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1° Grito em defesa da educação contra a desestruturação

 

Milhares de estudantes e professores ocuparam o vão Livre do MASP contra a desestruturação de Alckmin. O Grito pela Educação Pública rechaçou a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de fechar 94 escolas e redistribuir milhares de estudantes devido a divisão das escolas em ciclos – fundamental I, II e ensino médio.

 

Após realizado o ato no vão livre do Masp, nesta quinta (29), a manifestação marchou até a Praça da República, pela Avenida Paulista e Rua da Consolação, rumo a Secretaria Estadual da Educação. Tanto professores quanto estudantes carregavam cartazes e faixas contra a desestruturação, bem como cantavam palavras de ordem defendendo as escolas e a educação pública, gratuita e de qualidade.

 

 

“O que está acontecendo é um crime. Um crime contra os estudantes e contra o povo, porque em muitos lugares estas escolas são o único aparelho público destas regiões” afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES, durante sua intervenção. “E o governo quer enterrar a educação com essa proposta. Quem quer melhorar a educação não fecha escola ou demite professor. Se a Secretaria de Educação realmente tivesse a intenção de melhorar a educação seguiria a receita da UMES: reduzir para 25 o número de alunos por sala, contratar mais professores, criar laboratórios de física, biologia e química”.

 

Kauê também convidou a todos para o ato do dia 6 de novembro, no MASP, contra a desestruturação e os cortes de Dilma na educação. “Dia seis estaremos na Avenida Paulista, para mais uma vez exigir explicações do secretário na Praça da República junto com os estudantes”. Por fim Kauê afirmou que o crime de fechar escolas não vai ser aceito pelos estudantes e pela sociedade.

 

"Queremos melhorias reais na escola pública. Valorização dos docentes, redução do número de alunos por sala, estrutura para realizar as atividades. Queremos discutir e transformar a educação paulista" afirmou a presidente da APEOESP, Maria Izabel de Azevedo Noronha (Bebel), destacando que a desestruturação nada tem de pedagógica. Para ela trata-se de uma covarde redução de gastos educação no estado, ou seja, sobre a juventude.

 

Bebel afirmou que a desestruturação do ensino infligida por Alckmin deve fechar no mínimo 163 unidades no estado, contestando o informação anunciada pelo governo, que nesta terça-feira (27) divulgou uma lista onde 94 escolas serão fechadas.

 

No dia 5 de novembro os professores decidiram ocupar as Diretorias de Ensino contra a desestruturação, e no dia 10 vão organizar uma manifestação no Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo de Alckmin, na tentativa de pressionar para que ele desista dessa barbaridade. Os docentes também aprovaram o boicote ao Saresp, exame que avalia a qualidade do ensino, como forma de repudiar a medida.

 

Participaram do primeiro Grito contra a desestruturação diversos movimentos sociais como a MTST, a UPES, CUT.

 

 

Audiência na Câmara condena desestruturação

 

Estudantes, professores, lideranças dos movimentos sociais ligados a educação e parlamentares reuniram-se para discutir a desestruturação da rede estadual de educação em uma audiência pública realizada na noite de quarta-feira (28), na Câmara Municipal.

 

A atividade foi realizada na noite de quarta (28) pela Comissão de Educação da Câmara, e contou com a UMES na composição da mesa. Durante a fala de Marcos Kauê, presidente da UMES, o estudante saldou a todos os presentes e agradeceu a Comissão de Educação pela organização da atividade. Logo em seguida Kauê afirmou que esse é o momento de tomar as ruas em defesa da educação e das escolas, contra a desestruturação para defender a educação pública, gratuita e de qualidade. Ele também convidou a todos para a manifestação do dia 6 contra a desestruturação.

 

“Há poucas semanas o governador anunciou um plano para desestruturar da educação de São Paulo, um projeto criminoso para fechar e desorganizar as escolas e para superlotar ainda mais nossas salas e demitir milhares de professores” afirmou Kauê, dizendo que se trata de um plano para gastar menos dinheiro com a educação, colocando o fardo sobre a juventude, que há mais de 20 anos convive com o sucateamento do sistema público e a sua privatização. Para ele a divisão das escolas em ciclos, fundamental I, II e ensino médio, é um crime. “É contra essa medida que os estudantes têm ido às ruas todos os dias e em todo o estado”.

