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Mais de 1.500 economistas apoiam o documento: “País Exige Respeito; a Vida Necessita da Ciência e do Bom Governo”

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A carta aberta, que já conta com adesão de 1.500 economistas, além de ex-ministros de Estado, banqueiros e centenas de representantes de instituições públicas e privadas, denuncia que “a situação econômica e social é desoladora” e defendem: “a vacinação em massa é condição sine qua non para a recuperação econômica e redução dos óbitos”

Economistas, banqueiros e empresários, entre ex-presidentes do Banco Central, ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do BNDES divulgaram, no domingo (21) a carta aberta: “País Exige Respeito; a Vida Necessita da Ciência e do Bom Governo”.

“A insuficiente oferta de vacinas no país não se deve ao seu elevado custo, nem à falta de recursos orçamentários, mas à falta de prioridade atribuída à vacinação”, destacam.

“Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI, respiradores e profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença”, ressaltam os economistas.

Segundo o documento, “esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia. Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população”.

“O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste ano. A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série histórica, e subestima o aumento do desemprego, pois a pandemia fez com que muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas”, avaliam.

“A contração da economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis, com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados, aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores formais empregados”.

Eles alertam que “o quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade. Enquanto se busca encurtar os tempos e aumentar o número de doses de vacina disponíveis, é urgente o reforço de medidas de distanciamento social. Da mesma forma é essencial a introdução de incentivos e políticas públicas para uso de máscaras mais eficientes, em linha com os esforços observados na União Europeia e nos Estados Unidos”.

Os signatários do documento destacam o papel negacionista de Jair Bolsonaro frente à pandemia.

“Líderes políticos, com acesso à mídia e às redes, recursos de Estado, e comandando atenção, fazem a diferença: para o bem e para o mal. O desdenho à ciência, o apelo a tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração, e o flerte com o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país. Essa postura reforça normas antissociais, dificulta a adesão da população.

 

 

A seguir, a íntegra da carta:

O País Exige Respeito; a Vida Necessita
da Ciência e do Bom Governo

 

Carta Aberta à Sociedade Referente a Medidas de Combate à Pandemia

O Brasil é hoje o epicentro mundial da Covid-191, com a maior média móvel de novos casos.

Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI, respiradores e profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença.

A situação econômica e social é desoladora. O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste ano². A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série histórica, e subestima o aumento do desemprego, pois a pandemia fez com que muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas.

A contração da economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis, com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados, aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores formais empregados³.

Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia. Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população. Infelizmente, estamos atrasados. Em torno de 5% da população recebeu ao menos uma dose de vacina, o que nos coloca na 45ª posição no ranking mundial de doses aplicadas por habitante.

O ritmo de vacinação no país é insuficiente para vacinar os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) no 1º semestre de 2021, o que amplia o horizonte de vacinação para toda a população para meados de 2022.

As consequências são inomináveis. No momento, o Brasil passa por escassez de doses de vacina, com recorrentes atrasos no calendário de entregas e revisões para baixo na previsão de disponibilidade de doses a cada mês. Na semana iniciada em 8 de março foram aplicadas, em média, apenas 177 mil doses por dia.

No ritmo atual, levaríamos mais de 3 anos para vacinar toda a população. O surgimento de novas cepas no país (em especial a P.1) comprovadamente mais transmissíveis e potencialmente mais agressivas, torna a vacinação ainda mais urgente. A disseminação em larga escala do vírus, além de magnificar o número de doentes e mortos, aumenta a probabilidade de surgirem novas variantes com potencial de diminuir a eficácia das vacinas atuais.

Vacinas são relativamente baratas face ao custo que a pandemia impõe à sociedade. Os recursos federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$ 327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do emprego no ano de 2020.

Vacinas têm um benefício privado e social elevado, e um custo total comparativamente baixo. Poderíamos estar em melhor situação, o Brasil tem infraestrutura para isso. Em 1992, conseguimos vacinar 48 milhões de crianças contra o sarampo em apenas um mês.

Na campanha contra a Covid-19, se estivéssemos vacinando tão rápido quanto a Turquia, teríamos alcançado uma proporção da população duas vezes maior, e se tanto quanto o Chile, dez vezes maior. A falta de vacinas é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que, desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de combate à pandemia, incluindo os custos adicionais de saúde e gastos para mitigação da deteriorada situação econômica. A redução do nível da atividade nos custou uma perda de arrecadação tributária apenas no âmbito federal de 6,9%, aproximadamente R$ 58 bilhões, e o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres.

Nesta perspectiva, a relação benefício custo da vacina é da ordem de seis vezes para cada real gasto na sua aquisição e aplicação. A insuficiente oferta de vacinas no país não se deve ao seu elevado custo, nem à falta de recursos orçamentários, mas à falta de prioridade atribuída à vacinação.

O quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade. Enquanto se busca encurtar os tempos e aumentar o número de doses de vacina disponíveis, é urgente o reforço de medidas de distanciamento social.

Da mesma forma é essencial a introdução de incentivos e políticas públicas para uso de máscaras mais eficientes, em linha com os esforços observados na União Europeia e nos Estados Unidos.

A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável. Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de Covid-19. A experiência mostrou que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown terminaram por adotá-lo, em formas variadas, diante do agravamento da pandemia – é o caso do Reino Unido, por exemplo. Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas.15 A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país.

Logo, não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada.

O efeito devastador da pandemia sobre a economia tornou evidente a precariedade do nosso sistema de proteção social. Em particular, os trabalhadores informais, que constituem mais de 40% da força de trabalho, não têm proteção contra o desemprego. No ano passado, o auxílio emergencial foi fundamental para assistir esses trabalhadores mais vulneráveis que perderam seus empregos, e levou a uma redução da pobreza, evidenciando a necessidade de melhoria do nosso sistema de proteção social. Enquanto a pandemia perdurar, medidas que apoiem os mais vulneráveis, como o auxílio emergencial, se fazem necessárias. Em paralelo, não devemos adiar mais o encaminhamento de uma reforma no sistema de proteção social, visando aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais. Uma proposta nesses moldes é o programa de Responsabilidade Social, patrocinado pelo Centro de Debate de Políticas Públicas, encaminhado para o Congresso no final do ano passado.

Outras medidas de apoio às pequenas e médias empresas também se fazem necessárias. A experiência internacional com programas de aval público para financiamento privado voltado para pequenos empreendedores durante um choque negativo foi bem-sucedida na manutenção de emprego, gerando um benefício líquido positivo à sociedade.

O aumento em 34,7% do endividamento dos pequenos negócios durante a pandemia amplifica essa necessidade. A retomada de linhas avalizadas pelo Fundo Garantidor para Investimentos e Fundo de Garantia de Operações é uma medida importante de transição entre a segunda onda e o pós-crise.

“Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”

Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de fato a situação sem precedentes que o país vive.

Medidas indispensáveis de combate à pandemia: a vacinação em massa é condição sine qua non para a recuperação econômica e redução dos óbitos.

1 – Acelerar o ritmo da vacinação

O maior gargalo para aumentar o ritmo da vacinação é a escassez de vacinas disponíveis. Deve-se, portanto, aumentar a oferta de vacinas de forma urgente. A estratégia de depender da capacidade de produção local limitou a disponibilidade de doses ante a alternativa de pré-contratar doses prontas, como fizeram o Chile e outros países. Perdeu-se um tempo precioso e a assinatura de novos contratos agora não garante oferta de vacinas em prazo curto. É imperativo negociar com todos os laboratórios que dispõem de vacinas já aprovadas por agências de vigilância internacionais relevantes e buscar antecipação de entrega do maior número possível de doses. Tendo em vista a escassez de oferta no mercado internacional, é fundamental usar a política externa – desidratada de ideologia ou alinhamentos automáticos – para apoiar a obtenção de vacinas, seja nos grandes países produtores seja nos países que têm ou terão excedentes em breve.

A vacinação é uma corrida contra o surgimento de novas variantes que podem escapar da imunidade de infecções passadas e de vacinas antigas. As novas variantes surgidas no Brasil tornam o controle da pandemia mais desafiador, dada a maior transmissibilidade.

Com o descontrole da pandemia é questão de tempo até emergirem novas variantes. O Brasil precisa ampliar suas capacidades de sequenciamento genômico em tempo real, de compartilhar dados com a comunidade internacional e de testar a eficácia das vacinas contra outras variantes com máxima agilidade. Falhas e atrasos nesse processo podem colocar em risco toda a população brasileira, e também de outros países.

2 – Incentivar o uso de máscaras tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa

Economistas estimaram que se os Estados Unidos tivessem adotado regras de uso de máscaras no início da pandemia poderiam ter reduzido de forma expressiva o número de óbitos. Mesmo se um usuário de máscara for infectado pelo vírus, a máscara pode reduzir a gravidade dos sintomas, pois reduz a carga viral inicial que o usuário é exposto. Países da União Europeia e os Estados Unidos passaram a recomendar o uso de máscaras mais eficientes – máscaras cirúrgicas e padrão PFF2/N95 – como resposta às novas variantes. O Brasil poderia fazer o mesmo, distribuindo máscaras melhores à população de baixa renda, explicando a importância do seu uso na prevenção da transmissão da Covid.

Máscaras com filtragem adequada têm preços a partir de R$ 3 a unidade. A distribuição gratuita direcionada para pessoas sem condições de comprá-las, acompanhada de instrução correta de reuso, teria um baixo custo frente aos benefícios de contenção da Covid-1923. Considerando o público do auxílio emergencial, de 68 milhões de pessoas, por exemplo, e cinco reusos da máscara, tal como recomenda o Center for Disease Control do EUA, chegaríamos a um custo mensal de R$ 1 bilhão. Isto é, 2% do gasto estimado mensal com o auxílio emergencial. Embora leis de uso de máscara ajudem, informar corretamente a população e as lideranças darem o exemplo também é importante, e tem impacto na trajetória da epidemia. Inversamente, estudos mostram que mensagens contrárias às medidas de prevenção afetam a sua adoção pela população, levando ao aumento do contágio.

