Presidente da Câmara adia votação de projeto que amplia recursos para a Educação e Saúde

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, adiou para 6 de agosto a conclusão da votação do Projeto de Lei que direciona os recursos dos royalties de petróleo para Educação e Saúde. Na sessão da última terça-feira, 16, centenas de estudantes da UNE, UBES, UMES-SP, UEE-SP, UGES, entre outras entidades, lotaram as galerias do Plenário em apoio ao projeto aprovado na Casa, e que foi alterado no Senado.

O Projeto de Lei 323/07 foi encaminhado pelo governo para o Congresso Nacional e acolhido na Câmara pelo Deputado André Figueiredo (PDT-CE). O relatório do parlamentar aumenta em mais dez vezes os recursos a serem investidos, uma vez que o projeto original do governo previa apenas R$ 25 bilhões para a Educação num prazo de dez anos. Os deputados elevaram este valor para R$ 296,8 bilhões no mesmo período.

Após passar pelo Senado, o projeto retornou à Câmara com alterações que diminuíam mais uma vez substancialmente os recursos, cortando do projeto R$ 171 bilhões. Na área da Educação, seriam cortados R$ 128,25 bilhões. Os deputados rejeitaram essas alterações e restabeleceram o substitutivo da Câmara.

“O texto aprovado foi uma grande vitória desta Casa. Nós conseguimos mostrar que o compromisso da Câmara e dos seus parlamentares é em primeiro lugar com o povo brasileiro”, comemorou o relator. No entanto, quando faltavam apenas quatro destaques no texto para serem votados, a sessão foi obstruída.

Pressionando os deputados, o governo vem defendendo a rejeição do parecer de André Figueiredo e a aprovação do texto do Senado, que aplica 50% dos rendimentos do Fundo Social do pré-sal – uma espécie de poupança formada por recursos que a União recebe na produção do petróleo da camada pré-sal em saúde e educação. Já o texto da Câmara prevê 50% do total de recursos do Fundo (e não apenas dos rendimentos) para a educação e saúde. Além disso, foram cortadas as receitas de contratos anteriores a 03/12/2012 ainda sem “declaração de comercialidade” (autorização para vender o petróleo). O que significa reduzir os recursos para a Educação numa vasta área do pré-sal.

 “O que está em jogo não é ser governo ou contra o governo. O que está em jogo é ser a favor de mais recursos ou menos recursos para educação. O que está em jogo é investirmos recursos que possam verdadeiramente revolucionar os rumos da educação ou privilegiar o superávit primário”, disse André Figueiredo em entrevista.

As entidades estudantis e representativas do movimento social vaiaram o adiamento da votação do projeto e com palavras de ordem, apoiaram o texto da Câmara.

Para o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Rodrigo Lucas, a entidade mobilizará os estudantes para que, presentes em Brasília, façam com que o projeto seja aprovado.

 

Deputado Figueiredo: projeto do Senado à Educação é retrocesso

“Fundo Social do Pré-sal é para a população brasileira e não para ser entregue aos bancos”

 

Na véspera da definição do tamanho e destino dos recursos oriundos dos royalties do petróleo do pré-sal, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), autor do texto substitutivo ao PL 323/2007, que trata sobre a destinação desses recursos para a Educação (75%) e Saúde (25%), concedeu entrevista à Hora do Povo.

Originário do governo, o projeto chegou ao Congresso Nacional com limitações, a começar pela “tímida proposta”, conforme palavras do próprio deputado Figueiredo, de destinação de recursos para a Educação. Sob a relatoria do deputado, a Câmara aprovou texto substitutivo no qual definia que não só os rendimentos financeiros do Fundo Social do Pré-sal, como defendido pelo governo, mas que 50% da totalidade do fundo fossem investidos em Educação. Isso significou, em valores, R$ 210 bilhões para a Educação nos próximos 10 anos, ante cerca de R$ 25,8 bilhões defendida pelo governo. A proposta do Câmara foi rejeitada pelo Senado, que reduziu para apenas R$ 90 bilhões os recursos do pré-sal, sendo R$ 67 bilhões para a Educação e R$ 22,5 bilhões para a Saúde.

Além da diferença entre colocar o dinheiro do pré-sal no banco para render juros ou aplicá-lo onde o país precisa, os pareceres também divergem em questões como a partir de quando a medida passará a valer, custeio de despesas e até a quantidade de óleo-lucro que será da União. Cada uma delas representa uma diferença substancial na quantidade de dinheiro que vai para um lado ou para o outro e significa uma diferença de R$ 171 bilhões a menos de recursos investido em Saúde e Educação, se a proposta do Senado for aprovada.

