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NÁDEGAS A DECLARAR

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O vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, senador Chico Rodrigues, foi alvo de operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União na quarta-feira (14).

Segundo as informações divulgadas pela imprensa, foram apreendidos mais de R$ 500 mil no cofre do senador. Sendo que R$ 30 mil estavam “entre as nádegas do senador”, segundo afirmou a revista Crusoé. Ainda segundo a revista, o momento da apreensão foi constrangedor algumas notas recuperadas estavam sujas de fezes”.

Na semana passada, Bolsonaro afirmou, em tom de chacota, que acabou com a Operação Lava Jato, pois “não há corrupção em meu governo.

O senador flagrado com dinheiro na cueca é íntimo da família Bolsonaro. Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, que tem livre trânsito no Palácio do Planalto e participou com Carlos Bolsonaro na montagem do “gabinete do ódio”, central de fake news, intrigas e ataques contra adversários de Bolsonaro, é contratado como assessor parlamentar no gabinete de Chico Rodrigues.

 

 

Post Verde de Amarelo de Independência Brasileira para Redes Sociais 1

15 de Outubro – O professor e a construção de um novo tempo

Post Verde de Amarelo de Independência Brasileira para Redes Sociais 1

 

Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra

Anísio Teixeira

O Brasil já amarga oito meses de enfrentamento à pandemia do coronavírus. Neste cenário, em que mais de 150 mil pessoas já perderam as vidas. É difícil nos prestarmos às comemorações que são tão inerentes ao nosso povo.

Entretanto, não são poucos os exemplos que nos trazem alegria e nos dão a esperança de um futuro melhor. De que podemos vencer estes desafios e fazer com que nosso povo volte a sorrir livremente.

Com a Educação não é diferente. Desde março, tentamos nos adaptar diante dos problemas que se apresentaram. Milhões de estudantes foram afastados do convívio escolar e lutam diariamente para ter acesso ao ensino.

A maioria dos professores ainda permanece afastada das escolas, mas não de sua função, pois eles continuam contribuindo com a aprendizagem e o desenvolvimento de seus alunos.

Celebrar este Dia dos Professores diante da pandemia do coronavírus é uma forma de homenageá-los, agradecê-los por sua dedicação e seu esforço para manter o envolvimento nas atividades escolares e a motivação de aprender e acreditar em um futuro melhor.

A importância do trabalho dos professores é inquestionável, já que é um dos pilares da educação e contribui com a construção do futuro do nosso país. Apesar de estar longe do ambiente escolar, a docência não se restringiu a um espaço físico, pois ela ultrapassa os limites institucionais, o que tem sido essencial para possibilitar o ensino remoto.

Esses profissionais têm se esforçado e enfrentado dificuldades para garantirem a aprendizagem da melhor forma possível em um momento tão delicado e incerto que estamos enfrentando.

No novo cenário que se inicia, com o retorno das aulas presenciais, os professores serão fundamentais para, além do ensino, realizar o acolhimento social e psicológico dos estudantes. A relação entre aluno e professor será ainda mais intensa.

A educação será ainda mais importante para lidar com os desafios futuros, e o professor será um dos principiais responsáveis pela construção destes novos tempos.

Feliz 15 de Outubro

Feliz Dia do Professor

UNIÃO MUNICIPAL DOS ESTUDANTES
SECUNDARISTAS DE SÃO PAULO – UMES

Café da Lulu

“Café à Italiana” debate participação da mulher na indústria do cinema

 

 Café da Lulu 

Na noite desta terça-feira foi realizado o segundo “Café à Italiana”, série de lives sobre cinema produzida pela equipe do Cine-Teatro Denoy de Oliveira. O encontro, que teve como tema “Mulheres no Cinema”, contou com a participação de Débora Ivanov, uma das mais importantes produtoras do cinema brasileiro e ex-presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

Ao se apresentar, Débora demonstrou seu carinho pelo trabalho cultural da UMES, relembrando que foi produtora do documentário Geraldo Filme (Carlos Cortes, 1998), realizado em parceria com a entidade.

“O filme fala sobre a cultura negra na cidade de São Paulo, através do samba, e como essa cultura negra que era vandalizada, era criminalizada, se tornou um símbolo da cultura nacional. Esse filme foi muito importante na minha carreira”, explicou.

“Então queria dizer que a UMES faz parte da minha história”, destacou Débora.

As mulheres e a indústria

A conversa com a curadora da Mostra Permanente de Cinema Italiano, Luisa Lopes, abordou a participação das mulheres na indústria do cinema. Segundo Débora, a ampliação do espaço das mulheres nas comissões julgadoras dos festivais é fundamental para garantir a representatividade do cinema.

Débora, que já participou da produção de mais de 60 filmes, destacou que enquanto as mulheres são mais de 50% da população, somente 20% dos filmes brasileiros são dirigidos por elas. E apontou ainda que a situação não é diferente na Europa, onde as mulheres dirigem ainda os filmes com orçamentos menores que dirigidos por homens.   

“Em uma base de dados da Ancine com 2.500 filmes, apenas 20% mulheres estavam na direção e 20% no roteiro. Este número nos ajudou a saber os problemas que temos que enfrentar”.

“Infelizmente, no período que estamos passando no Brasil, esta pauta, da diversidade, caiu completamente… Como vou falar em diversidade se o setor [áudio-visual] está parado?”, indagou

Cinema Italiano

A produtora destacou o trabalho de Lina Wertmüller, cineasta italiana precursora em um meio onde as mulheres possuíam quase nenhum espaço. Lina foi a primeira mulher indicada ao Oscar pela direção de “Pasqualino Settebellezze” (1975)

Em 2019, Lina foi premiada com um Oscar Honorário pelo conjunto de sua obra.

