Batizado de capoeira na UMES

 

Neste domingo (28) a UMES em parceria com o Grupo Geração Capoeira realizou o primeiro batizado da UMES. Na ocasião os alunos do professor-instrutor Pavio em conjunto com os alunos do professor-instrutor Royal participaram da festa do batizado, que entregou 16 cordas.

 

Durante a abertura, realizada no Teatro Denoy de Oliveira, na sede da UMES, o presidente da entidade, Marcos kauê, que também é aluno das turmas da UMES do professor Pavio, fez uma breve saudação aos capoeiristas e alunos presentes. “A capoeira é uma luta de libertação. Foi criada no Brasil como uma luta de defesa dos escravos, e posteriormente se transformou em uma luta pela libertação dos negros na época da escravidão. Como prova disso está Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares”.

 

Ao iniciar o batizado Royal agradeceu aos alunos e a todos os amigos presentes, sobretudo ao Mestre Bambú, do Grupo Geração Capoeira. O professor também agradeceu a presença do instrutor China, aos contramestres Lasanha e Juninho, mestrando DJ, formada Cascavel, monitor Mala, estagiário Mineiro, professor Pardal e a Monitora Forró.

 

Durante a sua fala Kauê também agradeceu a presença do Alfredão, presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro.

 

Por sua vez Pavio disse que “os mestres de capoeira são os grandes responsáveis por manter viva a cultura da capoeira, principalmente quando o Estado abre mão de sua responsabilidade ao ser dirigido por ideias neoliberais. Hoje a Pátria Educadora corta R$ 9,4 bilhões da educação, não investe na cultura popular brasileira, e deixa a capoeira a míngua, bem como o faz com nosso povo ao cortar mais de R$ 70 bilhões dos direitos sociais e trabalhistas”.

 

“Hoje quem luta para que a capoeira esteja presente no dia a dia das escolas são os mestres de capoeira, quando este deveria ser o papel do Estado”, disse Pavio.

 

“Foram os capoeiras que mantiveram vivas diversas manifestações da nossa arte e cultura, como o samba de roda, o maculelê, e até mesmo o carnaval”, disse Kauê, explicando que Getúlio Vargas foi o responsável pela liberação da prática da capoeira no Brasil, após a revolução de 1930, já que era proibida até então.

 

Kauê lembrou que resgatar a tradição da capoeira como uma luta pela libertação do Brasil é fundamental nos dias de hoje. “Hoje o governo federal corta da educação, da saúde e dos trabalhadores. E a capoeira representa a libertação dessa política velha e atrasada de tirar do povo para entregar para o estrangeiro. Por isso acreditamos na importância da capoeira na UMES”.

 

Dessa forma Kauê disse que a “capoeira precisa fazer parte do currículo escolar das escolas para contar a história do Brasil ampliando e fortalecendo a nossa luta de libertação nacional”.

 

  

Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Montanha dos Sete Abutres”

Neste sábado (04) o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Montanha dos Sete Abutres”. A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

A MONTANHA DOS SETE ABUTRES

Billy Wilder (1951), com Kirk Douglas, Jan Sterling, Poter Hall, EUA, 111 min.

 

Sinopse

No auge das perseguições e manipulações macarthistas, que assombraram os EUA entre 1947 e 1955, Wilder realiza uma envolvente parábola sobre o cinismo e a miséria humana, focando na figura de Chuck Tatum – jornalista que se vangloria de ser capaz de “morder um cão” para conseguir uma manchete. A vítima será Leo Minosa, preso numa mina em virtude de um desabamento. Seu resgate vai sendo deliberadamente atrasado por Tatum, enquanto o noticiário sensacionalista atrai as atenções gerais até converter a pequena cidade de Albuquerque no picadeiro de um circo. Os macarthistas não eram suficientemente inteligentes para alcançar a metáfora, mas o público não gostou do que viu ao se mirar naquele espelho. Só com o passar dos anos, o filme foi ganhando a força de um clássico.