Na terça-feira (10), o PL retornou à Câmara. Entre as duas propostas – uma redigida no Senado, outra reescrita na Câmara— os deputados aprovaram a segunda, mas em uma manobra regimental, a sessão foi obstruída quando faltavam votar apenas poucos destaques ao texto-base.

 

HORA DO POVO – Seu substitutivo ao projeto do governo foi aprovado na Câmara, entretanto, sofreu alterações no Senado. Quais são os principais contrastes entre uma e outra?

DEPUTADO ANDRÉ FIGUEIREDO- O projeto que chegou do governo era tímido e não resolveria em nada o problema dos recursos que faltam na Educação do Brasil. Eu me vi na obrigação de assumir a relatoria do substitutivo que aumenta os recursos ao propor que, ao invés dos juros do Fundo Social do Pré-sal, 50% de todo ele fosse aplicado em Educação. A aprovação do projeto do Senado, em consonância com o do governo, é um retrocesso e nos colocará em uma posição mais distante da realidade e da necessidade da Educação brasileira e também da meta do Plano Nacional de Educação, aprovada na Câmara, que prevê a aplicação de 10% do PIB do país na Educação em dez anos. O governo, ao defender que esse recurso deve ficar no banco, e tratar sem prioridade uma questão que é urgente para o país, resolveu pressionar contra a matéria.

 

HP – O deputado Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara, manifestou na tribuna que seus números eram “fictícios”.

AF – O deputado Arlindo Chinaglia não tem conhecimento sobre a matéria. Eu, em diversos momentos, provei a autenticidade do cálculo e refuto as tentativas de desqualificação da pesquisa. O assessor que encaminhou os dados técnicos é um dos mais competentes estudiosos sobre petróleo do país, já tendo passado, inclusive, pelo Ministério de Minas e Energia. Os recursos existem, só precisa ter a definição em aplicá-los.

 

HP – Ministros e parlamentares da base do governo e a presidente Dilma têm reiterado que a prioridade do governo deve ser a responsabilidade fiscal. Isso significa priorizar os recursos para o superávit primário?

AF – Exatamente. Inclusive, o governo já anunciou, através do Secretário do Tesouro, que os R$ 15 bilhões do bônus de assinatura do Campo de Libra vão para o superávit primário. É essa a prioridade social que o governo tem? Ao propor um Fundo Social, nós estamos esperando um fundo emancipatório para a população brasileira, e não para ser entregue aos bancos e ao mercado financeiro internacional através desses diversos mecanismos. Trata-se de uma riqueza imensa. O Fundo Social será o 3º maior fundo público do mundo. Nossa decisão não pode ser a de condenar toda uma geração, essa que pode ter a oportunidade de usufruir dessa imensa riqueza que significa o pré-sal.

 

HP – E quanto ao percentual mínimo de óleo-lucro destinado à União? Qual é a importância de se aprovar 60% ao invés da proposta do governo, que é de 40%?

AF – Destinar pelo menos 60% do óleo à União é imprescindível. Não existe um país que tenha contratos sobre regime de partilha que destine mais para a empresa concessionária do que para seu povo. Na tão alardeada Noruega, 85% do óleo é da União. Estamos falando de 40% do lucro líquido, depois de tudo deduzido para a empresa que está explorando, e isso é dinheiro demais em benefício das petroleiras. Só no Campo de Libra, isso teria a significância de R$ 360 bilhões.

 

HP – Na quarta-feira (10/07), o requerimento do governo e do Senado foi derrotado por 217 votos a 165 na Câmara. Com a manobra de obstrução dos líderes do PT e do PMDB, no entanto, ainda precisam votar quatro destaques do texto.

AF – O texto aprovado foi uma grande vitória da Casa. Nós conseguimos mostrar que o compromisso da Câmara e dos seus parlamentares é em primeiro lugar com o povo brasileiro. Quanto aos destaques, onde se concentram as questões mais sensíveis e determinantes da matéria, gostaria que fosse votado depois do recesso, com a Casa cheia. Mas de qualquer forma, estamos contando com os movimentos organizados, em especial a UNE e UBES que estão precisamente mobilizadas para defender a aprovação do projeto da Câmara, o que dará a possibilidade de realizar de vez um sonho do povo e da juventude brasileira, que é ter educação pública, gratuita e de qualidade.

 

PRISCILA CASALE

Texto extraído da Hora do Povo, Edição nº 3.169

Campanha Nacional pelo Direito à Educação defende projeto da Câmara sobre royalties do petróleo

Leia o manifesto publicado pelo Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, sobre a destinação dos royalties do petróleo para a Educação e Saúde:

 

AINDA É PRECISO DERRUBAR OS DESTAQUES PARA VINCULAR O DINHEIRO DO PETRÓLEO À EDUCAÇÃO PÚBLICA E À SAÚDE

 

A vinculação de receitas significativas do petróleo à educação pública e à saúde só não ocorreu na noite da última quarta-feira, 10 de julho, devido à obstrução praticada por partidos da base aliada. O texto da Câmara dos Deputados venceu o Projeto de Lei do Senado, que embora seja defendido pelo Governo Federal, distribui menos recursos às áreas sociais.

