Quem fecha uma escola abre uma prisão

 

 

Alckmin afirmou, na última quinta-feira (29), que os protestos realizados contra o fechamento das escolas refletem o conservadorismo da sociedade diante de mudanças. “É normal, natural [os protestos]. Nós, às vezes, somos muito conservadores. Sempre quando você vai mudar uma coisa há uma reação. Mas qual o objetivo [da reorganização]? É melhorar a qualidade da escola pública”, disse o governador.

 

“No século 19, Victor Hugo já havia dito: ‘Quem abre uma escola fecha uma prisão’. E é justamente o contrário que o governador Geraldo Alckmin pretende fazer com o fechamento de escolas”, criticou Kauê. “Hoje Alckmin diz que fechar escolas é ‘inovador’, mas esta política já foi condenada há 150 anos”, ressaltou.

 

“Para Alckmin inovador são salas de aula com mais de 50 alunos, passarem períodos letivos inteiros sem aulas por falta de professor, escolas sem quadras, sem funcionários suficientes. É isso o que pensa este inimigo da educação”, condenou o estudante.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Estudantes do Saraiva dizem não a desestruturação

Estudantes na marginal Pinheiros contra a desestruturação

 

Na última sexta (30) entrevistamos Paulo Vinícius (13), estudante da 7° serie do fundamental II e presidente do grêmio da Escola Estadual Maria Augusta Saraiva. O seu colégio será mais um entre centenas de escolas que perderão o fundamental II devido a desestruturação.

 

Na entrevista é possível perceber como essa desorganização proposta pelo governador Geraldo Alckmin pode interferir de forma a prejudicar a vida de centenas de milhares de crianças e adolescentes, tudo pelo desejo do governo do Estado de seguir sucateando a educação para economizar as custas da juventude.

 

A entrevista foi feita durante uma plenária da UMES responsável pela organização da manifestação do dia 6 de novembro, às 8 horas no MASP.

 

 

UMES: Paulo, com a desestruturação de Alckmin a sua escola encerrará as matrículas para o fundamental II, assim como vai transferir todos os alunos desse ciclo para outras escolas. O que os estudantes têm feito a esse respeito?

 

Paulo Vinícius: Até agora não tínhamos muita informação, porque a nossa diretora não falou nada. Ficamos sabendo dessas mudanças pelo jornal, e depois pelo presidente do grêmio da escola Caetano de Campos (Lucas Penteado). Aí começamos a nos organizar para a manifestação do dia 6 de novembro com a UMES. E por enquanto ainda estamos bastante desunidos. Os estudantes da 8° (os mais experientes), por exemplo, não estão se mobilizando porque já iriam ser transferidos. Como a escola Caetano de Campos da Consolação vai ter ensino médio, eles estão achando que vão ser transferidos para lá. Eles não estão percebendo a gravidade da situação. Q quem mais está se mobilizando contra essa situação são os estudantes do ciclo II, da 6° e 7° séries. Porque na 8° série eles não estão fazendo nada.

 

UMES: Mas qual foi a explicação da diretoria para o fim do ciclo II na escola?

 

Paulo Vinícius: Eles não falaram nada. Só avisaram que ano quem vem não vamos mais estudar na escola.

 

UMES: Se não fossem essas mudanças você concluiria a 8° série no Saraiva?

 

Paulo Vinícius: Sim. Se não fossem essas mudanças eu concluiria o fundamental lá. E eu gostaria muito de não ser transferido para me formar no Saraiva.

 

UMES: O que o conjunto dos estudantes da sua escola estão achando dessa transferência repentina. O que eles estão achando dessa transferência para outras escolas?

 

Paulo Vinícius: Estão achando ruim. A maioria está lá desde a primeira série. Tem toda uma história com a escola, e não querem sair assim. E é meio difícil, porque muitos estudantes que moram lá perto da escola vão ser transferidos para escolas mais distantes, lá na Rua Frei Caneca. É muito longe. Tem alunos que moram do lado da escola e vão ter que mudar. Não vai ser legal.

 

UMES: Como vai ser a Manifestação do dia 6, o Saraiva vai mobilizar muitos alunos?

 

Paulo Vinícius: Vamos tentar. Ainda não organizamos nenhuma manifestação. E eu falei hoje com o Kauê (presidente da UMES), ele vai nos ajudar. E nós vamos entregar os panfletos da manifestação contra a desestruturação na escola, vamos colar os cartazes e vamos conscientizar a galera. Vamos passar nas salas chamando e provando para eles que essa mudança não vai dar certo. Porque estamos em uma democracia. Como ninguém pergunta nada pra gente? Se queríamos ou não essa mudança.