“Além de todo este pioneirismo, de ter sido indicada ao Oscar, o fato de ter uma mulher, trazendo filmes que trazem política, trazem uma visão de crítica social, uma visão crítica sobre o machismo e sobre a questão da mulher… Fazendo tudo isso com irreverência… Isso é genial”, destacou Débora.

 

Veja a segunda edição do “Café à Italiana”:

 

 

Débora Ivanov

Produtora audiovisual paulistana, foi sócia da Gullane Entretenimento de 2000 a 2015. Em outubro de 2015 passou a integrar a diretoria colegiada da Ancine. Ficou interinamente no cargo de presidente da Ancine até janeiro de 2018. Ao fim do seu mandato, em setembro de 2019, desligou-se da Agência. Nascida em 1961, formou-se em Direito e cursou artes plásticas. Sua trajetória inclui a realização de mais de 60 obras audiovisuais – entre curtas, médias e longas-metragens, telefilmes e séries para televisão , projetos que participaram dos mais importantes festivais nacionais e internacionais, acumulando mais de 200 prêmios e conquistando as maiores bilheterias do cinema nacional nos anos de 2012 e 2014. Foi diretora executiva do Sindicato da Indústria do Audiovisual do Estado de São Paulo – SIAESP, filiado à FIESP, que representa empresas produtoras de cinema, televisão, publicidade, games e infraestrutura. Foi membro do Conselho Consultivo da SPCine, empresa pública de cinema vinculada à prefeitura e ao governo do Estado de São Paulo. Por indicação do Conselho Superior do Cinema foi titular do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual. Fundou e foi Diretora Executiva voluntária do Instituto Querô, organização sem fins lucrativos, dedicado à capacitação e inserção no mercado audiovisual de jovens em situação de risco social na região portuária de Santos.

Geraldo Filme

Foi produzido em 1997 e conta a trajetória do notável sambista revelando as origens e peculiaridades do samba paulista. O filme recebeu o prêmio de Melhor Documentário, no 3º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários de São Paulo (1998), Prêmio Especial do Júri no 26° Festival de Gramado, o de Melhor Média Metragem no Festival de Cuiabá, e os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Montagem no 10° Festival de Cinema de Brasília.

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Cinema Russo em Casa: Assista “A Mãe”, da obra de Gorky, grátis até domingo

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Nesta sexta-feira, 09/10/20, continuamos o projeto “Cinema Russo em Casa”, com a exibição gratuita de A MÃE (Gleb Panfilov, 1989), adaptação do romance homônimo de Maksim Gorky.
A exibição estará disponível de sexta, 09/10, 19h, até domingo, 11/10, às 19h.

Para acessar o canal clique em http://bit.ly/CPCUMESFilmes

Aproveite para se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações de novidades. 

Temos programação confirmada até novembro deste ano.
Fiquem ligados!

A Mãe

Gleb Panfilov (1989), com Inna Churikova, Viktor Rakov, Liubomiras Lauciavicius, URSS, 200 min.

Sinopse
Retrato duro, vigoroso e pungente da Rússia pré-revolucionária focado na transformação de Pelageya Nilovna de camponesa submissa, escrava dos seus medos e da brutalidade doméstica, em mulher que se engaja na luta dos trabalhadores, ocupando progressivamente o lugar de seu filho Pavel, preso e encarcerado pela polícia política. Realizada por Gleb Panfilov em 1989, esta é a quarta adaptação cinematográfica do romance homônimo de Maksim Gorky. As outras três são de Vsevolod Pudovkin (1926), Leonid Lukov (1941) e Mark Donskoy (1956). Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes.

Direção: Gleb Panfilov (1934)
Gleb Panfilov nasceu em Magnitogorsk, nos Urais. Graduou-se no Instituto Politécnico e foi supervisor de turno em uma fábrica de produtos químicos. Trabalhou como chefe do departamento de propaganda da Juventude Comunista de Sverdlovsk. Diretor da TV local, realizou vários documentários entre 1958-63. Estudou direção no VGIK. Formou-se em 1966 e ingressou no estúdio Lenfilm, onde realizou seu primeiro longa. “No Caminho Através de Fogo” (1967) recebeu o Leopardo de Ouro, no Festival de Locarno. “Início” (1970) e “Senhor Presidente” (1975) foram respectivamente premiados nos festivais de Berlim e Barcelona. Transferiu-se para o Mosfilm em 1977. Entre seus filmes estão “Tema” (1979), Urso de Ouro no Festival de Berlim; duas adaptações de Gorki, “Vassa” (1983) e “A Mãe” (1989); “Os Romanoff, Família Imperial” (2001) e “Culpado Sem Culpa” (2008). Desde 1986 atua também como diretor de teatro.

Argumento Original: Maksim Gorky (1868-1936)
Fundador do realismo socialista, ativo militante do partido bolchevique, amigo e colaborador de Lenin, e depois de Stalin, Alexei Maksimovich Pechkov, pseudônimo Maksim Gorky, é ainda hoje considerado o maior escritor da língua russa, na qual despontaram expoentes como Pushkin (1799-1837), Gogol (1809-52), Dostoievski (1821-81), Tolstói (1828-1910), Tchecov (1860-1904), Maiakovski (1893-1930), Fadeyev (1901-56), Ehrenburg (1891-1967), Sholokhov (1904-84), Simonov (1915-79) e outros. Suas obras registram personagens que integravam as classes exploradas: operários, vagabundos, prostitutas, homens e mulheres do povo. Autores realistas e naturalistas já tinham incorporado estes setores à literatura, mas, mesmo com simpatia, olhavam para os pobres de fora. Gorki conhecia aquele universo por dentro e soube captar o que havia de mais profundo na alma russa. Entre suas obras destacam-se “Pequenos Burgueses” (teatro, 1901), “Ralé” (teatro, 1901), “Os Inimigos” (teatro, 1906), “A Mãe” (romance, 1906-07), “A Confissão” (romance, 1908), “Infância” (romance autobiográfico, 1913-14), “Ganhando Meu Pão” (romance autobiográfico, 1915-16), “Minhas Universidades” (romance autobiográfico, 1923), “A Casa dos Artamonov” (romance, 1925), “Quarenta Anos: A vida de Klim Sanghin” (tetralogia, 1925-36), “Yegor Bulychóv e os Outros” (romance, 1932). “Vassa Zheleznova” (teatro, 1910/1935). Gorki morreu em 18 de junho de 1936, vítima de envenenamento. O assassinato foi descrito e analisado, detalhadamente, nas duas sessões do dia 8 de março de 1938 do Colégio Militar da Corte Suprema da URSS.

