Ocupações crescem e governo de SP aumenta repressão

Retirado do Facebook do artista Vitor Teixeira

 

Em dois dias, número de ocupações passou de 129 para 191. Já o governo tucano aumenta a repressão

 

A mobilização dos estudantes secundaristas paulistas contra o fechamento das escolas cresceu 48% em apenas dois dias. De segunda-feira (23) para quarta-feira (25) o número de escolas ocupadas pelos estudantes saltou de 129 para 191 em todo estado de São Paulo. Enquanto isso, o governo do tucano Geraldo Alckmin ao invés de dialogar aumenta repressão.

 

Oito estudantes foram presos pela Polícia Militar, nesta terça-feira (24), enquanto realizavam a ocupação Escola Estadual Professor Antonio Firmino de Proença, na Mooca, zona leste de São Paulo contra a reorganização do governo do Estado que levará ao fechamento de 93 unidades de ensino, além do fim dos horários noturnos e mudanças em ao menos outras mil unidades.

 

Os estudantes da foram vítimas do abuso policial por volta das 5h30, quando uma zeladora percebeu a movimentação e chamou a PM que na tentativa de dispersar a manifestação dos alunos, prendeu oito.

 

Embora a ação dos estudantes na escola tenha sido realizada de forma pacífica, os jovens foram acusados de “depredação ao patrimônio público” pelos policiais que os levaram para o 8º Distrito Policial no Belenzinho. Porém, a pesar da truculência e violência da policia de São Paulo, os jovens foram liberados e a escola foi ocupada.

 

Este tipo de ação da polícia, comandada pelo governo do tucano, tem sido bastante comum. Durante este processo que já contabiliza 191 escolas ocupadas, muitos jovens, e até mesmo professores e país, foram vítimas da violência.

 

Em Marília, cidade do interior do Estado de São Paulo, houve confronto entre estudantes contrários à reorganização das escolas paulistas e policiais na Escola Estadual Sylvia Ribeiro de Carvalho. O confronto filmado por pessoas que estavam no local e as imagens mostram agressões feitas por policiais, uso gás de pimenta e a retirada de manifestantes a força da escola.

 

A E. E. Sylvia Ribeiro de Carvalho de ensino foi ocupada na última quinta-feira (19) e, desde então, segue sob o comando de cerca de 150 alunos. Segundo o estudante Gustavo Peinado, de 16 anos, um dos que ocupam o imóvel, o patrimônio público tem sido respeitado e a ocupação só terminará quando o governo estadual se dispuser a discutir a questão com os estudantes.

 

“Temos que definir quem fica responsável pela limpeza, segurança, preparo da alimentação e realização das atividades físicas. Nossa escola está ocupada, mas bem organizada. E vamos continuar até que o governo do Estado nos ouça”, informa Gustavo.

 

Os alunos da Escola Estadual Tito Lima, em São Bernardo, foram surpreendidos, nesta quarta-feira (25), pela Policia Militar. Segundo eles, a diretora da escola teria chamado a polícia para que todos os ocupantes fossem retirados do local.

 

Às 10h30 da manhã, a PM entrou no Tito Lima, pela segunda vez desde que os alunos iniciaram a ocupação. “Eles estavam armados, e faziam questão de colocar a mão na cintura para falar com a gente. Questionamos se eles tinham mandado, e nos responderam que não precisavam de mandado para entrar na escola”, destacou o professor Evandro Gea.

 

A postura adotada pelo governador frente a mobilização dos estudantes é intransigente. Geraldo Alckmin, disse, nesta terça-feira (24), que vai conversar com os desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) sobre o pedido de reintegração de posse das escolas estaduais ocupadas pelos alunos. A Justiça negou, por unanimidade, o pedido feito pelo governo estadual. “Não pode proibir os demais alunos que querem estudar de estudar. Nós vamos conversar com os desembargadores para poder tentar resolver”. Alckmin que se diz proposto a dialogar com a justiça, não enviou representantes para a audiência de conciliação, marcada para a última segunda-feira.