3 – Implementar medidas de distanciamento social no âmbito local com coordenação nacional

O termo “distanciamento social” abriga uma série de medidas distintas, que incluem a proibição de aglomeração em locais públicos, o estímulo ao trabalho a distância, o fechamento de estabelecimentos comerciais, esportivos, entre outros, e – no limite – escolas e creches. Cada uma dessas medidas tem impactos sociais e setoriais distintos. A melhor combinação é aquela que maximize os benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser de responsabilidade das autoridades locais.

Com o agravamento da pandemia e esgotamento dos recursos de saúde, muitos estados não tiveram alternativa senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não-essenciais e o toque de recolher à noite. Os gestores estaduais e municipais têm enfrentado campanhas contrárias por parte do governo federal e dos seus apoiadores. Para maximizar a efetividade das medidas tomadas, é indispensável que elas sejam apoiadas, em especial pelos órgãos federais. Em particular, é imprescindível uma coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual, caso se avalie que é necessário cercear a mobilidade entre as cidades e/ou estados ou mesmo a entrada de estrangeiros no país. A necessidade de adotar um lockdown nacional ou regional deveria ser avaliado. É urgente que os diferentes níveis de governo estejam preparados para implementar um lockdown emergencial, definindo critérios para a sua adoção em termos de escopo, abrangência das atividades cobertas, cronograma de implementação e duração.

Ademais, é necessário levar em consideração que o acréscimo de adesão ao distanciamento social entre os mais vulneráveis depende crucialmente do auxílio emergencial. Há sólida evidência de que programas de amparo socioeconômico durante a pandemia aumentaram o respeito às regras de isolamento social dos beneficiários. É, portanto, não só mais justo como mais eficiente focalizar a assistência nas populações de baixa renda, que são mais expostas nas suas atividades de trabalho e mais vulneráveis financeiramente.

Dentre a combinação de medidas possíveis, a questão do funcionamento das escolas merece atenção especial. Há estudos mostrando que não há correlação entre aumento de casos de infecção e reabertura de escolas no mundo. Há também informações sobre o nível relativamente reduzido de contágio nas escolas de São Paulo após sua abertura.

As funções da escola, principalmente nos anos do ensino fundamental, vão além da transmissão do conhecimento, incluindo cuidados e acesso à alimentação de crianças, liberando os pais – principalmente as mães – para o trabalho. O fechamento de escolas no Brasil atingiu de forma mais dura as crianças mais pobres e suas mães. A evidência mostra que alunos de baixa renda, com menor acesso às ferramentas digitais, enfrentam maiores dificuldade de completar as atividades educativas, ampliando a desigualdade da formação de capital humano entre os estudantes. Portanto, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em um esquema de distanciamento social. Há aqui um papel fundamental para o Ministério da Educação em cooperação com o Ministério da Saúde na definição e comunicação de procedimentos que contribuam para a minimização dos riscos de contágio nas escolas, além do uso de ferramentas comportamentais para retenção da evasão escolar, como o uso de mensagens de celular como estímulo para motivar os estudantes, conforme adotado em São Paulo e Goiás.

4 – Criar mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional

Preferencialmente pelo Ministério da Saúde e, na sua ausência, por consórcio de governadores – orientada por uma comissão de cientistas e especialistas, se tornou urgente. Diretrizes nacionais são ainda mais necessárias com a escassez de vacinas e logo a necessidade de definição de grupos prioritários; com as tentativas e erros no distanciamento social; a limitada compreensão por muitos dos pilares da prevenção,

particularmente da importância do uso de máscara, e outras medidas no âmbito do relacionamento social. Na ausência de coordenação federal, é essencial a concertação entre os entes subnacionais, consórcio para a compra de vacinas e para a adoção de medidas de supressão.

O papel de liderança: Apesar do negacionismo de alguns poucos, praticamente todos os líderes da comunidade internacional tomaram a frente no combate ao Covid-19 desde março de 2020, quando a OMS declarou o caráter pandêmico da crise sanitária. Informando, notando a gravidade de uma crise sem precedentes em 100 anos, guiando a ação dos indivíduos e influenciado o comportamento social.

Líderes políticos, com acesso à mídia e às redes, recursos de Estado, e comandando atenção, fazem a diferença: para o bem e para o mal. O desdenho à ciência, o apelo a tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração, e o flerte com o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país. Essa postura reforça normas antissociais, dificulta a adesão da população a comportamentos responsáveis, amplia o número de infectados e de óbitos, aumenta custos que o país incorre.

O país pode se sair melhor se perseguimos uma agenda responsável. O país tem pressa; o país quer seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar, palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito.

Assinam a carta:

1 – Affonso Celso Pastore

2 – Alexandre Lowenkron

3 – Alexandre Rands

4 – Alexandre Schwartsman

5 – Álvaro de Souza

6 – Amanda de Albuquerque

7 – Ana Carla Abrão

8 – André de Castro Silva

9 – André Luis Squarize Chagas

10 – André Magalhães

11 – André Portela

12 – Andrea Lucchesi

13 – Angélica Maria de Queiroz

14 – Aod Cunha

15 – Armínio Fraga

16 – Beny Parnes

17 – Bernard Appy

18 – Bráulio Borges

19 – Braz Camargo

20 – Carlos Alberto Manso

21 – Carlos Ari

22 – Carlos Brunet Martins Filho

23 – Carlos Góes

24 – Carolina Grottera

25 – Cassiana Fernandez

26 – Christiano Penna

27 – Claudia Sussekind Bird

28 – Claudio Considera

29 – Cláudio Frischtak

30 – Claudio Ribeiro de Lucinda

31 – Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt

32 – Daniel Cerqueira

33 – Daniel Gleizer

34 – Danielle Carusi Machado

35 – Danilo Camargo Igliori

36 – Demósthenes Madureira de Pinho Neto

37 – Dimitri Szerman

38 – Edmar Bacha

39 – Eduardo Amaral Haddad

40 – Eduardo Augusto Guimarães

41 – Eduardo Mazzilli de Vassimon

42 – Eduardo Pontual

43 – Eduardo Souza-Rodrigues

44 – Eduardo Zilberman

45 – Eduardo Zylberstajn

46 – Eleazar de Carvalho

47 – Elena Landau

48 – Fabiana Rocha

49 – Fábio Barbosa

50 – Fabio Giambiagi

51 – Felipe Salto

52 – Fernando Genta

53 – Fernando Postali

54 – Fernando Veloso

55 – Flávio Ataliba

56 – Francisco Ramos

57 – Francisco Soares de Lima

58 – Gabriella Seiler

59 – Genaro Lins

60 – Giovanna Ribeiro

61 – Guilherme Irffi

62 – Guilherme Tinoco

63 – Guilherme Valle Moura

64 – Gustavo Gonzaga

65 – Gustavo Loyola

66 – Helcio Tokeshi

67 – Helena Arruda Freire

68 – Henrique Félix

69 – Horácio Lafer Piva

70 – Humberto Moreira

71 – Ilan Goldfajn

72 – Isacson Casiuch

73 – Joana C.M. Monteiro

74 – Joana Naritomi

75 – João Mário de França

76 – José Augusto Fernandes

77 – José Monforte

78 – José Olympio Pereira

79 – José Roberto Mendonça de Barros

80 – José Tavares de Araujo

81 – Josué Alfredo Pellegrini

82 – Juliana Camargo

83 – Juliano Assunção

84 – Laísa Rachter

85 – Laura de Carvalho Schiavon

86 – Laura Karpuska

87 – Leandro Piquet Carneiro

88 – Leane Naidin

89 – Leany Barreiro Lemos

90 – Leonardo Monteiro Monasterio

91 – Leonardo Rezende

92 – Lucas M. Novaes

93 – Lucia Hauptmann

94 – Luciano Losekann

95 – Luciene Pereira

96 – Luís Meloni

97 – Luis Terepins

98 – Maílson da Nóbrega

99 – Manoel Pires

100 – Manuel Thedim

101 – Marcela Carvalho Ferreira de Mello

102 – Marcelo André Steuer

103 – Marcelo Barbará

104 – Marcelo Cunha Medeiros

105 – Marcelo de Paiva Abreu

106 – Marcelo F. L. Castro

107 – Marcelo Fernandes

108 – Marcelo Justus

109 – Marcelo Kfoury

110 – Marcelo Leite de Moura e Silva

111 – Marcelo Pereira Lopes de Medeiros

112 – Marcelo Trindade

113 – Marcílio Marques Moreira

114 – Márcio Garcia

115 – Márcio Holland

116 – Márcio Issao Nakane

117 – Marco Bonomo

118 – Marcos Lederman

119 – Marcos Ross Fernandes

120 – Maria Alice Moz-Christofoletti

121 – Maria Cristina Pinotti

122 – Maria Dolores Montoya Diaz

123 – Mário Ramos Ribeiro

124 – Marisa Moreira Salles

125 – Maurício Canêdo Pinheiro

126 – Mauro Rodrigues

127 – Miguel Nathan Foguel

128 – Mônica Viegas Andrade

129 – Naercio Menezes Filho

130 – Natália Nunes Ferreira-Batista

131 – Nilson Teixeira

132 – Octavio de Barros

133 – Otaviano Canuto

134 – Patrícia Franco Ravaioli

135 – Paula Carvalho Pereda

136 – Paula Magalhães

137 – Paulo Hartung

138 – Paulo Hermanny

139 – Paulo Ribeiro

140 – Paulo Tafner

141 – Pedro Bodin de Moraes

142 – Pedro Cavalcanti Ferreira

143 – Pedro Henrique Thibes Forquesato

144 – Pedro Malan

145 – Pedro Moreira Salles

146 – Persio Arida

147 – Priscilla Albuquerque Tavares

148 – Rafael B. Barbosa

149 – Rafael Dix-Carneiro

150 – Regina Madalozzo

151 – Renato Fragelli

152 – Renê Garcia Jr.

