Sobe para 25 o número de escolas ocupadas em SP

“Se a educação é um direito, ocupar nossas escolas é um dever”

 

Abaixo a lista de ocupações no Estado de São Paulo até a manhã desta segunda-feira (16):

 

1. E.E. Fernão Dias Paes (Pinheiros, zona oeste)

2. E.E. João Kopke (Luz, centro)

 3. E.E. Salvador Allende (Cohab José Bonifácio, zona leste)

4. E.E. Egídio Damy (Brasilândia, zona norte)

5. E.E. Castro Alves (Vila Mariza Mazzei, zona norte)

6. E.E. Sinhá Pantoja (Recanto Santo Antonio, zona sul)

7. E.E. Dona Ana Rosa (Vila Sônia, zona oeste)

8. E.E. Antônio Manuel Alves de Lima (Jardim São Luís, zona sul)

9. E.E. Sílvio Xavier Antunes (Piqueri, zona norte)

10. E.E. Oscavo Paulo (Bangu, Santo André)

11. E.E. Comendador Miguel Maluhy (Campo Limpo, zona sul)

12. E.E. Padre Saboia de Medeiros (Chácara Santo Antonio, zona sul)

13. E.E. Flávio José Osório Negrini (Jardim Olinda, zona sul)

14. E.E. Cohab Inácio Monteiro III (Cohab Inácio Monteiro, zona leste)

15. E.E. Mary Moraes (Portal do Morumbi, zona sul)

16. E.E. José Lins do Rego (Jd. Ângela, zona sul)

17. E.E E.E Professora Neyde Apparecida Sollitto (Jd. das Palmas, zona sul)

 

Interior

 

18. E.E Prefeito Mario Avesani (Santa Cruz das Palmeiras)

19. E.E. Coronel Antonio Paiva de Sampaio (Osasco)

20. E.E. Antônio Adib Chammas (Santo André)

21. E.E. Diadema, antigo Cefam (Diadema)

22. E.E. Délcio de Souza Cunha (Diadema)

23. E.E. Elizete Oliveira Bertin (Embu das Artes)

24. E.E. Valdomiro Silveira (Santo André)

25. E.E. Heloísa Assumpção (Osasco)

 

Ocupação da Escola Estadual Antônio Manuel Alves de Lima

Assista ao vídeo da entrevista no Facebook do Saboia News

 

A reorganização é uma proposta para quem não está na escola pública

 

A escola Antônio Manuel (Jardim São Luís, zona sul) foi a 10ª escola a ser ocupada em São Paulo, na manhã de sexta-feira (13). Até a noite de quinta, seis escolas estavam sob ocupação dos estudantes.

 

 

A noite de sexta-feira foi encerrada com 18 escolas ocupadas. Até a tarde desta segunda (16), 25 escolas estavam sob ocupação.

 

Abaixo transcrevemos trechos dos depoimentos dos estudantes da escola feitos a equipe do Saboia News, equipe jornalística composta por estudantes da escola Padre Miguel Saboia de Medeiros. Entre os entrevistados estavam dois estudantes da escola Antônio Manuel, que optaram por preservar sua identidade.

 

“Primeiro sentimos a indignação do governo empurrar goela abaixo, sem perguntar nada pra ninguém, sem falar nada pra gente, sem falar com a população, perguntar se você aceita, se não aceita. Sentimos primeiro a indignação, e ai fomos vendo o que estava acontecendo, como que os alunos iriam se movimentar nas outras escolas, como ia ser o processo desses alunos que seriam remanejados. E percebemos que a proposta não era pra nós. É outra proposta do governo que não é para o povo da periferia, é uma proposta para quem não está na escola pública”.

 

“Aí agente foi observando a ocupação em outras escolas, que era a última medida, já tínhamos feito ato de rua, estávamos na rua sempre, batendo na porta do palácio [dos Bandeirantes], e não dava certo. E vimos que a ocupação era a última medida. Aí agente se organizou, chamamos algumas reuniões, e estamos aqui”.