Música Original: Vadim Bibergan (1937)
Compositor e ator, Vadim Bibergan nasceu em Moscou. Graduou-se em piano e composição no Conservatório Ural (1961). Sob a orientação de Shostakovich, estudou no Conservatório de Leningrado, onde obteve a pós-graduação em 1968. Escreveu as músicas de todos os filmes de Gleb Panfilov. Seu trabalho para a indústria cinematográfica compreende também as trilhas musicais de outros 40 filmes, entre os quais “O Jogo, De Preferência às Sextas-Feiras” e “A Segunda Tentativa de Victor Krokhin” (I. Sheshukov, 1977 e 1984 respectivamente), “Perdoa-me” (Ernest Yasan, 1985), “Chicha” (V. Melnikov, 1991), “Venha Me Ver” (O. Yankovsky e M. Agranovich, 2001).

“A Mãe” em 1907 e 1989
O romance é considerado o marco zero do realismo socialista. O filme, porém, especialmente no final, ganha um tom de tragédia: a mãe é apunhalada e morta por um ex-militante do partido, cooptado pela polícia política. O sangue se esparrama pelo chão e depois é burocraticamente removido pela turma da limpeza. É uma abordagem muito pouco gorkiana. Mas poderia ser diferente, em 1989, quando o socialismo e a URSS estavam sendo literalmente assassinados por uma força que não veio de fora, mas de dentro do próprio partido comunista? Cotejando os personagens do filme com os do romance, vê-se que o assassino da mãe não existe no livro. Também não existe Evsei Klimkov, o garotinho tímido que vira um agente da polícia política, que admira os revolucionários, mas os entrega porque “este é o meu trabalho”. Evsei Klimkov, na galeria de personagens de Gorki, foi o protagonista do romance “O Espião” – também traduzido como “Um Homem Desnecessário”. “A Mãe” e “O Espião”, escritos quase em paralelo, abordam a mesma situação histórica, a partir de ângulos opostos: o dos revolucionários e o da polícia política. Panfilov fundiu os dois para construir a sua versão.

Silvio Tendler

Documentaristas denunciam perseguição de Bolsonaro contra a cultura brasileira

 Silvio Tendler

 Silvio Tendler é um dos que assinam o manifesto – Foto: Reprodução

“Um país sem imagens de si mesmo é como alguém que não sabe quem é”. A frase compõe o manifesto lido por cineastas e diretores dos filmes participantes do 25º É Tudo Verdade Festival Internacional de Documentários encerrado no último domingo, dia 4 de outubro.

Os diretores se manifestaram contra os ataques do governo Bolsonaro ao audiovisual, em favor da proteção da cultura brasileira, da Cinemateca e da preservação da memória em movimento de nosso país 

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Manifesto dos Cineastas concorrentes no É Tudo Verdade 2020

É com sentimento de pesar que nós, diretores dos filmes do 25º festival de documentários É Tudo Verdade, manifestamos nosso total desacordo com os rumos da política cultural do país. O governo de extrema direita de Jair Bolsonaro age desde o início para atacar e silenciar os brasileiros que fazem da cultura e da arte o seu ofício, tratando-nos como seus inimigos.

A atividade audiovisual está paralisada desde março de 2019, com a suspensão de todos os recursos públicos para a produção de filmes e séries. Isso tem provocado uma taxa crescente de desemprego. São muitas as empresas que estão falindo, cineastas passando necessidade e a ameaça de paralisia total do setor. Isso sem falar da Cinemateca Brasileira, com seu acervo histórico que corre o risco de total destruição.

A realidade que nos cerca, gritando em meio a paisagem agônica das incêndios de setembro, não é uma mera metáfora. O fogo que destrói o Pantanal e a Amazônia, ocorre sob o mesmo governo irresponsável que ignora a tragédia da COVID-19 e que despreza as artes, cultura, a educação e a ciência. Eles têm medo de nós. A situação é gravíssima.

Por isso, convidamos as realizadoras e realizadores do audiovisual a se voltarem, mais uma vez, para a realidade. E, acima de tudo, não se intimidarem. É preciso cada vez mais buscar novas formas de produzir e registrar a nossa memória. E nunca parar e nem silenciar. Um país sem imagens de si mesmo é como alguém que não sabe quem é. É um país com Alzheimer.

Os diretores que assinam: Aurélio de Michiles, Bernardo Vorobow, Bruno Moreschi, Carlos Adriano, Carol Benjamin, Clarice Saliby, Cláudio Moraes, Diógenes Muniz, Guga Millet, João Jardim, Jorge Bodanzky, Marcelo Machado, Mari Moraga, Mariana Lacerda, Paschoal Samora, Rafael Veríssimo, Roberto Berliner, Rubens Rewald, Silvio Tendler, Tali Yankelevich, Toni Venturi.