 

UMES: E os pais dos alunos o que estão achando. O que os seus pais estão achando?

 

Paulo Vinícius: Minha mãe não gostou. Ela até tentou ir à minha escola falar com a direção, mas a diretora não quis recebê-la, não deu nenhuma informação, nada.

 

UMES: A diretoria da escola não quer receber sua mãe?

 

Paulo Vinícius: É. Ela não quer receber ninguém. Meus pais já tentaram ir lá, ela não recebeu. Não da informação. E minha mãe está vendo, porque ela quer entender o que está acontecendo, ela está preocupada e quer ajudar a resolver isso. Ela disse que se precisar ela ajuda a conscientizar e que até vai na manifestação.

 

A maioria dos pais não estão gostando. A maioria dos pais já estudaram lá, e agora os filhos estudam lá. E eles não querem essas mudanças. Estudar no Saraiva é tipo uma tradição. E vai ser ruim pra todo mundo essa desestruturação. Vai ter muito mais salas lotadas. E vai ser ruim para todo mundo essa mudança. E se isso acontecer talvez vamos ser transferidos para a escola Marina Cintra, assim como muitos alunos do centro, e o que vai acontecer é que lá as salas vão ficar ainda mais super lotadas.

 

UMES: os estudantes do fundamental II já foram notificados que vão ser transferidos. Mas vocês já sabem para qual escola?

 

Paulo Vinícius: Primeiro falaram do Marina Cintra, depois falaram que seríamos transferidos para o Celso Leite, e agora estão falando que metade vai pro Marina e metade pro Celso Leite. Mas não temos certeza de nada.

 

Entrevista com CPC-UMES sobre a 2° Mostra Mosfilm de Cinema

 

Mostra abarca produções que vão de 1924 a 2015

 

Hora do Povo – CPC-UMES Filmes realizou uma mostra em novembro do ano passado na Cinemateca Brasileira. Tinha filmes de todas as décadas. Agora vão repetir a dose? Como vocês conseguem esses filmes?

 

Susana Lischinsky – Baixando da internet [risos]… Temos uma parceria com o Mosfilm, que é o maior estúdio de cinema da Rússia. Não é o único, mas é o maior e mais antigo. Eles nos licenciam filmes para distribuição em DVD e BLU RAY no Brasil. Eles possuem mais de 2500 títulos representativos da cinematografia soviética, desde Eisenstein, na década de 20, até o período recente. O difícil é escolher. Estamos trazendo para essa mostra um filme lançado neste ano nas comemorações dos 70 anos da vitória sobre o fascismo, "Caminho para Berlim", de Sergey Popov. Depois vamos lançar em DVD e BLU RAY.

 

Bernardo Torres – A mostra do ano passado funcionou muito bem. Foram exibidos 10 filmes, todos em formato DCP ou Beta Digital que possibilitam uma projeção profissional. Tivemos um público de mais de 1200 espectadores. Agora vamos exibir 11 e queremos dobrar o número de espectadores. A Cinemateca Brasileira é o local mais agradável que pode haver para se curtir um bom cinema, a entrada é franca e os filmes são ótimos.

 

HP – Qual o critério para a seleção?

 

Bernardo – Nesta mostra adotamos o mesmo critério da anterior. O máximo de variedade em relação aos gêneros e pelo menos um filme representativo de cada década. Começamos com Kuleshov, que foi o mestre de todos. Sua comédia "As Aventuras Extraordinárias de Mr. West no País dos Bolcheviques" é de 1924, ano de fundação do Mosfilm. O roteiro leva a assinatura do iniciante Vsevolod Pudovkin, que em seguida se tornaria diretor de diversos clássicos.

 

Susana – Tem um filme espetacular, que é de 1995, chamado "A Filha Americana". O filme é do Shakhnazarov, que hoje é presidente do estúdio. Não é como "Tigre Branco" e "Sonhos", filmes de narrativa complexa que ele também dirigiu. É muito simples, direto e aparentemente ingênuo. Mas em 1995, com Ieltsin no comando, Chubais privatizando tudo, Berezovsky pontificando no círculo de oligarcas que parasitavam o Kremlin, a Rússia estava arrasada e praticamente de joelhos para os EUA. Então você pensa: se ainda assim tem maluco com disposição para cruzar o oceano e filmar aquela história, os Estados Unidos ganharam uma batalha, mas não vão ganhar a guerra. Com muita leveza, o filme antecipa o rumo que as coisas começariam a tomar anos mais tarde em virtude de algo que Napoleão e Hitler também não levaram na devida conta: o sentimento nacional do povo.