 

13 escolas ocupadas contra a reorganização

Manifestação de estudantes da ocupação da escola Fernão Dias

 

Explodiram o número de escolas ocupadas até noite desta sexta (13), onde ao menos 13 escolas foram ocupadas contra o projeto de reorganização do governo do Estado que pretende fechar 94 escolas bem como encerrar o ensino médio ou fundamental em centenas de unidades escolares, entre as remanescentes. “Ocupamos o que nosso!” afirmam, em vídeo publicado no Facebook, os estudantes da Escola Estadual Sílvio Xavier, em Pirituba. “Estamos lutando pelo direito de todos, para que os estudantes não precisem estudar em uma escola superlotada, ou distante de nossas casas”, explica o jovem estudante da escola durante a ocupação.

 

A ocupação foi o último recurso utilizado pelos estudantes contra o fechamento de suas escolas ou contra o fim de alguns dos ciclos (fundamental I, II ou ensino médio), como pretende a reorganização. Ainda no vídeo da escola Sílvio Xavier os estudantes explicam que precisam de apoio da população com os mantimentos (água e alimentos) e também alertam para a importância das vigílias e manifestações da população em apoio as ocupações, de forma a garantir a segurança e ampliar a mobilização. Durante o vídeo os estudantes seguravam cartazes pedindo “todo apoio aos estudantes de São Paulo”, e com a hashtag “#NÃOFECHEAMINHAESCOLA”.

 

Ajude com as vigílias e manifestações de solidariedade em favor das ocupações, ou com mantimentos. Consulte a lista de endereços e necessidades dos estudantes em cada escola!

 

Tropa de choque em frente a escola Fernão Dias

 

As escolas ocupadas até agora são o E.E. Fernão Dias (Pinheiros), E.E. Salvador Allende (Itaquera, zona leste), E.E. Profa. Heloisa Assumpção (Osasco), E.E. Castro Alves (Zona Norte), E.E. Ana Rosa (Vila Sônia), E.E. Antônio Manuel (Jd. São Luis), E.E. Godofredo Furtado (Pinheiros – a confirmar), E.E. Prof Pio Telles Peixoto (Vila Jaguara), E.E Silvio Xavier (Pirutuba), E.E. Comendador Miguel Maluhy (Campo Limpo), E.E. Elizete Oliveira Bertin (Embu das Artes), E.E. Diadema, antigo Cefam (Diadema), E.E. Valdomiro Silveira (Santo Andŕe), E.E. Prof. Oscavo Paulo e Silva (Santo André) e a E.E. Antônio Adib Chammas (Santo André).

 

Em vídeo publicado no Facebook os estudantes da E. E. Ana Rosa de Araújo também deixaram o seu recado. “Nessa sexta-feira 13 de novembro de 2015, nós ocupamos o Ana Rosa contra a reorganização do Estado em relação ao ensino médio e fundamental. Hoje, nós, mais de 200 alunos [presentes na ocupação] estamos nos organizando e colocando todos nossos esforços para unir essa causa, assim como na escola Fernão Dias foi feito”, afirma um dos estudantes no vídeo também publicado no Facebook.

 

“Vamos continuar aqui independente do tempo que for necessário. Agente vai fazer tudo que estiver ao nosso alcance, e até mais, porque não queremos abrir mão de perder as nossas experiências do ensino médio. Tem gente que está aqui desde a 5ª serie do ensino médio, tipo eu. E agente sabe tudo o que já viveu aqui, tudo o que fez parte da nossa vida.”

 

 

Por fim o estudante, que não se identifica, pede o apoio da população para a ocupação de sua escola. “Eu quero que todos que puderem dar suporte para essa escola, façam. Porque é a melhor coisa que você pode fazer. Você vai estar investindo no próprio futuro e educação do seu país”.  Após encerrarem sua mensagem os estudantes cantaram juntos a palavra de ordem “Ana Rosa, escola de luta!”

 

As ocupações tiveram início na segunda-feira, com a ocupação da escola Diadema, na cidade de mesmo nome. Na manhã de terça a escola Fernão Dias foi ocupada na capital. Após está ocupações, já na manhã de quinta o numero de escolas ocupadas subiu para seis. “Se a educação é um direito, ocupar nossas escolas, nesse momento em que o governo quer fecha-las, é um dever”, disse Heudes Cássio Oliveira, do 3° G do ensino médio do Fernão, durante entrevista à UMES. “A ocupação busca dar voz aos estudantes”.

