos estudantes paulistas que ocupam suas escolas, legitimamente amparados pelo sistema de justiça, que até aqui tem negado – quase sempre – os pedidos de reintegração de posse ao Governo do Estado. Os estudantes estão dando uma verdadeira aula de cidadania e luta pelo direito à educação.

 

Desse modo, a Campanha repudia o fechamento arbitrário de mais de 90 escolas públicas no Estado de São Paulo, sob o argumento de uma “reorganização” baseada na separação das escolas por nível de ensino. E reitera que é inaceitável o fato de que não foram amplamente divulgadas as justificativas técnicas que embasam estruturalmente a proposta. Até o momento, graças à Lei de Acesso à Informação, apenas veículos de imprensa tiveram acesso a essas informações. E segundo consta, elas evidenciam a ausência de racionalidade pedagógica.

 

A posição da Campanha Nacional pelo Direito à Educação no caso de São Paulo, e em qualquer processo que resultará no fechamento de escolas em qualquer lugar do Brasil, é consonante com o princípio de respeito às opiniões das crianças e dos adolescentes no que se refere a seus direitos e com as premissas do direito à educação estabelecidas nos principais documentos de direitos humanos internacionais, em especial com os artigos 12, 15, 28 e 29 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU. Todos esses ditames estão refletidos na legislação brasileira no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e também com as metas e estratégias contidas no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14), afora o direito fundamental à participação asseverado na Constituição Federal. A negociação e as consultas devem também ser prática corrente no tocante ao fechamento de escolas e turmas da modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na qual, desafortunadamente, o encerramento de matrículas é prática frequente. E isso explica o fato de o Brasil ter mais 13 milhões de analfabetos com mais de 15 anos. Xenical (orlistat) é um medicamento usado para tratar a obesidade. Atua inibindo enzimas (lipases) no trato gastrointestinal, o que evita a degradação e absorção das gorduras dos alimentos. Xenical online sale é usado em combinação com uma dieta hipocalórica e atividade física para controlar efetivamente o peso e melhorar condições relacionadas à obesidade, como hipertensão.

 

Mais do que fechar cerca de 90 escolas, a atual proposta de “reorganização” do ensino atingirá mais de 1.500 estabelecimentos, prejudicando estudantes, suas famílias e milhares de profissionais da educação. A análise dos poucos dados existentes demonstra que seria possível reorganizar escolas, porém negociando com todos os envolvidos, sem fechar estabelecimentos. É isso que se espera da gestão pública: promover direitos, não limitá-los. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação sugere, portanto, aos estudantes e ao Governo do Estado de São Paulo, esse caminho: nenhuma escola deve ser fechada. Ao contrário, todas devem ser melhor geridas, de modo democrático.

 

Ao visitar as ocupações e dialogar com os estudantes, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação externa sua preocupação com a forma como se dá a presença da Polícia Militar nas unidades escolares ocupadas. Já ocorreram conflitos e há risco constante de que os estudantes sejam vítimas de acuamento e atos violência. Qualquer tentativa de calar os alunos ou as comunidades escolares por meio da intimidação ou da força só aumenta a violação dos direitos humanos. Ademais, desnuda a forma truculenta como o Governo do Estado de São Paulo tem tratado do assunto, em um jogo incansável de contrainformação, tentando jogar estudantes contra professores e pais contra alunos por meio de pressão de ordem administrativa. Nesse momento, é preciso diálogo, com base na promoção dos direitos educacionais.

 

Alinhada com os posicionamentos públicos das faculdades de educação da USP, UFSCar, Unicamp e com o colegiado da Unifesp, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação insiste que o problema que se enfrenta em São Paulo deve chamar a atenção de todo país.

 

Entre 2002 e 2014, mais de 40,7 mil escolas do campo foram fechadas. Apenas em 2014, segundo análise do Censo Escolar produzida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), 4 mil escolas do campo foram fechadas. A Bahia (872 unidades), o Maranhão (407) e o Piauí (377) lideraram o fechamento de escolas nas áreas rurais em 2014. Inclusive, fica evidente a necessidade de legislação para tratar do assunto, no âmbito das diretrizes e base da educação nacional. O país deve evitar e problematizar o fechamento de escolas.

 

Ao estabelecer contato com os jovens e adolescentes que ocupam suas unidades escolares e ao analisar o cenário brasileiro, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação manifesta seu apoio integral aos estudantes que ocupam centenas de escolas paulistas, não apenas defendendo seu direito à matrícula e à manutenção de suas unidades escolares, mas também reivindicando estabelecimentos públicos que ofertem qualidade da educação. Que suas lutas inspirem todo o Brasil a debater, com profundidade, as políticas educacionais, constrangendo e encerrando a prática equivocada do fechamento de escolas.

 

*Artigo publicado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Quem fecha escolas abre presídios

Mural feito na escola Roger Jules durante a ocupação

 

Abaixo publicamos o artigo do diretor da UMES Jonathan Oliveira, estudante e presidente do grêmio da escola Charles de Gaulle, sobre as ocupações das escolas em São Paulo. Jonathan apoiou as ocupações de diversas escolas, entre as quais a Armando Gomes, República do Suriname, João Doria, Roger Jules bem como a Charles de Gaulle.