 

Direção: Billy Wilder (1906-2002)

Samuel Wilder nasceu em Sucha, na Polônia. Estudou advocacia, mas em Viena empregou-se como repórter. Mais tarde conseguiu trabalho num grande tabloide de Berlim. Em 1929, começou a escrever roteiros para cinema. Com a chegada de Hitler ao poder, em 1933, Wilder se mudou para França e depois para os EUA. Já havia escrito 26 roteiros antes de aportar em Hollywood. Lá escreveu mais 50, dirigiu 27 longas, recebeu 21 indicações para o Oscar e levou para casa seis estatuetas. Foi mestre nos mais variados gêneros. Entre seus filmes estão “Cinco Covas no Egito” (1943), “Pacto de Sangue” (1944), “Farrapo Humano” (1945), “Mundana” (1948), “Crepúsculo dos Deuses” (1950), “A Montanha dos Sete Abutres” (1951), “Stalag 17” (1953), “Sabrina” (1954), “O Pecado Mora ao Lado”(1955), “Testemunha de Acusação” (1957), “Quanto Mais Quente Melhor” (1959), “Se Meu Apartamento Falasse” (1960) e a terceira refilmagem do clássico “The Front Page” (1976).

 

Confira nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Nehboob Khan (1957), ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.

(11/07) MATAR OU MORRER – Fred Zinnemann (1952), EUA, 84 min.

(18/07) O ANJO EXTERMINADOR – Luis Buñuel (1962), MÉXICO, 90 min.

 

UMES recebe diploma e medalha “Embaixadores do Esporte e da Prevenção às Drogas”

 

Nesta sexta-feira (26) a UMES recebeu do secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo (SELJ), Jean Madeira, o Diploma e Medalha “Embaixadores do Esporte e da Prevenção às Drogas”. O prêmio foi entregue durante a cerimônia realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo.

 

Nesta ocasião o secretário também convidou a UMES para participar do Programa “Na Atividade”, uma iniciativa do secretário destinada a atividades esportivas, lúdicas e educacionais voltadas ao combate às drogas entre a juventude.

 

Durante a abertura da solenidade o secretário Jean Madeira afirmou que a cerimônia “é uma homenagem justa a quem combate às drogas”. “As drogas roubam o futuro dos jovens” prejudicando a estrutura familiar, dessa forma “é papel do Estado fazer alguma coisa”. Para ele a “juventude precisa de atenção do Estado”, por isso a sua preocupação dentro da secretaria em ampliar as iniciativas de prevenção às drogas.

 

Ao citar o presidente da UMES, Marcos Kauê, Madeira disse que é preciso ouvir a juventude. “Nossas autoridades precisam ouvir a juventude”. “Se engana quem acha que a juventude é baderneira. A juventude precisa de atenção e cuidado. Precisa ser ouvida”.

 

Ao final de sua fala o secretário lançou o programa “Na Atividade” para prevenir a juventude contra as drogas através do esporte, lazer e educação, ressaltando que a dependência é uma doença muito séria. “Os dependentes não são bandidos, são vítimas das drogas que roubam os seus sonhos”.

 

Entre os homenageados estavam Izilda Alves, coordenadora da Campanha Jovem Pan pela vida contra as drogas, Dr. Ronaldo Laranjeira, especialista em drogas e professor de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

Pouco antes da solenidade, o secretário Jean Madeira e os diretores da UMES tiveram uma conversa descontraída, onde o secretário explicou que o programa “Na Atividade” estava sendo lançado no dia mundial de combate e prevenção as drogas. Oportunidade na qual a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude aproveitou para homenagear as pessoas envolvidas em projetos de combate e prevenção as drogas.

 

Durante o “bate papo” Jean convidou a UMES para participar do projeto. “Queremos que a UMES se sinta a vontade para trabalhar com a secretaria”. “Porque não fazemos o Driblando o crack nas escolas”, exclamou o secretário a kauê, que completou “ou pode ser Driblando as drogas nas escolas”. “Quero que vocês utilizem a secretaria, porque a secretaria é de vocês, é da UMES e da juventude”.

 

Governo de São Paulo concede prêmio a UMES por combate as drogas

Na próxima sexta-feira (26) será realizada a cerimônia de premiação “Embaixadores do Esporte e da Prevenção às drogas” na qual a UMES foi convidada a receber a Medalha e Diploma – “Embaixadores do Esporte e da Prevenção às Drogas”, da Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude.

 

A solenidade de premiação será realizada na Câmara Municipal de São Paulo, no Auditório Prestes Maia às 18:30 horas, e será aberta ao público. 

 

Nesse mesmo sentido José Florentino, um especialista em drogas e álcool, que é radialista na Rádio 9 de julho (AM 1600) e membro da Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, durante entrevista com Marcos Kauê, presidente da UMES, neste sábado (20), já havia antecipado o convite.

