Uma noite no cinema

Títulos como este somente aparecem quando a ação deixou ou está deixando de ser comum. Assim, acho eu, seria difícil batizar alguma obra como “Uma noite no circo” ou “Uma noite na ópera”, se ir a um ou a outra após o por do sol fosse um hábito tão comum a ponto de não ter importância.

Esse nariz de cera, leitor, é para introduzir (não me entenda mal) um grande programa, se você mora em São Paulo: a “Mostra Subversiva” do “Cinema no Bixiga”, seleção de filmes exibida aos sábados, com direito a reprise na sexta-feira seguinte, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira*. A entrada é franca e, ao contrário do velho adágio, segundo o qual até injeção no olho é bom se for gratuita, dessa vez o que é oferecido é tão valioso que não tem preço. Por isso, ninguém tem de pagar.

Boa parte da “Mostra Subversiva” é famosa e conhecida (“Amarcord”, de Fellini; “O Jardim dos Finzi Contini”, de Vittorio de Sica; e, certamente, “Casablanca”, de Michael Curtiz).

Mas, leitor, onde alguém poderia assistir a “Trem Noturno para Munique” – que passou no dia 23 de março -, o segundo sucesso de Carol Reed, filmado em 1940, depois de “Sob a Luz das Estrelas” (1939) – e ainda antes do início de sua colaboração com Graham Greene, que redundaria em “O Ídolo Caído” (1948), “O Terceiro Homem” (1949) e “Nosso Homem em Havana” (1959)?

A propósito, na época, Greene era o principal crítico de cinema inglês – e foi responsável pelo reconhecimento precoce de Reed (apesar de, em nossa opinião, Greene ter sido um pouco estimulado por sua antipatia pessoal em relação ao outro grande diretor inglês da época, Alfred Hitchcock).

“Trem Noturno para Munique” pertence a um gênero especial, não sei se já classificado e com nome (ou, como dizem, ou diziam, certos franceses especialmente pedantes, por exemplo, Gilles Deleuze, “inscrito numa taxionomia” cinematográfica).

Porém, não importa o nome do gênero. Qualquer um que tenha assistido aos velhos seriados – aqueles que, nos anos 50 e 60 do século passado, ainda passavam nas matinês de fim de semana – reconhecerá “Trem Noturno para Munique” como pertencente ao mesmo gênero, depois ressuscitado por Spielberg nos filmes de Indiana Jones.

Reed mescla esse gênero com o music hall (Rex Harrison aparece cantando, 24 anos antes de “My Fair Lady”, como disfarce de sua atividade de agente secreto – embora ninguém saiba por que um agente inglês precisaria de tal disfarce dentro da Inglaterra; mas essas coisas fazem parte do gênero) e, também, com o circo (os dois ingleses perdidos na Alemanha nazista, uma referência à dupla de clowns – originária, parece-me, da commedia dell’arte – com seus dois tipos, o clown “branco” e o clown “augusto”; a juventude de hoje talvez tenha dificuldade em reconhecê-los, mas não os que conheceram Carequinha e seu inseparável companheiro Fred – ou o Gordo e o Magro).

A Inglaterra, na época do filme, estava sob intenso bombardeio nazista (a batalha aérea somente terminaria no final de 1940) e sob ameaça de invasão. O filme de Reed, com seus homens e mulheres comuns, além de um heroi – um sucedâneo progressista do famoso Pimpinela Escarlate -, sua dedicação aos aliados que estavam ocupados por Hitler, e, sobretudo, seu humor, era bem o que os ingleses precisavam ver nas telas naquele momento. Não é uma surpresa, portanto, que tenha feito tanto sucesso.

De quebra, uma curiosidade: Paul Henreid, que, dois anos depois, faria Victor Laszlo – o herói e líder da Resistência (e, claro, marido que recupera Ingrid Bergman das garras de Humphrey Bogart) em “Casablanca” -, no filme de Carol Reed faz o vilão nazista, um SS ou Gestapo especialmente repugnante. Em “Trem Noturno para Munique” o ator ainda aparece nos créditos como Paul von Henreid (ele era, realmente, um nobre austríaco – mas, antinazista, preferiu cortar o von de seu nome, no que fez muito bem).

