Pátria Educadora é menos vagas na educação infantil

Cortes de Dilma na educação colocam em risco matricula em creches e pré-escola, e fazem universidades organizarem suas bancas via Skype

 

Os cortes de R$ 9,4 bilhões perpetrados por Dilma contra a educação brasileira colocarão em risco as matrículas na educação infantil. “O não repasse de recursos certamente vai atrasar o atendimento das metas de inclusão de crianças”, afirmou Eduardo Deschamps, presidente do Conselho Nacional das Secretárias de Educação.

 

“Como podemos ser uma Pátria Educadora”, indagou o presidente da Undime, entidade que reúne os secretários de educação da região norte do país, “se não temos financiamento?” Para a entidade a obrigatoriedade das matriculas na educação infantil será prejudicada a partir de 2016 com os cortes na educação.

 

Já nas universidades federais os cortes, para além da falta de água, corte nas contas de luz, falta de salários e greve, estão obrigando as instituições a organizarem suas bancas de mestrado e doutorado via Skype. A Universidade de Brasília, por exemplo, teve seu repasse cortado em R$ 3 milhões, caindo de R$ 4 milhões para apenas R$ 1 milhão, “por conta disto, muitas bancas de mestrado e doutorado estão ocorrendo via Skype ou similar”, afirmou o decano da universidade, César Tibúrcio.

 

Até o “psicodélico Pronatec”, pilar da Pátria Educadora de Dilma durante a campanha eleitoral de 2014, sofreu com os cortes. Suas vagas foram reduzidas de 3 milhões para 1 milhão, totalizando cortes de R$ 400 milhões.

 

Com os cortes a Avaliação Nacional de Alfabetização do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, ligado ao MEC) também foi cancelada.

 

Governo de SP ainda não apresentou proposta de reajuste salarial a professores

Após 92 dias de greve professores também não obtiveram confirmação oficial do pagamento dos dias parados, conforme determinou STF

 

O governo do estado de São Paulo ainda não apresentou uma proposta de reajuste salarial para os professores, afirmou a presidente da Apeoesp, Bebel. Para ela o governo não cumpriu o combinado. “O governador não apenas não negociou durante o período de greve, como inflou números. Dizia que deu 45% de ajuste. Na verdade, isso era composto por gratificações, e se ajustado, a categoria teve um ganho real de 1,7%”.

 

No início de agosto uma nova greve não é descartada, afirmou. “Se o governador endurecer, também assim faremos. A vitória dos professores no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pagamento dos dias parados reforça o direito de greve”, disse Bebel.

 

O pagamento dos dias parados foi garantido pelo STF através da decisão de seu presidente, Ricardo Lewandowsky. Após a decisão o Governo de São Paulo anunciou o pagamento para o dia 24 de julho. Porém até agora a Apeoesp não recebeu uma confirmação oficial. “Estive na secretaria e fui recebida de forma grosseira, por telefone, pelo secretário. Ele disse que 'ia ver' se cumpriria a liminar. Eu disse que não era uma opção, pois estamos tratando de Justiça”.

 

Nesta sexta-feira (17) o Ministro Ricardo Lewandowski determinou que a Procuradoria-Geral do Estado apresente informações, no prazo de cinco dias, acerca do cumprimento da liminar para pagamento dos dias parados.

 

Cinema do Bixiga – Mostra Subversiva maio/julho de 2015 chega ao fim

 

Sábado (18) o Cinema no Bixiga encerrou mais um ciclo de sua programação. Faremos uma pequena pausa em nossa mostra subversiva e, em breve, retomaremos nossas atividades. Fique atento e acompanhe pelo facebook aqui!

 

 

Se perdeu algum filme confira abaixo a nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Nehboob Khan (1957), ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.

(11/07) MATAR OU MORRER – Fred Zinnemann (1952), EUA, 84 min.

(18/07) O ANJO EXTERMINADOR – Luis Buñuel (1962), MÉXICO, 90 min.

 

Governo federal prioriza cortar do ensino público para transferir ao privado, afirmam trabalhadores da educação

Nesta quarta-feira (15), durante Audiência Pública no Senado, os servidores da educação denunciaram a política do governo Dilma para priorizar o setor privado da educação em detrimento do ensino público.

