Estudantes se mobilizam contra juros de Dilma. Participe você também!

Nesta próxima terça-feira (02) a UMES está organizando os estudantes da cidade a participarem da manifestação contra a alta dos juros, em frente a sede do Banco Central, na Avenida Paulista, n° 1.804, com início previsto às 10 horas.

 

Marcos Kauê, presidente da UMES, relatou que a participação dos estudantes está sendo preparada desde o dia 16 de maio, e que os estudantes organizaram atividades contrárias ao aumento de juros desde a reeleição de Dilma, ao todo foram cinco aumentos, comenta kauê. Ele denunciou que “entre janeiro e abril o governo Dilma cortou cerca de R$ 10 bilhões da educação, um corte que pode superar os R$ 14 bilhões. Enquanto isso entre janeiro e março foram transferidos aos bancos R$ 143 bilhões através do pagamento de juros. Não é o governo da Pátria Educadora, é um governo para os bancos”, afirmou.

 

“Precisamos que todos os estudantes participem de nossa manifestação para deixar claro que não aceitaremos outro aumento de juros. Queremos menos juros e mais educação, o que quer dizer mais atenção com as escolas, estudantes e professores, ao invés de dar prioridade aos bancos como faz Dilma”. Desde sua reeleição os juros aumentaram cinco vezes, e estão na casa dos 13,25%.

 

A manifestação de terça-feira também contará com a organização das centrais sindicais Força Sindical e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), que divulgaram um manifesto contra os juros altos de Dilma, repudiando os cortes no Orçamento e o pacote neoliberal que reduziu direitos trabalhistas. Entre os participantes estão também diversas entidades dos movimentos sociais.

 

 

 

Golpe da direita

 

 

Na semana passada (sexta-feira dia 22) o governo Dilma cortou R$ 70,881 bilhões da educação, saúde, habitação e transporte para gastar com juros. O corte foi feito sobre parte das verbas que podem ser cortadas sem aprovação do Congresso. Não contente nesta quarta-feira (27) Dilma aprovou a MP 664, medida que restringe o acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença, e um dia antes, na terça-feira (26) aprovou a MP 665, que restringe o acesso ao abono e seguro-desemprego, mesmo sob vaias e gritos de “você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”.

Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Oriente É Vermelho”

Neste sábado (30) o Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Oriente É Vermelho”.  A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

Trata-se de uma ópera revolucionária, realizada por uma equipe de mais de 4 mil atores, músicos e técnicos. Toma como base uma canção guerrilheira – que de tão popular quase vira o hino da República – para contar a história da libertação, a partir da criação do Partido Comunista da China.

 

Abaixo, duas versões da mesma canção em interpretações bem diferentes:

 

youtube.com/watch?v=SRBuwhaUczA

 

youtube.com/watch?v=iaf3lPTb7eY

 

 

 

 

 

 

 

 

Conheça a nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Nehboob Khan (1957), ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.

(11/07) MATAR OU MORRER – Fred Zinnemann (1952), EUA, 84 min.

(18/07) O ANJO EXTERMINADOR – Luis Buñuel (1962), MÉXICO, 90 min.

 

Teclas no Choro: alma brasileira na música de Ricardo Valverde

Na próxima sexta-feira, dia 29, o vibrafonista Ricardo Valverde faz show de lançamento do CD “Teclas no Choro” (gravadora CPC-UMES), no Cine-Teatro Denoy de Oliveira.

 

O disco, que reúne músicas dos grandes mestres do choro, junta o vibrafone de Ricardo a um trio formado por Silvia Goes (teclados), Pepa D’Lia (bateria) e Ivan Sabino (baixo), além das participações especiais de Heraldo do Monte (guitarra), Cesar Roversi (saxofones soprano e barítono), Izaias Bueno de Almeida (bandolim) e Oswaldinho do Acordeom.

 

Ricardo Valverde estudou música com nomes renomados e atuou ao lado de grandes artistas brasileiros como Dominguinhos, Nelson Sargento, Anastácia, Riachão, Arismar do Espirito Santo, Paulinho Boca de Cantor e Galvão (Novos Baianos), Maestro Branco, Cristina Buarque, Paulo Padilha, Dona Inah, Silvia Goes, Moacyr Luz, Monarco da Portela, Diogo Nogueira entre outros.

 

Em entrevista ao HP, Ricardo Valverde fala sobre sua trajetória musical, seu encontro com o vibrafone e sobre o disco “Teclas no Choro” que, segundo palavras do maestro e diretor artístico da Gravadora CPC-UMES, Marcus Vinicius de Andrade, “mostra que a imorredoura alma brasileira ganha uma vibração nova e especial quando envolvida nos sons do vibrafone”.

 

HP – Qual é a sua história com a música, com o seu instrumento – o vibrafone-, e a sua formação?