 

CARLOS LOPES

Texto extraído do jornal Hora do Povo, edição de 5 de abril de 2013

 

* R. Rui Barbosa, 323 – Bela Vista. Sessões aos sábados, 17h e reprise às sextas, 18h.

 

Próximos filmes:

 

Vencer – direção e argumento original Marco Bellacchio

Dividir e Conquistar – direção Frank Capra e Anatole Litvak

A Batalha da Inglaterra – direção Frank Capra e Anthony Veiller

Casablanca – direção Michael Curtiz

Sessão Especial de Justiça – direção Costa-Gavras

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme

13/04/2013

VENCER

Marco Bellocchio (2009)

com Giovanna Mezzogiorno, Filippo Timi, Corrado Invernizzi, Fausto Russo Alesi, ITÁLIA, 128 min.

 

Sinopse

O filme narra a história de Ida Dalser, que deu à luz o filho de Mussolini, Benito Albino, em 1914, antes da eclosão da 1ª. Guerra Mundial. O casal perdeu contato no início do conflito, mas Ida passou a receber regularmente uma pensão de guerra enviada pelo então Reino de Itália. Ao localizar Mussolini num hospital, em Treviglio, ela descobriu que ele casara, em dezembro de 1915, com Rachele Guidi, com a qual tinha uma filha nascida em 1910. Após sua ascensão política, em 1922, Benito Mussolini suprimiu as informações sobre o relacionamento com Ida, cuja insistência em ver seu casamento e seu filho reconhecidos pelo pai foi respondida pelo Duce com a colocação de ambos sob vigilância policial, seguida da internação em hospícios, onde vieram a morrer.

Para desgosto de Berlusconi, o filme recebeu 15 indicações para o Davi di Donatello e venceu em 8 categorias, inclusive Melhor Direção.

 

Direção e Argumento Original: Marco Bellocchio (1939- )

Bellocchio nasceu em Bobbio, Emilia-Romagna. Estudou cinema em Roma, no Centro Experimental de Cinematografia (1959-62), e depois em Londres. De volta a Itália, dirigiu, com a idade de 26 anos, seu primeiro filme, o polêmico e inconformista “De Punhos Cerrados” (1965), que é até hoje uma de suas obras mais assistidas. Realizou cerca de 30 longas, entre os quais se incluem “La China È Vizina” (1967), “Nel Nome del Padre” (1972), “Sbatti Il Mostro In Prima Pagina” (1972), “A Gaivota” (1977), “Diabo no Corpo” (1986), “Il Sorriso de Mia Madre” (2002), “Bom Dia, Noite” (2003), “Vencer” (2009), “Bella Addormentata” (2012).

 

Música Original: Carlo Crivelli (1953- )

Crivelli, natural de Roma, estudou composição na Accademia Nazionale di Santa Cecilia, onde se formou em 1983. Realizou sua primeira trilha musical para o filme de Marco Bellocchio, “O Diabo no Corpo” (1986), mantendo a partir de então assídua parceria com o diretor. Em 2002, fundou com Jonathan Williams a Orquestra Cidade Aberta, especializada na gravação de trilhas para cinema. “Una Ballata Bianca” (Stefano Odoarti, 2007) e “È Stato Il Figlio” (Danielle Cipri, 2012) são outros dos filmes para os quais compôs.

Professores de São Paulo iniciam greve em abril por reajuste salarial integral

Os professores da rede pública do estado de São Paulo aprovaram, em assembleia que reuniu cerca de 5 mil servidores nesta sexta-feira, greve a partir do dia 19 de abril. Na mesma data, para marcar o início da Campanha Salarial, será organizada uma nova assembleia no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, que seguirá em passeata até à Praça da República.

No último dia 12, a diretoria da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) se reuniu com o secretário de Educação e mais uma vez entregou a pauta dos professores. Segundo a entidade, o Governo não respondeu a nenhuma das reivindicações.

Em relação aos reajustes salariais, os professores reivindicam a recomposição do reajuste de 2012, uma vez que não foi cumprido o total do reajuste aprovado em lei no ano de 2011. “O reajuste de 10,2% concedido em 2012 contém 5% que já estavam previstos na lei complementar 1107/2010, como parcela da incorporação da GAM (Gratificação por Atividade de Magistério). Ou seja, nosso reajuste, de fato, foi de apenas 5% em 2012”, afirma a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, Bebel. Na lei estadual (1143/2011), que trata do reajuste salarial do magistério, estão previstos os reajustes dos professores até 2014, sendo 10,2% em 2012, 6% em 2013 e 7% em 2014, e mais a incorporação da GG (Gratificação Geral).