 

Durante a entrevista foi debatido a problemática das drogas e do álcool na juventude. Kauê expos para a audiência do programa as ações da UMES no combate as drogas, sobretudo através do projeto “Liberdade ou Dependência? – Drogas to Fora”. Na entrevista estiveram presentes o estudante secundarista Paulo (14), e seu pai, o senhor Ximenes, que relataram suas experiências familiares no combate ao mal das drogas.

 

O fundamento principal da Capoeira é a luta pela libertação do Brasil

 

No próximo domingo (28) realizaremos o primeiro batizado de Capoeira da UMES. O nosso batizado será realizado na sede da entidade na rua Rui Barbosa, 323, Bixiga, das 10 às 13 horas. Está confirmada a presença do professor Royal, do Grupo Geração Capoeira. Além das rodas, haverá palestra sobre a história da capoeira e apresentações de Maculelê e Samba de Roda. Participe!

 

Para ir aquecendo os preparativos desse importante momento da história da UMES publicamos a entrevista realizada com o professor-instrutor Pavio, do Grupo de Capoeira da UMES, nesta quarta-feira (17), acerca da importância do primeiro batizado da entidade, na qual ele faz um breve resgate histórico da Capoeira e explica a origem do batizado.

 

UMES: Qual a origem da Capoeira?

Pavio: A capoeira nasce num momento em que os negros lutavam pela libertação. Utilizavam a Capoeira para se defender dos capitães do mato e para guerrear com as tropas que queriam invadir os Quilombos. Isso aconteceu principalmente no Quilombo dos Palmares, que foi o maior de todos os Quilombos, liderado por Zumbi, que morreu após muitas batalhas para tentar libertar o povo. E a Capoeira contínua a sua história, incorporando a luta de zumbi dos Palmares. Assim o fundamento principal da Capoeira é a luta de libertação, é a luta contra o opressor.

 

UMES: E quanto ao batizado, é uma pratica que teve inicio nos Quilombos, ou foi inserida posteriormente?

Pavio: A Capoeira dos escravos não tinha esse negócio de batizado. Eles treinavam para se defender e ponto.

 

No começo do século XX, a Capoeira era crime, previsto no código penal, porém cada vez mais ganha destaque e influência o famoso mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado). Ele criou a Capoeira regional de forma a competir com outras lutas como o Caratê e Kung Fu. Após a revolução de 1930, de Getúlio Vargas, Bimba percebe que a Capoeira não era apenas uma arte marcial. Mais que isso, ele percebe que a Capoeira é uma síntese da história do Brasil. Ele começa a perceber isso principalmente pelas músicas. Dessa forma Bimba apresenta a Capoeira a Getúlio que liberou sua prática nas academias, que era proibida até então. Em seguida Getúlio retira a Capoeira do código penal liberando sua prática por todo o Brasil.

 

Foi com Bimba que começaram os batizados, a graduação e tudo o mais. A ideia de graduação apareceu depois que a Capoeira foi para as academias. Ai é criada a graduação, e cada grupo tem a sua graduação específica. Há grupos que adotam a graduação proposta pela Federação Brasileira de Capoeira, outros que utilizam as cores dos orixás. Há grupos no qual o mestre usa corda branca, e tem grupo que utiliza corda preta. O nosso grupo usa as cores da bandeira do Brasil”.

 

UMES: Qual a importância do primeiro batizado realizado pelo Grupo de Capoeira da UMES?

Pavio: A importância do batizado, e não é só do batizado mas da Capoeira aqui na UMES é exatamente resgatar a historia da Capoeira sob o fundamento principal que é a luta pela libertação do povo. Vivemos em um momento no qual temos uma presidente da república que pega dinheiro do povo, dinheiro suado do trabalhador, e corta da educação, da saúde, da cultura. Está destruindo a nossa indústria e os nossos empregos, desindustrializando o Brasil para enriquecer meia dúzia de banqueiros.

 

Acho que não há forma diferente de explicar a importância da Capoeira se não for essa, que é resgatar a luta, a verdadeira luta da Capoeira que é a libertação do povo brasileiro. A Capoeira que ajudou os escravos, lá na época de Zumbi dos Palmares. Que ajudou o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. E que ajudou também no desenvolvimento do samba quando os capoeiras foram linha de frente nos blocos de carnaval, durante sua proibição. Aliás, é por isso que temos carnaval aqui, por que os Capoeiras sustentaram a luta pelo carnaval, até mesmo nos confrontos contra a polícia que tentava reprimir as festividades carnavalescas.

 

A Capoeira está na raiz da cultura popular brasileira, junto com o samba e com outras tradições. Essa é a importância na UMES da Capoeira para os estudantes, da Capoeira nas escolas.