Ricardo Valverde – Comecei estudando música popular e depois música erudita. A música, na verdade, sempre esteve presente na família. O meu pai toca, minha tataravó tocava piano em cinema mudo. Em casa sempre se ouviu muita música, a sonoridade do vibrafone também era muito comum porque meu pai ouvia bastante jazz americano e tinha o quarteto dele.

 

A minha formação se deu no conservatório de Osasco. Eu nasci em Salvador, mas meus pais vieram muito cedo para São Paulo, estudei no conservatório de Tatuí, um conservatório maravilhoso, o maior da América Latina, na antiga Universidade Livre de Música (ULM), atual EMESP, e fiz faculdade em Osasco também, eu era bolsista na FITO, tocava na orquestra do Maestro Branco, em troca ganhei a bolsa e estudei musica erudita.

 

HP – Como você decidiu se tornar um vibrafonista?

 

R. V. – Na década de 90 fui a um encontro de percussionistas em Campinas, já tocava, mas estava começando a estudar música. Eu sempre toquei em casa, tocava violão autodidata, meu pai é autodidata, era assim que funcionava, pegava o instrumento e saía tocando, ia tentando até conseguir. Na época de adolescente tocava rock no violão, guitarra, música brasileira, coisa de jovens. E depois comecei a estudar.

 

É engraçado, a gente fala de coisas de 20 anos atrás, era tudo muito diferente de hoje, nós não tínhamos informação, tínhamos que correr atrás. Até as coisas mais simples, básicas, os instrumentos mais comuns. O pandeiro, por exemplo, eu ia atrás de quem tocava para me dar uns toques.

 

Por isso a semana de percussão em Campinas foi um grande momento. Tinha gente do mundo inteiro, as oficinas ali super acessíveis.

 

Foi então que vi o Ney Rosauro tocar o vibrafone. Quando sentei na primeira fila e vi – já estudava um pouco de teclados de percussão -, aquilo mexeu comigo. Logo pensei ‘é esse instrumento que eu quero para minha vida’.

 

O Ney é muito conceituado lá fora, as músicas dele são tocadas no mundo inteiro.

 

HP – Qual é a história do vibrafone e a sua inserção na música brasileira?

 

R. V. – A história do vibrafone é recente, ele é um instrumento de 1920, muito presente no jazz. E como o cinema americano é muito forte no mundo e nele tinham grandes orquestras que tinham jazz com a presença do vibrafone, ele foi um instrumento que então veio muito forte para o Brasil. Como naquela época as gravadoras tinham dinheiro, a Rádio Nacional, o maior expoente da música brasileira na época, era muito rica, tinha uma orquestra e ali o vibrafone era presente, tanto que na chamada da rádio era um vibrafone tocando.

 

O Izaias conta que ia gravar no Rio e havia vibrafone em todo lugar. Inclusive em discos famosíssimos de 1958, onde o vibrafonista Chuca-Chuca era quem tocava. O vibrafone fazia solos, tinha destaque, mas não era o principal. Depois de 20 anos, em 1978, o instrumento apareceu com destaque de novo na música brasileira. O Orlando Silveira gravou um disco com o vibrafone ainda não como protagonista, mas com destaque.

 

Na bossa nova ele foi muito presente. Em todos os discos do Roberto Menescal o vibrafone estava lá. Mas depois disso ficou um buraco, não sei por quê. Conversando com músicos mais antigos, eles acham que foi a grana, porque desse período em diante começam a reduzir o tamanho das bandas e com isso o vibrafone foi sumindo das rodas na noite. Assim como o piano.

 

A Silvia Goes, que é pianista do disco, minha grande mestre, conta que todo teatro tinha piano, hoje a gente quase não vê um teatro com piano, toda casa de show, bar, tinha um piano. Depois dessa redução do dinheiro na cultura e a vinda do teclado e da guitarra, reduziu tudo. A chegada da televisão deve ter influenciado, porque as rádios tinham grandes orquestras. E então o vibrafone, os instrumentos maiores, os instrumentos acústicos talvez, sumiram um pouco.

 

Conversando com o Amilton Godóy, do Zimbo Trio, ele me disse “olha que legal, sabe que eu gravei com o vibrafone”. Isso acontecia muito, os vibrafonistas migravam de outros instrumentos. O cara começava a estudar e o primeiro instrumento nunca era o vibrafone. Normalmente o cara que tocava piano resolveu gravar com o vibrafone.

 

O Breno Sauer foi importantíssimo, gaúcho, mas fez muito sucesso aqui em SP, um dos maiores entre os vibrafonistas brasileiros e começou no piano e se aperfeiçoou no vibrafone.

 

HP – O que você quer dizer quando afirma querer legitimar o vibrafone no choro, na música brasileira?