 

HP – E os DVDs que vocês têm lançado, como vai a produção?

 

Bernardo – Temos 10 lançados e dois na fábrica. Vamos fechar o ano com 14 lançamentos. O "Solaris", clássico de Tarkovsky, foi produzido em BLU RAY, em parceria com a Versátil, atendendo a um convite deles, por sinal muito simpático, para nos associarmos no projeto. Os demais são exclusivamente do CPC-UMES Filmes. Temos priorizado as produções das décadas de 30, 40 e 50. Modestamente, queremos dissolver o mito de que não havia vida inteligente nem arte na produção daquele período, só propaganda banal e repetitiva, ocas idealizações do socialismo sem amparo nas contradições e conflitos da vida real. Se tivéssemos um canal a cabo, poderíamos sustentar uma bela programação só com a produção desse período. Até o momento, nossos lançamentos de maior impacto foram "Lenin em Outubro" (1937) e "O Fascismo de Todos os Dias" (1965), ambos de Mikhail Romm.

 

Susana – Já fizeram até cópia pirata do "Lenin em Outubro" para vender no marreteiro a R$ 5,00…

 

HP – Então é porque está vendendo muito [risos]…

 

Susana – Não espalha, senão eles vão querer piratear os outros [risos]…

Deve ser um pirata politizado e caprichoso, porque as cópias são bem feitinhas. Esse preconceito ao qual o Bernardo se referiu é típico de quem não assistiu os filmes e não quer que ninguém os assista.

 

Bernardo – Em novembro está saindo "Lenin em 1918", que é a continuação do "Lenin em Outubro". A série terminou aí, porque o ator Boris Shchukin, que criou um Lenin primoroso em seus mínimos detalhes, faleceu em 1939. Nossos lançamentos podem ser encontrados no site www.cpcumesfilmes.org.br ou na 2001, Livraria Cultura, Livraria da Travessa, Arlequim e outras boas casas do ramo.

 

HP – Então nos encontramos na Cinemateca, a abertura é no dia 3 de dezembro, quinta-feira, às  20h30, certo?

 

Susana – Certo. Mas vocês vão dar uma forcinha extra, não é? A outra entrevista que o HP fez conosco foi em fevereiro de 2014.

 

HP – Podem contar com isso.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Programação da 2ª Mostra de Cinema Soviético e Pós-Soviético

Parceria com o CPC-UMES e o maior e mais antigo estúdio Russo traz o melhor do cinema soviético e pós-soviético à Cinemateca Brasileira em dezembro

 

 

03/12 QUINTA-FEIRA

 

20h30 – ABERTURA – O CAMINHO PARA BERLIM (2015)

 

– Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

 

04/12 SEXTA-FEIRA

 

19h30 – A FILHA AMERICANA (1995)

 

– Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Aleksandr Borodyansky – Música: Anatoli Kroll – Colorido, 94 min. – Abandonado pela mulher que decide viver com americano rico no país do Tio Sam, músico russo vai ao seu encontro, dez anos mais tarde, visando restabelecer os laços com a filha pré-adolescente.

 

21h30 – DEBATE COM O REPRESENTANTE DO MOSFILM

 

 

05/12 SÁBADO

 

17h30 – AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE MR. WEST NO PAÍS DOS BOLCHEVIQUES (1924)

 

– Direção: Lev Kuleshov – Roteiro: Vsevolod Pudovkin – Silencioso, P&B, 94 min. – Mestre de Eisenstein e Pudovkin, Kulechov, desde o início dos anos 20, explorava a técnica de justaposição das imagens para exprimir conceitos e emoções, valorizando a montagem como o ápice da criação cinematográfica.

 

19h30 – TRATORISTAS (1939)

 

– Direção: Ivan Pyryev – Roteiro: Yevigeni Pomeschkov – Música: Daniil Pokrass, Dmitri Pokrass – P&B, 83 min. – De volta da guerra no Extremo Oriente, piloto de tanque se apaixona pela líder de uma equipe de tratoristas. A canção-tema que acompanha os créditos desta comédia musical se tornou um marcante sucesso popular.

 

21h00 – LENIN EM 1918 (1939)

 

– Direção: Mikhail Romm – Roteiro Aleksei Kapler – Música: Nikolai Kryukov – P&B, 106 min. – Nesta continuação do seu “Lenin em Outubro”, Romm enfoca o atentado contra o líder bolchevique, voltando a conjugar personagens reais e fictícios numa trama que transporta o espectador ao centro dos acontecimentos.