153 – Ricardo de Abreu Madeira

154 – Ricardo Markwald

155 – Roberto Bielawski

156 – Roberto Iglesias

157 – Roberto Olinto

158 – Rodrigo Menon S. Moita

159 – Rogério Furquim Werneck

160 – Ruben Ricupero

161 – Ruy Ribeiro

162 – Sabino da Silva Porto Júnior

163 – Samira Schatzmann

164 – Samuel Pessoa

165 – Sandra Rios

166 – Sérgio Besserman Vianna

167 – Sergio Margulis

168 – Silvia Matos

169 – Solange Srour

170 – Stephanie Kestelman

171 – Synthia Santana

172 – Thomas Conti

173 – Tiago Cavalcanti

174 – Tomás Urani

175 – Vagner Ardeo

176 – Vilma da Conceição Pinto

177 – Vinicius Carrasco

178 – Vinícius de Oliveira Botelho

179 – Vitor Pereira

180 – Walter Novaes

181 – Wilfredo Leiva Maldonado

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Cinema com Partido: o papel transformador da ciência é tema de debate

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Na última quinta-feira (18), iniciamos a programação do Cinema com Partido – 2ª Mostra Democrática. A estreia da mostra contou com a exibição do filme ‘A vida de Galileu (1975)’, com a apresentação e debate realizado por Lucas Chen, presidente da Umes e Valério Bemfica, presidente do Centro Popular de Cultura da Umes (CPC-UMES).

Veja o debate na íntegra:

O presidente da Umes, Lucas Chen, relembrou que o filme em questão e a mostra como um todo, tornou-se ainda mais contemporânea e necessária na atual situação do país. “ A Mostra Democrática Cinema com Partido é uma atividade muito importante nos dias atuais. Ela fala de retrocesso, pandemia, crise sanitária, um presidente negacionista, que joga contra a ciência, contra a vacina. Todos esses temas foram retratados ao longo da história do cinema, das mais diferentes narrativas. Temas como esse, fazem parte da nossa proposta de exibição e debate, para que o nosso país consiga superar este momento de crise”, disse.

 

“Quando exibimos o filme pela primeira vez há alguns anos atrás, nós não tínhamos ainda presenciado firmemente, a política criminosa, arbitrária e anti-povo de Bolsonaro, que não só se atenta aos crimes a saúde, a crise sanitária, a ciência e tecnologia, mas que também já realizou diversas atrocidades com os estudantes, como os cortes das verbas na Educação e na Ciência. Temos um presidente que nega a ciência e que hoje fortalece ainda mais o discurso do obscurantismo e da perseguição”, destacou Chen.

 

Valério Bemfica, começou sua fala introduzindo aspectos do filme e da peça de Bertold Brecht em que foi baseada o filme até chegar nas discussões do negacionismo e nas questões atuais, propriamente ditas.

 

“O filme, baseado em uma obra de Bertold Brecht, chamada A Vida de Galileu, sendo uma história bem recorrente. Em muitos momentos da história da humanidade, cientistas e pessoas que pensavam e duvidavam de alguma questão recorrente ou verdade absoluta, passam a ser vistas como inimigas e logo, tendo que ser combatidas”.

 

“O filme oferece ao público uma analogia entre o processo de perseguição vivido por Galileu e os tempos atuais. Essa obra traz questões muito semelhantes às que a gente vive hoje. Nos altos escalões do governo, a mentalidade criacionista e anti ciência é dominante, principalmente vista com a pandemia. Além das discussões de anticiência, antivacina que já perpetuava na época, encontramos a mesma discussão, fervorosa no país, que nos deixa à mercê da maior catástrofe sanitária já vista. Veja também, há 2,5 mil anos, já se considerava que a Terra era esférica. Mas hoje também tem gente dizendo que a Terra é plana, ou seja, um retrocesso de mais de 2 mil anos de conhecimento da humanidade”, disse.

 

“O filme traz uma questão importante, sobre o papel da ciência e como ela pode ser transformadora para abalar as estruturas. Além disso, o filme mostra as análises das verdades e de como elas se projetam como absolutas, levando em conta as crenças ou as opiniões. Tem coisas que podem ser opiniões, mas tem outras que são as verdades lógicas, embasadas em conteúdo e estudos”.

 

“A discussão que temos que fazer é onde está a ciência e onde está o obscurantismo e o negacionismo. Acreditar somente na palavra que foi ‘revelada’ era o instrumento de dominação da época. E o conhecimento abala as estruturas. É isso que temos que ter consciência e é o conhecimento que precisamos preservar. Também faz parte que uma entidade como a Umes, que defende a Educação, que defende a ciência, o saber e a Cultura, tem um papel fundamental neste momento que é fazer a defesa do conhecimento contra o obscurantismo e o negacionismo”, apontou Valério. 

A MOSTRA

O Cinema com Partido – 2ª Mostra Democrática acontece todas as quintas-feiras pontualmente às 19 horas na sala virtual do Cine-Teatro Denoy de Oliveira. Para participar das sessões do Cinema com Partido, basta entrar em contato conosco pelo nosso Whatsapp: +55 11 94662-6916 – ou pelo nosso email: cineteatro@umes.org.br

A próxima sessão será em 25 de março, com “O julgamento do Macaco”, de Stanley Kramer (1960). O debate que acontece logo após o filme será com Walter Neves, professor do Instituto de Biociências da USP, é conhecido como o “pai” de Luzia, o mais antigo crânio humano encontrado nas Américas.

Clique aqui e veja a programação completa do Cinema com Partido

 

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Assista grátis “Tigre Branco” no Cinema Soviético e Russo em Casa

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Nesta sexta-feira, 19/03/2021, continuamos o projeto “Cinema Soviético e Russo em Casa”, com a exibição gratuita de um filme por semana no nosso canal do Youtube.

O filme desta semana será TIGRE BRANCO (2012), de Karen Shakhnazarov.

A exibição estará disponível de sexta, 19/03, 19h, até domingo, 21/03, 19h.

Para acessar o canal clique emhttp://bit.ly/CPCUMESFilmes

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Veja o trailer:

 

 

Tigre Branco

Karen Shakhnazarov (2012), com Aleksey Vertkov, Valeriy Grishko, Vitalyi Kiscenko, Karl Krantzkowski, Rússia, 104 min.

Sinopse

Encontrado quase morto entre destroços fumegantes no campo de batalha, o tanquista Ivan Naidionov tem uma recuperação surpreendente que desafia a capacidade de compreensão dos médicos. Mais misteriosa se torna a história quando ele revela que foi atingido pelo Tigre Branco, indestrutível tanque alemão que surge e desaparece por encanto, deixando um rastro de destruição e morte. Ligados por um elo sobrenatural, o homem e a máquina se empenham numa batalha que se projeta para além daqueles tempos.

“Tigre Branco” foi indicado pela Rússia para disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2012.

Direção: Karen Shakhnazarov (1952)

Nascido em Krasnodar, na região de Kuban, no Cáucaso, Karen Georgievich Shakhnazarov formou-se em 1975, pelo VGIK (Instituto Estatal de Cinema). Em 1987 seu filme “O Mensageiro” recebeu prêmio especial no 15º Festival Internacional de Moscou. Dirigiu 13 longa-metragens, entre os quais “Cidade Zero” (1988), “O Assassino do Tzar” (1991), “Sonhos” (1993), “A Filha Americana” (1995), “A Cidade dos Ventos” (2008), “A Enfermaria Número 6” (2009), “Tigre Branco” (2012) e “Anna Karenina. A História de Vronsky” (2017).

Com muitos prêmios nacionais e internacionais, seus filmes apresentam uma densa reflexão crítica sobre a restauração do capitalismo e o desmembramento da União Soviética. Assumiu em 1998 a direção geral do Mosfilm, o maior estúdio de cinema da Rússia.

Argumento Original: Ilya Boyashov (1961)

Nascido em Leningrado (São Petersburgo), Ilya Vladimirovich Boyashov estudou história no Instituto Pedagógico Herzen e leciona na Academia Naval Nakhimov, ambos situados naquela cidade. Estreou em literatura com a coleção de contos “Toque a Melodia” (1989). Com estilo fortemente influenciado pelo realismo fantástico, publicou também “O Caminho de Muri” (Prêmio Nacional Bestseller, 2007), “Armada” (2007), “Tigre Branco” (2008), “Quem Não Conhece o Irmão do Coelho!” (2010), e “Éden” (2012).

Música Original: Yuri Poteenko (1960), Konstantin Shevelyov (1957)

Yuri Poteenko nasceu em Molodohvardiysk, Ucrânia. Recebeu por cinco vezes a indicação para o prêmio Águia de Ouro, pela Melhor Trilha Sonora Original, incluindo as que criou para “A Ilha Inabitada” (Fyodor Bondarchuck, 2009), “Tigre Branco (Karen Shakhnazarov, 2012) e “O Espião” (Aleksey Adrianov, 2012).

Entre as músicas compostas por Konstantin Shevelyov estão as dos filmes “Não Banque o Louco” (Valery Chikov, 1997), “A Cidade dos Ventos” e “Tigre Branco” (Karen Shakhnazarov, 2008 e 2012).