Diante da votação inconclusa, a sociedade brasileira precisa permanecer alerta. Mesmo que o principal já esteja aprovado, os destaques em jogo, caso sejam aceitos, praticamente anulam tudo o que foi conquistado até aqui, transformando o bom texto da Câmara naquele aprovado pelo Senado Federal. (Veja aqui os destaques)

Frente a esse risco de retrocesso, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação conta com o compromisso dos deputados e das deputadas em rejeitar todos os destaques, mantendo coerência com a última votação.

Com isso, o Parlamento será capaz de responder à demanda histórica da sociedade brasileira por mais recursos para as áreas sociais, beneficiando as gerações presentes e futuras. A experiência mostra que pais com acesso à saúde e educação de qualidade geram filhos mais saudáveis e com melhor formação. Ou seja, consagrar os direitos sociais das gerações atuais é, também, promover o direito das gerações futuras.

A diferença entre o texto da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é simples: o projeto primeiro oferece uma maior quantidade de fontes de receitas petrolíferas para a educação pública e a saúde. Afora os recursos oriundos com royalties e participações especiais dos contratos sob regime de concessão, previstos nas duas propostas, o texto da Câmara vincula também metade do Fundo Social do Pré-Sal à educação pública, e faz isso somente até o cumprimento das metas do PNE (Plano Nacional de Educação). Além disso, vincula recursos advindos da exploração das áreas de unitização dos reservatórios de petróleo. Diferentemente, o texto do Senado insiste em apenas aplicar os rendimentos do Fundo-Social do Pré-Sal, o que resulta em um montante irrisório de recursos, e não considera os reservatórios unitizáveis.

Assim, diferente do que tem sido veiculado pela imprensa, as disputas em torno da vinculação de mais receitas do petróleo à educação pública e a saúde supera os naturais conflitos entre governo e oposição. Também não se trata de um simples caso de desarticulação da base aliada. Muito mais que isso, representa essencialmente o compromisso histórico de diversos parlamentares com o direito à educação, além da chance do parlamento em dar uma resposta adequada às demandas das ruas.

Tanto é assim, que a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados produziu moção de apoio ao texto da Câmara, em detrimento do PL substitutivo do Senado Federal. Na conclusão, afirma:

“Esta posição tem caráter suprapartidário, estando em consonância com as manifestações das entidades de defesa da educação brasileira, majoritariamente expressas durante todo o debate do Plano Nacional de Educação.” (Leia a íntegra do Documento).

O caráter suprapartidário ficou expresso na única votação nominal relacionada à aplicação de receitas petrolíferas em educação pública e saúde. Dedicada a decidir o procedimento de voto da matéria, mesmo parlamentares da base de sustentação do governo, mas que são historicamente dedicados às pautas da educação pública e da saúde, votaram corretamente “não” à análise, trecho por trecho, do PL do Senado Federal. (clique e veja como votaram os deputados). Se o exaustivo método proposto fosse aprovado, o texto da Câmara certamente seria rejeitado, prejudicando a consagração dos direitos sociais.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação reitera que diante das gritantes necessidades do país, o Parlamento deve, antes de tudo, beneficiar os direitos sociais, especialmente quando são legitimados pela participação cidadã.

 

Assina: Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Ação Educativa

ActionAidBrasil

CCLF (Centro de Cultura Luiz Freire)

Cedeca-CE (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)

CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)

Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente

Mieib (Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)

MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

Uncme (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação)

Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

Dep. André Figueiredo responde aos que querem cortar R$ 128 bilhões das receitas do pré-sal para a Educação

Veja no vídeo abaixo a intervenção do Deputado André Figueiredo (PDT-CE) respondendo o líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), durante a votação do substitutivo do Senado sobre os royalties do petróleo. O texto do Senado retirava boa parte dos recursos para a Educação e Saúde que a Câmara havia aprovado por unanimidade.