 

 

06/12 DOMINGO

 

17h00 – A HISTÓRIA DE UM HOMEM DE VERDADE (1948)

 

– Direção: Aleksandr Stolper – Argumento Original: Marya Smirnova – Música: Nikolai Kryukov – P&B, 92 min. – Piloto caído atrás das linhas inimigas não se rende. Gravemente ferido, regressa às fileiras e, após um ano de trabalho para se adaptar às próteses nas duas pernas, volta a voar, completando 86 missões de combate. Os feitos de Alexey Maresyev foram também celebrados no romance de Boris Polevoi e na ópera de Prokofiev, em 1946 e 1948.

 

19h00 – O CAVALEIRO DA ESTRELA DE OURO (1950)

 

– Direção: Yuli Raizman – Argumento Original: Semion Babayevsky – Música: Tikhon Khrennikov – P&B, 112 min. – Veterano da 2ª. Guerra Mundial retorna à aldeia natal e se engaja na luta pela implantação de um plano para a reconstrução de toda a região. Arrojado e polêmico, o plano divide as opiniões. Baseado no romance homônimo de Semion Babayevsky.

 

 

07/12 SEGUNDA-FEIRA

 

19h00 – BRAÇO DE DIAMANTE (1968)

 

– Direção: Leonid Gaidai – Roteiro: Leonid Gaidai – Música: Aleksandr Zatsepin – Colorido, 95 min. – As comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos nas Repúblicas Soviéticas. Em uma pesquisa de 1995, “Braço de Diamante” foi eleita a “melhor comédia russa de todos os tempos”.

 

21h00 – A VIDA É MARAVILHOSA (1979)

 

– Direção: Grigory Chukhray – Argumento Original: Giovanni Fago – Música: Armando Travajoli – Colorido, 95 min. – Vinte anos depois de “A Balada do Soldado”, Chukhray dirige esta coprodução soviético-italiana estrelada por Giancarlo Giannini, sobre um piloto que só queria levar uma vida tranquila, sem se envolver em política, num mundo conturbado.

 

 

08/12 TERÇA-FEIRA

 

19h30 – VASSA (1983)

 

– Direção: Gleb Panfilov – Argumento Original: Maksim Gorky – Música: Vadim Bibergan – Colorido, 127 min. – Escrita por Maksim Gorky em 1910 e rescrita em 1935, a peça “Vassa Zheleznova” foi a primeira incursão de Panfilov no universo do renomado escritor soviético. Em 1989, ele dirigiria “A Mãe”, também com Irina Churikova no papel-título.

 

 

09/12 QUARTA-FEIRA

 

19h00 – A CIDADE DOS VENTOS (2008)

 

– Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Evgueny Nikishov, Sergey Rokotov – Música: Konstantin Shevelyov – Colorido, 105 min. – Na década de 1970, jovem universitário “dissidente” disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.

 

21h00 – O CAMINHO PARA BERLIM (2015)

 

– Reprise

 

 

Todas as sessões serão realizadas na Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, São Paulo, SP).

 

Informações: (11) 3512-6111

 

Capoeira na UMES: Mandingueiro de verdade

 

O fundamento principal da Capoeira é a luta pela libertação do Brasil”, essa é a definição dada por Pavio (Fabiano Avelino), professor-instrutor da Capoeira na UMES, e autor do poema “Mandingueiro de verdade”, publicado abaixo.

 

O grupo de capoeira da UMES foi formado em 2013 com o intuito de divulgar a capoeira nas escolas de São Paulo, afirmando a luta brasileira como uma tradição que está presente na raiz da cultura popular de nosso país, assim como o próprio samba. Dessa forma as aulas de Pavio resgatam a história do povo brasileiro através da pratica dessa luta de libertação, afirmando a necessidade de seguir em frente com a batalha de Zumbi, Tiradentes e Getúlio Vargas para construir a liberdade nacional, luta essa tratada por Pavio em seu poema publicado abaixo.

 

VEJA OS NOVOS HORÁRIOS DA CAPOEIRA UMES!