 

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Inimigo da Educação veta lei da internet grátis para estudantes e professores em meio à pandemia

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Segundo Bolsonaro, concessão de internet gratuita seria “contrária ao interesse público”

Nesta sexta-feira (19),  Jair Bolsonaro vetou integralmente proposta aprovada pelo Congresso que pretendia garantir internet grátis a alunos e professores da rede básica de educação.O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional como forma de garantir a continuidade dos estudos durante a pandemia de coronavírus. 

“Decidi vetar integralmente, por contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade”, alegou o Inimigo da Educação no despacho publicado na edição desta sexta-feira (19) do Diário Oficial da União.

Segundo ele, a nova lei dificulta o cumprimento da “meta fiscal e da regra de ouro”, que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes. Para Bolsonaro garantir o acesso dos estudantes e professores a uma forma de comunicação é irrelevante frente ao programa de arrocho econômico e destruição do estado realizada por este governo.

A proposta previa que a União repassaria R$ 3,5 bilhões aos estados e ao Distrito Federal para a compra de planos de internet móvel e de tablets para professores e alunos. Os beneficiários da assistência seriam os professores da educação básica das redes de ensino, bem como os respectivos estudantes pertencentes a famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e os matriculados nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas.

Seriam ofertados 20 gigabytes de acesso à internet para esse público. Além da internet, a proposta previa a aquisição de tablets para todos os estudantes do ensino médio da rede pública vinculados ao CadÚnico, tomando como referência o preço de R$ 520,00 por equipamento.

O veto de Bolsonaro pode ser derrubado pelo Congresso. Cabe aos estudantes, professores e às forças progressistas pressionar o parlamento a garantir o acesso a este direito fundamental. 

Com informações do Congresso em Foco

 

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Major Olímpio falece em decorrência da Covid-19, o terceiro senador vítima da pandemia

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Senador discursa durante ato em defesa dos servidores públicos em São Paulo – Foto: Felipe Raul/Estadão 

 

Faleceu vítima da Covid-19 o senador por São Paulo, Major Olímpio (PSL). A morte cerebral do parlamentar, de 58 anos, foi confirmada na tarde desta quinta-feira (18).

Major Olímpio é o terceiro a morrer em decorrência da pandemia de coronavírus. O Brasil se aproxima de 290 mil vítimas da doença.

Firme defensor dos servidores públicos, Major Olímpio se manteve ao lado dos trabalhadores. Em agosto de 2019, rompeu com o governo Bolsonaro após divergir das políticas de ataque aos direitos trabalhistas e das relações milicianas da família de Bolsonaro.

Veja as criticas de Major Olímpio ao governo Bolsonaro

ROMPIMENTO

“Eu não gosto de ladrão. Para mim, ladrão de esquerda é ladrão. De direita, é ladrão. Se for filho do presidente ladrão roubando junto com o presidente, eu vou dizer”, afirmou o senador em áudio de WhatsApp vazado, em 26 de maio de 2020. “Brigou comigo para proteger filho bandido”, acrescentou Major Olímpio. A divulgação dessa conversa marcou o rompimento com Bolsonaro.

FILHOS DE BOLSONARO

“Tenho certeza que [os filhos] só atrapalham. Muitos dos problemas que têm o presidente e muito do que perturba o presidente o tempo todo está afeto diretamente a ações ou omissões dos seus filhos”, disse o senador ao UOL, em 18 de junho de 2020. “Cada um tem um mandato parlamentar e deveria exercer nas suas esferas”, acrescentou o Major. Olímpio se referia à tentativa do presidente de indicar o filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro, como embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

IMPEACHMENT

“A gente ficou tomando bordoadas esse tempo todo e agora eu vou ver o partido de sorrisos e alegrias dizer que foi tudo sem querer. Bolsonaro está comprando os partidos para não ter votação pelo impeachment”, afirmou o senador em entrevista à ÉPOCA, no dia 15 de julho de 2020. Major Olímpio falava sobre a saída de bolsonaristas do PSL. Augmentin (amoxicilina/clavulanato) é uma combinação de antibióticos usada para tratar uma variedade de infecções causadas por bactérias. Este augmentin online espana combinado é eficaz no tratamento de uma ampla gama de infecções bacterianas, incluindo sinusite, osteomielite, infecções do trato urinário e respiratório e infecções da pele e dos tecidos moles.

Em janeiro, foi autor de um pedido de inquérito contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, segundo o senador, cometeu crime de charlatanismo ao comandar o Ministério da Saúde, ao mesmo tempo em que a pasta orientava o uso de cloroquina para o combate à pandemia mesmo sem estudos demonstrando sua eficácia e segurança.

VACINA

Major Olímpio também se colocou na defesa da vacinação contra o coronavírus, enquanto o governo federal age para sabotar a saída da crise dos brasileiros.

“Não se trata de defesa de ideologia, partido político ou preferência pessoal. O único caminho para combater o coronavírus é a vacinação da população. Vidas brasileiras importam. Quero ser vacinado. Participe, apoie e multiplique”, defendeu o Major Olímpio dias antes de seu falecimento.

CPI

A perda de um importante senador da República para a Covid-19 reforça a necessidade do Senado Federal dar início ao trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os crimes do governo Bolsonaro na pandemia de coronavírus.

A UMES de São Paulo lamenta a perda do Major Olímpio e expressa sua solidariedade aos seus familiares.

MAIS VACINA JÁ!

FORA BOLSONARO!

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Organize o Grêmio Estudantil!

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O Grêmio Livre Estudantil é a principal representação dos estudantes no ambiente escolar. É por meio dele que os estudantes apresentam suas demandas e lutam pela melhoria da Educação.

O Grêmio também é o primeiro instrumento democrático que a maioria dos jovens tem em seu desenvolvimento.

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O Grêmio é a principal ferramenta da democracia dentro da escola. Tamanha a sua importância que sua existência é regulamentada por leis municipal, estadual e federal, neste caso, a Lei do Grêmio Estudantil, garante a livre organização dos estudantes e sua atuação como representação dos alunos.

É dever da União Municipal dos Estudantes Secundaristas fomentar a criação e apoiar a organização dos Grêmios Livres Estudantis. É por meio dos Grêmios que a UMES-SP atua nas escolas. O Grêmio Livre é a força principal do Movimento Estudantil.

Com base nisso, a UMES-SP desenvolveu uma nova cartilha sobre os grêmios estudantis. Nela podemos encontrar os direitos que o grêmio possui dentro da escola, qual a função do grêmio, processo eleitoral e outras pautas importantes.

 

Ficou interessado? Venha organizar seu grêmio com a gente!

Baixe aqui a Cartilha de Grêmios da UMES

 

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Cinema com Partido – 2ª Mostra Democrática inicia sua programação de 2021

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira retomará, a partir da próxima quinta-feira, 18 de março, a exibição do Cinema com Partido – 2ª Mostra Democrática. 

Em tempos de pandemia, em que o obscurantismo e o negacionismo são utilizados como arma contra a ciência e a razão, o Cinema com Partido busca oferecer uma alternativa real de debate democrático sobre os mais diferentes que influenciam a sociedade brasileira.

Ao todo 37 filmes serão exibidos neste ano de 2021. Na sequência de cada exibição será realizado um debate com um convidado que abordará o tema apresentado no filme. 

A Mostra Democrática foi inaugurada em março de 2019 pelo Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES).

A mostra precisou ser interrompida em 2020 em decorrência da pandemia de coronavírus. Agora, volta à cena em um formato diferenciado, com exibições na sala virtual do Cine-Teatro Denoy de Oliveira, sempre às quintas-feiras, às 19 horas.

Para participar das sessões do Cinema com Partido, basta entrar em contato conosco pelo nosso Whatsapp: +55 11 94662-6916 – ou pelo nosso email: cineteatro@umes.org.br

Antes de cada sessão, você receberá um link de acesso para acompanhar o filme e participar do debate na plataforma Zoom.

Este projeto é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc por meio do edital ProAC expresso LAB.

 

 

 

CONFIRA ABAIXO A PROGRAMAÇÃO DO
CINEMA COM PARTIDO – 2ª MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

18/03 – 19h A VIDA DE GALILEU 

Joseph Losey (1975), 145 min. 

 

25/03 – 19h O JULGAMENTO DO MACACO 

Stanley Kramer (1960), 128 min. 

 

01/04 – 19h MILAGRES À VENDA 

Richard Pierce (1992), 107 min. 

 

08/04 – 19h CAÇADA HUMANA 

Arthur Penn (1966), 135 min. 

 

15/04 – 19h INFILTRADO NA KLAN 

Spike Lee (2018), 135 min. 

 

22/04 – 19h ROSALIE VAI ÀS COMPRAS 

Percy Adlon (1989), 90 min. 

 

29/04 – 19h DRIBLANDO A DEMOCRACIA 

Thomas Huchon (2018), 52 min. 

 

06/05 – 19h AMAZÔNIA EM CHAMAS 

John Frankenheimer (1994), 123 min. 

 

13/05 – 19h DAENS, UM GRITO DE JUSTIÇA 

Stijn Coninx (1992), 138 min. 

 

20/05 – 19h A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO 

Elio Petri (1971), 125 min. 

 

27/05 – 19h EL EMPLEO 

Santiago Bou Grasso (2008), 07 min. 

EU, DANIEL BLAKE 

Ken Loach (2016), 101 min. 

 

10/06 – 19h A ESTRATÉGIA DO CARACOL 

Sérgio Cabreira (1993), 116 min. 

 

17/06 – 19h MAUÁ, O IMPERADOR E O REI 

Sérgio Rezende(1999), 135 min. 

 

24/06 – 19h A GUERRA DO ÓPIO 

Xie Jin (1997), 150 min. 

 

01/07 – 19h ANNA KARENINA: A HISTÓRIA DE VRONSKY 

Karen Shakhnazarov (2012), 138 min. 