 

Confira abaixo os vencedores desta edição do ‘É Tudo Verdade’:

 

“Libelu – Abaixo a Ditadura” (São Paulo), de Diógenes Muniz – melhor longa documental brasileiro

“Colective” (Romênia), de Alexander Nanau – melhor longa internacional
“Filhas de Lavadeiras”, de Edileuza Souza (Brasília) – melhor curta brasileiro, Prêmio Canal Brasil

“Meu País Tão Lindo” (Polônia), de Grzegorz Paprzycki – melhor curta internacional

 

Menções honrosas

Segredos de Putumayo” (SP), longa de Aurélio Michiles
“Fico Te Devendo Uma Carta Sobre o Brasil” (RJ), longa de Carol Benjamin
“O Espião” (Chile), longa de Maite Alberdi
“Ver a China” (Brasil-China), curta de Amanda Carvalho
“Saudade” (Alemanha), curta de Denize Galiao

 

Prêmio EDT (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual), para a melhor montagem

“A Ponte de Bambu” (longa-metragem de Marcelo Machado, SP): montadores premiados – André Finotti e Raimo Benedetti
“Metroréquiem” (curta-metragem de Adalberto Oliveira, PE): montador premiado – Adalberto Oliveira

 

Leia a crítica de Maria do Rosário Caetano, do portal Revista de Cinema, sobre o Festival:

“LIBELU”, “FILHAS DE LAVADEIRAS” E “COLETIV” VENCEM O É TUDO VERDADE

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Reabertura de escolas para atividades tem baixa adesão na capital paulista

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Após quase sete meses de paralisação das atividades por causa da pandemia do coronavírus, as escolas da rede de ensino do estado de São Paulo iniciaram o retorno das aulas presenciais nesta quarta-feira (7). A retomada seguirá regras diferentes de acordo com as 645 cidades do estado, já que cada município tem autonomia para definir os protocolos sanitários de retomada das atividades.

O debate sobre a volta às aulas ainda está repleto de impasses. Por um lado há incerteza por parte de pais, estudantes e profissionais da educação nas condições de segurança para o retorno às aulas. De outro, as dificuldades em garantir o acesso ao aprendizado de forma remota ampliam cada vez mais o fosso entre o ensino das escolas dos menos favorecidos e das escolas das classes ricas.

Enquanto isso, milhares de crianças e adolescentes amargam prejuízos no aprendizado e na convivência escolar.

Em setembro, a UMES realizou a Live: “Volta às aulas: É possível voltar com segurança”, que abordou o tema por diferentes pontos de vista, levando em conta a função social da escola e as dificuldades geradas pela falta dela aos estudantes.

Enquanto no restante do estado, as escolas reiniciaram a reabertura para uma retomada parcial das aulas presenciais, na capital paulista, a reabertura das escolas só está autorizada para atividades extracurriculares tanto na rede pública como privada, com um limite de 20% dos alunos.

Apenas estudantes do ensino superior poderão voltar às aulas regulares nesta semana.

Na rede estadual, das 1.100 escolas na capital paulista, somente 100 vão reabrir. O secretário de educação Rossieli Soares, entretanto, não considera que o número represente uma baixa adesão das instituições.

Já na rede municipal, apenas uma escola municipal de São Paulo reabriu hoje. A CEI Penha Bom Jesus, na Penha, zona leste, abriu os portões às 12h45 para receber seus alunos para atividades extracurriculares das 13h às 15h. Embora a escola tenha 121 alunos, apenas 16 se inscreveram para voltar à unidade e só seis compareceram até as 13h40.

“Nós não entendemos que seja uma baixa adesão no caso da rede estadual. Primeiro porque a gente tem dito para a gente voltar com tranquilidade, quando a comunidade estiver mais preparada, a escola tem que estar absolutamente toda preparada, não pode ser um processo de volta a qualquer custo, de qualquer jeito, nós não defendemos isso, pelo contrário, queremos todos os cuidados”, afirmou.

Ainda de acordo com Rossieli, no estado, o número de escolas reabertas tem crescido aos poucos. Ele defende que o retorno seja gradual e só ocorra quando a comunidade escolar e as instituições estiverem prontas e equipadas. “A gente cresceu já bastante no interior, vamos chegar, durante esta semana, a 700 escolas das 5 mil no estado, o que é um número já representativo da nossa rede. Se a escola não estiver em condição, ela não volta. Nós estamos indo às escolas e verificando se elas estão em condições adequadas.”

CALENDÁRIO

Na última terça-feira (6), Rossieli havia afirmado que a rede estadual trabalhará o ano letivo de 2020 e 2021 como um ciclo único de ensino.

“Vamos trabalhar o ano de 2020 e 2021 como um ciclo, como se fosse um ano só, especialmente para esses alunos que já entregaram as atividades e estão entregando”, durante entrevista coletiva

Segundo ele, a proposta será aplicada para os alunos que forem aprovados este ano. A ideia é fazer a unificação em oito bimestres para diluir o ensino e ter a possibilidade de quem não aprendeu conseguir recuperar.

“Ao invés de fazer a média com quatro bimestres de 2020, faremos a média bimestral de oito bimestres contando 2020 e 2021. Então, o aluno que está no quarto ano, se ele entregou o mínimo de atividades, ele progride para o quinto ano, e a média dele para aprovação lá no quinto ano será considerada, por exemplo, aquilo que ele fez em 2020 e 2021”, explicou o secretário.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) recomendou que redes escolares evitem reprovar os estudantes neste ano. Apesar da sugestão, cabe às redes estadual, municipal e privada decidirem como será feita a aprovação.

“Obviamente nós não defendemos a reprovação pela reprovação, esse é um ano muito atípico, especialmente para os alunos que têm menos condições, que não conseguiram acompanhar as aulas online. Por isso que nós vamos fazer um grande processo de busca ativa para aqueles que porventura não tenham conseguido entregar as atividades. Para esses, vamos dar a oportunidade ao máximo de tempo possível”, afirmou o secretário.