 

 horários

 

 

 

 

 

 

Mandingueiro de verdade

 

 

Você diz que corre roda

Que é mandingueiro

Que sabe jogar

 

Vou te contar um segredo

Que você não aprendeu por lá

Não adianta ser mandingueiro

Se a história não respeitar

 

E foi em Alagoas

Que nasceu Zumbi

Sobrinho de Ganga Zumba

Para luta assumir

 

Depois veio Tiradentes

Pela liberdade, ele lutou

Queria findar com a escravidão

Mas enforcado, ele acabou

 

E um dia, da capoeira

O Brasil precisou

Foi pra Guerra do Paraguai

Com vitória, Zuavos voltou!

 

Foram mais de duzentos anos

De muito sangue derramado

Pra conquistar a liberdade

Que pelo povo foi sonhado

 

O nosso povo libertado

A lei Aurea a princesa assinou

A corrente foi quebrada

Mas crime a capoeira virou

 

Na Bahia nasceu uma criança

De bimba ela foi chamada

Cresceu, criou a Regional

Que por Getúlio foi liberada

 

Hoje a capoeira tá no mundo

Nossa cultura espalhou

Mas vou dizer ao mandingueiro

A luta de Zumbi não acabou!

 

Como Capoeira é liberdade

Se falta saúde, educação

Tem gente morrendo de fome

E o povo na escravidão?

 

Cinema no Bixiga apresenta o filme “Clube da Lua”

 

No próximo sábado (7) a mostra subversiva do Cinema no Bixiga apresenta o filme “Clube da Lua”, de Juan José Campanella (2004), encerrando mais este ciclo de filmes. A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, na Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

CLUBE DA LUA – Juan José Campanella (2004), ARGENTINA, 143 min.

 

Sinopse

Durante mais de 40 anos, diversos clubes como o Luna de Avellaneda funcionaram nos bairros da capital argentina, animando a vida social da comunidade. A crise financeira dos anos 90 provocou a redução drástica do número de sócios dessas entidades. À beira da falência, o Avellaneda resiste ao papel que o projeto neoliberal lhe reservara: sua venda e transformação em cassino.

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook.

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES).

 

 

Confira nossa programação!

 

 

 

Grêmio do Caetano da Consolação afirma que desestruturação desestimula estudantes

Lucas em mobilização com o grêmio durante a entrada de sua escola

 

Abaixo publicamos a entrevista com Lucas Penteado (Kóka), presidente do grêmio da Escola Estadual Caetano de Campos da Consolação, da gestão Eskilos. Durante a conversa ele nos explicou como os estudantes têm resistido a desestruturação do governo Geraldo Alckmin.

 

A entrevista foi realizada no dia 30 de outubro, após uma plenária realizada pela UMES com o objetivo de organizar a manifestação do dia 6 de novembro contra a desestruturação. Na plenária Lucas afirmou que a única forma de acabar com esse projeto é com pressão popular e estudantes na rua. “Não da para esperar, o único jeito de resolver é ir pra rua. Com o Collor os estudantes pararam o Brasil. Vamos pra rua, vamos parar o Brasil”, disse o estudante criticando a desestruturação de Alckmin e os cortes de Dilma na educação.

 

O Caetano de Campos está entre uma das escolas que serão desorganizadas pela divisão em ciclos. A partir de 2016 a escola não terá mais o fundamental caso o projeto não seja revertido.

 

UMES: O Alckmin pretende acabar com o fundamental na sua escola. Como os estudantes estão se mobilizando contra mais essa medida autoritária?

 

Lucas Penteado: A primeira informação que chegou aos estudantes é que a reorganização iria acabar com o ensino médio na escola. Aí nós organizamos uma grande manifestação. Depois, chegou a informação de que o ensino médio permaneceria, porém a partir do ano que vêm não haveria mais fundamental. São três salas de 5° série, três de 6°, cinco de 7° e nove salas de 8° série. O Caetano tem 27 salas, das quais 15 estão vazias porque não se contrata professores para expandir nossas matrículas.

 

A primeira mobilização que nós organizamos foi uma assembléia há duas semanas, onde denunciamos a desestruturação e suas consequências para nossa escola. Nesse dia deixamos claro que nada de bom viria dessa proposta, e que é mentira que seríamos transferidos para escolas melhores, como falava o governador. Nesse dia um superintendente da Delegacia de Ensino de nossa região participou e explicou tudo diferente, falou um monte de mentiras. Segundo ele, com a desestruturação a escola iria receber mais ajuda, laboratório. E ele disse que quanto mais alunos concentrados na mesma escola, mais recursos isso traria para a escola. E com mais dinheiro para a escola as 15 salas vazias seriam ocupadas.