 

 

 

Samba de Roda na UMES

Venha assistir ao batizado das turmas do professor Pavio (UMES) e do professor Royal (Grupo Geração Capoeira), no próximo domingo (28), na sede da UMES na rua Rui Barbosa, 323, Bixiga. Além das rodas, haverá palestra sobre história da capoeira e apresentações de Maculelê e Samba de Roda

 

Samba de Roda

 

O Samba de Roda é uma expressão cultural brasileira que abrange todo o estado da Bahia. É considerado patrimônio cultural do Brasil (2004) e da Humanidade (2005). Possui variações históricas, sociais e regionais, sua maior incidência é no Recôncavo Baiano, região circundada pela Baía de Todos os Santos.

 

É uma manifestação que envolve música, dança e poesia no formato de círculo ou semicírculo. Os principais instrumentos são o pandeiro e o prato-e-faca (literalmente, lembrando o reco-reco), acompanhados pela viola, que também compõe o círculo. Não poderiam faltar as palmas, reproduzidas pelos demais integrantes.

 

A dança é predominantemente feminina, realizada dentro da roda, cuja coreografia típica é o miudinho, sapateado quase imperceptível para frente e para trás, com os pés colados ao chão, e correspondente requebrado dos quadris. Os homens geralmente tocam os instrumentos (com exceção do prato-e-faca). A troca entre as dançarinas se da com uma umbigada.

 

Não existe local característico para ocorrer, e todos podem participar. Embora faça parte das festividades civis e religiosas no Brasil, a exemplo da festa dos santos Cosme e Damião, na Folia de Reis e também nas festas de candomblé nagô ou angola, sua ocorrência se da durante todo ano.

 

A base do samba de roda é a combinação das tradições culturais de negros e portugueses, notadamente visível pela combinação dos instrumentos.

 

O samba de roda pode ser dividido em dois grandes tipos, o samba corrido e o samba chula, também conhecido como samba de parada, samba amarrado ou samba de viola. A diferença está na forma de dançar bem como na execução da música.

 

O samba chula é mais rigoroso. A dança nunca acontece simultaneamente ao canto. Apenas uma pessoa pode dançar no centro da roda, enquanto os instrumentos são tocados sem problemas). Já no samba corrido, dança, toque e canto acontecem na mesma hora e mais de uma pessoa pode dançar no meio da roda.

 

O Samba de Roda é permeado de sensualidade, evidente nos movimentos das dançarinas e interjeições dos músicos. “O homem toca estimulando a mulher a dançar e ela dança instigando o homem a tocar”. Quem dança percorre a roda reverenciando os músicos e apresentando sua dança, enquanto os músicos tocam de modo a entusiasmar a dançarina.

 

Não há traje específico, embora as mulheres prefiram saias cumpridas e rodadas.

 

Mesmo sem instrumentos o Samba de Roda pode ocorrer apenas entre palmas e batuques. Dá-se o nome de chula a parte cantada do samba, conhecida como estrofe principal, e é chamado de “relativo” à resposta a estrofe principal. “Tirar samba” é cantar a estrofe principal.

 

O Samba de Roda está há mais de duzentos anos no cotidiano do povo brasileiro. No Recôncavo se constituiu na forma mais comum, entre jovens e idosos, de festejar. Dessa forma as crianças e jovens aprendem a rufar o pandeiro, “tirar samba” e responder à toada.

 

Apresentação de Maculelê na UMES

 

Venha assistir ao batizado das turmas do professor Pavio (UMES) e do professor Royal (Grupo Geração Capoeira), no próximo domingo (28), na sede da UMES na rua Rui Barbosa, 323, Bixiga. Além das rodas, haverá palestra sobre história da capoeira e apresentações de Maculelê e Samba de Roda

 

Maculelê

 

O Maculelê é uma luta armada e uma dança ao mesmo tempo, com origem afro-brasileira e indígena. Remonta a época das senzalas durante as visitas do feitor, que ao chegar pensava se tratar de um ritual de adoração aos deuses africanos, já que não compreendia as canções.

 

Simula uma luta tribal usando como armas duas grimas (bastões), que os participantes utilizam para desferir golpes no ritmo da música. Há casos que se utilizam facões no lugar dos bastões, o que confere um maior grau de dificuldade e um efeito visual muito belo devido às faíscas.