 

Reintegração de posse

 

Na noite desta sexta-feira o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu as ordens de reintegração de posse contra as escolas Fernão Dias e Salvador Allende do governo do Estado de São Paulo, que havia conseguido mandato para a reintegração de posse na Justiça. “As ocupações, realizadas majoritariamente pelos estudantes das próprias escolas, revestem-se de caráter eminentemente protestante. Visa-se, pois, não à inversão da posse, a merecer proteção nesta via da ação possessória, mas sim à oitiva de uma pauta reivindicatória que busca maior participação da comunidade no processo decisório da gestão escolar”, declarou o juiz na sua decisão. “Com isso quero dizer que o cerne desta lide possessória não é a proteção da posse, mas uma questão de política pública, funcionando as ordens de reintegração como a proteção jurisdicional de uma decisão estatal que, em tese, haveria de melhor ser discutida com a população”.

 

Após a decisão que colocou fim a reintegração de posse, a Polícia Militar deixou de cercar a escola e os estudantes tomaram controle das portas do Fernão Dias.

 

Reorganização

 

O projeto de reorganização do governo Geraldo Alckmin foi anunciado no final de setembro, o que já motivou centenas de manifestações por todo o Estado, onde estudantes chegaram a paralisar suas aulas contra a medida. A principio a proposta previa o fechamento de no mínimo 155 escolas, após a pressão dos estudantes e professores Alckmin recuou, retirando de sua lista 61 escolas, em sua maioria as maiores e mais importantes escolas dentre as que pretendia fechar.

 

Assista “O Caminho para Berlim” na 2ª Mostra Mosfilme (2015)

 

 

Cinemateca Brasileira exibe filmes russos inéditos no Brasil

 

 “O Caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), será apresentado no dia 3 de dezembro, às 20 horas, com entrada franca, durante a abertura da 2ª Mostra Mosfilme de Cinema em São Paulo. No total serão apresentados 11 filmes entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015, todos inéditos no Brasil e representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

 

O CAMINHO PARA BERLIM

Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

Confira a programação!

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

 

E. E. Fernão Dias é ocupada contra fechamento de escolas

Foto: Ícaro Bendas

 

“Se a educação é um direito, ocupar nossas escolas, nesse momento em que o governo quer fecha-las, é um dever”, afirmou o estudante Heudes Cássio Oliveira, do 3° G do ensino médio, um dos presentes na ocupação da Escola Estadual Fernão Dias Paes, que teve início nesta terça (10), às 7 horas. Por telefone o estudante denunciou que não é correto fechar escolas e salas para economizar gastos com a educação. “Se há salas disponíveis não há necessidade do Fernão estar hoje com suas salas cheias, com mais de 40 alunos”, disse o estudante ao contestar o argumento do governo para fechar escolas.

 

O estudante explicou que a ocupação se deu após diversas tentativas de conversa com a Secretaria de Educação, Diretoria de Ensino Regional Centro-Oeste, e a realização e participação em manifestações e também diversas paralisações das principais vias próximas à escola. “A ocupação busca dar voz aos estudantes” disse Heudes, explicando que nenhum diálogo foi feito com os estudantes. “Já estamos na há mais de 32 horas e mesmo assim ninguém [do poder público] veio conversar com a gente [sobre a reorganização]. Tornaram nossa reivindicação em um caso de polícia” disse o jovem. “A Diretoria de Ensino passou pela escola só para pedir o fim da ocupação, não quer dialogar com os estudantes sobre o fechamento de escolas ou nos explicar o que está acontecendo”.

 

Foto: Saboia News

 

“A UMES apoia a ocupação, e vamos estimular estes tipos de manifestação. Os estudantes estão nas ruas contra o fechamento das escolas, e estas ocupações vão se ampliar se o fechamento de escolas não for revertido. A nossa mobilização vai crescer cada vez mais, porque ninguém é favorável ao fechamento de escola. ‘Quem fecha escola abre prisão’”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES. Que em apoio a ocupação, acampou na escola, junto com a diretoria da UMES, para manifestar sua solidariedade e apoio aos estudantes presentes na ocupação.