Além da recomposição do reajuste de 2012, os professores reivindicam um novo reajuste para este ano, de 36,74%, referente às perdas salariais desde 2008. De acordo com a própria lei do governo estadual (Artigo 5º), fica estabelecido que “haverá, anualmente, processo de negociação entre Governo do Estado e as entidades representativas dos integrantes das carreiras do magistério para que se avalie o plano salarial estabelecido na presente lei”.

Bebel afirma que “essa lei definiu a constituição de uma comissão salarial paritária para discussão da adequação desta política ao comportamento da inflação, mas a comissão sequer foi convocada pelo governo”.

A presidente destaca a desvalorização permanente que os professores vêm sofrendo com a redução das despesas da Secretaria da Educação com pessoal: “Em 1998, a secretaria investia 88,4% do seu Orçamento com despesas com pessoal, sendo 57,6% com servidores em exercício e 30,8% com aposentados e pensionistas. Em 2011 o quadro foi substancialmente alterado. As despesas com pessoal correspondiam somente a 61,6%, sendo 40,6% com servidores em exercício e 21,0% com aposentados e pensionistas”.

Além dos reajustes, a categoria também reivindica, entre outros pontos, o cumprimento da lei nacional do piso, que determina que no mínimo 33% da jornada de trabalho seja destinada a atividades de formação e preparação de aulas; e dignidade na contratação dos professores da categoria O (temporários sem estabilidade), que são impedidos, inclusive, de utilizar atendimento pelo IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual).

 

Fonte: Jornal Hora do Povo e Apeoesp 

 

2º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – JESP

Estão abertas, até o dia 5 de abril, as inscrições para o II Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP), organizado e realizado pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES).

O projeto tem como objetivo não só estimular a prática esportiva no ambiente escolar, principalmente neste momento especial em que o nosso país irá sediar os dois principais eventos esportivos do mundo: A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, mas também incentivar o papel do esporte enquanto função social.

Nesta segunda edição do projeto, patrocinado pela Petrobrás, estão sendo inscritas equipes nas modalidades Handebol, Futsal e Voleibol, nos gêneros feminino e masculino.

Serão quatro equipes por modalidade/gênero em cada região: Centro-Norte, Leste, Oeste e Sul. Com isso serão envolvidos mais de mil alunos de forma direta e 40 mil indiretamente, através da mobilização escolar e sua comunidade.

Além da participação nos jogos, as equipes deverão apresentar duas contrapartidas:

Ambiental – A equipe juntamente com sua escola deverá recolher o maior número possível de materiais recicláveis, como: latas de alumínio, garrafas pets 2L e papel/jornal. A escola que recolher o maior número de materiais, além de acumular o maior número de pontos para a escola, receberá o troféu: “Reciclagem, eu curto essa ideia”. Com isso, serão recolhidos cerca de 60 mil latinhas de alumínio, 34 mil garrafas de plástico e 10 mil kg de papel/jornal.

Social – Cada equipe deverá reunir 150 alunos para uma sessão de Cine Clube onde assistirão a um filme relacionado ao esporte e realizarão um debate. No total serão 15 mil espectadores participantes das sessões de Cine-Clube.

 

Entre no site www.jesp.org.br e veja como se inscrever passo a passo. 

Bloco UMES Caras Pintadas homenageia o Desporto Brasileiro

O tradicional Bloco UMES Caras Pintadas, que comemora este ano 20 anos de folia, irá homenagear o desporto brasileiro neste momento especial em que o Brasil se prepara para sediar os dois maiores eventos esportivos do mundo: A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O tema deste ano será “Nas Olimpíadas e na Copa a vitória é nossa. Com os Caras Pintadas não há que possa”.

O Brasil aspira encontrar-se com seu destino: transformar-se numa grande potência esportiva na cena mundial. Nas Olimpíadas de Londres, conquistamos 17 medalhas e na Paraolimpíadas, trouxemos 43 medalhas, ficando em 7º lugar no quadro geral. O esporte necessita ingressar definitivamente na vida de todos os brasileiros, desde o berço até a velhice. Agora temos essa possibilidade de potencializar ainda mais as nossas conquistas, levando a nossa homenagem a esses grandes brasileiros.