 

R. V. – Eu faço um parâmetro com a pessoa que estuda o bandolim, estou falando de referências. Quando a pessoa vai estudar choro, só de Jacob do Bandolim ele tem uma vida inteira de material, e esse é um exemplo, têm muitos mais. O vibrafone no choro não é assim, tem lacunas muito grandes na história.

 

E com esse movimento dos percussionistas se prepararem, estudarem música, está surgindo uma leva boa de vibrafonistas, pessoas que têm o vibrafone como carro chefe na carreira.

 

Eu me legitimar como músico também. Foi estranho, é estranho. Os americanos têm mania de registrar tudo, formatar tudo, até mesmo para dominar, mas, enfim, têm escolas, têm metodologia. Alguns músicos foram para lá e trouxeram isso para o Brasil. Então mesmo a ULM usava essa metodologia vinda de fora, mas essa é uma metodologia de jazz, eu me sentia muito estranho, não que eu não goste, adoro jazz, mas para mim não é natural sabe, eu toco percussão, toco tambor, desde cedo toco choro, eu não vou tocar como um menino americano. Eu sou brasileiro. Então legitimar isso também, se apropriar, escrever métodos de música brasileira. Os métodos, tirando Ney Rosauro, que é música erudita, são todos americanos.

 

Outra coisa muito séria é vendo essa geração chegando, me lembra aquela frase do Noel “ninguém aprende samba no colégio” o samba se faz no morro, é a mesma coisa com o choro, choro se faz nas rodas.

 

E como se aprende isso? Com os mais velhos, com os mestres. Eu ficava ouvindo os discos do Jorginho do Pandeiro e pensava como é que ele consegue tirar uns sons de grave e ficava pensando como ele consegue mexer a mão, tocar com o dedão e tirar o grave. Eu não conseguia fazer, só descobri quando eu toquei com ele e vi que ele tirava o grave com o dedo de cima. Então entendi e todo esse processo levou dois, três anos.

 

Sabe aquela coisa, na música erudita é assim. Tem o Bach, ai Mozart sabe tudo do Bach, o Beethoven sabe tudo do Mozart e do Bach e assim por diante. Ali se tinha uma estrutura sólida, o que eu vejo hoje é que não tem solidez. Mesmo no meu disco, ele não tem uma formação de choro, mas você escuta e identifica. É choro, é a linguagem, não tem como fugir.

 

HP – Como funcionou? Você realizou as rodas para tocar, praticar ou as rodas eram realizadas como parte do processo de pesquisa para o Teclas no Choro?

 

R. V. – As duas coisas, eu queria praticar e pesquisar, aprender na roda. Aqui em São Paulo tem a tradição de nas feijoadas tocar choro, então eu tocava numa feijoada com o vibrafone ao invés da flauta e bandolim. Isso é muito legal porque são quatro horas de repertório. Você precisa ter um repertório enorme, tem que ter malícia, vai chegar um cara para dar canja e você nunca tocou com ele. E o Izaias sempre comigo, tem que colar neles, nos mestres, todo dia ele me surpreende. Isso eu acho que é uma sorte que eu tenho, de sempre conviver com as pessoas mais velhas e não ter esse deslumbre que a música dá.

 

As rodas aconteciam terças e sábados. Nas terças, às vezes, tinham 20 pessoas na plateia e dentre eles 18 eram músicos, brinco que nessas ocasiões tinham mais músicos que gente. E era uma farra porque a gente podia experimentar. Nos sábados, que lotava mais, era num restaurante e tinha aquela coisa, tocar o de sempre, o que as pessoas pedem. “Toca o Brasileirinho, toca o Tico-Tico”, parece que é só isso, e não é. As pessoas querem se identificar, é normal, mas não é só isso, tem mais coisa. Como acontece nas rodas de samba, “Ah, toca Madalena”…

 

É engraçada também essa história do choro e do samba porque é a mesma raiz. Lá no início, enquanto na sala da Tia Ciata se tocava choro, no quintal era samba, são estilos irmãos, que andam juntos na história da música brasileira.

 

Todos os grandes chorões gravaram os grandes sambistas. Por exemplo, o Luizinho Sete Cordas, grande chorão, sempre grava com a Beth. O choro é muito rico, quem toca, toca qualquer estilo, se estudar e se for atrás da linguagem.

 

HP – Então com as rodas você experimentou diversos repertórios, e como foi a escolha do repertório para o CD?

 

R. V. – A escolha do repertório se deu estudando, experimentando. Porque, por exemplo, o Pixinguinha, que tocava flauta, compunha repertórios para flautistas, então era a busca para achar músicas que ficassem boas no vibrafone como instrumento principal no choro. O K-Ximbinho produziu muitos choros assim e depois eu descobri que ele tocava vibrafone, parecia que ele escrevia para o vibrafone. Os mestres têm disso, tocam três notas e te arrepiam, eu penso nisso, em quando vou chegar lá.