 

Para Rogério Marzola, coordenador da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras), “o ensino público recebe apenas 3% do total dos investimentos orçamentários federais e, mesmo assim, é o que mais sofre com o contingenciamento de recursos”. Enquanto isso, bilhões são destinados para os pagamentos de juros da dívida pública do governo, afirma. (Apenas entre janeiro e maio foram transferidos R$ 198,9 bilhões via juros da dívida.)

 

Já Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), afirmou que “não adianta disfarçar os números. Está havendo um esforço do governo, e por parte de alguns reitores, em demonstrar que está tudo bem. Mais de 50% das vagas do ensino superior privado contam com algum subsidio estatal. E por que ainda temos a universidade pública e gratuita no país? Porque estudantes, docentes e técnicos lutaram muito nas últimas décadas na defesa da Educação Pública, que é um direito de todos e dever do Estado”, disse.

 

Em greve desde o dia 28 de maio, os trabalhadores da Educação denunciam que a única proposta do governo federal foi a de um reajuste inferior a inflação no período, totalizando 21,3%, dividido em quatro parcelas.

 

Os servidores exigem ajuste salarial acima da inflação, e também denunciam que os cortes de Dilma fizeram com que as universidades e institutos federais entrassem em uma profunda crise. Foram cortados da educação R$ 9,42 bilhões, apenas este ano. Por sua vez a rede privada possui um orçamento previsto em R$ 16 bilhões para o Fies, denúncia Roberto Leher o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2014 foram R$ 13,8 bilhões destinados ao Fies enquanto as federais receberam R$ 9 bilhões de 2007 a 2014.

 

A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) também denunciou os cortes na educação e ciência e tecnologia como inaceitáveis. “É inadmissível aceitar cortes nos investimentos em educação e ciência e tecnologia, que são áreas estratégicas para o desenvolvimento de qualquer nação”, afirmou Helena Nader, presidente da entidade, durante a abertura da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em São Carlos.

 

Jogos Pan-americanos Toronto 2015

Até hoje o Brasil ocupa a terceira posição no ranking de medalhas nos jogos Pan-americanos, confira o quadro de medalhas e os principais destaques.

 

Futebol feminino: com três vitórias em três jogos, 12 gols a favor e apenas um contra, a seleção feminina de futebol terminou a fase classificatória em primeiro lugar no grupo B, com 9 pontos. Com isso, pega o segundo colocado do grupo A, o México, nesta quarta-feira (22), pelas semifinais.

 

Ginástica rítmica: a equipe brasileira fechou a sua participação com um total de cinco medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Nesta segunda-feira (20), no Toronto Coliseum, Beatriz Pomini (capitã), Ana Paula Ribeiro, Daiane Amaral, Emanuele Lima, Morgana Gmach e Jessica Maier ganharam a medalha de prata no conjunto arco e fita ao marcar 14.692 pontos. Está foi a centésima medalha brasileira nos Jogos Toronto 2015.

 

Boxe: Neste domingo (19), Michel Borges (81kg) derrotou o americano Steven Nelson e avançou às quartas. Rafael Lima (91kg), também obteve bons resultados e chegou as semifinais após vencer Clayton Laurent, das Ilhas Virgens.

 

Tênis de mesa: as seleções brasileiras encerraram o domingo invictas e classificadas para as quartas de final por equipes. Após o time feminino superar Peru e Cuba, o masculino repetiu a dose neste domingo (19) com vitórias sobre Equador e Estados Unidos.

 

Pentatlo: o brasileiro Felipe Nascimento terminou na sétima posição da disputa do pentatlo moderno nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015. Embora não tenha recebido medalha, foi uma boa classificação já que se trata de uma nova modalidade olímpica.

 

Luta olímpica: Joice Silva entrou para a história do esporte brasileiro Ao vencer a cubana Yakelin Estornell, na final da categoria até 58kg do estilo livre, conquistando a primeira medalha de ouro da luta olímpica brasileira em Jogos Pan-americanos.

 

Unifesp e UFMG adiam rematrícula em decorrência da greve contra os cortes

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) adiaram a rematrícula de alunos em decorrência da greve dos servidores técnico-administrativos contra os cortes na educação. A paralisação teve início em maio, e já naquele havia dificultado o cadastro de calouros aprovados pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).

 

Em nota a Unifesp afirmou que a “rematrícula para o segundo semestre de 2015 dos cursos de graduação de regime semestral”, prevista para começar nesta quarta-feira (15) “está temporariamente suspensa”. Já a UFMG, em comunicado aos alunos afirmou que a matrícula dos veteranos foi adiada por tempo indeterminado.