Fundado no ano de 1993, o bloco carnavalesco UMES Caras Pintadas desfila pelas ruas do Bixiga, reunindo num grande congraçamento estudantes de São Paulo e a comunidade do bairro.

O bloco é filiado à ABASP (Associação de Bandas Carnavalescas de São Paulo), sua primeira bateria foi criada pelo Mestre Osvaldinho da Cuíca e desde 2000 tem recebido reforço do Mestre Bianca e de integrantes da ala mirim da bateria da Vai-Vai, entre outros sambistas.

Em 20 anos de história, o Bloco UMES Caras Pintadas já contou com a presença e composição de sambas-enredo de significativas personalidades do samba como Nelson Sargento, Oswaldinho da Cuíca, Luis Carlos da Vila, Luizinho SP, Aldo Bueno, Quinteto em Branco e Preto, Tobias da Vai-Vai, Chapinha do Samba da Vela, Dayse do Banjo, entre outros, animando os desfiles e por vezes dando uma canja na composição do samba-enredo.

 

Bloco UMES Caras Pintadas

Dia: 5 de fevereiro, terça-feira

A partir das 17 horas

Concentração: Praça Dom Orione – Bela Vista Participação: Bateria da Lavapés

Como solicitar a Carteirinha UMES-SPTrans 2013

Peça a sua e tenha muita economia!

A UMES e a SP-TRANS já estão realizando o processo de solicitação da Carteirinha da UMES/Bilhete Único do Estudante para 2013. Com a Carteirinha, o estudante tem o benefício de pagar MEIO-PASSE em ônibus, Metrô e CPTM e MEIA-ENTRADA em cinema, teatros, shows, estádios, entre outros eventos culturais na capital paulista, garantido através da lei municipal 13.715/04 e lei estadual 7.844/92. Com ela, é possível muito mais economia para você e sua família. Em uma cota básica de transporte, o benefício é de, no mínimo, R$ 72,00, por mês em transporte mais o desconto de 50% em espaços culturais, esportivos e lazer.

Portanto, não perca tempo e solicite já a sua Carteirinha da UMES-SPTrans no valor de R$ 39,00. Ou, se não precisar do transporte, pode solicitar a Carteirinha da UMES apenas para meia-entrada, no valor de R$ 25,00. Entre em contato com a UMES:

Sede Central: Rua Rui Barbosa, 323 -Bela Vista – Fone: 3289-7477

Sul: Rua Barão de Duprat, 312 – 2º andar – Santo Amaro – Fone: 5521-0875

Oeste: Rua Monteiro de Melo, 67 – Sala12 -Lapa – Fone: 3672-7144

Leste: Rua Padre João, 128 – Sala 12 – Penha – Fone: 2642-0451

®Leve consigo 1 foto 3×4, comprovação de escolaridade, xerox do RG e a taxa.

Para solicitar a sua Carteirinha 2013 basta que sua escola cadastre seus dados atualizados no sistema SPTrans para que então você possa ir a um dos postos da SPTrans ou da UMES mais próximos de você, munido de uma foto 3×4 (caso não possua o cartão do ano passado), o RG e R$ 39,00. Pronto! Sua carteirinha chegará na sua escola. Caso esteja reaproveitando o cartão, o crédito poderá ser inserido a partir de 1º de fevereiro. Informações podem ser obtidas no fone 156, nas sedes da UMES, ou no e-mail umes@umes.org.br.

MEIA-ENTRADA NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES E COPA 2014 É COM A CARTEIRINHA DA UMES!

CINECLUBE – Sinopse do próximo filme

02/02/2013

A TERRA ESPANHOLA

Joris Ivens (1937), EUA, 52 min.