 

Na escolha do repertório, primeiro fui tocar, ver o que ficava bom no vibrafone, as músicas que eu achava que tinha uma propriedade para tocar. Na hora de gravar, o momento é importante, eu não fiquei repetindo o improviso. O que rolou na hora foi o que saiu no CD.

 

Não são todas as músicas que têm improviso, porque ele é muito presente no choro, mas como as músicas têm muita melodia às vezes fica coisa demais, fica chato para o ouvinte.

 

O disco acabou ficando em seis compositores e foi um processo que rolou naturalmente.

 

O Pixinguinha e o Nazareth como começo do choro, a base, e aí na música do Pixinguinha e do Nazareth tem o Izaias que é a base do choro paulistano, depois o Jacob do Bandolim que é o grande chorão, depois o K-Ximbinho que tem essa pegada mais moderna, menos que o Esmeraldino, tem o Esmeraldino que é aqui de SP, e ai eu fiz questão porque apesar de ser baiano, moro aqui a vida inteira, sou paulistano também, sou corintiano. E por último o Altamiro Carrilho, que todo mundo conhece mais como instrumentista, e ele foi realmente incrível, o maior flautista da época dele, mas ele também foi um grande compositor e as músicas são boas no vibrafone.

 

Músico é um artesão, a gente tem que ter conceito nas coisas, eu não quero que todo mundo que escute meu disco goste, eu quero que quem pegue meu disco escute e veja que ali tem um conceito, tem trabalho. Não tem nada de devaneios, nada ali é por acaso, tem uma linguagem, uma história, uma unidade, o disco é todo amarrado.

 

HP – A gente consegue perceber que a escolha do trio que te acompanha no disco, bem como as participações, estão intrinsecamente relacionadas com a sua história, seu percurso como vibrafonista. Porque essas pessoas, qual é a importância delas para a construção desse trabalho?

 

R. V. – A escolha desse trio foi porque eu queria uma sonoridade mais contemporânea, só que ao mesmo tempo é difícil, porque tocar bateria, tocar piano e tocar baixo no choro é muito difícil, fica soando estranho, parece outra coisa.

 

Como a Silvia é minha grande amiga e eu achava que para a sonoridade dar certo ela era uma peça fundamental, pela harmonia dela e o jeito de tocar brasileiro, e como ela toca com o Toquinho há 20 anos, e os meninos que tocam com ela têm essa manha brasileira de tocar, então para deixar ela à vontade eu também os escolhi, o pilar do meu disco.

 

Foi muito natural, eu nunca tinha tocado com eles, e deu muito certo, nós gravamos as músicas em dois dias porque a simbiose foi muito grande. Quando se ouve é perceptível que é uma coisa só, não tem ninguém destoando. Até nas participações, todo mundo toca para a música, não tem essa coisa do pop e que alguém se sobressai, aqui a música é o conjunto.

 

O Izaias, mestre, tinha que estar no disco. O Heraldo, da guitarra brasileira, nem se fala. O Oswaldinho, que é um cara que eu toco junto, temos afinidade, o cara emociona. O César também, o que ele faz com o saxofone trouxe muito para o disco, o trabalho dele é incrível, tinha que estar aqui.

 

HP – E sobre a parceria com o CPC-UMES? E a capa do disco, o encarte? A capa é uma obra do Enio Squeff, com diagramação da Moema, como foi essa parceria?

 

R. V. – Eu já conhecia o Marcus Vinícius (diretor artístico da Gravadora CPC UMES), e sabia que não conseguiria fazer o disco independente, então eu pensei que gravadora tem a ver comigo? De cara pensei na CPC-UMES.

 

Tinha o contato do Marcus e logo escrevi para ele. Foi muito louco porque na hora ele disse, vamos fazer. Fomos jantar, batemos um papo, foi maravilhoso. Ele gostou, falou para fecharmos logo e eu querendo contar mais detalhes e ele dizendo que já viu quem estava junto. Ele conhece, já tem a manha, visualiza a coisa toda. E ele deu apoio total, já fechamos a parceria, e eu fiquei tranquilo porque ele disse: “Ricardo, talvez demore, mas vai sair do jeito que você quer”. E foi, saiu tudo como eu queria.

 

Sobre a capa, o Enio é meu amigo, amigo dos meus pais, um cara que eu admiro muito. Eu propus para ele, pedi para ele fazer a capa do disco. Ele me perguntou como eu queria que ele fizesse, o deixei livre, deixei o artista livre para criar, eu sabia que o que ele fizesse ia ficar bom, confiava. Ai um dia ele apareceu com seis telas e escolhemos o que virou o encarte. Talvez nem fosse o que ele mais gostasse, mas está fiel, é impressionante, sou eu.

 

Então fui falar com o Marcus que não poderia colocar meu nome na capa. O Marcus questionou, ‘mas como assim’, e eu disse que não ia mexer na obra do artista, não vou sujar o quadro do cara, por isso então o nome veio na contracapa.