 

A greve contra os cortes do governo na educação, que basicamente paralisou as universidades federais, assola mais de 46 universidades federais pelo país. Porém mesmo este contexto não foi suficiente para Dilma pensar em colocar a tesoura de lado. Neste domingo o Ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que os cortes de 75% da verba para pós-graduação do MEC, anunciados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) às universidades federais, serão no custeio. Para ele a comunidade acadêmica precisa entender a “situação difícil” e contribuir com o ajuste de Dilma-Levy. “O ajuste fiscal é uma realidade”, afirmou.

 

A parte de custeio das Instituições corresponde ao recurso responsável pela manutenção do dia a dia da estrutura. No caso da pós-graduação estamos falando principalmente de material de consumo, sejam os específicos ou os gerais como água, luz, telefone e internet. Este corte pode levar a ruína uma pesquisa que precise armazenar material genético resfriado através de nitrogênio líquido, ou mesmo por falta de energia para o funcionamento das estufas. Também serão cortadas as passagens e diárias para participação em congressos ou eventos científicos.

 

Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Anjo Exterminador”

Neste sábado (18) o Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Anjo Exterminador”. A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

O ANJO EXTERMINADOR

Luis Buñuel (1962), com Silvia Pinal, Enrique Rambal, Claudio Brook, Jospe Baviera, MÉXICO, 95 min. 

 

Sinopse

Grupo de amigos da alta sociedade convidado para um jantar de gala vive situação insólita. Após as despedidas, inexplicavelmente, ninguém consegue transpor os umbrais da sala ou penetrar na mansão. Estão todos ilhados no casarão da Rua da Providência. Com o passar dos dias caem as máscaras pessoais e o que se vê está longe de ser bonito e edificante. 

 

Direção e Argumento Original: Luis Buñuel (1900-83)

Nascido em Calanda, Espanha, Buñuel iniciou os estudos com os jesuítas, mas foi expulso do colégio, aos 15 anos, por ateísmo. Em 1917, foi para Madri, tomando contacto com as vanguardas artísticas da época. Em 1925, trabalhou com Jean Epstein e estudou na Academie du Cinéma. Três anos depois, lança o curta "Um Cão Andaluz", Ainda na França, sob influência do surrealismo, realiza “L’Âge D’Or” (1930). De volta à Espanha dirige o documentário “Terra Sem Pão” (1933) e “A Menina Raptada” (1936). Com a Guerra Civil (1936-39), tenta dar continuidade à carreira nos EUA. Após 10 anos sem filmar, naturalizou-se no México, dirigindo 20 filmes, entre os quais "Gran Cassino" (1947), “Os Esquecidos” (1950), “Susana” (1951), “El Bruto” (1952); “Él” (1952), “Robinson Crusoe” (1953); “Ensayo de un Crimen” (1955); “Nazarín” (1958). De novo na Europa,  realiza "Viridiana" (1961), Palma de Ouro no Festival de Cannes; “O Anjo Exterminador” (1962); “Simón del Deserto” (1965);  "A Bela da Tarde" (1966), Leão de Ouro no Festival de Veneza;  "O Discreto Charme da Burguesia" (1972). 

 

Música Original: Raúl Lavista (1913-80)

Raúl Lavista Peimbert nasceu na cidade do México, estudou harmonia e composição na Faculdade de Música da Universidade Nacional e no Conservatório Nacional de Música. Dirigiu a Orquestra Sinfônica Nacional e a Filarmônica da UNAM. Em 1934, iniciou sua carreira no cinema compondo a trilha de “Dois Monges” (Juan Bustillo Oro). Durante quatro décadas, musicou mais de 300 filmes. Entre os mais célebres encontram-se “Ahi Esta El Detalle” (Juan Bustillo Oro, 1940), “Tizoc” (Ismael Rodrigues, 1957), “La Cucaracha” (Ismael Rodriguez, 1957), “Macario” (Roberto Gavaldón, 1960), “La Rosa Blanca” (Roberto Gavaldón, 1961), “O Anjo Exterminador” (Luis Buñuel, 1962), “Simón del Deserto” (Luis Buñuel, 1965), “Guerra Santa” (Carlos Enrique Taboada, 1977).

 

Confira nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Nehboob Khan (1957), ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.