 

“Acampamos na frente da escola para manifestar nossa solidariedade. E ficamos do lado de fora porque a polícia não permitiu a nossa entrada. Não deixavam nem comida nem água entrar” denunciou Kauê. Para ele a ocupação é muito importante porque é um exemplo de como os estudantes e a população estão se sentindo em relação ao fechamento das escolas. “Desde o início avisamos ao secretário de educação que os estudantes, suas famílias e a população eram contra o fechamento de escolas e contra a reorganização. Ninguém está feliz com essa medida, e a prova são as centenas de manifestações nas escolas, nas ruas. E agora temos a ocupação da escola Fernão Dias, e da escola Diadema que fica em outro município, denunciando essa falta de diálogo”.

 

Foto: Ícaro Bendas

 

“No Fernão falta cadeira, professor e carteira. As portas estão quebradas, os banheiros abandonados com os vasos quebrados. Nossas salas estão superlotadas e nós, estudantes, só queremos melhorias e investimentos. Estamos lutando por nossa escola e por todas as outras, porque o estudante precisa de escola e tem o direito de escolher onde quer estudar” disse a estudantes Mariana Martins que estava do lado de fora da escola, na tarde de ontem, devido à proibição da polícia. Junto com Mariana estavam diversos estudantes, pais, professores e moradores do bairro. Enquanto prestavam solidariedade aos estudantes na ocupação, a manifestação do lado de foram estava com cartazes e faixas defendendo a ocupação. "Aqui eu vou, aqui eu vou ficar, da minha escola ninguém vai me tirar" e “não tem arrego, você tira a minha escola e eu tiro o seu sossego” cantavam do lado de fora todos os que prestavam solidariedade a ocupação.

 

Heudes explicou que no começo da ocupação os estudantes tinham total controle sobre a entrada e saída da escola, e deixaram livre o fluxo de estudantes, professores e demais pessoas. Porém após a chegada da polícia, na manhã de terça, com mais de 10 viaturas e até mesmo um ônibus, a entrada da escola foi bloqueada e todos foram proibidos de entrar. “Só era permitida a saída dos estudantes, que precisavam apresentar seus documentos”, comentou.

 

Foto: Saboia News

 

“A polícia fez um cerco à escola. Cercaram toda a escola com um cordão de policiais. Havia dezenas de policiais para acabar com a ocupação, eles impediam a entrada na escola, e proibiram que água ou comida fosse dada aos estudantes. Até a comunicação ficou difícil. Pelo menos duas pessoas foram presas e houve agressões”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, que estava presente na escola e passou a noite por lá.

 

Com a reorganização o fundamental II (5° à 8° serie) do Fernão Dias será encerrado, no período da tarde, e a escola terá apenas ensino médio. Para Heudes a escola receberá centenas de estudantes do ensino médio da região, o que aumentará ainda mais a superlotação das salas da escola.

 

No município do ABC a Escola Estadual Diadema também foi ocupara contra o fim do ensino médio da escola. A ocupação teve início as 19 horas desta segunda, quando alunos de 12 salas acamparam no refeitório e pátio da unidade escolar. Os estudantes querem que o governo Alckmin recue de sua decisão de fechar o ensino médio e o período noturno da escola.

 

UMES 31 anos!

Manifestação da UMES contra o fechamento de escolas (Foto: Leonardo Varela)

 

Abaixo publicamos a homenagem de Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, neste dia que a UMES completa 31 anos de luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para construir um Brasil independente e desenvolvido.

 

Hoje dia 11 de novembro a UMES-SP completa 31 anos de refundação. Como vice-presidente, estudante e militante da entidade, deixo a minha homenagem. Só tenho a dizer que a UMES, sem duvidas mudou a minha vida, o meu modo de pensar e agir. Me fez mais politizado, consciente e convicto dos ideais que sigo para minha vida. Posso dizer que nem tudo foi um mar de rosas, mas eu gosto e amo o que faço. Na UMES ganhei amizades, conhecimento, sabedoria e esperança, esperança de poder mudar e lutar por um país mais justo, mais igualitário, por uma educação de qualidade e por uma pátria livre e soberana.