 

E então veio o segundo problema, como colocar aquele quadro no formatinho de capa de CD com fidelidade. “Tem uma pessoa só que pode fazer isso” a Moema, disse o Marcus, e ela topou na hora. Essa coisa de novo da parceria.

 

E depois veio a minha Irmã, que é poetiza, e pedi para ela os textos de cada música, de forma poética, e o Marcus eu já sabia que ia fazer uma introdução mais detalhista.

 

HP – Além de músico você é professor…

 

R. V. – Eu sou arte-educador também. A realidade está muito feia e eu não posso ir contra ela, então o que eu faço? Tento mostrar para aqueles jovens o que é o funk, vamos ver o que é esta batida, de onde vem, porque na festa quando tem essa batida todo mundo fica louco. Mas vamos ver a forma dela, tem uma parte, tem dois acordes, olha a melodia como é pobre, não falo que é pobre, mas trabalho com eles, mostro e depois que eles vêm que é limitado, começam a querer mais coisas e eu vou com tudo.

 

E então eu vejo o processo de uma criança, de um adolescente que em seis meses está questionando coisas como “porque eu tenho que demorar duas horas para vir até aqui”, eu os levo na Sala São Paulo e depois os vejo questionando “por que não posso ir todo dia na Sala São Paulo”, talvez o sistema não queira isso, esse é o ponto.

 

É bom ver através da música essa mudança, a juventude esta muito acomodada, não é só uma questão da periferia, hoje em dia eles não ouvem essas músicas comerciais só na rua, ouvem em casa, no dia a dia.

 

O acesso é um problema, essa música comercial tem um interesse e os meios de divulgação estão comprometidos com esses interesses.

 

A situação está difícil, estamos em maio e eu ainda não assinei o contrato do projeto vocacional com a prefeitura, estou indo dar aula de graça porque os alunos querem isso, tem demanda, estou indo por conta.

 

O projeto vocacional inclui as quatro linguagens e nós levamos os alunos nos espaços da prefeitura e damos orientações artísticas, não é nem aula que a gente chama. O projeto é lindo na teoria, mas na prática ele cai em um monte de entraves. Todo ano tem edital, o projeto tem 15 anos e é uma pancadaria danada, porque as pessoas querem que vire lei, porque é aquela coisa, troca de governo é aquele medo de “vai acabar”. E agora com essa crise que estão cortando verba mesmo, muitos ainda não assinaram o contrato deste ano, então é complicado, quem depende disso está sem receber desde janeiro, e a expectativa é receber em junho, se tudo der certo, porque o governo está passando o facão geral.

 

E aí eu questiono, como é que um país vai para frente com 1% do orçamento para cultura, e no meio dos ajustes, logo de cara até esses míseros 1% entram na faca?

 

Show de lançamento, dia 29, sexta-feira, às 21h.

 

Cine-Teatro Denoy de Oliveira: Rua Rui Barbosa, 323. Tel. 3289 7477. Entrada franca.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo, entrevista de Maíra Campos

 

Dilma reafirma ajuste e culpa reitores pela crise nas universidades federais

KATU SILVA*

 

Participei de uma reunião entre lideranças das entidades estudantis e a presidente Dilma Rousseff, na última terça-feira, em Brasília. Na ocasião, Dilma afirmou que “não faltam recursos para as universidades federais”. O problema está na má gestão dos reitores e na autonomia universitária.

 

No encontro, estavam presentes representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

 

Segundo a presidente Dilma, os reitores vêm optando por não realizar os pagamentos para pressionar o governo a destinar mais verbas às instituições. Ela reafirmou os cortes, porém avalia que este não é o problema, mas sim “a autonomia universitária”, que não permite o MEC controlar onde serão gastos os valores repassados as universidades.

 

A presidente, que não construiu nenhuma nova universidade, sequer desde o primeiro mandato foi firme em afirmar que não vai expandir as instituições federais de ensino.

 

Dilma disse acreditar que é preciso “garantir condições de permanência e qualidade de ensino primeiro, para depois se pensar em mais expansão”. Mas, de 2010 até agora, não tomou nenhuma medida neste sentido. Ao contrário, cortou em 30% o orçamento destas instituições.

 

A presidente Dilma foi questionada sobre a situação da UFRJ, que graças aos cortes do orçamento, atrasou o pagamento de terceirizados, ficou com contas de água e luz atrasadas, motivos esses que levaram diversas faculdades a fecharem as portas na semana passada. Segundo a presidente a responsabilidade é do reitor e que a solução é chamá-lo para prestar esclarecimentos do porque não pagou e não deixar o problema estourar nas costas do governo.