 

Para a Maria Isabel de Azevedo Noronha (Bebel), presidente da APEOESP, a medida não tem embasamento pedagógico. “Não temos como concordar com o fechamento de classe ou de escolas. Seja qual for a quantidade, é um fechamento. No momento em que a gente trabalha na perspectiva de universalizar o ensino médio, trabalhar com a qualidade do ensino fundamental, primeiro e segundo ciclo, vamos fechar escola?”

 

 

“Eu não vejo outro nome para isso, senão bagunça. E não é por que eu quero tornar o debate chulo, é porque da forma com que o secretário da educação, Herman Voorwald, está fazendo, é chulo. È dizer que é uma medida pedagógica, que isso vai melhorar a qualidade de ensino, que é ciclos, mas não tem nada de ciclos. Isso é seriação, ciclos é outra coisa, é adequar a organização das turmas de acordo com o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Se não for isso, para de fazer balela e assuma: nós queremos na verdade reduzir os gastos com a educação”.

 

Pedro Vieira, presidente do grêmio da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros, na zona sul de São Paulo, pediu o apoio dos vereadores para que a escola não seja fechada. “A gente espera receber um apoio grande dos vereadores para que isso não aconteça, porque afinal de contas, educação não é um gasto, educação é um investimento. Então viemos pedir não só o apoio para o não fechamento das escolas, mas também para que eles invistam mais. Queremos uma educação de qualidade, e se fechar vai acabar prejudicando muitas pessoas”.

 

O vereador Toninho Vespoli (PSOL) condenou a desestruturação. “É lamentável que façamos uma audiência pública igual hoje e o governo do Estado não mande nenhum representante para defender sua proposta. E o que é mais lamentável ainda é como é feita uma ação dessas sem discutir com a sociedade, com as escolas, com os pais, com os alunos e as entidades representativas desse segmento. Então, é muito ruim a forma de total falta de transparência com que o processo vem se legitimando”.

 

A audiência publica lotou o Salão Nobre da Câmara e contou com a participação dos vereadores Eliseu Gabriel (PSB), Marquito (PTB), Alessandro Guedes (PT), Paulo Reis (PT), do deputado estadual Professor Auriel (PT), e contou com a presença de diversas outras entidades como a CUT.

 

Lista das 94 escolas que Alckmin pretende fechar

Foto da manifetação do dia 23 de outubro no MASP (Foto: Leonardo Varela)

 

Nesta quinta (29) a Secretaria de Educação de São Paulo anunciou a lista das escolas que o governador Geraldo Alckmin vai fechar. Em São Paulo serão 25 escolas fechadas, das quais 16 estão na periferia da cidade.

 

Porém ainda não sabemos o numero exato de escolas que terão suas matrículas canceladas a partir do ano que vem, como é o caso da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros, na zona sul da cidade, que em 2016 não vai realizar matriculas do 1 ° ano do ensino médio, o que fará a escola fechar em 2017.

 

Ao todo, de acordo com os números da Secretaria de Educação, em 754 escolas haverá encerramento de ciclos, obrigando centenas de milhares de estudantes a mudarem de escola.

 

A APEOESP, sindicato dos professores de São Paulo, afirma que ao menos 155 escolas serão fechadas.

 

Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, “o que está acontecendo é um crime. Um crime contra os estudantes e contra o povo, porque em muitos lugares estas escolas são o único aparelho público destas regiões. Essa proposta do governo tem o objetivo de enterrar a educação, porque quem quer melhorar a educação não fecha escola ou demite professor. Se a Secretaria de Educação realmente tivesse a intenção de melhorar a educação seguiria a receita da UMES: reduzir para 25 o número de alunos por sala, contratar mais professores, criar laboratórios de física, biologia e química”.

 

Confirme sua presença na manifestação do dia 1° de novembro contra a desestruturação

 

 

 

Abaixo a lista das 94 escolas que Alckmin anunciou o fechamento:

 

 

Na cidade de São Paulo

 

 

1) Homem de Mello Barão (São Paulo);

 

2) Miss Browne (São Paulo);

 

3) Paulo Machado de Carvalho (São Paulo);

 

4) Adalgiza Segurado da Silveira, professora (São Paulo);

 

5) Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (São Paulo);

 

6) Prof. Joao Cruz Costa (São Paulo);

 

7) Keizo Ishihara (São Paulo);

 

8) Prof. Pedro Fonseca (São Paulo);