 

Vídeo do Deputado André Figueiredo

 

Veja abaixo outras intervenções no plenário:

 

Deputado Eleuses Paiva (PSD-SP)

Deputado Glauber Braga (PSB-RJ)

Deputado Chico Alencar (PSol-RJ)

Câmara rejeita cortes na Educação e Saúde que governo impôs a Senado

A Câmara dos Deputados derrubou na quarta-feira (10/07) a maioria dos dispositivos do substitutivo do Senado sobre os royalties do petróleo que retirava boa parte dos recursos para a Educação e Saúde que a Câmara havia aprovado com base no relatório do deputado André Figueiredo (PDT-CE).
Figueiredo disse que a votação “foi uma grande vitória desta Casa”. Ele lembrou que o texto da Câmara destina R$ 210 bilhões para a educação nos próximos dez anos. Segundo o deputado, o texto do Senado reduz esse valor a menos da metade.
Por 217 votos a 165, os deputados rejeitaram a versão do Senado e retomaram o texto aprovado pela Câmara
A votação só não foi totalmente concluída por conta de uma manobra obstrutiva da liderança do PMDB. Com isso, alguns destaques ainda serão votados. O presidente da Câmara, que apoiou a manobra, anunciou que pretende concluir a votação na próxima semana, véspera do recesso parlamentar. Mas André Figueiredo rejeitou a possibilidade de concluir a votação do projeto com o plenário vazio. “Vamos votar quando o Congresso estiver cheio, após o recesso”, afirmou.
É preciso estar atento para encher de estudantes as galerias, no dia da votação, pois tudo indica que o presidente da Câmara, Henrique Alves, tem a intenção de dar um golpe.
Cara de pau ele é. Senão não teria enchido um avião da FAB de parentes para assistir Brasil e Espanha no Maracanã.

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Câmara multiplicou por 10 as receitas do pré-sal para Educação

Manifestação reúne mais de 15 mil na Paulista

Dia Nacional de luta mobiliza todo o país! Em São Paulo, manifestação ocupou a Paulista

Manifestação reúne mais de 15 mil na PaulistaMais de 15 mil pessoas participaram da manifestação que tomou a Avenida Paulista, no dia 11 de Julho, Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações, organizado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, como UNE, MST e diversas outras entidades. Com forte participação dos estudantes, a manifestação se concentrou no vão livre do MASP e depois seguiu em passeata até o centro da cidade.

Durante o ato, os dirigentes das entidades rechaçaram a política econômica do governo de manter o superávit primário, privilegiando o pagamento de juros, enquanto a população vive em condições cada vez piores com transporte, saúde e educação em precários.

Mais Educação, Menos Juros!, afirmam estudantes no protestoA situação crítica da Educação foi denunciada pelos estudantes que participaram do ato, organizados pela UMES, que levou um grande painel exigindo “Mais Educação, Menos Juros!”.

Os estudantes fizeram um ato em frente ao Citibank e, com uma fita e o cartaz, afirmaram: “Não ultrapasse. Cena de crime”, denunciando o assalto dos bancos ao povo brasileiro. “Não podemos mais permitir que bilhões de reais sejam entregues aos bancos todos os anos, através do superávit primário. Esse dinheiro é da Educação, é da Saúde e do Transporte. É preciso investir em educação, em estrutura nas escolas, investir na expansão das universidades públicas, que está paralisada. Chega de juros”, afirma Rodrigo Lucas Paulo, presidente da UMES.

A presidente da UNE, Virgínia Barros, também convocou os estudantes a se somarem à luta dos trabalhadores por mais investimento público no serviço público.

Em sua falação, no caminhão de som, o presidente da CUT, Vagner Freitas, ressaltou que há dois pontos dos quais a central diverge completamente do governo federal: a taxa de juros e o superávit primário. Freitas afirma que “foi uma excrescência” a elevação da taxa de juros pelo banco central na quarta-feira, dia 10.

Para o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), as riquezas produzidas pelos brasileiros precisam ser investidas no nosso desenvolvimento. “Não é possível o governo federal transferir através do superávit primário, juros e amortizações, desde 2011, mais de um trilhão de reais”. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, também criticou a política econômica do governo.

Na passeata, os participantes se manifestaram contra a Rede Globo, que tentou fazer uma montagem na gravação, pedindo para as pessoas segurarem placas de seu interesse. (Veja aqui o vídeo).

O Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações mobilizou todo o país, com manifestações, greves e bloqueio de rodovias em todos os estados. Ainda na capital houve manifestação nas marginais Tietê e Pinheiros, Radial Leste, Av. Salim Farah Maluf, Ponte do Socorro e Ponte Estaiada. Não houve na cidade nenhum engarrafamento, nem mesmo na hora do hush.

Pelo país, os petroleiros também participaram da mobilizando e paralisaram as atividades em vários estados. Entre as bandeiras apresentadas pela categoria está o fim dos leilões do petróleo. Pararam ainda portuários e trabalhadores de grandes obras.

 

Veja mais informações: 

CUT

CGTB

CTB

UGT

Nova Central

Conlutas

MST

UNE

Hora do Povo

FUP

Agência Sindical

 

 

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: A Um Passo da Eternidade

No próximo sábado, 13/07, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Um Passo da Eternidade”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca!