 

Sobre os “ajustes”, Dilma disse que irá fazer diferente dos EUA, irá cortar o dinheiro do fundo de garantia, das pensões e aposentadorias. E não diretamente no salário do trabalhador. O que na prática é irreal, visto que todos esses cortes que a presidente disse que vai fazer, no presente ou no futuro, são diretamente do trabalhador. Ela ainda salientou: “os ajustes que estão sendo efetuados não comprometerão a educação”.

 

Para legitimar sua política de arrocho, Dilma assumiu que o FIES da forma como vingou até agora foi um erro, pois o governo não colocava limite de contratos por instituições. As universidades diziam quantas bolsas queriam financiar e o governo simplesmente subsidiava sem critério. A partir de agora o governo vai cortar o programa pela metade. Diz irá garantir os contratos já assinados até 2014, porém novos contratos poderão chegar a no máximo 100 mil. Neste ano, 252 mil novos contratos foram subsidiados, sendo que a demanda foi de 500 mil.

 

Dilma comemorou os 672 mil estudantes que ingressaram no ensino superior no primeiro semestre deste ano. Para ela não pareceu nem um pouco ruim que dessas matrículas as concebidas pelo FIES e ProUni sejam mais que o dobro das matrículas nas federais. 60,3% nas privadas e 29,7% nas públicas.

 

Ainda sobre educação, a presidente falou do que considera perdas e ganhos no Plano Nacional de Educação (PNE). “Nas metas do PNE nós tivemos uma perda com a destinação de 25% dos royalties do Pré-Sal para a saúde e 75% para educação. Deviam ser 100% para a educação”. Ainda segundo a presidente a corrupção existe. “São casos isolados, alguns corruptores. A Petrobrás é uma grande empresa e através da Petrobrás com a ação da Graça Foster, uma ação rentável e produtiva os recursos que irão para o PNE estão intactos e serão progressivos, será o passaporte para o futuro”.

 

Porém “os royalties só terão uma quantidade significativa de dinheiro a partir de 2018 e 2020”.

 

Dilma ainda sustentou que “o leilão do campo de libra destina a União 75% dos recursos gerados” e tranqüilizou os estudantes. “Em 2016 voltarão os leilões do pré-Sal”, e assim os recursos para o PNE serão garantidos.

 

*Katu Silva é secretário-geral da União Nacional dos Estudantes

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Estão abertas as inscrições para o Enem 2015

Foram abertas nesta segunda-feira (25) as inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015. O prazo de inscrição vai até o dia 5 de junho.

 

A nota do Enem é utilizada como critério de acesso ao ensino superior por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em 115 instituições públicas, e do ProUni (Programa Universidade para Todos).

 

A taxa de inscrição é de R$ 63, e estão isentos do pagamento estudantes matriculados em escolas da rede pública que concluíram o Ensino Médio em 2015, ou as pessoas que se declararem carentes. O pagamento deve ser feito até as 21h59 (de Brasília) de 10 de junho.

 

Os candidatos isentos da taxa de inscrição que não comparecerem nos dois dias de provas perderão o benefício para a próxima edição do exame. Na edição do ano passado, entre os 8,7 milhões de inscritos, 2,4 milhões faltaram durante os dois dias de provas (28,6%).

 

Faça já a sua inscrição através do site: enem.inep.gov.br/participante/#/paginaInicialEnem 

 

Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Retorno de Vassily Bortnikov”

Neste sábado (23) o Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Retorno de Vassily Bortnikov”.  A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

O filme deste sábado está entre os próximos lançamentos do CPC-UMES. Confira no nosso site: cpcumesfilmes.org.br

 

O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

Dado como desaparecido na guerra, Vassily Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Comunista abnegado e voluntarioso, ele enfrenta a situação, em seguida assume a liderança da reconstrução do kholkóz, mergulha de cabeça na batalha pelo aumento da produção, mas com o passar do tempo vai se dando conta de que suas soluções para os problemas não estão funcionando bem. Os novos tempos exigem dele algo mais.

 

Realizado em 1953, “O Retorno de Vassily Bortnikov” é o último filme do lendário Vsevolod Pudovkin, diretor dos clássicos "A Mãe" (1926) e "Tempestade Sobre a Ásia" (1928).

 

Título em alfabeto cirílico: Возвращение Василия Бортникова

Confira a ficha técnica completa aqui!

 

 

Conheça a nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Modafinil is the best remedy for the treatment of sleep problems ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.

(11/07) MATAR OU MORRER – Fred Zinnemann (1952), EUA, 84 min.

(18/07) O ANJO EXTERMINADOR – Luis Buñuel (1962), MÉXICO, 90 min.

 

Contra o aumento dos juros: todos a Paulista dia 2 de junho

 

Neste sábado (16) a UMES promoveu a sua reunião de preparação para a atividade contra o aumento dos juros na Câmara Municipal de São Paulo. O ato contra os juros será realizado em conjunto com as centrais sindicais e movimentos sociais no dia 2 de junho, na Avenida Paulista em frente ao Banco Central, a partir da 8 horas.