 

08/07 – 19h O DESTACAMENTO VERMELHO DE MULHERES 

Xie Jin (1960), 120 min. 

 

15/07 – 19h PRELÚDIO DE UMA GUERRA 

Frank CapraeAnatoleLitvak (1942), 54 min. 

 

22/07 – 19h AY, CARMELA! 

Carlos Saura (1990), 102 min. 

 

29/07 – 19h SOSTIENE PEREIRA 

Roberto Faenza(1996), 104 min. 

 

05/08 – 19h CASABLANCA 

Michael Curtiz (1942), 102 min. 

 

12/08 – 19h A JOVEM GUARDA 

Sergei Gerasimov (1948), 189 min. 

 

19/08 – 19h TIGRE BRANCO 

Karen Shakhnazarov (2012), 104 min.

 

26/08 – 19h O CONSELHO DOS DEUSES 

Kurt Maetzig (1950), 91 min. 

 

02/09 – 19h JULGAMENTO EM NUREMBERG 

Stanley Kramer (1961), 186 min. 

 

09/09 – 19h CULPADO POR SUSPEITA 

Irwin Winkler (1991), 105 min. 

 

16/09 – 19h CORAÇÕES E MENTES 

Peter Davies (1974), 112 min. 

 

23/09 – 19h INSIDE JOB 

Charles Fergunson (2010), 108 min. 

 

30/09 – 19h SYRIANA, A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO 

Stephan Ghagan (2005), 128 min. 

 

07/10 – 19h LIMOEIROS 

Eram Riklis (2008), 106 min. 

 

14/10 – 19h MACHUCA 

Andrés Wood (2003), 120 min. 

 

21/10 – 19h A HISTÓRIA OFICIAL 

Luiz Puenzo (1985), 112 min. 

 

28/10 – 19h PRA FRENTE BRASIL 

Roberto Farias (1982), 105 min. 

 

04/11 – 19h TANCREDO, A TRAVESSIA 

Sílvio Tendler (2011), 104 min. 

 

11/11 – 19h O CARTEIRO DAS MONTANHAS 

Huo Janqi (1999), 88 min. 

 

18/11 – 19h OUR SHINING DAYS 

Ran Wang (2017), 102 min.

 

 

SINOPSES E DEBATEDORES

 

A Vida de Galileu – 18/03/2021

Dirigido por Joseph Losey (1975), comChaim Topol, Edward Fox,Colin Blakely, INGLATERRA, 145 min.

As observações astronômicas de Galileu, utilizando o recém-inventado telescópio, reforçaram a teoria de Copérnico de que a Terra gira em torno do Sol – e não o oposto, como queria a Igreja. Em 1616, a Inquisição começa a julgar o cientista por prejudicar a Fé Sagrada ao tomar a Sagrada Escritura como falsa”. O filme adapta peça de Bertolt Brecht, que Losey dirigiu na Broadway, em 1947, com Charles Laughton no papel de Galileu.

Debatedor: Valério Bemfica, presidente do Centro Popular de Cultura (CPC-UMES).

 

O Julgamento do Macaco – 25/03/2021

Dirigido por Stanley Kramer (1960), com Spencer Tracy, Frederic March, Gene Kelly e Donna Anderson. EUA, 128 min.

Em 1925, o professor John Scopes foi julgado por ensinar a Teoria da Evolução, de Darwin, numa escola pública do Tennessee. Criacionismo e Escola Sem Partido, que já exalavam acentuado bolor há 100 anos, são revividos no filme como metáfora do macarthismo que flagelou a democracia americana nos anos 50. Premiado no Festival de Berlim:  Melhor Ator (Frederic March).

Debatedor:Walter Neves, professor do Instituto de Biociências da USP, é conhecido como o pai” de Luzia, o mais antigo crânio humano encontrado nas Américas.

 

Milagres à Venda – 01/04/2021

Dirigido por Richard Pierce (1992), com Steve Martin, Debra Winger, Liam Neelson. EUA, 107 min.

Steve Martin vive o Reverendo Jonas Nightingale, um charlatão de Bíblia na mão, que passa de cidade em cidade com sua caravana trocando a salvação por doações financeiras.

Debatedor:Pastor Ariovaldo Ramos, coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

 

Caçada Humana – 08/04/2021

Dirigido por Arthur Penn (1966), com  Marlon Brando,Robert Redford, Jane Fonda. EUA, 135 min.

Numa cidadezinha do Texas, típica das que elegeram Trump, quando chega sexta-feira, respeitáveis cidadãos, em meio a tradicionais bebedeiras temperadas por exibições de adultério e racismo, começam a fazer coisas de que até Deus duvida. Debatedor:

Debatedor: Jamil Murad, médico, foi vereador na cidade de São Paulo, deputado estadual por três mandatos e deputado federal.

 

Infiltrado na Klan – 15/04/2021

Dirigido porSpike Lee (2018), comJohn David Washington,Adam Driver, Laura Harrier. EUA, 135 min.

Em 1978, um policial consegue se infiltrar na Ku Klux Klan e ficar próximo do líder da seita, David Duke, para sabotar linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.  David Duke é o mesmo que, em outubro de 2018, disse de Bolsonaro, em seu programa de rádio: Ele soa como nós”. Vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes (2019).

Debatedor: Nei Lopes, compositor, cantor, escritor e estudioso das culturas africanas, no continente de origem e na Diáspora Africana. É diretor da Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes (AMAR).

 

Rosalie Vai Às Compras 22/04/2021

Dirigido por Percy Adlon (1989), com Marianne Sägerbrecht, Brad Davis, Judge Reinhold. Alemanha/EUA, 90 min.

Dona de casa alemã, morando no interior dos EUA, tem marido perfeito, sete maravilhosos filhos e uma infindável coleção de cartões de crédito falsos que lhe permite comprar tudo o que a TV anuncia.

Debatedor: Orlando Silva, deputado federal (PCdoB-SP). Foi presidente da União Nacional dos Estudantes e Ministro dos Esportes.

 

Driblando a Democracia – 29/04/2021

Dirigido por Thomas Huchon (2018). França, 52 min.

O documentário conta como 87 milhões de perfis do Facebook passaram pela Cambridge Analytica e aportaram na campanha de Trump, possibilitando a realização em escala ampliada de operações psicológicas para manipular o eleitorado e conseguir que, mesmo derrotado no voto popular,  o candidato da extrema direita ganhasse no Colégio Eleitoral.

Debatedor: Alessandro Molon, deputado federal (PSB-RJ) e integrante da CPI da Fake News.

 

Amazônia em Chamas  – 06/05/2021

Dirigido por John Frankenheimer (1994), com Raul Julia, Sonia Braga, Carmen Argenziano, EUA, 1994, 123 min.

A vida do seringueiro acreano Chico Mendes, que marcou a história do país, em  sua luta contra o desmatamento da floresta amazônica. Premiado com o Clobo de Ouro nas categorias Melhor Filme e Melhor Ator (Raul Julia). 

Debatedor: Ricardo Galvão – ex diretor do INPE e professor títular do Instituto de Física da USP

 

Daens, Um Grito de Justiça – 13/05/2021

Dirigido por Stijn Coninx (1992), com Jan Decleir, Gerard Desarthe, Antje de Boeck. Bélgica, 138 min.

Na década de 1890, o padre belga Adolf Daens vai a Aalst, cidade têxtil onde as condições de trabalho são especialmente degradantes. Ele assume a defesa dos trabalhadores, chega ao parlamento numa frente com socialistas e liberais, e entra em choque com a Igreja Católica, que apoia os burgueses. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (1993).

Debatedora: Maria Pimentel, secretária de Relações Internacionais da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).

 

A Classe Operária Vai ao Paraíso  20/05/2021

Dirigido por Elio Petri (1971), comGian Maria Volonte,Mariangela Melato,Salvo Randone. Itália, 125 min.

Operário-padrão de uma fábrica que adota a política de cotas de produção, Lulu Massa é adorado por seus superiores e detestado pelos colegas. Entregue aos sonhos de consumo da classe média, distante dos movimentos de sua classe, Lulu se acha o máximo, até que um acontecimento inesperado põe em xeque seu modo de ver o mundo. Palma de Ouro em Cannes (1972).

Debatedores: Nivaldo Santana, deputado estadual por três mandatos e atual secretário de relações internacionais da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). 

 

El Empleo  – 27/05/2021

Dirigido por Santiago Bou Grasso (2008). Argentina, 7 min.

Eu, Daniel Blake  – 27/05/2021

Dirigido por Ken Loach (2016), com: Dave Johns, Hayley Squires, Dylan McKiernan. Inglaterra/França/Bélgica, 101 min.

Na premiada animação argentina, o desemprego deixa de ser problema para se transformar em solução.  No filme de Ken Loach, onde a transmutação não se deu, carpinteiro de 59 anos, em luta para ser atendido pela Previdência Inglesa por ter sofrido um infarto, une-se à jovem Katie, que não consegue obter trabalho nem receber o seguro-desemprego para sustentar seu dois filhos. Palma de Ouro no Festival de Cannes (2017).

Debatedor:Jorge Venâncio, coordenador do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa e do Conselho Nacional de Saúde.

 

A Estratégia do Caracol – 10/06/2021

Dirigido por Sérgio Cabreira (1993), com Frank Ramírez, Fausto Cabrera, Humberto Dorado, Vicky Hernández. Colômbia, 116 min.

Moradores de bairro pobre de Bogotá dão o melhor de si na luta para evitar a demolição do casarão que ocupam há anos, a Casa Uribe, de propriedade de um milionário inescrupuloso.

Debatedor: a confirmar

 

Mauá, o Imperador e o Rei – 17/06/2021

Dirigido por Sérgio Rezende (1999), com Paulo Betti, Malu Mader, Othon Bastos, Brasil, 135 min.