 

Alckmin disse ter recebido a decisão do TJ como um indicativo de que a conversa entre Secretaria de Educação, alunos e professores seja a melhor maneira de resolver a situação. “Nós  entendemos que a decisão foi: ‘olha, dialoguem’. É o que nós estamos fazendo”. Para o governador dialogar com os estudantes é mandar a polícia prender, coagir e bater.

 

As ocupações, que começaram no dia 9 deste mês, são a resposta dos estudantes à medida anunciada, em 23 de setembro, por Alckmin que fechará 93 escolas no início de 2016 e alterará outras 1400 unidades, onde encerrará os ciclos (fundamental I, II ou ensino médio).

 

A estimativa da Secretaria de Educação de São Paulo é que ao menos 311 mil alunos tenham de mudar de escola no ano que vem e mais de 1 milhão sejam afetados. Os estudantes denunciam que o fechamento das escolas imposto pelo governador vai acarretar uma maior superlotação nas salas de aula, demissão de pelo menos 25% dos professores e funcionários.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Capoeira na UMES em defesa das ocupações nas escolas

Estudantes da escola Norberto Alves durante ocupação

 

A Capoeira na UMES vai dar inicio a uma serie de apresentações itinerantes nas escolas ocupadas em São Paulo com o objetivo de resgatar a capoeira e apoiar a luta das ocupações contra o fechamento das 94 unidades escolares, conforme propõe a “reorganização escolar” de Alckmin.

 

As primeiras apresentações serão realizadas amanhã na E. E. Prof. Norberto Alves Rodrigues, onde a capoeira na UMES realizará uma roda às 8:30 horas da manhã, e logo em seguida, na E. E. Professora Eulália Silva, que será organizada às 10:30 horas. A apresentação será aberta a toda a comunidade, e quem quiser participar da roda será bem vindo.

 

No sábado será a vez da escola Caetano de Campos da Aclimação, que realizará uma roda com os alunos e toda a comunidade às 16 horas.

 

Organize você também uma apresentação em sua escola! É só ligar ou nos enviar um e-mail: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

Confira também o 2º batizado da Capoeira na UMES

 

2ª Mostra Mosfilme de Cinema apresenta o filme “Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”

 

Cinemateca Brasileira exibe filmes russos inéditos no Brasil

 

“Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”, de Lev Kuleshov (1924), será apresentado no dia 5 de dezembro, às 17:30 horas, com entrada franca, durante o terceiro dia da 2ª Mostra Mosfilme de Cinema em São Paulo. No total serão apresentados 11 filmes entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015, todos inéditos no Brasil e representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.  

 

AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE MR. WEST NO PAÍS DOS BOLCHEVIQUES

Ano: 1924 – Direção: Lev Kuleshov – Roteiro: Vsevolod Pudovkin – Silencioso, P&B, 94 min. – Mestre de Eisenstein e Pudovkin, Kulechov, desde o início dos anos 20, explorava a técnica de justaposição das imagens para exprimir conceitos e emoções, valorizando a montagem como o ápice da criação cinematográfica.

 

Confira a programação!

 

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

Confirme sua presença no Facebook!

 

 

Capoeira na UMES realiza 2° batizado e troca de cordas

 

Na segunda semana de dezembro a Capoeira na UMES realizará o seu segundo batizado e troca de cordas. A atividade será realizada em nossa sede, na rua Rui Barbosa, 323, Bixiga, das 10 às 13 horas.

 

A Capoeira na UMES é um importante projeto da entidade, pois como afirma o nosso professor-instrutor, Pavio (Fabiano Avelino), trata-se de uma luta de libertação, consolidada pela vontade do povo brasileiro em desenvolver o Brasil e torna-lo um país livre do colonialismo e imperialismo. Por isso é uma satisfação realizar mais esse batizado em meio a luta contra o fechamento de escolas em São Paulo, pois acreditamos que a capoeira estimula e inspira os estudantes a lutarem cada vez mais por seu direito a educação pública, gratuita e de qualidade.