 

Outro dia também apareceu um representante da Secretaria de Ensino para tentar nos convencer a aceitar o fim do fundamental. Nesse momento já estávamos organizando diversos atos e manifestações, e ele nos disse que essas manifestações não levariam a nada, e que independente de qualquer manifestação as mudanças iriam ocorrer porque os estudantes não têm poder político para mudar o que estava acontecendo.

 

UMES: Mas vocês têm conseguido mobilizar os estudantes. E a direção da escola está apoiando os estudantes ou está a favor do fechamento das escolas?

 

Lucas Penteado: Desde a primeira manifestação que organizamos, já foram 12 atos. Participamos da manifestação do dia 23 de outubro, participamos das manifestações dessa semana. E o diretor da escola está tentando colocar os estudantes contra os alunos, dizendo que não sabemos do que estamos falando, que somos alienados. Após todos os atos que estamos organizando os alunos paralisam as aulas e não entram em suas salas.

 

Na escola os atos são organizados depois do intervalo, e levamos faixas e fotos da escola, fotos dos nossos pais na escola.

 

UMES: Mas o que você acha da divisão em ciclos. Você acha que a convivência entre crianças e jovens pode prejudicar a formação escolar, como tem dito o governo?

 

Acho que é importante os estudantes do fundamental conviverem com alunos do colegial. Quando ele vê o aluno do terceiro ano do médio indo para a faculdade isso é importante. Isso foi o que aconteceu comigo. Eu entrei no Caetano na 5° serie, e eu via o pessoal do terceiro ano terminando e indo para o cursinho, para a faculdade. Pra mim isso foi um incentivo. E hoje, para os estudantes do fundamental também é um incentivo. Um dia desses um aluno do fundamental também me disse isso.

 

UMES: Mas o que os estudantes do Caetano de Campos estão fazendo para barrar a desestruturação na escola?

 

Para barrar essa medida estamos organizando diversas manifestações. Realizamos manifestações dentro de sala de aula, onde todos os alunos baixam a cabeça dentro da sala para paralisar a aula. No último provão ninguém foi fazer a prova, ficamos todos no pátio. Estamos mobilizando bastante, junto com a UMES e com outras organizações. A APEOESP está apoiando agente. E na próxima manifestação do dia 6 de novembro vamos mobilizar os estudantes, e vamos convidar nossos pais e amigos para participarem. E também estamos organizando uma assembleia em um sábado, para que os alunos juntos com os pais e responsáveis, e moradores da região também participem e ajudem nessa luta.

 

Grêmio do Saboia denuncia fechamento da escola em doses homeopáticas

Pedro e estudantes de diversas escolas na plenária da UMES

 

Abaixo publicamos a entrevista com Pedro Vieira (17), que é estudante da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros e presidente do grêmio da escola. A entrevista foi realizada nesta sexta (30), durante a plenária da UMES responsável pela organização da manifestação do dia 6 de novembro, contra a desestruturação.

 

A entrevista é importante porque o Saboia está entre as escolas que saíram da lista de fechamento do governador Geraldo Alckmin após as dezenas de manifestações dos estudantes, na escola e pela cidade condenado a medida. Porém Pedro ressalta que os planos do governo para fechar o Saboia ainda persistem. “Agora o que eles querem fazer é fechar a escola em doses homeopáticas. A partir do ano que vem não haverá mais matrículas para o primeiro ano do ensino médio”, denunciou o estudante.  Com isso a escola deve fechar em 2017, caso não seja revertida à desestruturação.

 

UMES: Pedro, as manifestações dos estudantes do Sabóia, somadas as manifestações na capital e no estado fizeram o Alckmin recuar e baixar de 155 para 94 o número de escolas que seriam fechadas, e o Sabóia é uma delas. Qual o próximo passo na luta dos estudantes do Sabóia em defesa da escola?

 

Pedro Vieira: Agora o que eles querem fazer é fechar a escola em doses homeopáticas. A partir do ano que vem não haverá mais matrículas para o primeiro ano do ensino médio. Só fica na escola quem passar para o segundo ano, e depois quem passar para o terceiro. E isso até fechar a escola. E nos somos contra isso. Ainda estamos recebendo matrículas na escola, mesmo fazendo todo o processo a mão. Estamos guardando toda essa documentação em nossa escola para provar que tem demanda sim. E se for preciso à comunidade vai contratar professor e reabrir o período da tarde. Nem que seja só para os primeiros anos, para provar que nossa escola precisa continuar aberta.

 

E muitas das escolas que estão ameaçadas de fechar são escolas com notas boas no IDESP. Escolas de qualidade. Parece até que o intuito do governo do Estado é fechar as escolas que de alguma forma conseguiram manter um bom padrão de qualidade, apesar de suas políticas contra a educação.