 

9) Prof. Eurydice Zerbini (São Paulo);

 

10) Prof. Antonio de Oliveira Camargo Professor (São Paulo);

 

11) Astrogildo Arruda Professor (São Paulo);

 

12) Cohab Inacio Monteiro III (São Paulo);

 

13) Guerra Junqueiro (São Paulo);

 

14) Salvador Allende Gossens Presidente (São Paulo);

 

15) Prof. Augusto Baillot (São Paulo);

 

16) Joaquin Suarez (São Paulo);

 

17) Elisio Teixeira Leite III (São Paulo);

 

18) Prof. Geraldo Homero Franca Ottoni (São Paulo);

 

19) Prof. João Nogueira Lotufo (São Paulo);

 

20) Prof. Silvio Xavier Antunes (São Paulo);

 

21) Castro Alves (São Paulo);

 

22) Dr. Joao Ernesto Faggin (São Paulo);

 

23) Prof. Lais Amaral Vicente (São Paulo);

 

24) Mary Moraes (São Paulo);

 

25) Sinha Pantoja (São Paulo);

 

 

Nas cidades do interior

 

 

1) João Batista de Aquino, Padre (Agudos);

 

2) Sebastiana Paie Rodella, Professora (Americana);

 

3) Eruce Paulucci, Professor (Avaré);

 

4) Amador Aguiar (Barueri);

 

5) Henrique Fernando Gomes, Estudante (Barueri);

 

6) Ivani Maria Paes, Professora (Barueri);

 

7) Jardim Maria Helena I (Barueri);

 

8) Jardim Paulista (Barueri);

 

9) José Leandro de Barros Pimentel (Barueri);

 

10) Lênio Vieira de Moraes, Professor (Barueri);

 

11) República de Cuba (Barueri);

 

12) República de El Salvador (Barueri);

 

13) Carlos Rosa Doutor  (Birigui);

 

14) Alvaro Jose de Souza (Botucatu);

 

15) Bairro do Embauzinho (Cachoeira Paulista);

 

16) João Bastos Soares (Cachoeira Paulista);

 

17) Regina Pompeia Pinto, Profa (Cachoeira Paulista);

 

18)  Sebastião Ramos Nogueira, Professor (Campinas);

 

19) Oscar Graciano, Professor (Carapicuíba);                                    

 

20) Alberto Fierz (Cosmópolis);

 

21) Pequeno Cotolengo de Dom Orioni (Cotia);

 

22) Bairro da Roca Grande (Cunha);

 

23) Bairro do Rio Abaixo (Cunha);

 

24) Jardim Primavera II  (Guarujá);

 

25) Lamia Del Cistia (Guarujá);

 

26) Rene Rodrigues de Moraes, Professor (Guarujá);

 

27) Amaro José dos Santos, Pastor (Guarulhos);

 

28) Cidade Seródio (Guarulhos);

 

29) Joaquim Garcia Salvador, Professor  (Guarulhos);

 

30) Alayde Maria Vicente, Professora (Guarulhos);

 

31) Rotary (Guarulhos);

 

32) Rubens Lopes, Pastor (Guarulhos);

 

33) Iracema de Oliveira Carlos, Profa (Ibitinga);

 

34) Bairro Jaire (Iguape);

 

35) Bairro Pé da Serra  (Iguape);

 

36) Dinora Rocha, Professora (Iguape);

 

37) Oswaldo Sammartino (Jandira);

 

38) Antonieta Grassi Malatrasi, Profa (Lençois Paulista);

 

39) Luigino Burigotto (Limeira);

 

40) Prof. Maria Aparecida Soares de Lucca (Limeira);

 

41) Arlindo Aquino de Oliveira, Doutor (Mogi das Cruzes);

 

42) Firmino Ladeira, Professor (Mogi das Cruzes);

 

43) Iracema Brasil de Siqueira, Professora (Mogi das Cruzes);

 

44) Sueli Oliveira Silva Martins, Professora (Mogi das Cruzes);

 

45) Antonio Paiva de Sampaio, Coronel  (Osasco);

 

46) Dep. Guilherme de Oliveira Gomes (Osasco);

 

47) Prof. Iolanda Vellutini (Pindamonhangaba);

 

48) Prof. Yonne Cesar Guaycuru de Oliveira (Pindamonhangaba);

 