 

O batizado será realizado em parceria com o professor Royal, do Grupo Geração Capoeira.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

 

O fundamento principal da Capoeira é a luta pela libertação do Brasil

 

“A capoeira nasce num momento em que os negros lutavam pela libertação. Utilizavam a Capoeira para se defender dos capitães do mato e para guerrear com as tropas que queriam invadir os Quilombos. Isso aconteceu principalmente no Quilombo dos Palmares, que foi o maior de todos os Quilombos, liderado por Zumbi, que morreu após muitas batalhas para tentar libertar o povo. E a Capoeira contínua a sua história, incorporando a luta de zumbi dos Palmares. Assim o fundamento principal da Capoeira é a luta de libertação, é a luta contra o opressor”, afirma Pavio na entrevista publicada em junho no site da UMES.

 

“Acho que não há forma diferente de explicar a importância da Capoeira se não for essa, que é resgatar a luta, a verdadeira luta da Capoeira que é a libertação do povo brasileiro. A Capoeira que ajudou os escravos, lá na época de Zumbi dos Palmares. Que ajudou o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. E que ajudou também no desenvolvimento do samba quando os capoeiras foram linha de frente nos blocos de carnaval, durante sua proibição. Aliás, é por isso que temos carnaval aqui, por que os Capoeiras sustentaram a luta pelo carnaval, até mesmo nos confrontos contra a polícia que tentava reprimir as festividades carnavalescas”.

 

“A Capoeira está na raiz da cultura popular brasileira, junto com o samba e com outras tradições. Essa é a importância na UMES da Capoeira para os estudantes, da Capoeira nas escolas”.

 

 

“A importância do batizado, e não é só do batizado mas da Capoeira aqui na UMES é exatamente resgatar a historia da Capoeira sob o fundamento principal que é a luta pela libertação do povo”.

 

 

Confira também o poema “Mandingueiro de verdade” e como foi o nosso 1° batizado, realizado em junho

 

Ocupar até que nenhuma escola seja fechada!

 

Quem fecha uma escola, abre uma prisão

 

Nos últimos dias uma verdadeira onda de ocupações tomou o estado de SP, já são mais de 100 escolas ocupadas contra o projeto de desestruturação do governo Alckmin.

 

O plano do governador é bem simples, basta fechar o máximo de escolas, trocar os estudantes de outras, superlotar ainda mais as salas, demitir vários professores e assim se gasta menos dinheiro com a educação. Pelo seu projeto 95 escolas serão fechadas, centenas de outras terão seus alunos remanejados e o restante vai sofrer ainda mais com a superlotação ao receber os estudantes que ficarão sem sua escola.

 

Essa proposta só prejudica a juventude, que perde a oportunidade de estudar, de se formar e assim conseguir melhores condições de vida. O fechamento de tantas escolas públicas é ainda mais sério pela crise econômica que vive o país, onde o desemprego aumenta e o ensino público é ainda mais necessário para que esses jovens tenham seu direito à educação garantido.

 

Por isso, vamos ocupar cada dia mais escolas, batalhando por nosso direito e em defesa da educação. Queremos que o governador suspenda o fechamento de nossas escolas e comece um grande diálogo com estudantes, país, professores e toda a comunidade escolar sobre como melhorar a educação pública e garantir uma escola de qualidade. Até lá estaremos ocupados e lutando por nosso direito!

 

Não tem arrego!

 

Nenhuma escola será fechada!

 

 

Ocupação do Caetano da Aclimação denuncia superlotação, sujeira e abandono

 

“Estamos ocupando o Caetano de Campos da Aclimação porque queremos ver resolvido o problema da superlotação das salas e da sujeira. Nossa escola é uma das mais tradicionais de São Paulo e não pode continuar abandonada deste jeito”, declarou Leticia Maria, estudante do 1º B, que se somou à mobilização da comunidade contra a transferência do ensino fundamental para a escola Roosevelt, na Liberdade.

 

Com a mudança anunciada pelo governo tucano, o Roosevelt por sua vez enviaria para o Caetano os alunos do ensino médio. Esta seria a “organização” na região, parte de um projeto que prevê o fechamento de 94 escolas e o deslocamento de mais de 300 mil estudantes no Estado.