 

A UM PASSO DA ETERNIDADE

Fred Zinnemann (1953), com Burt Lancaster, Deborah Kerr, Montgomery Clift, Donna Reed, Frank Sinatra, Ernest Borgnine, EUA, 118 min.

 

Sinopse

Na base militar de Schofield, Havaí, vidas que se consomem em tramas paralelas de paixões conflituosas, traição, amizade e abuso de poder são bruscamente transformadas pelo raide japonês contra Pearl Harbour. Estamos em 7 de dezembro de 1941. O ataque ao quartel-general da frota do Pacífico define a entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial.

“A Um Passo da Eternidade” foi vencedor de oito prêmios Oscar, incluindo os de Melhor Diretor e Melhor Filme.

 

Direção: Fred Zinnemann (1907-97)

Diretor dos clássicos “Matar ou Morrer” (1952) e “A Um Passo da Eternidade” (1953), Zinnemann nasceu em Viena, trabalhou na Alemanha ao lado de outros iniciantes como Billy Wilder e Robert Siodmak. Mudou-se para Hollywood em dezembro de 1934. Dirigiu 20 curtas e 24 longas, entre os quais “A Sétima Cruz” (1946), “The Search” (1948), “O Velho e o Mar” (1958), “O Homem que Não Vendeu Sua Alma” (1966), “O Dia do Chacal” (1973), “Júlia” (1977).

 

Argumento Original: James Jones (1921-77)

Ramon James Jones nasceu em Robinson, Illinois. Em 1939 alistou-se no Exército. Testemunhou o ataque a Pearl Harbor, que levou ao seu primeiro romance publicado, “From Here To Eternity” (1951), adaptado para o cinema por Fred Zinnemann, em 1953, mais tarde transformado em série de TV.  Sua experiência de guerra também inspirou  outras obras levadas às telas por Hollywood: “Some Came Running” (Vincent Minelli, 1958) e “The Thin Red Line” (Andrew Marton, 1964. Terence Malik, 1998).

 

Música Original: George Duning (1908-2000)

O músico e compositor George During estudou no Conservatório Musical de Cincinnati. Tocou trompete e piano na banda Kay Kyser. Foi maestro e arranjador da American Forces Network. Em 1946 assinou contrato com a Columbia Pictures. CompÃ?s as trilhas de mais de 300 filmes e produções para televisão, inclusive episódios da série “Jornada nas Estrelas” (1968-69). Recebeu cinco indicações para o Oscar, as músicas de

“A Um Passo da Eternidade” (Fred Zinnemann, 1953) e “Picnic” (Joshua Logan, 1955) estão entre elas.

 

Veja aqui o trailer do filme!

Rodrigo Lucas, presidente da UMES

Câmara aprova Estatuto da Juventude e restabelece direito à meia-entrada!

Rodrigo Lucas, presidente da UMESO Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (9), o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 4529/04, que institui o Estatuto da Juventude. O Estatuto garante direitos a jovens de todo o Brasil.

De autoria da Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude, a matéria foi relatada pela deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), e tem como principal benefício a garantia da meia-entrada, estabelecendo uma cota de 40% dos ingressos de eventos artístico-culturais e esportivos, que será reservada para os estudantes. O item foi consenso entre artistas, produtores culturais, estudantes e Governo.

O Estatuto da Juventude também disciplina a emissão da carteirinha estudantil assim como o PL 4571/08 – lei que regulamenta a lei de meia-entrada no Brasil – e assegura aos estudantes regularmente matriculados em qualquer nível ou modalidade de ensino o desconto de 50% do valor do preço da entrada em eventos artísticos, culturais, de entretenimento e lazer, em todo o território nacional. A emissão da carteirinha do estudante será emitida pelas entidades reconhecidas: União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes (UBES), entidades estaduais e municipais filiadas a elas, Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs), centros e diretórios acadêmicos, além da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

O presidente da UMES, Rodrigo Lucas, ressalta que a aprovação do projeto traz de volta um direito que foi retirado dos estudantes. “A MP 2208 banalizou a meia-entrada no país ao permitir a multiplicação de carteiras falsas. Isso acabou elevando enormemente os preços dos ingressos e, na prática, acabando com a meia-entrada. Agora, nosso direito será restituído”. Para a presidente da UNE, Vic Barros, a aprovação do Estatuto é uma vitória, uma vez que em 2001, a medida provisória 2.208 desregulamentou a emissão da carteira permitindo a proliferação de carteiras falsas, banalizando a meia-entrada no Brasil. Para a entidade, a bagunça na emissão das carteiras teve um efeito ainda mais perverso: o encarecimento da cultura no Brasil. “A UNE entende que educação vai além da sala de aula e a cultura tem um papel fundamental nisso. E o acesso a cultura para os estudantes é a partir da meia-entrada”, afirmou.