 

Tenho orgulho de representar a UMES, de viver a UMES, de ser a UMES e claro, lutar pela UMES, porque ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética! 31 anos não são 31 dias… foram 31 anos de lutas e glórias, e espero que venha muito mais, para assim sonharmos com dias melhores. Obrigado a todos que ajudam ou ajudaram a construir essa entidade que sem duvidas, é a maior entidade estudantil de base do Brasil. Obrigado a todos e Obrigado a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo.

 

A UMES SOMOS NÓS, NOSSA FORÇA E NOSSA VOZ!

 

Confira a história da UMES

 

Ato contra o fechamento das escolas no Palácio dos Bandeirantes

Foto: APEOESP

 

Milhares de estudantes e professores marcharam nesta terça (10), do estádio do Morumbi até o Palácio dos Bandeirantes, na zona sul, contra o fechamento de escolas anunciado pelo governo do Estado há algumas semanas. “Se a escola for fechar, nós vamos ocupar”, cantavam os estudantes e os professores durante a manifestação.

 

A atividade teve início após duas escolas serem ocupadas pelos estudantes, a E. E. Fernão Dias, em São Paulo, ocupada na manhã de terça, e a E. E. Diadema, em Diadema, ocupada na segunda-feira.

 

Durante o ato a presidente da APEOESP, Maria Izabel Noronha (Bebel), afirmou que os professores seguem “em um movimento muito representativo que tende a continuar forte” disse Bebel, “não vamos aceitar o fechamento de nenhuma escola”. “Nós continuamos pedindo uma reunião com o secretário estadual da Educação (Herman Voorwald) para mostrar que é possível reduzir o número de alunos nas salas e aumentar a qualidade”. Ela também denunciou que a proposta não foi discutida com a sociedade, e o mesmo se repete com o Plano Estadual de Educação. Para ela o esforço do governo deve ser no sentido de reduzir o número de alunos por sala.

 

Manifestantes denunciam Cunha durante atividade (Foto APEOESP)

 

Para Kauê, presidente da UMES, durante sua intervenção na manifestação, o fechamento de escolas é um absurdo, e vem no sentido de aprofundar os cortes contra os direitos do povo. “Os estudantes são contra o fechamento de escolas, porque quem fecha uma escola abre uma prisão”. Para a liderança estudantil o momento exige um esforço dos governos para garantir o funcionamento das escolas. “Estamos enfrentando uma recessão no país. Ano que vem milhares de estudantes vão migrar das escolas privadas para as públicas. Desse jeito, se fechar escolas, quantos alunos vamos ter por sala? 50, 60, 70? É inaceitável… hoje com 40 alunos por sala, que é a realidade de muitas escolas de São Paulo, como a escola Fernão Dias, ocupada pelos estudantes, a aula fica muito difícil, é muita gente, e normalmente não cabe nem mesmo as cadeiras e mesas para todos os alunos”.

 

Para a professora Solange Loureiro, que leciona matemática na Escola Estadual Ruy Rodriguez, em Campinas, “a previsão é que pelo menos 20 mil colegas professores sejam afetados com o fechamento das escolas. E ainda não temos nenhuma garantia que essa proposta possa melhorar a qualidade da educação. Se esse é o objetivo do governo, eles deveriam investir nas escolas, melhorar a infraestrutura e disponibilizar laboratórios”.

 

Para a APEOESP essa proposta levará a demissão de muitos professores, como foi visto em 1994, durante uma medida similar do então governador Mário Covas, e os remanescentes sofrerão com a redução de salário decorrente da redução de jornada. De acordo com a entidade serão fechadas mais que 94 escolas.

 

No próximo dia 14, durante a reunião de pais e mestres, estudantes e professores, apoiados pelas suas entidades, realizarão uma vigília na porta das 94 escolas que serão fechadas. A ideia é discutir com os pais e alertar que na verdade essa “reorganização” é para gastar menos dinheiro com a educação.

 

“O governo Alckmin diz que é uma medida para melhorar nossas escolas. Mas como fechar escolas vai reduzir a superlotação de salas? Se há tanta sala ociosa como eles dizem, porque a maioria das salas de nossas escolas têm mais de 40 alunos?”, disse Kauê.

 

Apenas este ano o governo do estado fechou mais de 3.390 salas, em sua maioria no período noturno.