 

O mestre Popó do Maculelê foi um dos principais responsáveis pela sua divulgação. Ele aprendeu Maculelê com um grupo de pretos velhos, ex-escravos Malês, então livres. Eles se reuniam durante as noites para praticar. Popó organizou o grupo “Conjunto de Maculelê de Santo Amaro da Purificação” com seus filhos, netos e demais habitantes da Rua da Linha, em Santo Amaro na Bahia. A tradição do Maculelê ainda é passada de geração em geração em algumas comunidades quilombolas.

 

Em uma das lendas que explica a origem do Maculelê conta-se a história de um negro fugido de um senhor de terras. Muito doente foi acolhido por uma tribo indígena, que cuidou e o tratou. Maculelê encontrava-se em recuperação e foi deixado sozinho na aldeia, junto a crianças, mulheres e idosos, enquanto os homens foram caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar a região. Maculelê armado apenas com dois bastões venceu heroicamente os índios invasores, se tornando um herói para a tribo.

 

A música no Maculelê é composta por percussão e canto, sendo o atabaque o seu principal instrumento. São utilizados três atabaques, o Rum (atabaque maior com som grave), o Rumpi (atabaque de tamanho médio com som intermediário), e o Lê (atabaque pequeno com som mais agudo). O Rum e o Rumpi compõem a base do toque com pouco improviso, enquanto ao Lê cabe os repiques de improviso. A organização dos atabaques do Maculelê é próxima a organização dos berimbaus na capoeira de Angola, onde o Gunga ou Berra-Boi é o berimbau mais grave, o Médio é o berimbau de afinação, e o Viola é o berimbau mais agudo. Na mesma lógica os dois primeiros são responsáveis pela base do toque, embora desta vez o segundo, o berimbau Médio também disputa o improviso, desafiando o Viola, responsável apenas pela improvisação.

 

A indumentária é simples, geralmente utilizam camisas e calças de algodão cru com os pés descalços. A pintura cobre as partes desnudas do corpo de preto, com destaque para a pintura vermelha na boca. Alguns cobrem as cabeças com farinha de trigo, utilizam touca na cabeça e lenços no pescoço. Muitas apresentações preferem saias de sisal a calça de algodão, e utilizam pintura indígena.

 

De acordo com o Mestre Popó, o Maculelê possui poucos cânticos, alguns tem origem no Candomblé de Caboclo. “Tumba é cabôco/ Tumba lá e cá/ Tumba é guerreiro/ Tumba lá e cá/ Ah! Eu sou cobra do morro/ Sou cabôco Mineiro/ Tumba lá e cá”. As músicas também possuem funções especiais como: para sair à rua; permissão para entrar em uma casa; homenagem; agradecimento; louvação aos ancestrais; ou pedir dinheiro. “Nos somos pretos da Cabinda de Aruanda/ A Conceição viemos louvar/ Aranda ê, ê, ê/ Aranda ê, ê, á” (música de louvação aos pretos de Cabindas ou Louvor a Nossa senhora da Conceição).

 

Cinema no Bixiga apresenta o filme “Um Estranho em Minha Casa”

Neste sábado (27) o Cinema no Bixiga apresenta o filme “Um Estranho em Minha Casa”. A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

UM ESTRANHO EM MINHA CASA

Henri Barakat (1961), com Rushdy Abaza, Omar Sharif, Zahret El Ola, Hussein Riad, Zubaida Tharwat, Hassan Youssefm, EGITO, 119 min.

 

Sinopse

Cairo, 1949. Após invadir o palácio de governo, fuzilar o primeiro-ministro, ser preso e escapar poucos dias depois, Ahmed Hamdy (Omar Sharif) é levado pela jovem Nawal (Zubaida Tharwat) até sua casa. Lá, uma família tradicional de classe-média, avessa a se envolve com política, terá que decidir se aceita dar abrigo ao fugitivo. Baseado numa história de Ihsan Abdel-Kodous, “Um Estranho em Minha Casa” é um retrato da fase final da resistência egípcia contra a ocupação britânica, que desembocaria na revolução 1952, comandada pelos “Oficiai Livres” de Gamal Abdel Nasser.

 

Direção: Henri Barakat (1914-97)

Ao longo de sua carreira, Henri Antoine Barakat deixou um legado de 112 filmes de gêneros variados, mas ligados pelo “realismo poético” – principal traço do estilo do diretor. Graduado em direito, estudou cinema na França. Dirigiu seu primeiro longa-metragem em 1942, “O Vagabundo”, baseado em um conto do escritor russo Anton Chekov. Seu interesse por literatura levou-o a adaptar dezenas de romances de autores árabes, como Taha Hussein, Youssef Idris, Sekina Fouad, Latifa al-Zayat e Ihsan Abdel-Kodous. Entre suas obras destacam-se “A Oração do Rouxinol” (1959), “Um Estranho Em Minha Casa” (1961), “A Porta Aberta” (1964), “ O Pecado” (1965), “Um Cidadão Sob Investigação” (1993).