49) Antonio de Mello Cotrim (Piracicaba);

 

50) Augusto Melega (Piracicaba);

 

51) Prof. Alvaro Trindade de Oliveira (Ribeirão Pires);

 

52) Fortunato Pandolfi Arnoni (Ribeirão Pires);

 

53) Santinho Carnavale (Ribeirão Pires);

 

54) Prof. Francisco de Paula Santos (Roseira);

 

55) Prof. Sonia Aparecida Bataglia Cardoso (Santa Barbara D'oeste);

 

56) Prof. Oswaldo Salles (Santa Cruz do Rio Pardo);

 

57) Prof. Jose Augusto de Azevedo Antunes (Santo André);

 

58) Valdomiro Silveira (Santo André);

 

59) Braz Cubas (Santos);

 

60) Tito Lima (São Bernardo do Campo);

 

 

61) Vicente Luis Grosso (São Pedro);

 

62) Prof Bruno Pieroni (Sertãozinho);

 

63) Prof. Dorival Dias de Carvalho (Sorocaba);

 

64) Prof. Elza Salvestro Bonilha (Sorocaba);

 

65) Prof. Flavio Gagliardi (Sorocaba);

 

66) Mario Guilherme Notari (Sorocaba);

 

67) Salvador Ortega Fernandes (Sorocaba);

 

68) Dr. Lélio Toledo Piza e Almeida (Tupã);

 

69) Prof. Americo Belluomini (Valinhos);

 

Desestruturação é denunciada em audiência Pública na ALESP

 

Mais de 600 estudantes e professores ocuparam o plenário Juscelino Kubistchek da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), na tarde desta terça (27), contra a “desestruturação” de Alckmin durante a audiência pública para discutir o Plano Estadual de Educação do Estado (PEE) com o secretário de educação, Herman Voorwald. “Essa medida é um crime contra a educação e os estudantes. Somos contra fechar escolas, demitir professores e superlotar salas de aula, o que queremos é professores valorizados, com bons salários e menos alunos por sala, laboratórios e uma quadra que preste”, afirmou Marcos Kauê durante sua intervenção na audiência pública.

 

Esta foi a sexta audiência realizada na capital de São Paulo para discutir o plano de educação. A atividade teve inicio com a intervenção dos deputados, dos quais João Paulo Rillo (PT), Carlos Giannazi (PSOL) e Raul Marcelo (PSOL) denunciaram a desestruturação, enquanto o plenário cantava palavras de ordens, com suas bandeiras e faixas, denunciando o fechamento de escolas e a demissão de professores que acompanha a “desestruturação” para diminuir os gastos com educação, que nem mesmo faz parte do PEE.

 

Após a intensa exigência dos estudantes e professores para que o secretário prestasse contas sobre a medida, Voorwald decidiu se pronunciar, evitando ao máximo tratar da sua proposta de “desorganização” para defender o PEE. “Nenhuma escola [fechada] deixará de ter uma atividade educacional”, disse o secretário ao comentar a afirmação de Alckmin, nesta segunda, que pelo menos 94 escolas serão fechadas.

 

Após a fala dos deputados e secretário, foi a vez da APEOESP. “Como está, o plano é uma mera carta de intenções. Sem definir recursos não tem nenhuma meta que possa ser cumprida”, afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha (Bebel). Para a professora a 20, que trata do financiamento, é uma copia do trecho do Plano Nacional da Educação, enquanto a meta 7 condiciona o investimento à capacidade financeira do estado. Bebel também denunciou a desestruturação de Alckmin.

 

Após a fala da Bebel, Kauê disse que “tem muita sala lotada. Se temos vagas na rede, que reduza essa relação de aluno por sala” disse o estudante. “Os estudantes estão aqui para dizer que são contra este plano sem metas e contra a reorganização escolar, que só vai piorar a nossa situação”, completou Kauê que desafiou o secretário estadual da Educação a explicar a sua “desorganização escolar”. “No próximo dia 6 de novembro, os estudantes vão do Masp até a Secretaria da Educação para o senhor conversar conosco e explicar a medida. Não vamos aceitar o fechamento de escolas.

 

Caio Guilherme, diretor da UMES pela região leste, comentou sua experiência como estudante da Escola Estadual Irene Branco da Silva, na Penha. “Minha sala tinha mais de 40 alunos. Não dá para falar em melhorar qualidade fechando escolas. O melhor seria diminuir o número de alunos por sala e investir na educação”.