 

A próxima atividade geral convocada pela APEOSP será realizada no MASP, na Avenida Paulista, no dia 27 de novembro, a partir das 14 horas.

 

Estudantes ocupam escola em Diadema contra fim do ensino médio e período noturno

 

Alunos de 12 salas do Ensino Médio da Escola Estadual Diadema, antigo Cefam, estão desde as 19h desta segunda-feira (09/11) acampados no refeitório e pátio da unidade escolar. A meta do grupo é fazer o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuar sobre a decisão de fechar o Ensino Médio e o período noturno da unidade escolar. Cerca de 20 alunos, além de pais, professores e representantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) passaram a noite na escola.

 

“A princípio, faríamos um acampamento apenas durante o período noturno de aulas, mas os alunos decidiram passar a noite e ficar aqui até que tenhamos uma resposta positiva do governo do Estado”, explicou a estudante Fernanda Freitas, 17 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio. Há barracas, colchonetes, comida e cartazes espalhados pela escola. Para não prejudicar os estudantes que trabalham ou fazem curso durante o dia, os jovens decidiram se revezar. “Cada um fica um período para não prejudicar ninguém”, comentou.

 

Na manhã desta terça-feira (10/11), mais de 50 alunos estavam no acampamento. Animados, os jovens gritavam palavras de ordem e não se deixavam abater pelas tentativas da direção da escola em retirá-los do local. Conforme os alunos, primeiro a diretora chamou os pais dos estudantes que passaram a noite na escola. “O objetivo dela era que os pais viessem buscar os alunos, mas estávamos preparados e fizemos um Termo de Responsabilidade que foi assinado por pais e alunos que passaram a noite aqui”, esclareceu Fernanda. A diretora também passou a noite na escola.

 

Como a tentativa de retirar os alunos, através dos pais dos jovens, não funcionou, a direção da escola chamou a polícia. “Na manhã desta terça, havia quatro viaturas aqui que estavam tentando impedir os alunos do noturno de entrar na escola, mas não nos deixamos intimidar. Somos alunos da escola e ninguém pode nos impedir de entrar”, afirmou Fernanda. Diante da argumentação dos jovens, os policiais permitiram a entrada dos alunos. Por volta das 10h30, apenas uma viatura permanecia no local.

 

PRESOS

 

Além da polícia, na manhã desta terça, conforme os alunos, a direção da escola estava prendendo os alunos do Ensino Fundamental 1 e 2 nas salas de aula, para que os mesmos não se juntassem à manifestação dos estudantes do Ensino Médio. “Estamos sendo reprimidos em sala de aula. Os professores não deixam ninguém sair”, afirmou um aluno da 8º ano. “Para os alunos não participarem, nem mesmo o intervalo foi permitido a eles. Os funcionários estão subindo a comida para as salas de aula”, relatou Fernanda.

 

Além dos estudantes, professores e representantes da Apeoesp estão acompanhando o acampamento. “O movimento está muito organizado, os alunos são conscientes do que estão fazendo e estamos aqui apenas para não deixá-los sozinhos. É nosso papel, enquanto entidade, acompanhá-los”, explicou o coordenador da Apeoesp de Diadema, José Reinaldo de Matos Lima.

 

Conforme Lima, a dirigente regional de ensino no município esteve na escola no período da manhã, mas não falou com os alunos, professores ou representantes da Apeoesp. “Ela apenas saiu dizendo que tomaria as medidas necessárias. Mas o que isso quer dizer, ainda não sabemos”, revelou.

 

REESTRUTURAÇÃO É ALVO DE CRÍTICAS

 

Anunciada em setembro pelo governo de Geraldo Alckmin, a “reestruturação” no ensino estadual visa a ampliação das escolas de ciclo único. A separação física dos alunos por ciclo escolar (primeiros anos do Ensino Fundamental, últimos do Ensino Fundamental e Ensino Médio) resultará no fechamento de 94 unidades em todo o Estado, incluindo seis no ABCD. Além disso, mais de 30 escolas da Região poderão perder o ensino noturno como consequência do novo modelo.

 

A “reestruturação” motivou uma série de atos contrários à medida. A falta de consulta à comunidade acadêmica é uma das principais críticas, já que pais, alunos e professores serão comunicados oficialmente sobre as mudanças somente em encontro marcado para esTe sábado (14/11). A reunião acontecerá em 328 escolas do ABCD.