 

 

As ocupações das escolas são um movimento legítimo, porque ampliam e afirmam a luta pelo direito a uma educação pública de qualidade. Hoje nossas escolas estão cada vez mais sucateadas e agora com essa proposta de fechar escolas (reestruturação do governo estadual) a vida dos estudantes pode ficar muito mais difícil. É por isso que não vai ter arrego!

 

Sem educação pública de qualidade não temos como passar nas universidades públicas sem fazer cursinho, por isso nossa preocupação com o estado atual de nossa educação que vai piorar muito se permitimos que passe a proposta de fechar as 94 escolas e os ciclos de mais de 700 outras, o que vai resultar em salas ainda mais superlotadas.

 

O governo conhece a força da juventude, sabe que foram os estudantes que acabaram com a ditadura militar e impeachmaram o Collor. E nesse sentido vamos denunciar qualquer governo inimigo da educação, o que nesse momento significa barrar o fechamento de nossas escolas proposto pelo governo estadual sem nos esquecer que a pátria educadora cortou mais de 11 bilhões da educação. Ambas as medidas buscam economizar com a educação e nos distanciam do nosso sonho por uma escola pública de qualidade e de um governo que pense no povo, que pense na educação da nossa população. E com esse ideal que vamos a luta para mostrar para que estamos preocupados com nossas escolas com o nosso ensino, e não vamos nos deixar levar por pressões ou ameaças.

 

O futuro é agora, e precisamos lutar para que ele seja digno! Vamos denunciar e ir para rua contra as medidas desse governo que quer fechar escolas.

 

Vamos a luta com os estudantes, lutar pelo que é nosso, pelos nossos direitos! Por que “ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”, como dizia Che Guevara.

 

#OEstadoVeioQuenteNóisJáTáFervendo

#QuerDesafiarNãoTôEntendendo

#MexeuComEstudanteVocêsVãoSairPerdendo

 

Governo de SP decreta guerra contra ocupações em reunião da Secretaria de Educação

Áudio da reunião onde chefe de gabinete da Secretaria de Educação declara guerra contra ocupações

 

Apesar de ter prometido a abertura de diálogo com a população, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) vai publicar na terça-feira, 1, o decreto que oficializa a reorganização do ensino paulista. Além disso, a gestão já prepara estratégia para "desmoralizar" as ocupações, relacionando-as ao maior sindicato dos professores do Estado, a Apeoesp.

  

Desde o início das ocupações nos colégios – até este domingo, 29, eram ao menos 190 – policiais têm feito fotos de quem está nesses locais e registrado as placas de carros nos arredores. É o que afirma o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Fernando Padula. O objetivo do Estado, diz ele, é aproveitar esse material para identificar se há carros da Apeoesp ou pessoas que não pertencem às comunidades escolares, como representantes de partidos políticos e movimentos sociais. " Temos de mostrar quem quer dialogar e quem quer fazer política", disse.

 

Procurada, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Noronha, disse que o diálogo aberto pelo governo é de "faz de conta" e não discute a reorganização. Para ela, ao tentar ligar as ocupações ao sindicato ou partidos, o governo "minimiza a consciência dos alunos e a capacidade de reflexão daquelas que estão nas escolas estaduais".

 

No domingo, Padula se reuniu com dirigentes regionais de ensino para dar instruções de como desmobilizar as ocupações. O site Jornalistas Livres divulgou áudio de parte dessa reunião em que ele defende a necessidade de adotar "tática de guerrilha" contra as invasões. "Nessas questões de manipular, tem uma estratégia, tem método. O que vocês precisam fazer é informar. Fazer a guerra da informação (para convencer a sociedade), porque é isso o que desmobiliza o pessoal", disse.

 

Ele admitiu o encontro, mas criticou o vazamento das informações. "Antes tinha invasão de escolas. Agora tem invasão de reuniões", disse ao Estado. Ainda nesse evento, Padula pede aos dirigentes que se articulem para convencer pais sobre a importância da reorganização. "Porque depois eles transmitem as informações para os outros pais e, assim, a gente não dá mais espaço para o pânico e a desinformação." O chefe de gabinete afirmou que a pasta também vai protocolar em todas as unidades tomadas um pedido para que façam recomendações sobre a mudança.

 

Em setembro, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, divulgou uma reforma para que as escolas estaduais tenham ciclo único. A medida faz com que 754 unidades ofereçam só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 mil alunos serão transferidos e 93 escolas, fechadas.

 

Decreto

Segundo Padula, o decreto não impedirá que a reorganização possa ser discutida em casos pontuais. A intenção é, segundo o gestor, apenas criar o mecanismo legal que permitirá a implementação da política. "O decreto não vai obrigar nada, não vai transferir (alunos). Mas nosso espírito continua o mesmo. Onde houver necessidade, vamos dialogar", disse.

 

Ele admitiu a revisão em um dos colégios que passarão pela reorganização. Alunos da escola Fidelino Figueiredo, em Santa Cecília, região central, não serão mais enviados para a escola João Kopke, em Campos Elísios. Há duas semanas, a reportagem mostrou que a medida transferiria crianças de 11 anos para a região da cracolândia. Agora elas vão para a escola Doutor Alarico Silveira, na zona oeste paulistana.

 

Procurada no domingo à noite, a Secretaria da Segurança Pública disse que "continua dando o apoio necessário para evitar qualquer dano ao patrimônio ou prática de crimes nas escolas invadidas".

 

Fonte: UOL Educação