 

Sinopse

Em fevereiro de 1936, a Frente Popular constituída por republicanos, socialistas e comunistas vence as eleições na Espanha. A direita responde com um golpe de Estado comandado pelo general Francisco Franco, em julho do mesmo ano. O golpe fracassa, mas tem início a Guerra Civil Espanhola (1936-39), vencida pelos  falangistas de Franco que contaram com farto apoio de armas e homens da Itália fascista e da Alemanha nazista. Do lado das tropas do governo constitucional, combateram as Brigadas Internacionais Republicanas, formadas por 47 mil voluntários do mundo inteiro, inclusive brasileiros como o tenente Apolônio de Carvalho (1912-2005) e o tenente-aviador Dinarco Reis (1904-89),e que contavam com apoio logístico da URSS. Os governos da Inglaterra e França optaram por uma neutralidade duvidosa, decretando um embargo à exportação de armas para a Espanha cujo único resultado era impedir que a ajuda internacional chegasse à República. Os golpistas recebiam reforços pela fronteira portuguesa e pelo Mediterraneo – e jamais foram incomodados por isso.

Rodado no calor dos combates, “A Terra Espanhola” registra tocantes aspectos da defesa de Madri. O filme é narrado por Ernest Hemingway e foi produzido pela Contemporary Historians Inc. – criada por Herman Shumlin,  Lilian Hellman, Dorothy Parker, Archibald MacLeish e outros intelectuais americanos que no pós-guerra iriam frequentar as listas negras do macarthismo.

 

Direção: Joris Ivens (1898-1989)

Joris Ivens, o Holandês Voador, nasceu em Nimegue. Seu pai era dono da CAPI, empresa de venda de produtos fotográficos. Estudou economia, em Rotterdam, e fotoquímica, em Berlim. Em 1926, dirige a subsidiária da CAPI em Amsterdam, realiza seus primeiros testes e participa da Liga de Cinema Holandês. “Chuva” (1929) é o  ponto alto desse ciclo experimental, no qual Ivens acompanha o homem em seu ambiente. Em 1930, a convite de Pudovkin, visitou a URSS. Filmou, no ano seguinte, “Canção dos Heróis”, sobre a construção da nova Magnitogorski por voluntários do Komsomol (Juventude Comunista).  Em 1933, dirigiu com Henri Storck, “Misère au Borinage”, denunciando a selvageria da exploração do proletariado naquela região carbonífera da Bélgica.

A partir daí, realizou 50 documentários nos cinco continentes, procurando registrar o rumo dos ventos. Alguns deles são “O Incêndio do Rechstag” (Alemanha, 1935), “A Terra Espanhola” (1937), “Os 400 Milhões” (China, 1939), “The Power and The Land” (EUA, 1940), “Our Russian Front” (parceria com Lewis Milestone, 1942), “Action Stations” (Canadá, 1943), “Know Your Enemy” (com Frank Capra, 1945), “Indonésia Chamando” (1946), “A Vitória da Amizade” (com Ivan Pyriev, 1951), “O Canto dos Rios” (Alemanha, 1954), “O Sena Encontra Paris” (1954), “A Rosa dos Ventos”(com Sergei Gerasimov, Alberto Cavalcanti, Alex Viany, Gillo Pontecorvo, Yannick Bellon, 1957), “L’Italia Non È Un Paese Povero” (1960), “Pueblo em Armas” (Cuba, 1961), “… A Valparaiso” (Chile, 1965), “Rotterdam Europoort” (1967), “Paralelo 17” (Vietnam, 1968), “Como Yukong Moveu as Montanhas” (China, 1976, série de 12 filmes). Em “Uma História do Vento” (1988), Ivens documenta sua última jornada para captá-lo.

 

Argumento Original: Ernest Hemingway (1899-1961)

Ernest Miller Hemingway nasceu num subúrbio de Chicago. Durante a 1ª. Guerra Mundial serviu como motorista de ambulância no Exército italiano e foi gravemente ferido. Ao deixar o hospital trabalhou como correspondente em Paris, onde passou a conviver com o grupo de artistas batizado por Gertrude Stein, com uma ponta de ironia, de Geração Perdida – Scott Fitzgerald, Buñuel, Picasso, James Joyce, entre outros. Em 1926, publica “O Sol Também Se Levanta” e, em 1929, “Adeus às Armas”, inspirado em sua experiência militar na Itália. Na Espanha, escreve “Morte à Tarde” (1932), sobre as touradas. De seu engajamento na Guerra Civil Espanhola resultam a peça “A Quinta-Coluna” (1937) e o romance “Por Quem os Sinos Dobram” (1940). Ao fim da 2ª. Guerra Mundial se instalou em Cuba. Em 1952 publica “O Velho e o Mar”, com o qual ganhou o prêmio Pulitzer. O Nobel de Literatura veio em 1954.