(11/07) MATAR OU MORRER – Fred Zinnemann (1952), EUA, 84 min.

(18/07) O ANJO EXTERMINADOR – Luis Buñuel (1962), MÉXICO, 90 min.

Contra os cortes de direitos: não a redução!

O texto publicado abaixo foi indicado por Luana Paião, diretora de cultura da UMES, para esclarecer melhor o porque da redução da maioridade penal, depois de 23 anos vagando no congresso, ter ganhado força para ser votada por Cunha, na Câmara dos Deputados. “Esse recado da UBES para os deputados que votaram a favor da redução da maioridade penal, na tentativa de ausentar o Estado de sua responsabilidade com a juventude, se soma a opinião dos estudantes de São Paulo”.

 

Luana afirma que “mas é importante ficar claro que a juventude brasileira necessita, assim como a sociedade brasileira, de um Estado cada vez mais presente na nossa vida através da valorização dos salários, da ampliação dos investimentos em educação e promovendo o crescimento econômico, única forma de sair da crise. Não precisamos de cortes! A PEC 171/93 vagava pelos corredores da Câmara desde 1993, sem nenhum espaço entre os deputados. Foi com o retrocesso dos cortes de Dilma-Levy, que tiraram mais de R$ 70 bilhões de nossos direitos, que a redução ganhou relevância. Na verdade a redução não passa de um braço do pacote de maldades do governo federal contra a juventude”.

 

CARTA DOS ESTUDANTES AOS DEPUTADOS FAVORÁVEIS A REDUÇÃO

 

Senhor deputado, senhora deputada, pode me ouvir? Sei que muitas vezes não dá pra perceber que estou aqui. Eu não tenho ainda tanta voz e não participo das maiores decisões deste país. Sou a juventude brasileira, historicamente excluída da política, minoria absoluta no Congresso Nacional. Mas preciso falar com você e pedir mais uma vez: Vote contra a proposta de redução da maioridade penal no Brasil.

 

Sou uma fatia imensa da população brasileira, com 51 milhões de habitantes, mas sofro com muitas dificuldades. Eu não sei se você sabe, mas sou a maior vítima da violência no Brasil – e não a culpada. Sou muito assassinada, estuprada, violentada diariamente. Meu sangue escorre o tempo inteiro, está escorrendo agora, enquanto você lê esta mensagem.

 

Entre 1980 e 2010, os homicídios de crianças e jovens cresceram 346%, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A grande maioria dessa juventude é pobre, negra e moradora das periferias. Só no ano de 2010, foram 8.686 crianças e adolescentes assinados, ou seja, 24 por dia.

 

Nunca tive educação pública adequada, nunca tive políticas sólidas de cultura, esporte, empreendedorismo, vivo em um país que nunca me teve como prioridade. E mesmo assim, alguns querem me castigar ainda mais com a proposta irracional da redução. A cadeia, definitivamente, é o pior lugar para mim.

 

O Mapa do Encarceramento, divulgado recentemente pela Secretaria Nacional de Juventude, mostra que a população carcerária do Brasil cresceu 74% entre 2005 e 2012, que o perfil dos presos já é predominantemente de jovens negros e que o sistema prisional não ressocializa ninguém. O Estatuto da Criança e do Adolescente é o modelo adequado para a reintegração e a recuperação daqueles que cometeram crimes, mesmo os crimes contra a vida. Senhor deputado, senhora deputada, vamos tentar salvar pelo menos alguma vida nesse cenário doloroso, vamos buscar o potencial latente naquele indivíduo. Vamos tentar o bem, é o que nos cabe.

 

A redução, além de tudo, abre uma perigosa brecha jurídica ao rever a imputabilidade dos indivíduos no artigo 228 da Constituição. A fronteira entre o imputável e o inimputável irá se tornar obscura, incerta, permitindo interpretações e legislações totalmente danosas aos jovens e à sociedade nos mais diferentes casos. Nenhum país do mundo diminuiu a violência com a redução da maioridade, nem a ONU, nem a Anistia Internacional, nenhum dos organismos mundiais especializados na criança e do adolescente apoiam essa ideia. Por que você apoiaria?

 

Como foi lembrado recentemente, a instituição da maioridade em 18 anos no Brasil foi estabelecida em 1926, quando um pobre menino engraxate de 12 anos levou um calote de um homem mais velho e reagiu jogando-lhe tinta. O garoto foi para a cadeia, onde foi estuprado pelos presos adultos, espancado e agredido de todas as formas.