 

        Lideranças do grêmio JVR – E.E. Brigadeiro Gavião Peixoto

A atividade foi realizada durante a tarde, e contou com a presença de dezenas de estudantes e lideranças de grêmios estudantis de 14 escolas estaduais e uma escola privada. Entre elas as escolas estaduais Caetano de Campos, Brigadeiro Gavião Peixoto, Padre Manuel da Nóbrega, Caetano Miele, Nossa Senhora da Penha, Gilberto Freyre, Antonio Alcântara Machado, Prof. Dr. Laerte Ramos de Carvalho, Maestro Callia, Amador e Catharina, Etesp, Capitão Sérgio Paulo Muniz Pimenta, Prof. Maria Augusta Correa e Charles De Gaulle. Também estavam presentes os alunos do colégio Objetivo Ipiranga.

 

Durante a atividade o presidente da UMES, Marcos Kauê, discutiu com os estudantes a mobilização para a atividade contra os juros, no dia 2 de junho, e debateu o panfleto de convocação. Para ele Dilma fez uma falsa promessa durante as eleições ao se comprometer que faria do Brasil uma PÁTRIA EDUCADORA. “Desde que ganhou as eleições Dilma impôs cinco aumentos na taxa de juros. Entre janeiro e março deste ano a Pátria Educadora deu aos bancos R$ 143,85 bilhões, enquanto com a educação Dilma gastou apenas R$ 13,471 bilhões”. Kauê afirmou que enquanto os banqueiros só ampliaram seus lucros, da educação já foi cortado R$ 7 bilhões pela Dilma no início do ano, cortes que podem superar os R$ 14 bilhões.

 

Também participou da atividade o presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Bira, que representou o movimento sindical na atividade dos estudantes. Bira afirmou que a atual política de Dilma é muito perigosa para o país, e esclareceu que o “pacote de maldades” do ajuste para aumentar a transferência de recursos para os juros, como as MPs que retiram as pensões das viúvas e o seguro desemprego dos trabalhadores, apenas farão o povo brasileiro sofrer e perder seus direitos.

 

Por sua vez o ex-presidente da UMES, Pedro Campos, que atualmente preside o diretório municipal do Partido Pátria Livre, resgatou o papel central dos estudantes durante as mobilizações para o impeachment de Collor, e disse que vivemos um momento muito importante de nossa nação, onde mais uma vez teremos a chance de reescrever a sua história.

 

Entre os estudantes que se manifestaram durante as atividades estava o estudante e presidente do grêmio da escola estadual Alcântara Machado, Caique Nakayama. Para ele as ações de Dilma são fruto de uma política pensada contra os estudantes e contra o Brasil, não são “imprudência”. Por isso os estudantes precisam estabelecer uma estratégia para enfrentar os cortes de Dilma e unir todos os estudantes nessa luta por um país mais justo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imprima o nosso panfleto e participe dessa luta!

 

Professores de São Paulo continuam em greve por aumento salarial

 

Os professores da rede estadual decidiram continuar em greve por tempo indeterminado durante assembleia realizada na Avenida Paulista, nesta sexta-feira (15). Na assembleia 45 mil professores rejeitaram a proposta de reajuste salarial zero da Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin.

 

Dois dias antes, na quarta-feira (13), os professores se reuniram com representantes do governo Alckmin que informaram que em até 30 dias enviarão projeto de lei estendendo o atendimento médico de saúde dos servidores públicos (Iamspe) aos professores. Durante a reunião o governo também sinalizou que vai diminuir o intervalo contratual dos professores temporários para três anos. Hoje os professores temporários precisam se afastar 40 dias após um ano de trabalho, para não haver vínculo empregatício. Porém nada de aumento salarial.

 

Durante a assembleia a presidente da Apeoesp, Bebel, criticou a reunião. De acordo com ela a única possibilidade de uma reunião “positiva” seria se o governo apresentasse uma proposta para “o índice do reajuste salarial”.

 

Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, a equiparação do piso salarial dos professores só será possível com o fim dos cortes na educação promovidos pelo governo federal (R$ 7 bilhões podendo chegar a R$ 14 bilhões) e estadual (R$ 470 milhões).

 

“Hoje o salário de um professor é de R$ 2.145,00 para 40 horas semanais. Por sua vez um profissional com ensino superior recebe uma média salarial de R$ 4.237,00 no nosso estado. É justo equiparar os salários dos professores com os demais profissionais de nível superior”, disse Kauê.

 

Os professores reivindicam o reajuste salarial que equipare perdas salariais, valorização da carreira, aumento do valor do vale-transporte e do vale-alimentação. Também condenam o fechamento de salas de aulas, e sua superlotação, motivo pelo qual 20 mil professores foram demitidos.