Dono de um estilo econômico que marcou a ficção moderna, Hemingway escreveu muitos contos e teve três romances publicados após sua morte. Suas obras receberam mais de 60 adaptações para as telas, inclusive “Adeus às Armas” (Frank Borzage, 1932), “Por Quem Os Sinos Dobram” (Sam Wood, 1943), “Uma Aventura na Martinica” (Howard Hawks, 1944), “The Breaking Point” (Michael Curtiz, 1950), “As Neves do Kilimanjaro (Henry King, 1952), “O Velho e o Mar” (John Sturges, 1958), “A Quinta-Coluna” (John Frakenheimer, 1960), “Os Assassinos” (Don Siegel, 1964).

Em março de 1983, o Washington Post informou que o FBI espionava Hemingway com frequência, fato confirmado pela abertura do arquivo sobre o escritor. 

 

Música: Marc Blitzstein  (1905-64) e Virgil Thomson (1896-1989)

Natural da Filadélfia, o compositor Marcus Samuel Blitzstein tornou-se conhecido pelo musical “The Cradle Will Rock” (1937), cuja epopeia foi o tema do filme de Tim Robbins, “O Poder Vai Dançar” (1999), e pela ópera “Regina” (1948), uma adaptação da peça “The Little Foxes”, de Lillian Hellman, escrita em 1939. Seus trabalhos também incluem a adaptação dos clássicos, de Bertolt Brecht e Kurt Weill, “A Ópera dos Três Vinténs” (2611 apresentações na Broadway, entre 1954-61) e “Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny” – e de “Mãe Coragem e Seus Filhos”, de Brecht e Paul Dessau. Blitzstein escreveu dezenas de musicais e óperas, também compôs para filmes, como “Surf e Algas” (Ralph Stiner, 1931) e  “A Terra Espanhola” (Joris Ivens, 1937). Em 1950, foi intimado a depor no Comitê de Atividades Antiamericanas, recusou-se a citar nomes.

 

Virgil Thomson foi compositor e crítico musical. Nascido em Kansas City, frequentou a Universidade de Harvard, com a intenção de se tornar pianista e organista. Viveu um período prolongado em Paris, onde estudou com Nadia Boulanger, conviveu com Cocteau, Stravinsky, Satie e compôs com o grupo Les Six. Ainda na França, conheceu Gertrude Stein, com quem desenvolveu as óperas “Four Saints in Three Acts” (1928) e “The Mother of Us All“ (1946). Trabalhou como crítico no New York Herald Tribune (1937-51). Publicou oito livros de crítica musical e uma autobiografia. Ganhou um Prêmio Pulitzer por sua trilha para o filme “A História de Louisiana” (Robert Flaherty, 1948). Em 1988, recebeu a Medalha Nacional de Artes.

II Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP)

A UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) dará início ao II JESP (Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo). A partir da experiência do primeiro projeto, que com grande êxito envolveu 4.451 atletas das 4 regiões da cidade de São Paulo, estamos certo que o JESP II será mais uma vez um grande sucesso.

No JESP I, tivemos como tema “O esporte em sua função social”. Realizamos debates em diversas escolas, discutindo o tema em sessões de cine-clube com a apresentação do filme Invictus, quetraz a inspiradora história de como Nelson Mandela utilizou do rúgbi para ajudar a unir a nação da África do Sul.

O processo de mobilização se iniciou no 21º Congresso da UMES, onde o Lançamento contou com presenças ilustres, dentre as quais a ex-Senadora Marta Suplicy e o Deputado Federal Vicente Cândido.

Foram 4.451 atletas divididos em 384 equipes, nas modalidades futebol de salão, futebol de campo e voleibol, feminino e masculino.

De forma intensa e cativante, o JESP envolveu alunos, professores e direções de escolas, que contribuíram e muito para a realização do projeto. É importante registrar o compromisso e das iniciativas de professores e alunos que inscreveram suas equipes como no caso do professor Durval do Espírito Santo, da Escola Estadual Maria Regina de Castro, que improvisou o treinamento da equipe no estacionamento da escola, por não possuir quadra, limitando e dificultando a prática esportiva na escola.