Segundo o Rossieli, nos próximos dias, o governo deve definir, juntamente com o Conselho Estadual de Educação, como será feita a aprovação escolar dos alunos da rede. “Vamos ter uma cobrança de um mínimo a ser entregue, como se fosse proporcional à presença. Daqui a uma semana a gente já vai ter promulgado pelo nosso conselho, e homologado por mim, regras específicas sobre que tipo de retenção”.

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“A China no Mundo de Hoje e de Amanhã” – No aniversário da Revolução Chinesa, Debatedores apresentam perspectivas sobre a nação

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Lucas Chen, Orlando Silva, Esther Majerowicz, Walter Sorrentino, Rosanita Campos
e Nilson Araujo, participaram do debate – Foto: Divulgação/UMES

 

Na quinta-feira (01), a UMES realizou a Live “A China no Mundo de Hoje e de Amanhã”. O debate foi realizado na data em que se comemorou o 71º aniversário de fundação da República Popular da China.

A live, comandada pelo presidente da UMES, Lucas Chen, contou com a participação de lideranças políticas, economistas e intelectuais que puderam expressar diferentes experiências sobre o papel da China nos tempos atuais.

Lucas Chen considerou que o Brasil vive “um período repleto de desinformação” e que é necessário aumentar os conhecimentos sobre a China, sobre o “combativo povo chinês e sua a tradição de luta por uma sociedade diferente e nova”.

“Em especial neste período de pandemia, em que a China vem apresentando o caminho para a solução de problemas com relação ao coronavírus: a própria disseminação do vírus, como isolar e combater esta infeliz doença que estamos enfrentando”, ressaltou o dirigente estudantil, que possui ascendência chinesa.

Durante toda a live, os debatedores apresentaram diferentes aspectos do país asiático. Desde as experiências culturais e de vivência com o povo chinês, ao desenvolvimento tecnológico e econômico. A exemplar atuação da China no contexto da pandemia de coronavírus e as ações de solidariedade com os demais povos para o combate ao coronavírus também foram destacados pelos palestrantes.

“A pandemia da Covid mostrou a força que esse país tem. Sem a China colaborando com o mundo inteiro, a tragédia seria muito maior. Eu acredito que a nova Rota da Seda, que é um espetáculo de construção e de parcerias que a China realiza neste momento no mundo inteiro, deve servir de observação de interesse para nós do Brasil”, destacou o deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo, Orlando Silva (PCdoB), em sua intervenção no evento.

Além de Orlando, participaram do debate: Rosanita Campos, presidente da Fundação Cláudio Campos; Nilson Araújo de Souza, economista, presidente do Sindicato dos Escritores de São Paulo e autor do artigo “A questão nacional na Revolução Chinesa”; a pesquisadora Esther Majerowicz, professora do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Walter Sorrentino, secretário de Relações Internacionais e vice-presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Rosanita Campos, Walter Sorrentino e Nilson Araújo destacaram ainda o papel do Estado chinês, liderado pelo Partido Comunista da China, no desenvolvimento econômico e social do país. Em suas intervenções, eles apontaram como o país socialista cresce com base no desenvolvimento do povo e não a serviço dos rentistas e do capitalismo.

A professora Esther Majerowicz abordou, de forma detalhada, como o desenvolvimento tecnológico chinês ocupa cada vez mais espaço na economia mundial. Segundo ela, as atuais contradições entre os Estados Unidos e a China são diferentes daquelas ocorridas com a União Soviética no decorrer da Guerra Fria, pois a China possui uma relação de dependência maior dos EUA que a URSS.

Ao término do debate foi apresentado o filme “O Oriente É Vermelho”, ópera revolucionária, dirigida por Wang Ping, em 1965, que narra os principais momentos da luta que desemboca na fundação da República Popular da China em 1 de outubro de 1949.

 

Veja a live:

Lest Red

71 Anos da Revolução Chinesa – UMES apresenta “O Oriente É Vermelho”

Lest Red

 

No dia 1 de outubro, quinta-feira, o presidente da UMES Lucas Chen comandará uma live às 17h, sobre “A China no Mundo de Hoje e de Amanhã”.

Em seguida será apresentado o filme “O Oriente É Vermelho”, ópera revolucionária, dirigida por Wang Ping, em 1965, que narra os principais momentos da luta que desemboca na fundação da República Popular da China em 1 de outubro de 1949.

 

A Revolução Chinesa 

Em 1911, sob a liderança do médico Sun Yat-sen, líder do Partido Nacionalista, também conhecido como Kuomintang, uma espécie de partido-frente, foi derrubada a dinastia Manchu (ou Dinastia Qing) e implantada a República na China. 

Logo depois cairia o governo provisório liderado por Sun Yat-sen e a República passaria a viver um período de grandes turbulências e  fragmentação nacional produzidas pelas camarilhas de “senhores da guerra”. Enquanto isso, permanecia o despojo das riquezas do país promovido pelas potências estrangeiras, particularmente a Inglaterra.

Fundado em 1921, o Partido Comunista da China estabeleceu com o Kuomintang, em 1924, uma Frente Unida que recebeu ajuda organizacional e militar da URSS no intuito de reunificar o governo chinês.

Mas, a partir de 1927, após a morte de Sun Yat-sen em 1925 e sua substituição por Chiang Kai-shek, o Kuomintang passou a reprimir os comunistas, culminando com o massacre de Xangai, no dia 12 de abril. 

Deflagrou-se então uma guerra civil entre os dois partidos, que duraria até 1937, quando, premidos pelo enfrentamento ao inimigo comum, o imperialismo japonês, que havia começado a invadir a Manchúria a partir de 1931 e declarara guerra à China em 1937, o Kuomintang e o Partido Comunista estabeleceram uma trégua – e ao mesmo tempo uma aliança – que duraria até a expulsão dos japoneses em 1945.