Com a aprovação do Estatuto, que agora vai à sanção da presidente Dilma, também terão direito à meia-entrada jovens pertencentes a famílias de baixa renda com até 29 anos.

Educação e Saúde perdem verbas de royalties em votação no Senado

Na votação do Senado, na terça-feira, do projeto sobre a destinação dos royalties do pré-sal para a Educação e a Saúde, o mais espantoso foi a leviandade – sem nenhuma consideração com os interesses nacionais e problemas sociais – dos emissários do governo, em especial o ministro Mercadante, alarmista de uma suposta “doença holandesa”, que destruiria o país, se o Senado não cortasse os recursos que a Câmara aprovou para a Educação e a Saúde.

“Doença holandesa” é uma desindustrialização supostamente devido à abundância de recursos advindos do petróleo, que, por efeito cambial, faria com que fosse mais barato importar do que fabricar mercadorias no país. Infelizmente, para isso não precisamos dos preciosos recursos do pré-sal. Basta a política econômica do sr. Mantega e outros colegas do ministro Mercadante.

Não foi o “excesso” de recursos do petróleo que desindustrializou a Holanda, mas a opção de sua decadente oligarquia financeira por submeter-se a outras oligarquias financeiras. Mas, disse o ministro que “todos os países produtores de petróleo que pegaram os recursos do petróleo e jogaram na economia viveram a chamada ‘doença holandesa’ (…) como na Venezuela, Iraque, Irã e Arábia Saudita. Não queremos gastar esses recursos imediatamente e queremos que sejam preservados a médio e longo prazos“.

O ministro quer botar o dinheiro do pré-sal no banco para render juros. Nada desse negócio de incentivar a produção – ou seja, a indústria – ou a Educação. O resto é marketing – misturar Venezuela, Iraque, Irã e Arábia Saudita é bom para a “doença estadunidense”, mas nada tem a ver com a holandesa.

O governo não conseguiu restabelecer inteiramente no Senado o seu fantástico projeto inicial, que acrescentava, até 2022, a média anual de R$ 3,6 bilhões para a Educação (3,7% da verba do MEC de 2013) – num total de R$ 25,8 bilhões em nove anos. Mas não ficaram sem recompensa os esforços de Mercadante e da persuasiva ministra Ideli – esse dínamo da articulação política. No final, até o líder do governo, e relator do projeto no Senado, Eduardo Braga, reconheceu o que fora feito, ao dizer que, em 2014, “a educação brasileira já poderá contar com R$ 4 bilhões a mais“. R$ 4 bilhões a mais para um setor que, anualmente, tem, nos três níveis, uma verba anual superior a R$ 150 bilhões!

Porém, o projeto terá que voltar para a Câmara, onde poderá ser corrigido.

As modificações introduzidas pelo Senado no projeto aprovado pela Câmara foram as seguintes:

1) No texto aprovado na Câmara, destina-se à Educação “as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios provenientes dos royalties e da participação especial decorrentes de áreas cuja declaração de comercialidade tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de 2012“.

No substitutivo do Senado: “as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios provenientes dos royalties e da participação especial, relativas acontratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012” (cf. artigo 2º, inciso II de ambos os projetos).

Foram cortadas as receitas de contratos anteriores a 03/12/2012 ainda sem “declaração de comercialidade” (autorização para vender o petróleo). O que significa reduzir os recursos para a Educação numa vasta área do pré-sal. Dos campos em exploração no pré-sal, somente em dois (Sapinhoá e Lula) foi “declarada a comercialidade” . Permanecem sem “declaração de comercialidade”: Bem-te-vi, Carioca, Guará, Iara, Parati, Tupi, Caramba, Júpiter, além de Azulão/Guarani (devolvido pela Esso à ANP).

2) No projeto da Câmara, de autoria do deputado André Figueiredo (PDT-CE), destina-se “50% (cinquenta por cento) dos recursos recebidos pelo Fundo Social” do Pré-sal à Educação. No projeto do Senado, isto é reduzido para “50% (cinquenta por cento) dos rendimentos dos recursos recebidos pelo Fundo Social” (cf. artigo 2º, inciso III de ambos os projetos).

Os rendimentos dos recursos do Fundo Social do Pré-sal, de 2013 a 2022 são calculados em R$ 9,37 bilhões. Já os recursos do Fundo, no mesmo período, são calculados em R$ 221,09 bilhões.