Os Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo incendiaram corações e mentes de estudantes, professores de educação física, direções escolares e pais. São diversas as demonstrações de reconhecimento por esta iniciativa da UMES com a Petrobras e o Ministério do Esporte, com apoio da Microcamp. Melhor do que narrar é expor o que de fato ocorre com exemplos concretos:

 

Evin, Diretora de Esporte do Grêmio da E. E. Padre Antão: “Meu nome é Evin e sou parte do grêmio estudantil do Padre Antão, sou da direção dos esportes, e nós estamos participando do campeonato que está tendo com o apoio da UMES, no campeonato de futebol feminino, futebol de campo masculino e o vôlei masculino também. Sem o apoio da UMES a gente não tinha incentivo nenhum, e por isso estamos participando. O JESP é muito organizado, tudo direitinho, os documentos tudo certinho; queremos parabenizar os patrocínios, o apoio e o evento.”

 

Diretora Cida, da Escola EMEF CELSO LEITE: “Nossos alunos estão adorando participar do Campeonato, eu fico muito feliz também pela oportunidade que eles estão tendo. Quando vocês tiverem algum outro evento para oferecê-los será muito bem vindo. Obrigada.”.

 

Professor Rodrigo de Sousa Silva da EE Pedro Alexandrino: “É impressionante a estrutura montada por vocês. Tudo foi pensado para uma boa organização e segurança dos alunos.”

22º Congresso da UMES reúne 900 estudantes e elege Rodrigo Lucas presidente

O 22º Congresso da UMES, realizado no último dia 20 de junho, no Espaço Banespa, reuniu cerca de 900 estudantes, sendo 695 delegados, representando 110 escolas de todas regiões da cidade de São Paulo.

A chapa “Caras Pintadas nas ruas: Eu quero outra escola!” foi eleita por unanimidade e levou Rodrigo Lucas Paulo à presidência da entidade. “Essa nova gestão vai lutar como nunca, com garra, coragem e determinação para conquistar uma educação de qualidade”, afirmou Lucas.

Agradecendo a dedicação dos seus antecessores na direção da entidade, Priscila Casale e Dener Sousa, presidente e vice-presidente, respectivamente, Rodrigo fez uma homenagem a seus companheiros: “Gostaria de fazer uma homenagem a estes companheiros, que nesta última gestão, foram a nossa referência, e ficarão lembrados pelo grande trabalho que realizaram”, disse, sendo calorosamente aplaudido pelos participantes.

Durante a Abertura do Congresso, que contou com a presença de diversas entidades do movimento estudantil, sindical e políticos, a UMES relembrou os 20 anos de impeachment do Collor. Gislaine Caresia, presidente da UMES na época, participou da solenidade, num emocionante encontro de gerações resgatando a luta da entidade contra o neoliberalismo e as privatizações.

Estiveram presentes ainda Manoela Braga, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); Michelle Bressan, secretária-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE); Valério Bemfica, representante do Ministério da Cultura; Ubiraci Dantas, presidente da CGTB; Miguel Manso, presidente estadual do Partido Pátria Livre e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo; Juvândia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários; os diretores da APEOESP Maria Sufaneide e Roberto Guido; a presidente da Microcamp, Marlene Rito, a Presidente da Federação de Mulheres Paulistas, Lídia Correa; Katu Silva, vice-presidente da UEE; o presidente da União dos Moradores do Paraisópolis, Gilson Rodrigues; Gabriel Alves, presidente do CPC-UMES; João Vidal, secretário de Juventude da UGT; o presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS) Carlos Eduardo, e Osvaldo Lemos, presidente do Conselho Municipal de Juventude.

Na parte da tarde, os estudantes participaram de três mesas de debates: “Eu quero outra escola! Mais educação, menos juros!”, “Grêmio em cada escola! Todo estudante com carteirinha da UMES!” e “Valorização da cultura brasileira”.

Após os grupos, foi realizada a plenária final que elegeu a nova diretoria da entidade. Ao som de “1, 2, 3, 4, 5, mil quero outra escola para mudar o meu Brasil”, centenas de estudantes aprovaram por aclamação as propostas apresentadas na plenária final. Veja abaixo, as resoluções do 22º Congresso da UMES: