Ele disse que é mais “importante destinar recursos para a educação pública e o passe livre do que gastar com juros”
Jovens apresentam propostas ao candidato a presidente
O candidato da Coligação Unidos pelo Brasil (PSB, REDE, PPL, PPS, PHS, PRP e PSL).
Eduardo Campos e sua vice, Marina Silva, assumiram um compromisso com a juventude do Brasil. Eles realizaram nesta segunda-feira (4) um encontro com os jovens em São Paulo para discutir um Brasil melhor. Entre as propostas, a escola em tempo integral e o passe livre para estudantes de escola pública e beneficiários do Fies e Prouni.
Eduardo tem sido enfático ao afirmar que há recursos para garantir a proposta. Ele disse que os recursos devem ser destinados para as prioridades da juventude expressas nas ruas do país.
“Precisamos unir esforços pela melhoria da educação, erradicar o analfabetismo no Brasil e afirmar que é mais importante destinar mais recursos para a educação pública e para garantir o passe livre para nossos estudantes do que gastar com juros e bancos”, diz a Carta da Juventude, de Eduardo e Marina.
“Com a Carta da Juventude, que nós recebemos, nós assumimos um compromisso com a educação de qualidade”, disse ele. “Chega desse país ter uma escola para rico e outra para pobre. Essa diferença é que está matando o futuro do Brasil”, prosseguiu Eduardo, em entrevista após o ato em São Paulo. “Nós vamos fazer a escola de tempo integral ser um direito da cidadania, primeiro para o ensino médio, para atingir os jovens, que são mais vulneráveis à violência e às drogas, e depois para o fundamental 1 e 2. Vamos garantir também que o estudante carente possa ir para a escola. Vamos ter sim uma política do passe livre”, garantiu.
Eduardo detalhou que seu governo vai criar um fundo composto por 12 bilhões de reais para serem investidos no projeto do passe livre. “Nós vamos construir um fundo nacional com 12 bilhões de reais que vai construir essa política em parceria com os municípios”. Ele contestou as afirmações de que não há recursos para isso e que essa proposta seria “populista”. “Os R$ 12 bilhões vão vir exatamente do orçamento fiscal, da onde vem o dinheiro, muitas vezes, desviado para outros gastos, como sanear bancos, para obras que nunca acabam, para publicidade, etc. Nós vamos priorizar o ensino em tempo integral que é a saída para esse país”, disse.
Eduardo Campos, disse, ao responder sobre a política que fez para os estudantes quando foi governador de Pernambuco por dois mandatos, que em seu governo “num estado pobre do Nordeste”, fez o transporte escolar para o interior de Pernambuco. “Fizemos isso se transformar num direito, auxiliando os municípios com recursos estaduais. Ela foi dirigida ao transporte dos alunos da rede pública de ensino do Estado”, explicou. “Agora, o prefeito de Recife, do meu partido, acaba de implantar o passe livre para os estudantes da rede municipal”, acrescentou Campos.
Ele lembrou ainda que fez no estado de Pernambuco mais escolas em tempo integral do que Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo juntos. “Se um governador do Nordeste fez mais escolas em tempo integral do que esses três estados juntos, porque as pessoas iriam duvidar que nós não faríamos isso no Brasil?”, questionou Campos, ao responder a um repórter sobre por quê a população deveria acreditar em sua proposta de melhorar o ensino no país. “É hora da educação de qualidade ser assumida como prioridade. Houve um tempo em que se abraçou como prioridade corrigir os bancos. Hoje essa prioridade deve ser a educação”, defendeu. Vamos manter os programas sociais, como bolsa família, o Prouni e os demais, mas vamos realizar uma grande revolução na educação”, disse.
“Nosso compromisso número um é com escola pública de qualidade, escola em tempo integral e passe livre como direito da juventude brasileira para que os estudantes tenham efetivamente o direito à uma educação de qualidade e para que ela possa ajudar a mudar o Brasil de verdade”, garantiu o candidato. “O que vai mudar o Brasil de verdade, reduzir as desigualdades que ainda existem, é educação de qualidade para os que mais precisam. Enquanto o Brasil tiver uma escola pública para os ricos e outra escola pública para os pobres, de menor qualidade, sem tanta atenção, nós vamos estar reproduzindo violência, exclusão social e um país sem felicidade”, completou.
Eduardo afirmou que a sociedade brasileira tem hoje uma pauta que “não é ouvida em Brasília”. “A nossa é a nova pauta que tem que renovar a política brasileira. Nós temos que ver os políticos reunidos em torno do ensino em tempo integral, redução da violência, combate à inflação, que está corroendo o salário antes de terminar o mês, por exemplo. Temos que juntar forças para melhorar a vida da sociedade. Essa é que é a nova política. Hoje a maioria dos políticos está juntando força em torno dos seus interesses. Essa é a velha política”, explicou Eduardo.
O candidato a presidente criticou também a proposta de Aécio Neves (PSDB) sobre a mudança de ministérios e a suposta criação de um para a infraestrutura, sem dizer, segundo Eduardo, o que ele pretende fazer de fato, qual o conteúdo. “Eu preferia saber o que ele pensa sobre a pesca brasileira antes de dizer que vai colocar a pasta num Ministério de Infraestrutura”. “Eu queria saber também o que ele pensa sobre infraestrutura, porque o partido dele governou o Brasil e no tempo que o partido dele governou o país, a infraestrutura não avançou praticamente nada”, apontou Eduardo. Ele lembrou que “hoje muita gente vive da pesca e precisa saber o que o candidato tucano pensa sobre esse setor”. “Nós vamos apresentar o conteúdo do programa para depois falar da estrutura. Fazer o contrário é somente marketing”, denunciou Campos.
Por SÉRGIO CRUZ
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