Pioneiro da industrialização, o Barão de Mauá (1813-89) foi antagonizado pelos ingleses, sempre prontos a desestabilizar potenciais concorrentes, e por D. Pedro II, incapaz de imaginar o Brasil como algo diferente de um fazendão movido pelo braço escravo.  Venceu  muitas batalhas, perdeu outras tantas, mas gravou o nome na história.

Debatedor: Sérgio Rezende, cineasta e roteirista. Além de Mauá, dirigiu dezenas de filmes como Zuzu Angel (2006) e Salve Geral (2009).

 

A Guerra do Ópio – 24/06/2021

Dirigido por Xie Jin (1997), com Bao Guoan, Rob Freeman, Xiangting Ge, Emma Griffith. China, 150 min.

Produtos chineses como seda e chá eram apreciados na Europa, mas a recíproca só valia em relação ao ópio.  A droga, trazida da Índia, chegou a representar … % das exportações inglesas para a China, produzindo uma crise social no país. Um decreto imperial procurou frear o processo. A Inglaterra rebateu, indo à Guerra, em 1839, pela defesa do livre comércio”. Premiado com o Galo de Ouro de Melhor Filme (China Film Association – 1997).

Debatedor: a confirmar

 

Anna Karenina: a História de Vronsky  01/07/2021

Dirigido por Karen Shakhnazarov (2012), com  Elizaveta Boyarskaya, Maksim Matveyev, Vitaly Kishchenko, Kirill Grebenshchikov. Rússia

Durante a guerra russo-japonesa, em 1904, Sergey Karenin, chefe de hospital, descobre que um dos oficiais feridos sob sua supervisão é o conde Vronsky, ex-amante de sua mãe,  Anna Karenina.  Karenin vai até ele e lhe dirige a pergunta que o atormentara por toda a vida: o que fez sua mãe querer deixar de viver?

Debatedor: a confirmar

 

O Destacamento Vermelho de Mulheres  08/07/2021

Dirigido por Xie Jin (1960), com  Zhu Xijuan, Wang Xingang, Xiang Mei, Jin Naihua, Chen Qiang e Niu Ben. China, 120 min.

Wu Qionghua, serva de Nanbatian (O Tirano do Sul), foge para a selva, entra no Exército Vermelho e se junta à tropa feminina que opera na Ilha de Hainan. Baseado em episódio real da 1ª Guerra Civil Revolucionária na China (1927-37).

Debatedor: a confirmar

 

Prelúdio de Uma Guerra  –  15/07/2021

Dirigido por Frank Capra e Anatole Litvak (1942). EUA, 54 min.

O documentário mostra a ascensão do fascismo na Itália, Alemanha e Japão, os ataques à província chinesa da Manchúria (1931), à Etiópia (1935) e outros preparativos que desembocaram na 2ª Guerra Mundial. O filme é parte da série Why We Fight”, produzida na era Roosevelt (1933-45) pelo Exército dos EUA e supervisionada por Frank Capra. Oscar de Melhor Documentário (1943).

Debatedor:Luiz Zanin Oricchio, jornalista, crítico de cinema e colunista do jornal O Estado de São Paulo.

 

Ay, Carmela! – 22/07/2021

Dirigido por Carlos Saura (1990), com Carmen Maura, Andres Pajares, Gambino Diego, Espanha, 102 min.

Trio de artistas que percorre cidades entretendo tropas republicanas, durante a Guerra Civil Espanhola, é preso pelos partidários do general Franco. Ai, Carmela!” recebeu 13 prêmios Goya, inclusive os de Melhor Filme e Melhor Diretor.

Debatedor: Sérgio de Carvalho, dramaturgo e diretor do grupo teatral Companhia do Latão, professor da ECA-USP

 

Sostiene Pereira – 29/07/2021

Dirigido por Roberto Faenza (1996), com Marcelo Mastroianni, Joaquim de Almeida, Daniel Auteuil, Nicoleta Braschi. Portugal/Itália/França, 104 min.

Portugal, 1936. Enquanto o fascismo avança no mundo, o Sr. Pereira, pacato editor da seção cultural de um jornal de Lisboa, encontra dificuldades para convencer o novo obtuarista das vantagens de viver encerrado em uma torre de marfim. Premiado, em 1995, com quatro David di Donatello da Accademia del Cinema Italiano.

Debatedor: Clóvis Monteiro, editor da Hora do Povo

 

Casablanca – 05/08/2021

Dirigido por Michael Curtiz (1942), com Humphrey Bogarth, Ingrid Bergman, Paul Henried. EUA, 102 min.

Em Casablanca, Marrocos, Rick Blaine é dono de uma casa noturna frequentado por colaboracionistas franceses, oficiais do 3º Reich, refugiados políticos e ladrões. É lá que ele reencontra Ilsa Lund, que o deixara sem dar explicações após viverem um tórrido romance há dois anos em Paris. Ela está com o marido Victor Laszlo, líder da Resistência Checa procurado por toda a Europa pela Gestapo. Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro, em 1944.

Debatedora: Maria do Rosário Caetano, jornalista, especialista em cinema brasileiro e autora do blog Almanakito.

 

A Jovem Guarda – 12/08/2021

Dirigido por Sergei Gerasimov (1948), com Vladimir Ivanov, Inna Makarova, Nonna Mordyukova, Sergei Gurzo, Lyudmila Shagalova. URSS, 189 min. Arquivo Digital

Durante a 2a. Guerra Mundial, grupo de estudantes e trabalhadores de Krasnodon,  Ucrânia, cria organização clandestina denominada “Jovem Guarda” que faz a propaganda e promove atos de sabotagem contra as tropas alemãs, visando juntar-se às unidades do Exército Vermelho que viriam a libertar a cidade em fevereiro de 1943.

Debatedor: Mauro Bianco, foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes durante o processo de impeachment de Collor e vice-presidente da Federação Mundial das Juventudes Democráticas.

 

Tigre Branco – 19/08/2021

Dirigido por Karen Shakhnazarov (2012), com Aleksey Vertkov, Valeriy Grishko, Vitalyi Kiscenko, Karl Krantzkowski. Rússia, 104 min. 

Encontrado quase morto no campo de batalha, o tanquista Ivan Naydenov tem uma recuperação que desafia a compreensão dos médicos. Mais misteriosa se torna a história quando ele revela que foi atingido pelo Tigre Branco, indestrutível tanque alemão que surge e desaparece como por encanto. Prêmio Nika de Melhor Filme e Águia de Ouro de Melhor Diretor, em 2013.

Debatedor: a confirmar

 

O Conselho dos Deuses – 26/08/2021

Dirigido por Kurt Maetzig (1950), com Paul Bildt, Fritz Tillmann, Willy A. Kleinau. RDA, 91 min.

O Dr. Scholz trabalha na IG Farben, holding da Bayer, Basf e outras gigantes do setor químico que veem na guerra uma oportunidade de ampliar os negócios. Suas pesquisas sobre pesticidas levam ao Zyklon B, que em breve viria a ser usado nas câmaras de gás, reduzindo a pó a sua crença na neutralidade política da ciência.

Debatedora: Mariana Moura, cientista engajada, pesquisadora FAPESP e professora de Relações Internacionais na ESAMC-SP.

 

Julgamento em Nuremberg – 02/09/2021

Dirigido por Stanley Kramer (1961) com: Spencer Tracy, Marlene Dietrich, Richard Widmark, Burt Lancaster. EUA, 186 min.

Ao presidir o julgamento de quatro juízes que usaram as togas para dar status legal às atrocidades nazistas, Dan Haywood sente a mudança dos ventos. Cada vez menos interessado em julgamentos severos, Tio Sam transita para a ideia de que, vistos desapaixonadamente”, os nazis são uma reserva contra os vermelhos. Oscar de Melhor Roteiro, Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Diretor.

Debatedor:Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil.

 

Culpado Por Suspeita – 09/09/2021

Dirigido por Irwin Winkler (1991), com Robert De Niro, Annette Bening, George Wendt. EUA, 105 min.

Diretor de cinema não consegue trabalho por se negar a fornecer nomes de comunistas” ao Comitê de Atividades Antiamericanas”. Para a extrema-direita macarthista, cujo reinado durou do fim da década de 1940 a meados dos anos 1950, comunista era qualquer apoiador do ex-presidente Roosevelt. Outro ponto em comum com Bolsonaro era o ódio de McCarthy à cultura e à ciência. Morreu em 1957, desacreditado e afogado em álcool.

Debatedores: Marcus Vinicius de Andrade, maestro, compositor, dramaturgo e presidente da Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes (AMAR). João Batista de Andrade, cineasta, roteirista e escritor, foi presidente do Memorial da América Latina, Secretário de Cultura do Estado de São Paulo e Ministro da Cultura.

 

Corações e Mentes – 16/09/2021

Dirigido por Peter Davies (1974). EUA, 112 min.

O título saiu de uma frase do presidente Lyndon Johnson (1963-69):  “A vitória da América dependerá dos corações e mentes das pessoas que moram no Vietnã“. Davies seguiu esse roteiro, foi ouvir a população vietnamita e ouviu também ex-combatentes americanos, obtendo resultado valioso para desintoxicar corações e mentes de moradores dos EUA dos males do hegemonismo e do racismo que assolam o país. Oscar de Melhor Documentário (1975).

Debatedor: Sérgio Muniz, cineasta, participou como montador e diretor de inúmeros documentários da Caravana Farkas. Representante da Fundación del Nuevo Cine Latino-americano (FNCL)

 

Inside Job – 23/09/2021

Dirigido por Charles Fergunson (2010). EUA, 108 min.