 

Para o deputado Carlos Giannazi, que também é professor, a “desestruturação” deve tumultuar a vida de mais de 1 milhão de alunos da rede estadual, prejudicando suas famílias, professores e funcionários das escolas. “A reorganização (desorganização) da rede nada mais é do que uma forma do governo fazer ajuste fiscal, fechando escolas, demitindo professores e amontoando alunos em salas superlotadas”. Já o deputado Rillo afirmou que o secretário não explicou o plano ou suas propostas. “Vamos seguir pressionando junto com professores e estudantes pela melhoria do plano. O governo não queria nem sequer as audiências. Ia aprovar o plano sem nenhum debate. A pressão conquistou as audiências e vai conseguir mudanças”, afirmou.

 

“Financiamento dirigido à Educação não pode ser considerado um gasto, mas um investimento”, disse o deputado Marcelo. “Não é possível construir educação no Estado com professores recebendo dez reais por hora aula”.

 

Mercadante diz que desestruturação de Alckmin “faz sentido”

Estudantes em manifestação na Paulista, no dia 23, contra a desestruturação de Alckmin (Foto: Leonardo Varela)

 

O ministro da educação, Aloizio Mercadante afirmou, durante audiência no Senado, realizada terça (27), que a desestruturação de Alckmin em São Paulo "faz sentido". “Acho que é até recomendável que você tenha faixas etárias específicas” disse o ministro, ao defender a medida para dividir as escolas em ciclos, o que acarretará no fechamento de pelo menos 94 escolas, e a transferência forçada de centenas de milhares de alunos, como anunciou o próprio Alckmin nesta segunda.

 

Para o ministro da educação de Dilma, é preciso tomar cuidado ao falar da “rede de ensino” comandada pelo governador Geraldo Alckmin, pois segundo ele a educação é uma “questão suprapartidária”. “Fecharam 94 escolas. Do ponto de vista pedagógico, não vejo problema em separar por faixa etária, talvez até faça sentido. Agora, com o problema da mobilidade em SP, os pais que escolhem a escola mais perto de casa vão ter um problema de transporte”, avaliou.

 

Para o presidente da UMES “a defesa do ministro parece negar por completo as centenas de manifestações que os estudantes estão organizando em São Paulo. Já é um absurdo o governo estadual defender essa proposta que vai fechar escolas, deixar salas ainda mais superlotadas e demitir professores, tudo para economizar com a educação. Mas se levarmos em consideração que o ministro da educação, junto com Dilma e seu governo, são responsáveis pelos cortes de mais de 10,4 bilhões na educação do país… aí tudo faz sentido. Como a UMES tem dito, ‘Dilma mata e Alckmin enterra’”!  

 

A desestruturação foi anunciada em setembro pelo governo de Geraldo Alckmin, e prevê a “reorganização” das escolas estaduais nos ciclos fundamental I (1º ao 5º), fundamental II (6º ao 9º) e ensino médio. Com isso, a Secretaria de Educação espera fechar 94 escolas, e transferir 311 mil alunos e 74 mil professores para outras unidades. Já o sindicato dos professores de São Paulo, a APEOESP, afirma que 155 escolas já foram notificadas de seu fechamento, e que pelo menos 1 milhão de estudantes podem ser transferidos, o que levará a demissão milhares de professores.

 

Em 1994 o governo tucano de Mário Covas separou parte do fundamental das escolas. A medida levou a demissão de 20 mil professores. Durante toda a gestão tucana, que já dura mais de 20 anos, dois milhões de matrículas foram fechadas no Estado. Apenas neste ano de 2015 o governo Alckmin já fechou mais de 3 mil salas de aula.

 

 

Contra a desestruturação: participe de nossa plenária dia 30 de outubro!

 

Todos às ruas em defesa de nossas escolas!

 

Já realizamos dezenas de manifestações contra a desestruturação de Alckmin. E estamos nos preparando para mais uma! Por isso gostaríamos de convocar todos os estudantes a organizarem suas escolas para participar da plenária da UMES, no próximo dia 30 de outubro, às 14 horas, em nossa sede na Rua Rui Barbosa, 323. Nesse dia vamos nos organizar para o ato do dia 6 de novembro, no MASP, contra essa bagunça do Alckmin. Venha você também!