 

A paralisação completou hoje (18/05) 69 dias. A próxima assembleia será realizada no dia 22 de maio.

 

 

 

Viva o vibrafone de Ricardo Valverde

Procure ouvir, leitor, o ótimo CD instrumental Teclas no Choro (CPC-Umes), do vibrafonista Ricardo Valverde. Não se preocupe se você não conhece este instrumento. Alguns não fazem ideia do som nem do formato que tem.

 

Os que aceitarem a minha sugestão, saibam que seus ouvidos agradecerão. Aos que quiserem conhecer um pouco mais da história do vibrafone, o encarte que acompanha a bela capa do álbum – projeto gráfico da craque Moema Cavalcanti – traz um fundamentado texto de Marcus Vinicius de Andrade (diretor artístico da CPC-Umes). Nele, Andrade descreve a história do vibrafone, instrumento inventado nos EUA no início do século passado. Para que se tenha noção do quão a fundo ele foi na história do instrumento, basta dizer que, dentre outros nomes de vibrafonistas, ele cita Magro Waghabi (1943-2012). Pouquíssimos sabem que, antes de se tornar arranjador do MPB4, ele tocava vibrafone no conjunto de baile Praia Grande.

 

O CD de Ricardo Valverde tem o vibrafone ora como solista, ora como integrante do conjunto sonoro que conta com um trio presente nas doze faixas do disco: teclado (Silvia Goes), bateria (Pepa D’Lia) e baixo (Ivani Sabino). Em seis delas, temos também algumas participações importantes, como as de Heraldo do Monte (guitarra), Cesar Roversi (saxofones soprano e barítono), Izaias Bueno de Almeida (bandolim) e Oswaldinho do Acordeom.

 

Com arranjos de Silvia Goes, o protagonismo de Valverde é latente e o seu vibrafone soa soberano – não só em solos e improvisos definitivos, como também em diálogos musicais plenos de suingue dignos de entusiásticos aplausos.

 

O disco como um todo é um verdadeiro tratado sobre o vibrafone. E outra grande relevância de Teclas no Choro é levar o som cristalino do instrumento para a praia dos chorões.

 

“Feitiço”, de Jacob do Bandolim, logo na primeira faixa do CD, é contagiante em sua leitura chorona. Traz Heraldo do Monte na guitarra, um instrumentista que faz uso da genialidade em tudo o que toca. Revezando-se com o vibrafone, os dois impulsionam o trio para uma admirável atuação. Exemplos? O solo de piano de Silvia Goes, a pujança do baixo de Ivani Sabino e o pulso firme de Pepa D’Lia.

 

Em “Enigmático”, de Altamiro Carrilho, Cesar Roversi tocando sax soprano só se compara ao próprio Roversi tocando sax barítono em “Ainda Me Recordo” (Pixinguinha). Nela o choro, de tão belo, chega a emocionar. A faixa também tem o bandolim de Izaias Bueno de Almeida: com eles, o vibrafone não se furta a protagonizar o suingue.

 

Para tocar “Atlântico” (Ernesto Nazareth), Valverde não poupa inspiração: suas frases melódicas são sempre moldadas às harmonias, resultando em outro grande momento do disco. Aliás, o que não falta são momentos especiais, quando o vibrafone se posiciona na vanguarda do instrumental nacional.

 

Mas, antes de fechar este comentário, deixo no ar uma pergunta: como pode um instrumento com som tão lindo, não ser mais ouvido nos discos instrumentais brasileiros.

 

Confira a entrevista de Ricardo Valverde para a Rádio Gazeta no Dia do Choro (mês passado, 23 de abril) aqui!

 

Confira o lançamento do CD pelo CPC-UMES aqui!

 

Fonte: Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4 (Luis Nassif Online)

Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Trégua”

Neste sábado (16), o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Trégua”. A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

 

 

A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

“A Trégua” é o ultimo filme de Francesco Rosi, autor dos célebres “Caso Mattei” (1972) e “Bandido Giuliano” (1961). Relata a odisseia pouco heroica, porém pungente, de Primo Levi para retornar à sua casa em Turim, depois de ter sido libertado do campo de concentração de Auschwitz pelo Exército Vermelho.

 

 

 

 

 

 

 

 

Conheça a nossa programação

 

(16/05) A TRÉGUA – Francesco Rosi (1997), ITÁLIA, 128 min.

(23/05) O RETORNO DE VASILY BORTNIKOV – Vsevolod Pudovkin, (1952), URSS, 82 min.

(30/05) O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

(13/06) MÃE ÍNDIA – Nehboob Khan (1957), ÍNDIA, 172 min.

(27/06) UM ESTRANHO EM MINHA CASA – Henry Barakat (1961), EGITO, 153 min.

(04/07) A MONTANHA DOS 7 ABUTRES – Billy Wilder (1951), EUA, 111 min.