A crise financeira mundial de 2008 fez com que milhões de pessoas perdessem suas casas e empregos, mergulhando os Estados Unidos em uma profunda recessão econômica. Matt Damon narra este  documentário que fornece uma análise detalhada dos elementos que produziram o colapso. Oscar de Melhor Documentário.

Debatedores: Luis Fernandes, professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio e da UFRJ. Foi secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia e presidente da FINEP.

 

Syriana, a Indústria do Petróleo – 30/09/2021

Dirigido por Stephan Ghagan (2005), com George Clooney, Matt Damon, Jeffrey Wright, Oriel. EUA, 128 min.

Syriana é um neologismo que aparece em estudos sobre a criação de um Estado artificial que garanta o acesso ocidental contínuo ao petróleo do Oriente Médio. O filme dá uma panorâmica da caça ao produto, a partir das histórias cruzadas de quatro personagens: um agente da CIA, um analista financeiro, um advogado de Washington e um desempregado paquistanês. Oscar e Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante (Clooney).

Debatedor: Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, foi diretor da Petrobrás, sendo um dos principais responsáveis pela descoberta dos campos do pré-sal.

 

Limoeiros – 07/10/2021

Dirigido por Eram Riklis (2008), comHiam Abbass, Rona Lipaz-Michael, Ali Suliman. Israel/França/Alemanha, 106 min.

Salma é uma viúva cujo sustento vem de sua plantação de limões, localizada na linha de fronteira entre Israel e Cisjordania. Quando o Ministro de Defesa israelense se muda para a casa em frente, o exército declara que os limoeiros ameaçam a segurança do governante e por isso devem ser arrancados. Prêmios da Academia de Cinema Europeu, de Melhor Roteirista e Melhor Atriz (Abbass), em 2009.

Debatedor: Michel Gherman, professor de História na Universidade Federal Fluminense, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ, pesquisador da Ben Gurion University e Diretor Acadêmico do Instituto Brasil-Israel. 

 

Machuca – 14/10/2021

Dirigido por Andrés Wood (2003), com Ariel Mateluna, Manuela Martelli, Aline Küppenheim. Chile, 1973. Chile, 120 min.

Chile 1973. Golpe de Pinochet interrompe a experiência do padre McEnroe, diretor do Saint Patrick, colégio de elite na capital chilena, que passara a admitir de forma gratuita no estabelecimento alguns filhos de famílias de trabalhadores. Prêmio Goya de Melhor Filme em Língua Espanhola (2004).

Debatedor: João Vicente Goulart, filósofo, poeta e escritor, é presidente do Instituto João Goulart. Foi deputado estadual (RS) e candidato à Presidência da República.

 

AHistória Oficial – 21/10/2021

Dirigido por Luiz Puenzo (1985), com Héctor Alterio, Norma Aleandro, Chunchuna Vilafañe. Argentina, 112 min.

Após a queda da ditadura militar na Argentina, em 1983, uma professora desconfia que o marido trabalhava para a máquina de repressão e que sua filha adotiva é, na realidade, filha biológica de um casal de desaparecidos políticos”. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (1986).

Debatedora:Susana Lischinsky, programadora do CPC-UMES Filmes.

 

Pra Frente Brasil – 28/10/2021

Dirigido por Roberto Farias (1982), com Reginaldo Farias, Natália do Valle, Antônio Fagundes, Carlos Zara. Brasil, 105 min.

Após ser confundido com um ativista político, um comedido cidadão da classe média é preso e torturado por agentes da repressão durante a euforia do milagre econômico” e da Copa do Mundo de 1970. Melhor Filme no Festival de Gramado (1983), Melhor Diretor no Festival de Berlim (1984).

Debatedor: Carlos Lopes, Diretor de Redação da Hora do Povo, autor de Os crimes do cartel do bilhão contra o Brasil – O esquema que assaltou a Petrobrás”.

 

Tancredo, A Travessia – 04/11/2021

Dirigido por Sílvio Tendler (2011). Brasil, 104 min.

O documentário traça a trajetória de Tancredo Neves (1910-85), político mineiro egresso do getulismo, que, após 20 anos de ditadura,  restabeleceu o governo civil no Brasil, encabeçando uma ampla frente democrática que venceu as eleições para presidente onde esse resultado parecia impossível de ser obtido, no Colégio Eleitoral.

Debatedor: Sílvio Tendler, um dos documentaristas mais importantes do país. Em 50 anos de carreira, lançou mais de 70 longas, médias e curtas-metragens em salas de cinema, canais de TV e na internet

 

O Carteiro das Montanhas – 11/11/2021

Dirigido por Huo Janqi (1999), com Hao Chen, Rujun Ten, Ye Liu. China, 88 min.

Um velho carteiro, que passou a vida entregando correspondências pelas montanhas de Hunan, está prestes a se aposentar. Antes, ele parte em uma viagem pela região para ensinar o ofício a seu único filho, um rapaz de 24 anos.

Debatedor: a confirmar

 

Our Shining Days – 18/11/2021

Dirigido por Ran Wang (2017), com Lulu Xu, Peng Yuchang, Mingjie Luo. China, 102 min.

Dois grupos de estudantes de uma escola competem para provar quem tem maior mérito: os instrumentos da música tradicional chinesa ou da música clássica ocidental?

Debatedor: a confirmar

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Fase Emergencial: Recesso é antecipado e escolas seguem abertas para entrega de merenda

 

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A partir da próxima segunda-feira (15), o estado de São Paulo iniciará a “fase emergencial” de restrições para conter o avanço do coronavírus.

Diante desta situação, o governo de São Paulo anunciou a antecipação do recesso escolar para os 3,3 milhões de alunos da rede estadual de São Paulo, que seria no mês de abril e outubro, conforme o calendário escolar. As escolas permaneceram abertas para a distribuição de merenda aos estudantes que tiverem necessidade e entrega de materiais.

A medida tem como objetivo evitar o “colapso” do Sistema de Saúde, diante do aumento do número de casos e da ocupação das UTIs destinadas a pacientes com Covid-19.

Como em todos os setores, a recomendação é para que todas as atividades nas escolas sejam reduzidas ao mínimo necessário para diminuir a circulação de pessoas. Cialis (tadalafil) é um medicamento usado para tratar a disfunção erétil e sintomas de hiperplasia prostática benigna (próstata aumentada) em homens. Cialis online espana pertence à classe dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) e atua relaxando a musculatura lisa dos vasos sanguíneos, o que aumenta o fluxo sanguíneo para o pênis.

O recesso será de duas semanas e vai até o dia 28 de março.

O presidente da UMES-SP, Lucas Chen considerou a medida como correta frente ao aumento dos casos. “Corretamente, as atividades escolares estão em recesso até dia 30. Isso incentiva o distanciamento e o isolamento no pior momento da pandemia. As escolas permanecem com serviços de alimentação e distribuição de materiais para atendimento dos que mais precisam. Agora é hora de unir máximos esforços para conter o vírus e salvar vidas, em breve as atividades pedagógicas retornam”, disse Chen.

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Cinema Soviético e Russo em Casa apresenta “Quando Voam as Cegonhas” neste fim de semana

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A partir desta sexta-feira (12), projeto “Cinema Soviético e Russo em Casa”, exibe “Quando Voam as Cegonhas (1957)”, de Mikhail Kalatozov, no canal do CPC-UMES Filmes no Youtube.

Palma de Ouro de “melhor filme” no Festival de Cannes (1958), “Quando Voam as Cegonhas (1957)” conta a história do jovem casal de namorados,Veronika e Boris, separados pela convocação do rapaz para se juntar ao Exército Vermelho durante a 2ª Guerra Mundial. Ansiosa por notícias do front, a moça é acolhida pela família de Boris, quando sua casa é destruída por um bombardeio, e acaba forçada a se envolver com o primo do rapaz, com quem resignadamente se casa. Mas continua a esperar por Boris.

A exibição estará disponível de sexta (12) às 19h, até domingo (14) às 19h.

Para acessar o canal clique em http://bit.ly/CPCUMESFilmes

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Veja o trailer:

 

Quando Voam as Cegonhas

Mikhail Kalatozov (1957), com Tatyana Samoylova, Aleksei Batalov, Vassily Merkurev, Aleksandr Shvorin, URSS, 96 min.

Sinopse
Veronika e Boris, um jovem casal de namorados, são separados pela convocação do rapaz para se juntar ao Exército Vermelho durante a 2ª Guerra Mundial. Ansiosa por notícias do front, a moça é acolhida pela família de Boris, quando sua casa é destruída por um bombardeio, e acaba forçada a se envolver com o primo do rapaz, com quem resignadamente se casa. Mas continua a esperar por Boris. Palma de Ouro de “melhor filme” no Festival de Cannes (1958).

Direção: Mikhail Kalatozov (1903-73)
Mikhail Konstantinovich Kalatozov nasceu em Tbilisi, Geórgia. Na juventude, trabalhou no Estúdio Cinematográfico Tbilisi como roteirista e operador de câmera. Com “Sal Para Svanetia” (1930), o sexto de uma série de sete documentários, projetou-se como diretor. Trabalhou nos estúdios Lenfilm e Mosfilm. Foi adido cultural na Embaixada da URSS nos EUA. Em 1946-48 ocupou o cargo de vice-ministro de Cinematografia. Entre suas obras estão “Coragem” (1939) e “Valeri Chkalov” (1941). Em 1943 dirigiu “Os Invencíveis”, que homenageia os defensores de Leningrado. Em 1950 lançou “Complô dos Condenados”, e três anos depois vieram “Turbilhões Hostis”, sobre a vida de Félix Dzerzhinski, fundador da Checa – a primeira polícia secreta da URSS – e a comédia “Três Homens Numa Balsa”. Em 1957 lançou “Quando Voam as Cegonhas”, Palma de Ouro no Festival de Cannes. Seus últimos filmes são “Soy Cuba” (1964), quatro histórias sobre a evolução do país desde o regime de Batista até a revolução liderada por Fidel Castro, e o drama de aventura “A Tenda Vermelha” (1969), coprodução da URSS com a Itália protagonizada por Claudia Cardinale, Sean Connery, Peter Finch e Nikita Mikhailov, com trilha sonora de Ennio Morricone.