 

“Se hoje temos mais de 50 alunos por sala, com os professores tendo de gritar, já imaginou juntando duas escolas? Além disso, temos salas com infiltração de água, falta de merenda e sem papel higiênico nos banheiros”, acrescentou Leticia.

 

Júlia Freitas, do 1º A, lembra ter ficado sem professor de geografia o ano inteiro e que a de português se aposentou, só tendo aparecido uma nova no terceiro bimestre. “Temos salas com 57 alunos e sem ventilador. O laboratório de química está completamente abandonado desde que vim para a escola há uns dez anos, com vidros quebrados, muita sujeira e sem nenhum funcionário para ajudar o professor. Não há investimento em qualificação”, frisou.

 

Para Kenedy Ferreira, do 3ºA, é preciso mais funcionários para cuidar da limpeza do local e aumentar a verba destinada à merenda. “Tem dias que o pessoal fica sem almoço. Como pode alguém ficar sem comer por conta do corte de recursos?”.

 

Apesar das dificuldades inerentes a uma ocupação, Hayssa Haddad, do 3ºC, acredita que “o movimento está servindo para mostrar a outras escolas que não se deve baixar a cabeça”. “O importante é ter atitude e lutar pelo que é de direito, pelo que é certo”, concluiu.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Nota de apoio as ocupações de Itaquaquecetuba

 

A UMES-SP vem manifestar seu total apoio aos estudantes de Itaquaquecetuba em luta contra a reorganização de Alckmin, que frente a onda de ocupações de escolas que toma todo o nosso estado decidiram ocupar a E. E. Prof. Cícero Antonio de Sá Ramalho, importante escola da cidade.

 

A decisão dos estudantes de Itaqua, assim como todo o apoio dado pelos professores e comunidade, em ocupar a escola no último domingo (22) fortalece a luta contra o plano do governador para fechar o máximo de escolas, trocar os estudantes de outras, superlotar ainda mais as salas, demitir vários professores com a única finalidade de gastar menos dinheiro com a educação. Pelo seu projeto 94 escolas serão fechadas, centenas de outras terão seus alunos remanejados e o restante vai sofrer ainda mais com a superlotação ao receber os estudantes que ficarão sem sua escola.

 

Trata-se de uma proposta que apenas prejudica a juventude, que perde a oportunidade de estudar, de se formar e assim conseguir melhores condições de vida. É uma medida ainda mais criminosa se levado em conta a crise econômica que vive o país, onde o desemprego aumenta e o ensino público é ainda mais necessário para que esses jovens tenham seu direito à educação garantido.

 

Gostaríamos ainda de repudiar a repressão policial e a tentativa de supostas lideranças estudantis da cidade em diluir e desmobilizar os estudantes.

 

Quem fecha uma escola, abre uma prisão!

 

 

Polícia prende estudantes do Firmino para tentar impedir ocupação

Estudantes do Firmino após a ocupação

 

Os estudantes da E. E. Professor Antonio Firmino de Proença, na Mooca, zona leste de São Paulo, foram vítimas do abuso policial enquanto realizavam a ocupação da escola contra a reorganização do governo do Estado. No total, 8 estudantes foram levados pela polícia, na manhã desta terça (24), à delegacia como tentativa de dispersar a manifestação dos alunos.

 

Embora a ação dos estudantes na escola tenha sido realizada de forma pacífica, os jovens foram acusados de "depredação ao patrimônio público" pelos policiais que levaram os jovens para o 5º Distrito Policial na Liberdade. Porém, a pesar da truculência e violência da policia de São Paulo, os jovens foram liberados e o Firmino foi ocupado!

 

 

Este tipo de ação policial tem sido bastante comum, e durante as centenas de ocupações muitos jovens, e até mesmo professores e país, foram vítimas da violência.

 

Nesse sentido o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, disse que “a polícia não pode e não deve se envolver no assunto. Estamos falando de educação. Não se trata de uma questão de segurança pública”, afirmou. A declaração do ouvidor se deu um dia após o Tribunal de Justiça de SP negar o pedido do governo Alckmin para reintegrar a posse das escolas ocupadas por estudantes. Para os desembargadores “não há o que reintegrar. A manifestação é legítima”, decisão que desautoriza a intervenção policial nas ocupações.