 

Confirme sua presença!

 

Cinema no Bixiga apresenta o filme “7 Caixas”

 

No próximo sábado (31) a mostra subversiva do Cinema no Bixiga apresenta o filme “7 Caixas”, de Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori (2012). A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, na Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

7 CAIXAS – Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori (2012), PARAGUAI, 110 min.

 

Filmado no tradicional Mercado 4, maior mercado municipal de Assunção, "7 Caixas" conta a história do jovem carregador Victor, que sonha com a fama e com um celular com câmera filmadora. Para poder comprar o celular, Victor aceita a tarefa de transportar 7 caixas de conteúdo misterioso pelas ruelas do Mercado e as coisas se complicam quando Victor e sua amiga Liz percebem que muita gente está atrás do que tem dentro das caixas. Considerado o maior sucesso de bilheteria da história do Paraguai.

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook.

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES).

 

 

Confira nossa programação e participe!

 

 

(31/10) 7 CAIXAS – Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori (2012), PARAGUAI, 110 min.

 

(07/11) CLUBE DA LUA – Juan José Campanella (2004), ARGENTINA, 143 min.

 

UMES apresenta o espetáculo Brasileiríssimo

 

A UMES convida a todos os estudantes para a apresentação do espetáculo "Brasileiríssimo", de Rodrigo Leste, nesta sexta-feira (30), às 20 horas. A apresentação será realizada no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, na Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone 3289-7475.

 

Sinopse: retrata um Brasil bem humorado que passa pela voz de nossos grandes autores através de um diálogo do autor com crônicas e contos de diversos estilos, a montagem atende a várias disciplinas do currículo escolar, principalmente as da área de humanas. De maneira interativa e divertida, busca despertar o interesse dos estudantes para conteúdos que estão sendo trabalhados pelos professores.

 

Texto e roteiro de Rodrigo Leste, inspirado em Luís Fernando Veríssimo, Millôr Fernandes, João Ubaldo Ribeiro, Carlos Drummond de Andrade, Artur Azevedo, Lucia Casasanta e Stanislaw Ponte Preta.

Duração: 50 minutos.

 

6/Nov: todos ao MASP contra a desestruturação

 

Agora é a hora de tomarmos as ruas em defesa da educação e de nossas escolas! Por isso, no dia 06/11, sexta-feira, os estudantes de São Paulo vão tomar a avenida Paulista em grande manifestação contra o fechamento das escolas planejado pelo governador Alckmin e contra o corte de verbas na educação que Dilma vem praticando.

 

Há poucas semanas o governador anunciou um plano de "desestruturação" da educação de SP que vai atingir mais de mil escolas no estado, fechando mais de 150 e prejudicando um milhão de estudantes. O plano de Alckmin é bem simples, basta fechar o máximo de escolas, trocar os estudantes de outras, superlotar ainda mais as salas, demitir vários professores e assim se gasta menos dinheiro com a educação. Já são mais de vinte anos com o PSDB destruindo a escola pública paulista. Porém, isso ainda é pouco para o governo do estado que anunciou essa desestruturação para separar nossa escola em três ciclos, dividindo os estudantes em fundamental I, II e ensino médio. E é com essa medida que os estudantes têm ido às ruas todos os dias e em nosso estado! Não vamos aceitar que fechem nossas escolas!

 

Com o governo Dilma não tem sido nem um pouco diferente, desde o começo do ano já foram mais de 79 bilhões de reais cortados da educação, saúde, transporte, moradia e outras áreas. O resultado dessa política é que o Brasil foi atirado por Dilma (com o apoio de Temer, Cunha, Renan e outros) no meio da maior crise dos últimos anos.

 

O desemprego tem aumentado e a resposta do governo a esse problema é tirar ainda mais direitos do povo e aumentar o peso da crise em nossas costas. Ao mesmo tempo faz de tudo para garantir o lucro dos bancos e grandes empresas, através das altas taxas de juros e da retirada de direitos dos trabalhadores. Só em 2015 devem ser pagos, em juros, R$ 450 bilhões de reais, dinheiro que faz muita falta nas escolas e hospitais de todo país.

 

Com a educação tem sido o seguinte: Dilma mata e Alckmin enterra! Não aguentamos mais essa situação!