Derrotadas as forças japonesas, Mao Tsé-tung e Chiang Kai-shek tentaram formar um governo conjunto na China, mas os intentos fracassaram diante da exigência do Kuomintang, apoiada pelo governo dos EUA, de que fossem desarmadas as forças do Partido Comunista. 

Retomou-se assim, em 1946, a guerra civil na China, passando os Estados Unidos a apoiar o Kuomintang, levando este a perder cada vez mais sua feição nacionalista. Com maior enraizamento nas massas camponesas, que representavam a ampla maioria da população, os comunistas, que promoviam a reforma agrária nas áreas que iam libertando, ampliaram, de 1946 a 1949, seu domínio sobre o país, conquistando Pequim em janeiro de 1949 e levando Mao Tsé-tung a proclamar a República Popular da China em 1º de outubro do mesmo ano.

Pouco antes, em março de 1948, Mao apresentou o programa revolucionário nos seguintes termos: “O objetivo da revolução chinesa, na fase atual, não é abolir o capitalismo em geral, mas sim derrubar a dominação do imperialismo, do feudalismo e do capitalismo burocrático e fundar uma república de democracia nova das grandes massas populares, tendo o povo trabalhador como força principal. Por grandes massas populares entende-se todos os oprimidos, prejudicados ou agrilhoados pelo imperialismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo burocrático, nomeadamente os operários, os camponeses, os soldados, os intelectuais, os homens de negó cios e o utros patriotas, como foi claramente indicado no ‘Manifesto do Exército Popular de Libertação da China’, publicado em Outubro de 1947. Neste Manifesto, o termo ‘intelectuais’ designa todos os intelectuais perseguidos e subjugados; ‘homens de negócios’, toda a burguesia nacional perseguida e agrilhoada, quer dizer, a média e a pequena burguesia; ‘outros patriotas’, principalmente os nobres esclarecidos.”

De lá para cá, a economia baseada nos princípios da independência nacional e da democracia, solidamente implantados pela Revolução, avançou para o socialismo, introduziu o planejamento estatal e sob a liderança do Partido Comunista da China conduziu o país a um notável progresso social e político.

É possível dizer que esta caminhada esteve longe de ser um mar de rosas. Mas como uma grande Revolução Anti-imperialista, num grande país, dirigida por um grande partido, num mundo ainda hegemonizado pelo imperialismo, através de suas correntes mais degeneradas e belicistas, poderia deixar de despertar interna e externamente grandes polêmicas e embates?  

O fato é que a China está aí. E não há peneira que possa tapar esse sol. Quem quiser desconhecê-la ou se limitar a repetir sobre ela meia dúzia de frases feitas vai ficar para trás.

Cabe o registro de que em 1820 a economia chinesa representava 30% da economia mundial, mas, depois da ocupação e pilhagem por potências estrangeiras ao longo do século 19 e primeira metade do século 20, reduzira esse peso para 5% à época da Revolução de 1949. Em 2019, aos 70 anos da revolução, a economia chinesa já correspondia a 20% do PIB mundial pelos cálculos do FMI.

Condensado de “A questão nacional na Revolução Chinesa”, Nilson Araújo

Publicado em 5 de outubro de 2019 no Jornal Hora do Povo 

 

O Filme

 

O ORIENTE É VERMELHO – Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.

 

Oriente vermelho capa

Trata-se de uma ópera revolucionária, realizada por uma equipe de mais de 4 mil atores, músicos e técnicos. Toma como base uma canção guerrilheira – que de tão popular quase vira o hino da República – para contar a história da libertação, a partir da criação do Partido Comunista da China.

No musical são detalhados importantes momentos da Revolução como a Expedição do Norte (liderada pelo Exército nacional Revolucionário do Kuomintang em aliança aos comunistas chineses e apoio dos Soviéticos), o Massacre de Xangai de 1927, a Revolta de Nanchang e a formação do Exército de Libertação Popular, a Longa Marcha < /a>, a guerrilha do ELP na Segunda Frente Unida (durante a Guerra de Resistência à Agressão japonesa), o subsequente golpe de misericórdia dado contra o controle do Kuomintang sobre a China, e a fundação da República Popular da China em 1 de outubro de 1949.

 

Presentes na trilha musical as seguintes composições:

 

* Abertura: “O Oriente é Vermelho” (com dança)

* “Ventos Outonais do Norte”

* “Trabalhadores, Camponeses E  Soldados, Uni-vos!”

* “Para o Exército Vermelho, sandálias de madeira de Hunan”

* “Três Princípios e Oito Avisos”

* “Olhando para a Estrela do Norte”

* “Cruzando o Rio Dadu”

* “Canção do do Povo Yi”

* “Os Exércitos Reuniram-se (Vida Longa ao Exército Vermelho)”

* “A Longa Marcha” 

* “Através do Rio Songhua”

* “Marcha dos Voluntários” (1ª Performance)

* “Canção Militar Acadêmica da Resistência Contra o Japão”

* “Canção dos Guerrilheiros”

* “Nanniwan”

* “Defender o Rio Amarelo”

* “União é Força”

* “Hino do Exército de Libertação Popular”

* “O Exército de Libertação Popular capturou Nanjing” (poema de Mao)

  • “Marcha dos Voluntários” (2ª Performance) 
  • “Hino Nacional da República Popular da China”, tocado ao início do ato 6, na cena na Praça da Paz Celestial

* “Sem o Partido Comunista, Não Haveria uma Nova China”

* “Música dos Servos Libertados do Tibete”

* Final: “Ode à Mãe Pátria”

* “A Internacional” (letra por Eugène Pottier, música por Pierre Degeyter, tradução chinesa por Qu Qiubai

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Aniversário da Revolução Chinesa será celebrado com concerto de orquestras do Brasil e China

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No 71º aniversário da Revolução Chinesa, a Embaixada da República Popular da China no Brasil, em conjunto com os Consulados-Gerais em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, apresentarão um concerto on-line gravado por orquestras de Pequim, Brasília e Rio de Janeiro, para “celebrar a amizade e a integração cultural entre os dois povos, num gesto de solidariedade e parceria neste momento de combate global à pandemia da Covid-19”. 