 

Fonte: ABCD Maior

 

Astrogildo Arruda realiza projeto “Café com Poesia 2015”

Elenco da peça “O Corvo”, composto por estudantes da escola Astrogildo Arruda

 

 

A Escola Estadual Prof. Astrogildo Arruda realizou na última semana de outubro o projeto “café com poesia”. Trata-se de um projeto de incentivo a leitura, ao teatro e as artes em geral, com o objetivo de resgatar grandes obras de artistas nacionais e internacionais.

 

A atividade foi organizada com apoio do grêmio da escola e envolveu estudantes da 5ª serie do fundamental ao 3° ano do médio. Para os membros do grêmio a realização do projeto foi muito importante já que a escola está sob ameaça de fechamento.

 

Para o presidente do grêmio, Bismarck Lucas, que também é diretor da UMES, o projeto é muito importante, embora no seu início tenha sido muito difícil. “Nunca curti a ideia de copiar as coisas, sempre gostei de ‘inventar’, e o nosso projeto foi baseado em atividades da escola Carlos Gomes. Mas depois que tudo começou, com a união de todos, o clima da escola ficou muito bom, tudo mudou, o ambiente escolar ficou fantástico. Tudo decorado e a vontade de cada um aumentando, foi simplesmente lindo”. Para ele o projeto deste ano foi muito importante já que estimulou os alunos a lutarem cada vez mais para manter a escola aberta.

 

O encerramento do evento ficou por conta do 3° A, que apresentou uma peça de teatro baseada nos autores Edgar Allan Poe e Álvares de Azevedo. Diego, ator principal e diretor da peça “O Corvo”, destacou as primeiras dificuldades para dar inicio ao projeto. Ele explicou que foi muito difícil adaptar contos em 3° pessoa para um dialogo. “O processo criativo foi muito difícil, pois pegar um conto 3ª pessoa e transforma-lo em um dialogo não foi fácil, também é meio puxado, pois nenhum de nos somos atores profissionais. Mas aos poucos fomos vendo a evolução e a união do elenco, vendo que tudo que fizemos não foi em vão. Por fim concluímos com uma apresentação maravilhosa graças a todos eles”.

 

 

2º Grito pela educação: nenhuma escola fechada!

Arte publicada pela APEOESP convocando o 2º Grito pela Educação

 

Amanhã, terça dia 10, estudantes e professores estarão juntos mais uma vez contra o fechamento das salas de aula e contra a sua superlotação.

 

Desde que o projeto de reestruturação do governo estadual foi anunciado, a UMES têm afirmado que “quem fecha uma escola abre uma prisão”, e por isso é inadmissível que mais salas sejam fechadas em meio a atual crise econômica, período no qual só aumenta a transferência de alunos da rede privada para a rede pública. Se isso se tornar realidade, com o fechamento de escolas, as salas remanescentes devem ficar ainda mais superlotadas.

 

Por isso convocamos todos os estudantes a participarem com a UMES da manifestação de amanhã!

 

Para nós o fechamento de escolas “é um ataque aos estudantes”. Já que “nossas salas estão superlotadas e os professores ganham uma miséria”, afirma Marcos kauê, presidente da entidade. “Uma reestruturação que fecha escolas não pode melhorar a qualidade da educação. Na verdade esse projeto possui o objetivo de cortar ainda mais os recursos gastos com educação. Fechar escola pública em plena crise econômica é uma loucura”, concluiu.

 

Para ele, principalmente em meio a crise, os governos devem trabalhar para manter mais salas em funcionamento. “O pessoal vai migrar o ano que vem para a escola pública, é óbvio. Ao final desse ano, graças a recessão econômica, teremos no país mais de 2 milhões de desempregados. Onde os filhos desses trabalhadores irão estudar?”

 

Entre 2003 e 2013 o número de alunos da rede privada cresceu 30%, mesmo período onde 300 mil alunos migraram do ensino público para a rede privada, afirma uma pesquisa da Seade. “A situação é crítica, a inadimplência nos colégios particulares aumentou 27,2% nos primeiros seis meses desse ano”, completa kauê.