 

Alckmin admite fechar pelo menos 94 escolas públicas

Estudantes em manifestação organizada pela UMES no dia 23 de outubro (Foto: Leonardo Varela)

 

Depois de negar que a sua suposta “reestruturação” acarretaria no fechamento de escolas estaduais paulistas, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu, na última segunda-feira (26), via Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o fechamento de ao menos 94 escolas da rede estadual.

 

Diferente do anúncio anterior, o governo tucano pretende separar parte das escolas em três ciclos (Fundamental I, II e Ensino Médio), mas mantendo algumas escolas com os três ciclos. A estimativa da Secretaria é que ao menos 311 mil alunos tenham de mudar de escola no ano que vem (anteriormente, falavam em 2 milhões de estudantes).

 

Apesar de anunciar o fim de 94 escolas estaduais, o governo tenta convencer que essas escolas não serão fechadas, mas sim 'disponibilizadas' para serem usadas por outros órgãos na área da educação. No total 1.464 unidades estarão envolvidas na reconfiguração, mudando o número de ciclos de ensino que serão oferecidos. A mudança atinge ainda 74 mil professores.

 

O processo de reorganização enfrenta diversos protestos de alunos, pais e professores desde que foi anunciado pelo governo do estado no dia 23 de setembro. Na última sexta-feira (23) um protesto reuniu na capital paulista mais de 1.500 estudantes que foram em passeata do MASP até a Secretaria de Educação com a faixa “Educação pede socorro: Dilma mata e Alckmin enterra”.

 

“Viemos denunciar o fechamento de nossas escolas e o plano de Alckmin que quer fazer desta reestruturação um meio para gastar menos dinheiro com educação. Queremos estudar, mas estão fechando nossas escolas, queremos estudar, mas estão superlotando nossas salas, queremos estudar, mas estão demitindo nossos professores. Nós somos contra essa reestruturação que na verdade é uma desorganização”, afirmou o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES) Marcos Kauê.

 

Keila Pereira, também diretora da UMES, denunciou: “estamos aqui para dizer que não vai ter arrego, não vamos aceitar a desestruturação, estamos cansados de chegar nas Delegacias de Ensino e escutar que o fechamento de escolas não passa de um boato. Há 20 anos o governo tucano destrói a educação no Estado, e com os cortes do Governo Federal a situação está ainda mais caótica, estamos aqui para lutar contra o descaso da ‘Pátria Educadora’ com a educação”.

 

Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), os números apresentados pelo governo devem ser olhados com cautela. “É preciso ficar claro que se trata de um número enganoso, pois desconsidera o chamado 'efeito cascata', ou seja, o fechamento de uma escola ou sua reestruturação irá repercutir nas demais escolas da região, com o aumento do número de estudantes nas classes, com alterações na vida de professores e funcionários e até mesmo demissões”, diz a entidade em nota.

 

O governo estadual não quer mencionar o tamanho do corte previsto, e quando questionado o secretário da Educação do Estado, Heman Voorward, afirmou que “essa não é a preocupação da secretaria”, e que embora os estudantes e professores digam que as salas estão superlotadas, na verdade elas estão ociosas, porque nos últimos 20 anos o número de alunos caiu “motivado principalmente pela redução da natalidade e pela absorção de alunos pelas redes municipais e particulares”.

 

A Secretaria também afirmou que a demissão de professores não está em pauta, e após o anúncio do fechamento das escolas, Marcos Kauê voltou a se posicionar e criticar o governo estadual: “como vamos confiar em qualquer informação desta Secretaria que até ontem estava dizendo que não haveria fechamento de escolas?”.

O próprio secretário, Herman Cornelis, havia afirmado que não haveria demissão de professores fixos da rede pública de ensino. O que ele não contou é que cerca de um quarto (25%) dos professores da rede são contratados em regime temporário. Ou seja, a desestruturação de Alckmin põe em risco o emprego de 57 mil professores com a proposta de reorganização. Ao todo a rede estadual conta com 251,9 mil docentes.

 

Já a estudante Luiza Dias da Paz Silva, de 15 anos, aluna da E. E. Padre Saboia de Medeiros, desmontou outro argumento da Secretaria. “Fui informada que minha escola vai fechar, porém não me deram opção para onde quero ir. A distância máxima de transferência seria de 1,5 quilômetro, mas estão querendo me mandar para uma escola a 2,9 quilômetros de distância. Por quê?”

 

Fonte: Camila Severo do Jornal Hora do Povo