Participam do evento a Orquestra de Câmara do Conservatório Central da China, o Quarteto de Cordas Vivace de Brasília e a Orquestra Maré do Amanhã do Rio de Janeiro. 

O programa, que inclui músicas chinesas e brasileiras, irá ao ar no sábado 26 de setembro às 11 horas pelo canal do Youtube da Embaixada:

 

 

 “A Orquestra Maré do Amanhã deve sua existência a uma empresa chinesa, a State Grid Brazil Holding. A empresa acreditou no projeto e hoje transformamos a vida de 4.000 crianças no Complexo da Maré. Além disso, nos presenteou com uma sede sustentável no Complexo da Maré, está ampliando a mesma e nos ajudou financeiramente neste momento da pandemia do Covid-19”, relatou Carlos Eduardo Prazeres, criador da Orquestra, em conversa com Lucas Chen, presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES).

“Por isso, para nós, participar das festividades do 71° aniversário da República Popular da China é uma grande honra. Hoje posso dizer que nosso coração é um pouquinho chinês também”, afirmou Carlos Eduardo.

Com informações do Jornal Hora do Povo

Live UMES 1

Ciência deve estar à frente da discussão sobre reabertura das escolas, aponta debate da UMES

Live UMES 1

 Live com especialistas foi realizada na quinta-feira

Na noite da quinta-feira (24), a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-SP), realizou a live “Volta às aulas: É possível voltar com segurança?”, para debater as condições das escolas ao enfrentamento à pandemia de coronavírus no Brasil.

O debate contou com a participação do epidemiologista Eduardo Costa, do presidente do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado (UDEMO), Chico Poli; e do sociólogo César Callegari.

Os debatedores foram unânimes em apontar a desigualdade social como agravante para a piora das condições de ensino durante a pandemia e alertaram para a necessidade do preparo das escolas para receber os estudantes.

Ao abrir a discussão, o presidente da UMES, Lucas Chen, apontou que a “nossa discussão surge da necessidade de entendermos a necessidade do retorno às aulas com segurança”. “Aqui na cidade de São Paulo, ainda estamos enfrentando a pandemia. Apesar dos indicadores terem demonstrado que o ritmo do contágio desacelerou, mas ainda existe muito medo de se contaminar. Os óbitos ainda estão altos. Temos hoje uma média móvel dos últimos sete dias de mil novos casos na cidade e isso é bastante preocupante”, disse Lucas.

Ele relembrou que “especialmente no caso da Educação, em se tratando de jovens que muitas vezes não se previnem da forma correta. Então o tema da volta às aulas é visto por diversos setores de uma forma bastante preocupante”.

“Por outro lado, temos diversos estudantes que não possuem acesso à internet e não estão conseguindo acompanhar as aulas online. 46% dos professores têm dúvidas se os estudantes estão conseguindo acompanhar as aulas neste período único na história da educação. 25% dos brasileiros não têm acesso à internet e 40% dos alunos de escola pública não tem acesso a computadores. Temos uma realidade onde muitos estudantes não possuem locais adequados para estudar e desistiram de fazer as aulas online”, disse o presidente da UMES.    

 

 

Abaixo publicamos os principais pontos das intervenções dos debatedores:

 

Chico Poli, presidente da UDEMO – Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado

O presidente da UDEMO iniciou sua fala questionando as condições reais das escolas brasileiras e, em especial das escolas estaduais paulistas, de garantir os requisitos mínimos para o efetivo retorno às aulas.

Achei interessante o tema do debate: “Volta às aulas: É possível voltar com segurança?”, e eu diria: Possível é. Provável, neste momento não”.

Chico relembrou os motivos da suspensão das aulas no mês de março: a não existência de uma vacina para o vírus da Covid-19; não se conhecera um tratamento eficaz no combate à doença; o fato de se tratar de uma pandemia de contágio comunitário; o fato das escolas não possuírem estrutura suficiente para enfrentar a pandemia. E ressaltou que, como os motivos que levaram ao fechamento das escolas permanecem inalterados, não há ainda as condições para o retorno das aulas presenciais.

O presidente da UDEMO afirmou ainda que as escolas não possuem as condições necessárias para aplicar o protocolo exigido para o retorno das aulas: uso de máscaras, distanciamento social, ambientes ventilados e higienização dos envolvidos. “A escola não é uma bolha sanitária. Ela está dentro de uma comunidade”.

A volta às aulas vai implicar em mobilidade, ou seja, transporte público. Temos que levar em conta também o deslocamento do pessoal.

Ensino à distância

Poli apontou que a LDB estabelece que a Educação Básica deve ser realizada de forma presencial e que quando as aulas foram interrompidas, o ensino à distância foi um salto no escuro. “Nós não temos até hoje as condições para garantir o ensino à distância da forma correta”, disse. “Vemos casos de estudantes de famílias com um único celular. Então eles só podem assistir as aulas quando o aparelho fica disponível para ele”, destacou.

Ele se contrapôs à justificativa do governo do estado de que “a falta de aulas está causando danos psicológicos aos estudantes”. “Concordamos em parte. Não é a falta de aula que está causando todo este problema. É a pandemia que está causando todo este problema”.

“Mas então a UDEMO é contra a volta às aulas? Não. A UDEMO quer a volta às aulas, nós sabemos que o ensino à distância não está funcionando. Mas nós não podemos fazer isso no atropelo”, afirmou Chico Poli.