 

O Jornal do Brasil noticiou o caso e, com a repercussão da barbárie, o presidente Washington Luís instaurou a idade mínima de 18 para o encarceramento. Senhor deputado, senhora deputada, será você que emprestará o seu nome para que voltemos a 1926?

 

Vote NÃO à redução, vote pela minha vida.

 

Atleta manifesta repudio a política do país e é repreendida por Comitê Olímpico brasileiro

Acesse o link acima para ver o vídeo!

 

“Não consigo dissociar a representatividade que tem eu vestir a camisa do Brasil no Pan e a política do meu país”, afirmou a nadadora Joanna Maranhão, no dia 2 de julho no seu perfil do facebook, em vídeo que expos a sua indignação contra a redução da maioridade penal proposta por Cunha no Congresso.

 

As críticas da nadadora contra a política do país renderam uma “orientação” do Comitê Olímpico do Brasil para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, na qual pediam para que os atletas evitassem se manifestar sobre tais temas, principalmente enquanto estiverem com os uniformes do Brasil no campeonato.

 

Ao comentar o vídeo, o presidente da UMES, Marcos Kauê, afirmou que precisamos de esportistas, artistas e personalidades com disposição de liderar o povo brasileiro no caminho da libertação do país da dependência. Kauê apenas lembrou que “a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/93 está ligada diretamente as políticas econômicas recessivas do governo federal, a qual se somam os cortes nos direitos sociais e trabalhistas”. Ele também ponderou que a PEC vagava sem nenhuma relevância pelos corredores da Câmara desde 1993.

Manifestação reúne 8 mil na Paulista contra redução da maioridade

 

Mais de oito mil pessoas saíram as ruas da cidade de São Pulo no início da noite desta terça-feira (07) em manifestação contra a redução da maioridade penal (Proposta de Emenda Constitucional 171) aprovada semana passada, após o golpe do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no dia 1 de junho, que passou por cima da decisão do plenário que rejeitou a proposta de reduzir de 18 para 16 anos a maioridade.

 

Durante a fala de Marcos Kauê, presidente da UMES, se salientou que a PEC 171 viola a Constituição e o Estatuto da Criança e Adolescente. Para ele Cunha deu um golpe no povo brasileiro ao mudar a decisão do plenário da Câmara que rejeitou a redução no dia 30 de junho. “Não vamos aceitar a redução da maioridade penal de Cunha, assim como não vamos aceitar os cortes de Dilma”, sintetizou Kauê, salientando que a discussão da redução está ligada diretamente a política do governo federal.

 

A concentração do ato contra a redução da maioridade penal teve início às 17 horas no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista. Os manifestantes permaneceram concentrados até as 19 horas, quee mesmo sob chuva, saíram em marcha até a Praça Roosevelt, na Avenida Consolação.

 

O ato foi organizado pelos movimentos sociais, com grande participação das entidades secundaristas de estudantes como a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) e UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo). Também marcaram presença os estudantes universitários através da UNE (União Nacional dos Estudantes) e UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo). Estavam presentes diversos grêmios, centros acadêmicos e diretórios centrais dos estudantes. A ANEL também participou da manifestação.

 

A manifestação foi marcada por muitas palavras de ordem e gritos de guerra denunciando o golpe de Cunha para aprovar a redução da maioridade penal no congresso. “Ô Cunha, pode esperar. A sua hora vai chegar” e “é ou não é piada de salão, tem bandido de gravata defendendo a redução” estavam entre as preferidas pelos manifestantes. Também era comum ouvir a manifestação pedindo pelo “Fora Cunha”.

 

Em nome da UBES falou Kenedy Alessandro, diretor de esportes, que denunciou que a redução da maioridade penal não é uma solução para a violência no país. De acordo com o estudante o Brasil “precisa de mais escolas e menos cadeias”.

 

Em nome dos estudantes universitários falou Flavia Stefanny, eleita recentemente presidente da UEE-SP. Ela também denunciou a truculência de Cunha para aprovar a força a redução da maioridade penal, disse que é preciso ampliar a campanha pelo “anula STF”.

 

“Convidamos todos os estudantes de São Paulo para a nossa próxima manifestação, segunda-feira, dia 13 de julho, no Anhangabaú”, disse o vice-presidente da UMES, Tiago César. A data marca os 25 anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).