 

Argumento Original: Ihsan Abdel-Kodous (1919-90)

Autor de 49 obras adaptadas para cinema, Ihsan Abdel-Kodous foi jornalista, romancista e contista. Nas décadas de 1960 e 1970, trabalhou como editor dos jornais “Cairo Akhbar el-Yom” (mais tarde “Al Akhbar”) e “Al Ahram”. Assinou por muitos anos uma coluna que abordava os temas através de conversas entre clientes de um Café imaginário, situado na Rua da Política. A maioria de suas criações literárias – entre as quais “Um Estranho em Minha Casa”, ''O Melhor Amigo de um Menino'', “Meu Sangue, Lágrimas e Sorrisos”, “A Bala Ainda Está em Meu Bolso”(1975) – se constitui de estudos psicológicos de comportamento político e social.

 

Confira nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Nehboob Khan (1957), ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.

(11/07) MATAR OU MORRER – Fred Zinnemann (1952), EUA, 84 min.

(18/07) O ANJO EXTERMINADOR – Luis Buñuel (1962), MÉXICO, 90 min.

 

Participe do arraial da UMES neste domingo dia 28

 

Venha festejar com o arraial da UMES! Nossa festa junina será repleta de comidas, brincadeiras e músicas típicas, tudo a preços populares (entre R$ 1,00 e R$ 2,00). Teremos muita alegria e diversão. Participe, a entrada será gratuita. 



Aproveite, venha a caráter e ganhe um brinde! 



Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista 

Quando: Domingo, 28 de junho 

Confira dia 23 o lançamento do livro “A CIA contra a Guatemala”

Acesse o link acima para ver o vídeo!

 

Na próxima terça-feira (23) será realizado o lançamento do livro A CIA contra a Guatemala: movimentos sociais, mídia e desinformação (Editora Papiro, 160 páginas, selo Barão de Itararé), do jornalista Leonardo Wexell Severo.

 

“Dizer ‘de Guatemala para Guatepeor’ não é nenhuma piada de mau gosto. É a realidade dessa terra que se pode conhecer através das reportagens de Leonardo Severo agora publicadas neste livro, de leitura obrigatória para todos”, afirma o veterano jornalista Paulo Cannabrava Filho, coordenador da equipe de edição dos Cadernos do Terceiro Mundo, que faz a apresentação da obra.

 

O livro traz artigos e reportagens sobre a atualidade guatemalteca e faz uma análise histórica da violenta intervenção estadunidense, que se deu em função dos interesses da multinacional bananeira United Fruit Company. Impulsionada pela Frutera, a CIA foi acionada para derrubar o governo democrático de Jacobo Árbenz em 1954, o que teve trágicas consequências não só para o país, como para toda a América Latina. Superadas longas décadas de ditadura, que deixaram um saldo de mais de 250 mil mortos e desaparecidos, o país segue sendo governado conforme os interesses de Washington.

 

A Guatemala se mantém no pódio dos campeões mundiais de assassinatos e desaparecimentos de lideranças, o que tem repercutido nos salários brutalmente arrochados, nos direitos precarizados e no índice insignificante de sindicalização de 2,2%, reduzida a 1,6% no setor privado.

 

A coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, destaca a relevância do livro para uma melhor compreensão da conjuntura. “Com esta contundente descrição dos crimes praticados pelos monopólios de mídia, assim como de seus vínculos com o que há de mais reacionário e entreguista, Leonardo Severo dá mais uma valiosa contribuição ao movimento pela democratização da comunicação”, assinala.

 

“Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro. Sintonizado com esta máxima do Barão de Itararé, Leonardo Severo distribui novas armas para a batalha de ideias", conclui Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé.

 

Leonardo Wexell Severo é assessor de Relações Internacionais da CUT, redator-especial do jornal Hora do Povo, colaborador do Brasil de Fato e da revista Diálogos do Sul. É autor de Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo (2008) e Latifúndio Midiota, crimes, crises e trapaças.

 

Quando – Dia 23 de junho – Terça-feira, das 18h30 às 21h30

Onde – Livraria Martins Fontes, Avenida Paulista, 509 – próximo ao metrô Brigadeiro

 

Fonte: Barão de Itararé