 

Estudantes em frente ao portão da escola acompanhados pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL)

 

Marcha da Consciência Negra reúne centenas de pessoas em São Paulo

 

Centenas de pessoas se mobilizaram na tarde da última sexta-feira, dia 20, para comemorar o feriado da Consciência Negra em São Paulo. O grupo se concentrou no início da tarde no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e por volta das 15h, seguiram até a Rua da Consolação. Os manifestantes portavam faixas como “todos juntos na luta contra o racismo”. Além da marcha, também foi realizado uma grande roda de capoeira para celebrar a cultura negra brasileira.

 

Na capital baiana, Salvador, cerca de cinco mil pessoas acompanhavam as atividades da 15ª Marcha da Liberdade em comemoração ao Dia da Consciência Negra na sexta-feira. A comemoração se iniciou às 10h, com a sétima edição da Lavagem da Estátua de Zumbi dos Palmares, localizada na Praça da Sé, no Centro Histórico da cidade.

 

No Rio Grande do Sul, cerca de 200 pessoas participaram da 10ª Edição da Marcha Estadual Zumbi dos Palmares. Antes de iniciar a marcha, o grupo se manteve em frente ao Mercado Público, no centro histórico de Porto Alegre. Em seguida, o movimento tomou a Avenida Borges de Medeiros e seguiu em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, local historicamente conhecido como ponto de resistência dos negros no século 19. Para marcar a caminhada e intensificar a homenagem, o grupo utilizou batuques, um carro de som e cantaram músicas brasileira e africanas.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Entrevista de kauê a Época sobre a reorganização

Marcos Kauê, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e estudante de curso técnico de Administração de Empresas, defende que a reestruturação das escolas de SP não será boa para a educação

 

ÉPOCA – Por que vocês são contra a reestruturação?

Marcos Kauê – O governo fez isso na hora errada e sem perguntar a opinião dos alunos. Ninguém nos procurou para saber o que queríamos. O país hoje vive uma crise. Essa não seria a hora de fazer a reestruturação. Há outras prioridades nas escolas. Não temos laboratórios para os alunos. Faltam bibliotecas.

 

ÉPOCA – Com o ciclo único pode ficar mais fácil fazer laboratório para ensino médio e parquinho para os alunos menores. Hoje com o ciclo misto, a direção tem de escolher entre um e outro porque não tem dinheiro para tudo. Você não acha que as chances de melhorar a infraestrutura aumentam?

Kauê – Isso é bobagem. Se fosse para fazer laboratório por que já não fizeram nas escolas que têm só ensino médio? Se não fizeram antes por que fariam com a reestruturação? Eles dizem que é para melhorar o ensino e a estrutura, mas tá na cara que é para economizar dinheiro.

 

ÉPOCA – Se for mesmo isso, é ruim o governo querer economizar nessas épocas de crise?

Kauê – É inaceitável que ele faça isso prejudicando a vida de estudantes dessa forma. Não aceitaremos isso. Hoje, 27% dos pais de alunos de escola privada estão inadimplentes. Essas crianças irão para onde. O governo está considerando isso?

 

ÉPOCA – Quais são as suas reivindicações para a desocupação do prédio?

Kauê – O secretário conhece a nossa reivindicação: queremos que a reestruturação seja cancelada.

 

ÉPOCA – Na Escola Estadual Diadema, a primeira a ser ocupada, os alunos saíram da escola pacificamente em troca do compromisso do secretário de analisar, uma a uma, a lista de reivindicações. Havia pedido de melhorias físicas na escola e manutenção de professores. Qual seria a lista de reivindicações no caso de vocês?

Kauê – Não temos lista alguma. Queremos o fim da reestruturação.

 

ÉPOCA – Então, vocês estão inflexíveis. E quanto aos alunos que não podem ter aula?

Kauê – Não somos inflexíveis. Nosso ponto é que não sairemos enquanto o governo não desistir. Fazemos isso por todos os alunos.