O projeto original do governo destinava à Educação 50% dos rendimentos, ou seja, 50% de R$ 9,37 bilhões – ao todo, R$ 4,69 bilhões, de 2013 a 2022. O projeto aprovado pela Câmara aumentou esses recursos para 50% de R$ 221,09 bilhões – ou seja, R$ 110,55 bilhões no mesmo período.

O substitutivo do Senado reduziu, outra vez, esses recursos a R$ 4,69 bilhões.

3) O substitutivo do Senado suprimiu os recursos para Educação e Saúde das “receitas da União decorrentes de acordos de individualização da produção” – previstas pelo artigo 36 da Lei n° 12.351, de 22 de dezembro de 2010, ou seja, pela nova lei do petróleo (cf. artigo 2º, inciso IV do projeto da Câmara). Com isso, reduziu em R$ 42,33 bilhões os recursos para a Educação e Saúde – pois esta é a receita prevista dos “acordos de individualização da produção” até 2022.

4) O substitutivo do Senado estabelece que “as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios provenientes dos royalties e da participação especial poderão ser aplicadas no custeio de despesas (…) inclusive as relativas a pagamento de salários (…) limitado a 60% do total“.

Muito justo. O problema é que o projeto aprovado pela Câmara é muito mais amplo (cf. Art. 5°). Na verdade, o substitutivo do Senado estabelece uma restrição (“limitado a 60% do total“) que não existe no projeto aprovado pela Câmara.

5) O governo fez um escarcéu propagandístico em cima de que, no substitutivo do Senado, teria destinado 50% dos royalties da área do pré-sal que está sob regime de concessão diretamente para a Educação, recursos que antes iriam para o Fundo Social.

É verdade (cf. artigo 3º do substitutivo do Senado). Mas esse aumento de recursos está longe, muito longe, de compensar as perdas em relação ao projeto aprovado pela Câmara.

Até a hora em que fechamos esta edição, a estimativa era que os recursos para a Educação e Saúde, se o substitutivo do Senado prevalecesse, até o ano 2022, seriam reduzidos de R$ 295,84 bilhões para R$ 90 bilhões – que seriam divididos entre Educação (R$ 67,5 bilhões) e Saúde (R$ 22,5 bilhões). A consultoria da Câmara dos Deputados, em uma primeira avaliação, publicou na manhã de quinta-feira um cálculo com uma redução para R$ 96,44 bilhões.

Ou seja, uma média anual de mais R$ 7,5 bilhões para a Educação e mais R$ 2,5 bilhões para a Saúde, um acréscimo perfeitamente ridículo: somente em 2013, o Orçamento do Ministério da Saúde é de R$ 100,44 bilhões e o do Ministério da Educação é R$ 98,05 bilhões – cf. a dotação atualizada do último Relatório Resumido da Execução Orçamentária, do Tesouro Nacional (janeiro-maio, “Tabela 5 – Demonstrativo das Despesas da União por Poder e Órgão“, página 54).

6) Por último: o substitutivo do Senado rendeu-se ao charivari da quadrilha de petroleiras multinacionais – e de seus capachos no governo, como o ministro Lobão – contra o estabelecimento de um piso de 60% para o óleo-lucro que ficará com a União na partilha da produção que prevê a nova lei do petróleo. Por falta de espaço não nos estenderemos. Nem é necessário: as petroleiras estrangeiras querem, de preferência, todo o pré-sal – e que o Brasil fique a ver navios. Só que, assim, não há financiamento da educação. Por isso, o projeto terá quer ser corrigido outra vez na Câmara.

 

CARLOS LOPES

 

Texto extraído da Hora do Povo – Edição nº 3.166

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: A Jovem Guarda

No próximo sábado, 06/07, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Jovem Guarda”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca!

 

A JOVEM GUARDA

Sergei Gerasimov (1948), com Vladimir Ivanov, Inna Makarova, Nonna Mordyukova, Sergei Gurzo, Lyudmila Shagalova, URSS, 189 min.

 

Sinopse

Durante a Grande Guerra Patriótica, a cidade de Krasnodon, no sudeste da Ucrânia, é ocupada pelos nazistas, em 20 de julho de 1942. Em outubro, um grupo de estudantes e trabalhadores cria uma organização denominada “Jovem Guarda”, que realiza o trabalho clandestino de agitação e propaganda, promove atos de sabotagem contra as tropas alemãs e tem como objetivo juntar-se às unidades avançadas do Exército Vermelho – que viriam a libertar a cidade em fevereiro de 1943.

O filme se baseia em eventos reais retratados no popular romance de Alexander Fadeyev, “A Jovem Guarda”.