 

UMES: A princípio o Sabóia seria fechado para que a Secretaria de Educação amplia-se suas instalações. Agora qual a justificativa para não abrir matrículas para os primeiros anos do ensino médio?

 

Pedro Vieira: Agora eles dizem que a escola não tem demanda. E o responsável pela delegacia de Ensino da nossa região disse que há possibilidade de nossa escola virar uma ETEC ou uma creche. Só que na audiência pública na Câmara dos Vereadores (28/10), nós conversamos com o secretário municipal de educação, e ele falou que em momento algum a Secretária Estadual de Educação tratou com o município sobre doação de prédios pra criar creche. Até porque a estrutura do prédio não permite, temos uma escada muito grande e perigosa.

 

UMES: Como que se deu o encerramento das matrículas do 1° ano do ensino médio?

 

Pedro Vieira: O dirigente da Delegacia de Ensino da nossa região, o Sandoval, fechou as matrículas no sistema GDAE. E o que ele está dizendo é: "se vocês querem continuar com a sua escola, muito bem, será só por mais dois anos".

 

6 de novembro – aula na rua contra a desestruturação

Lideranças estudantis de mais de 15 escolas preparando a manifestação do dia 6

 

“A educação pede socorro porque tem muita gente destruindo a educação, e isso só vai parar com a nossa mobilização, com os estudantes ocupando as ruas” afirmou Marcos Kauê durante a plenária da UMES organizada para preparar a próxima manifestação contra a “desestruturação” de Alckmin, que será organizada no dia 6 de novembro, às 8 horas no MASP. “Fechar escolas e cortar da educação é um crime contra os estudantes, mas também contra a sociedade em geral. Muitas dessas escolas são o único aparelho do estado na periferia, e o governador Geraldo Alckmin quer fecha-las”.

 

“Hoje estamos indo pra rua principalmente contra a desestruturação do de Alckmin, que vai fechar pelo menos 94 escolas” disse Kauê, ao comentar a redução da lista de escolas a serem fechadas, que foi reduzida de 155 para 94, na tarde desta quinta (29). “Esta é uma luta que temos condições de vencer. E a prova é que a nossa mobilização garantiu que mais de 60 escolas fossem retiradas da lista negra do Alckmin. E agora o próximo passo é intensificar a nossa mobilização, e fazer a aula ser na rua de verdade, com todos os estudantes da cidade panfletando, organizando manifestações em suas escolas e ocupando as ruas da cidade. Com isso vamos barrar esse crime”.

 

Confirme já a sua presença

 

O presidente da UMES também ressaltou que é importante ter claro que os cortes de Dilma na educação, e seu ajuste neoliberal, que está amargando a vida do povo brasileiro, também são muito graves. “É a Dilma que está acabando com a nossa oportunidade de ir pra universidade ao destruir as universidades federais. É ela que está gerando desemprego em massa, é ela que da o dinheiro da nossa educação para os bancos” completou Kauê ao se referir aos cortes de mais de 79 bilhões dos direitos do povo, enquanto os bancos, de janeiro a setembro, receberam 408,3 bilhões.

 

 

A atividade teve início às 14 horas na sede central da UMES, na rua Rui Barbosa, e contou com a presença de mais de 30 lideranças de grêmios de 14 escolas de toda a capital, entre as quais o E. E. Caetano de Campos da Consolação, E. E. Dra Maria Augusta Saraiva, E. E. Professor Adolfo Casais Monteiro, E. E. Ângelo Bortolo, E. E. Leonidas Paiva, E. E. Francisco Voccio, Escola Municipal Professor Derville Allegretti, ETEC Heliópolis, E.E. Presidente Roosevelt, ETEC Takashi Morita, ETEC Getúlio Vargas, E. E. Reverendo Jacques Orlando, E. E. Padre Saboia de Medeiros e E.E. Prof. Caetano Miele.

 

Para o estudante Pedro Vieira (17), presidente do grêmio do Saboia, escola que estava relacionada na primeira lista entre das escolas que seriam fechadas, e nesta quinta-feira foi retirada, disse que as manifestações foram muito importantes para impedir o fechamento de sua escola. Porém “o que está acontecendo agora é um fechamento velado. Ano que vem nossa escola não vai mais matricular nenhum aluno do 1° ano do ensino médio. Ou seja, sem novas matrículas em 2017 a escola não terá mais alunos”. Para ele o “governo ainda pretende fecha-la”, denunciou o estudante, afirmando que como o Saboia serão dezenas de escolas.