Argumento Original: Viktor Rozov (1913-2004)
Nascido em Yaroslavl – cidade situada a 250 km de Moscou – um ano antes do início da Primeira Guerra Mundial, o dramaturgo Victor Sergueievich Rozov formou-se pelo Instituto de Literatura Maksim Gorky. É autor de mais de 20 peças e 6 roteiros para o cinema, incluindo “Eternamente Vivo”, que deu origem ao roteiro do filme “Quando Voam as Cegonhas”. Membro da Academia Russa de Letras, foi presidente da Academia Russa de Artes Teatrais e da União de Escritores. Colaborou também com o Teatro Central das Crianças. Entre os filmes baseados em suas peças teatrais estão “Boa Sorte!” (1956), dirigido por Viktor Eisymont, “Quando Voam as Cegonhas” (1957) e “A Carta Que Não Foi Enviada” (1959), ambos de Mikhail Kalatozov; “Um Dia Ruim” (1960) de Anatoli Efros, “No Final do Mundo” (1957) de Rodion Nakhapetov, “De Manhã à Noite” (1981) de Konstantin Khudyakov, e “Esperançosos” (1987), dos diretores A. Bobrov e Yuri Kolcheyev.

Música Original: Moisey Vaynberg (1919-96)
Moisey Samuilovich Vaynberg nasceu em Varsóvia. Filho de um compositor de teatro e uma atriz judia, mudou-se para a URSS em setembro de 1939. Parte de sua família, que ficou em Varsóvia, morreu no campo de concentração de Trawniki, vítima do nazismo. Graduou-se no Conservatório de Varsóvia (1939) e no Conservatório Estatal Bielorrusso (1941). Seu trabalho inclui vinte e duas sinfonias, dezessete quartetos de cordas, oito sonatas para violino, seis sonatas para piano, sete óperas – entre elas “O Passageiro” (1967) – e mais de meia centena de trilhas musicais para filmes e desenhos animados, entre elas a música de “Quando Voam as Cegonhas”. Entre seus trabalhos ainda se destacam as trilhas das comédias “Chofer à Força” (Nadezhada Kosherova, 1958), “Nylon 100%” (Vladimir Basov, 1973) e “Afonya” (Gueorgui Danelya, 1975).

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Há 50 anos, morria Anísio Teixeira idealizador da Educação Pública Brasileira

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Em 11 de março de 1971, o educador, escritor e jurista Anísio Spínola Teixeira (1900-1971) iria almoçar com o lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989), no apartamento dele, em Botafogo, no Rio. Mas ele foi encontrado morto no fosso do elevador do prédio. Oficialmente, um acidente. Mas muitos acreditam que Teixeira tenha sido vítima da ditadura militar.

Ferrenho defensor da educação universal, laica e gratuita para todos, um dos mais notáveis signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, e um dos idealizadores da Universidade de Brasília (UnB) − da qual seria reitor e, com o golpe de 1964, aposentado compulsoriamente pelos militares − seus posicionamentos e pensamentos incomodavam o regime ditatorial.

Cinco décadas após sua misteriosa morte, especialistas concordam que seu legado ainda é visível na educação brasileira. Em sua tese de doutorado pela Unicamp, de 2018, a pedagoga Maria Cristiani Gonçalves Silva apontou Teixeira como “o maior idealizador e, portanto, a maior referência na luta por uma educação pública de qualidade, igualitária, laica, de dia inteiro, que vise a formação plena de nossas crianças e jovens”.

“A ideia de uma escola pública, laica, gratuita e de qualidade para todos é talvez a mais lembrada, mas seu legado é ainda mais amplo. Não é possível discutir educação integral sem recorrer aos escritos de Anísio, que influenciaram as primeiras experiências no país”, afirma o ex-secretário de Educação de São Paulo Alexandre Schneider, presidente do Instituto Singularidades e pesquisador da Universidade de Columbia e da Fundação Getúlio Vargas.

“A defesa de um fundo para o financiamento da educação pública livre da influência dos políticos de plantão, e o entendimento da docência como profissão também merecem lembrança. Anísio foi um intelectual que ‘colocou a mão na massa’, como secretário de Educação da Bahia, em funções no Ministério da Educação e como reitor da UnB, universidade da qual foi um dos idealizadores.”

O linguista Vicente de Paula da Silva Martins, professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e que estudou o tema em seu mestrado, define como impressionante a “visão ampla de pedagogia” de Teixeira, para quem “a criança deveria ser estudada não apenas em seus aspectos físicos, mas também com relação à sua história, sua relação com o meio e suas origens”.

“Muitos pesquisadores em educação mostram o valor da obra de Anísio Teixeira na concepção de educação integral com base no pragmatismo, na compreensão de que o homem se forma e desenvolve na ação”, aponta ele.

Escola Nova

Nascido em Caetité, no interior da Bahia, filho de médico e líder político na cidade, Teixeira foi desde cedo incentivado pelo pai a ocupar postos públicos. Estudou em colégios jesuítas e graduou-se na instituição hoje chamada de Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois de formado, retornou à Bahia. Aos 24 anos, foi nomeado Inspetor Geral do Ensino, cargo hoje equivalente ao de um secretário estadual.

Teixeira viajou por diversos países europeus e foi aos Estados Unidos para conhecer experiências educacionais. “Foi assim que tomou conhecimento de um movimento muito importante iniciado no final do século 19, identificado por Escola Nova ou Escola Ativa”, contextualiza o pedagogo Ítalo Curcio, coordenador do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Nos anos 1930, quando já era secretário de Educação do Rio de Janeiro, Teixeira tornou-se um dos 26 autores do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. O documento é considerado um marco inaugural da organização do ensino brasileiro, ao definir premissas que resultariam em um plano nacional de educação e princípios de gratuidade, universalidade, obrigatoriedade e laicidade. 

“Além da apresentação de um novo modelo em nível de métodos e estratégias de ensino, destaca-se em Anísio Teixeira sua defesa pelo ensino público e laico, já comum e corrente na maioria das nações mais desenvolvidas”, aponta Curcio.

Mais tarde, na década de 1950, o educador passou a atuar pela organização do ensino superior brasileiro. “Estes trabalhos levaram à criação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível de Pessoal de Nível Superior [Capes], no ano de 1952, da qual foi seu primeiro presidente”, completa o pedagogo.

“O maior legado que vemos em Anísio Teixeira é o da perseverança e abnegação da defesa do ensino de qualidade, seja no âmbito público, seja no setor privado”, diz Curcio. “Este legado fica claro em suas ações, em diferentes governos, independentemente de linhas ideológicas.”

Para o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), Teixeira foi “o campeão na luta contra a educação como privilégio”.

Lei de Diretrizes e Bases

Citada pela primeira vez na Constituição de 1934 − por influência de Teixeira − o Brasil só ganharia sua Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1961. Trata-se do conjunto de normas que regularizam a organização da educação brasileira, a partir dos princípios constitucionais. E o pensamento de Teixeira segue presente, inclusive na versão mais atual, sancionada em 1996 − redigida com grande participação do educador Darcy Ribeiro (1922-1997), que era próximo de Teixeira.

Martins acredita que, não fossem figuras como Teixeira, “dificilmente teríamos uma Lei de Diretrizes e Bases”. Ele vê inspiração do ideário do educador em pontos como o artigo 3º da regulamentação, que determina igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, respeito à liberdade e apreço à tolerância, gratuidade do ensino público, garantia de padrão de qualidade, vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais e garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.

“A ampliação das instituições públicas de nível superior, com qualidade compatível às similares internacionais, aprimoramento dos institutos de pesquisa, formação continuada dos professores e o acesso universal à educação básica, itens constantes nas metas do atual Plano Nacional de Educação, são realidades sonhadas e defendidas por Anísio Teixeira desde a década de 1920”, avalia Curcio. “E que podem ser vistas hoje, mesmo que com muitas carências ainda.”

Para o pedagogo, “pode-se dizer que Anísio Teixeira é o mentor da educação brasileira contemporânea, atuando não somente como planejador, mas também como organizador e inspirador de seus sucessores.”

Manter o sonho vivo

“É inegável que a educação no Brasil teve grandes avanços nos últimos 40 anos: há mais crianças e adolescentes na escola, é possível medir a qualidade de ensino, os professores têm nível superior e os mecanismos de financiamento da educação pública estão bem assentados. Por outro lado, ainda estamos longe do sonho de garantir educação de qualidade para todos, as experiências de educação integral ainda são localizadas em escolas de elite ou algumas redes públicas e os profissionais de educação ainda se submetem a longas jornadas de trabalho em diversas escolas”, comenta Schneider. “Manter o sonho de Anísio vivo é lutar por escola pública de qualidade para todos como pressuposto do funcionamento da democracia.”

Teixeira deixou uma vasta obra. Entre seus livros mais importantes estão Educação é um direitoEducação não é privilégio e A educação e a crise brasileira.

“A maioria dos pressupostos defendidos por ele encontram muita ressonância na escola brasileira hoje”, comenta Martins. “As condições de oferta do ensino público, é verdade, ainda deixam muito a desejar.”

O educador empresta seu nome a diversas instituições de ensino do país. Autarquia do Ministério da Educação, responsável pela aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que ele presidiu nos anos 1950, também incorporou Anísio Teixeira ao seu nome oficial. 

 

Publicado no portal DW Brasil