A situação da guerra, naquele período, começava a mudar. A blitzkrieg alemã conseguira tomar Kiev, capital da Ucrânia, em setembro de 1941, mas fora detida às portas de Leningrado e Moscou. Em janeiro de 1942, o contra-ataque soviético impõe à Wehrmacht a primeira derrota, obrigando-a a suspender o cerco a Moscou. O comando alemão muda a estratégia. Sem cereais e combustível para uma guerra prolongada, Hitler procura obtê-los consolidando a ocupação da Ucrânia e Bielo-Rússia, enquanto concentra o grosso das forças no ataque a Stalingrado, para assumir o controle dos campos petrolíferos do Cáucaso. A Batalha de Stalingrado inicia em agosto de 1942 e termina em 2 de fevereiro de 1943, com a vitória do Exército Vermelho. A partir daí os soviéticos passariam à ofensiva e os nazistas à retranca.

 

Direção: Sergei Gerasimov (1906-85)

Sergei Appolinarievich Gerasimov nasceu Chelyabinsk, na Rússia. Em 1928 graduou-se na Faculdade de Artes Cênicas de Leningrado. Começou sua carreira no cinema, como ator em 1924, integrando-se ao grupo FEKS, fundado por Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg. Contratado para produzir versões cinematográficas de clássicos literários do realismo socialista, realizou em 1948 a adaptação do romance “A Jovem Guarda”, de Alexander Fadeyev. Em 1957-58 dirigiu as duas partes do épico “Don Silencioso”, de Mikhail Sholokhov.  A escola de cinema mais antiga do mundo, o VGIK (Instituto de Cinematografia Gerasimov), leva seu nome desde 1986. Dirigiu também os filmes “Cidade da Juventude” (1938), “O Professor” (1939), “A Velha Guarda” (1941), “A Nova China” (1952), “O Jornalista” (1967), “À Beira do Lago”(1969),“Leo Tolstoi” (1984).

 

Argumento Original: Alexander Fadeyev (1901-56)

Nascido em Kimry, Distrito Federal do Tver, o escritor Alexander Alexandrovich Fadeyev foi um dos fundadores da União dos Escritores Soviéticos e seu presidente de 1946 a 1954.

Em 1921-22, estudou na Academia de Mineração de Moscou. Foi, entre os anos de 1942-44, editor-chefe da “Gazeta Literária”, organizador da revista “Outubro”, correspondente militar do jornal “Pravda”. Em 1945, escreveu o clássico “A Jovem Guarda” pelo qual foi agraciado com o Prêmio Stalin (1946).

Entre suas obras estão “Durante Trinta Anos” (coletânea de artigos jornalísticos), os romances “A Derrota” (1927),  “Dezenove” (1927) e “O Último dos Udege” (1930-40).

 

Música Original: Dmitri Shostakovitch (1906-75)

Dmitri Dmitriyevich Shostakovich estudou piano com Leonid Nikolaiev e composição com Steinberg e Glazunov. Sua primeira sinfonia foi escrita em 1926, aos 19 anos, como tese de conclusão do curso no Conservatório de Leningrado.

Com uma música envolvente que ultrapassou fronteiras, Shostakovich foi celebrado em prosa e verso na URSS e criou uma obra que impressiona pela qualidade e quantidade: 15 sinfonias; 6 concertos para piano, violino e violoncelo; suas Danças Fantásticas; 24 prelúdios para piano; 24 prelúdios e fugas para piano; 2 sonatas; 8 quartetos de cordas, diversas obras de música de câmara, 3 óperas e mais de 100 trilhas para cinema. Sua filmografia inclui “Outubro” (Eisenstein, 1928), “A Juventude de Maxim” (Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg, 1935), “A Defesa de Volotchayevka” (Georgi e Sergei Vasilyev, 1937), “Amigos” (Lev Arnchstan, 1939), “Berlim” (Yuli Raizman, 1945), “Pirogov” (Grigori Kozintsev, 1947), “Michurin” (Aleksandr Dovzhenko, 1949), “A Jovem Guarda” (Sergei Gerasimov, 1949), “A Queda de Berlim” (Mikhail Chiaurelli, 1950), “O Inesquecível Ano de 1919” (Mikhail Chiaurelli, 1951), “O Gadfly” (Aleksandr Faintsimmer, 1956).

Curiosamente, nove entre dez sites relacionados pelo Google apresentam o compositor como vítima de intensa perseguição, durante a Era Stalin (1927-53), que o teria levado inclusive a desenvolver “impulsos suicidas”. De objetivo, há duas críticas desfavoráveis no Pravda, em 1936, à ópera “Lady Macbeth” e ao balé “O Límpido Regato”, e menções esparsas de “formalismo” feitas, em 1948, por Andrei Zhdanov, presidente do Soviete Supremo (1946-47). Deve ter sido uma perseguição “insuportável” para quem recebeu nove prêmios Stalin entre 1941 e 1952, além de ser eleito deputado ao Soviete Supremo, em 1951.