 

Já Paulo Vinícius (13), presidente do grêmio da escola Saraiva e estudante da 7° serie do fundamental II, denunciou que em sua escola o ciclo II do fundamental será encerrado. “Até agora não tínhamos muita informação, porque nossa diretora não falou nada pra gente. Ficamos sabendo pelo jornal, e essa semana o presidente do grêmio do Caetano de Campos nos avisou”. Para a jovem liderança será muito ruim mudar de escola “porque os estudantes já tem uma historia com a escola, e não querem mudar”. Ele explicou que os pais dos estudantes também são contra essas mudanças, e por isso muitos vão participar com seus filhos da manifestação.

 

“Quando queremos mudanças precisamos ir pra rua” alertou Tiago Cesar, vice-presidente da UMES e estudante de Mecatrônica da ETEC GV, às lideranças presentes. “Hoje falta estrutura, professores, laboratórios, quadras e muita gente acaba achando que é normal. Como há muito tempo a educação está nessa situação, pensamos que não da para mudar. Mas o abandono da educação não é normal! É por isso que vamos pra rua, nossa manifestação é para acabar com isso. E o responsável por isso em São Paulo é o Alckmin. Mas enquanto o Alckmin fecha escola aqui em São Paulo, a Dilma está cortando da educação em todo o Brasil”.

 

“Vamos sensibilizar a sociedade em favor dessa causa. A nossa manifestação é para colocar na rua todos os estudantes da cidade. Porque a nossa juventude não quer o fechamento das escolas, e não quer mais o sucateamento da educação. Nossa escola hoje não forma a juventude, está a quem do que poderia ser. É por isso que somos contra a desestruturação. Mas também vamos pra rua lutar por uma educação pública, gratuita e de qualidade”, disse o vice-presidente.

 

Para Lucas Penteado (Kóka), presidente da gestão Eskilos do Caetano de Campos da Consolação, “a sociedade pode errar e votar nesses otários”, disse o estudante, salientando que não da para esperar a próxima eleição, “não da para esperar, o único jeito de resolver é ir pra rua. Com o Collor os estudantes pararam o Brasil. Vamos pra rua, vamos parar o Brasil!”

 

A última manifestação geral organizada pela UMES se deu no dia 23 de outubro, onde mais de 1.500 estudantes marcharam do MASP à Secretaria de Educação contra a desestruturação. De lá para cá dezenas de manifestações já foram realizadas nas escolas, ou conjuntamente com outras entidades e movimentos sociais.

 

Estudantes na Av. Consolação durante manifestação no dia 23 de outubro (Foto: Leonardo Varela)

 

“Brasileiríssimo” é apresentada no teatro da UMES e na escola Dom Pedro

Diretor Alexandre no teatro do Dom Pedro

 

A UMES apresentou nessa sexta (30) a peça "Brasileiríssimo", de Rodrigo Leste, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira. A apresentação teve início às 20 horas, e contou com a participação de dezenas de estudantes de diversas escolas de toda a cidade de São Paulo.

 

A peça dialoga com a juventude através de diversos autores brasileiros, como Luís Fernando Veríssimo e Carlos Drummond de Andrade. Dessa forma Leste interage com o público de forma a aproxima-los da literatura brasileira, retratando um Brasil bem humorado atendendo a várias disciplinas, principalmente as ligadas a área de humanas.

 

 

 

Dom Pedro

 

Um dia antes, o espetáculo foi apresentado pela UMES no teatro da escola Dom Pedro, onde a entidade, em parceria com o diretor Alexandre Gonçalves e o grêmio “System of Dom”, deu inicio ao cineclube da escola. A apresentação ocorreu durante a tarde de quinta.

 

Membros do grêmio e Rodrigo Leste

 

Pela manhã ocorreu a segunda sessão do cineclube da escola, que apresentou "Cinema Paradiso", de Giuseppe Tornatore (1988).

 

Na ocasião o diretor da escola afirmou que a utilização do teatro da é muito importante, já que existem propostas para a privatização desses espaços em muitas escolas, que se viabilizaria com a terceirização desses espaços.

 

Para o Caio Guilherme, diretor da UMES pela zona leste, a utilização do teatro é muito importante, principalmente quando afirmam a cultura brasileira, como é o caso de "Brasileiríssimos", ou o que há de melhor na cultura de outros povos, como é a proposta do cineclube do Dom Pedro.

 

Rodrigo Leste e Alexandre