“Queremos voltar quando houver segurança para todos: alunos, professores e funcionários e para seus familiares”, pontuou o presidente da UDEMO.

 

César Callegari, sociólogo e ex-membro do Conselho Nacional de Educação e ex-secretário municipal de Educação de São Paulo

César Callegari iniciou sua fala relatando o “verdadeiro tsunami” que a sociedade brasileira enfrenta. A crise que é provocada por uma questão específica de saúde, mas que atinge todos os setores e especialmente os setores sociais.

Essa crise escancara problemas que já vínhamos acumulando há muito tempo. O principal deles é a questão da desigualdade. Vemos isso quando verificamos a maneira desigual que o isolamento social, a crise econômica, o desemprego, as mortes atingem a setores diferentes da sociedade. Assim é também no campo da Educação.

Callegari destacou que a crise na Educação é anterior a março deste ano, quando se iniciou a pandemia. “A Educação brasileira está sob ataque. E com um ataque mais agudo que se iniciou com a posse de um governo federal que é inimigo da Educação. E os profissionais de educação, assim como os estudantes, tem se mobilizado no sentido de enfrentar um governo que nos é hostil”.

O sociólogo celebrou a vitória obtida com a aprovação do Fundeb no Congresso Nacional e relembrou que o governo Bolsonaro se posicionou contra a vinculação das receitas. “É um governo que corta dinheiro da Educação, que quer perseguir professores e estudantes com a lei da mordaça da maneira mais torpe com ameaças concretas à Educação”.

Sobre a questão da volta às aulas, Callegari ressaltou que a “primeira preocupação é com os estudantes, as crianças, os jovens e adultos. Principalmente aqueles que dependem da escola pública para ter acesso à educação, para ter acesso ao desenvolvimento”.

Ele destacou que a discussão sobre o retorno às aulas deve se dar de forma integrada com diversos setores. Tendo como prioridade o direito ao saber dos estudantes. “Inclusive quando tratamos dos protocolos de volta às aulas, eles não podem ser vistos somente do ponto de vista sanitário. São os professores que sabem as diferentes realidades das suas comunidades educacionais. São as merendeiras que deverão higienizar os alimentos que serão servidos quando as escolas reabrirem. São os diretores e coordenadores pedagógicos que deverão liderar este novo planejamento para o ensino. É preciso respeitar essas peculiaridades”.  

Callegari destacou ainda a necessidade do convívio entre os estudantes para a aprendizagem e colocou que os meios virtuais devem ser complementares ao ensino presencial. Ele denunciou o interesse de setores privados de educação que querem fazer uso da pandemia para avançar com o ensino à distância na Educação Básica.

O sociólogo se manifestou contrário à proposta “precipitada” do governo de São Paulo de retorno às aulas no mês de outubro e criticou o oferecimento de um “prêmio”, aos professores que decidam ministrar aulas neste período.

 

Eduardo Costa, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz – FioCruz

O epidemiologista saudou a iniciativa da realização do debate do ponto de vista dos estudantes.

Eduardo defendeu que o assunto do retorno às aulas não é um assunto “estritamente técnico ou científico”. “É um assunto que se dá no seio de uma sociedade concreta. Então, neste momento não queremos ser somente técnicos, queremos também ser cidadãos e participar deste debate mais amplamente”.

“O Lucas falou que só a ciência acaba com o medo. Talvez não seja 100% isso, mas ele tem razão. Uma das coisas mais incríveis desse momento é como a informação científica é manipulada e trocada de uma maneira que não corresponde ao conhecimento. Muitas das coisas que vocês disseram refletem coisas que são anteriores aos conhecimentos novos que essa pandemia trouxe.

Por exemplo, o começo da pandemia era diferente do que temos agora, mas não é porque temos muitos casos. Não, no começo da pandemia não conhecíamos nada sobre o coronavírus. E hoje a gente conhece muito. Sobre o comportamento, sobre o que ajudou ou não.

Muitos países tomaram caminhos diferentes do Brasil. Tiveram outro tipo de opção de controle. E a gente fixa em alguns pontos que vem pela mídia sem uma sedimentação de como é aqui.

Nós começamos a projetar de fora para dentro e diz que é igual. Não é igual.

O Brasil tem uma das piores situações de controle desta pandemia. E não é só porque tem muitas mortes. Foi porque a sociedade não se organizou para poder combater. A sociedade não foi capaz de fazer um projeto para viver durante este período. Ela se debateu.

Tornou todas as coisas políticas, não no sentido da verdadeira política, mas do contencioso político que a gente está vivendo. E não tinha meios de trabalhar em cima disso até por uma questão do governo que a gente tem.

Temos uma sociedade dividida, que está partida em pedaços. Isso é uma coisa que vem ao longo dos anos, um esfacelamento da unidade nacional.

Como disse o professor Callegari, temos uma desigualdade abismal. Somos o segundo maior país concentrador de renda. Somos um país em que não dá para generalizar as coisas.

São vários países dentro do Brasil e não podemos ter uma solução única.

Nossos problemas com a pandemia começaram quando começamos a importar um modelo de distanciamento social indiscriminado. Na palavra. Por que a palavra vai escondendo um pedaço grande da realidade.

Quanto nós fomos coniventes com não ter havido um distanciamento social indiscriminado no inicio da pandemia? Quando talvez ela fosse mais sensível, pelo que se viu em outros países.

Não houve distanciamento porque uma parte da população foi obrigada a trabalhar, foi obrigada a nos alimentar.

Foi obrigada de forma completamente desprotegida.

E nós não olhamos para eles. Não teve um programa de saúde para acompanhar isso. Trabalhadores da alimentação, vários setores industriais, trabalhadores da saúde, transportes, entregas… Todo mundo começou a achar bom comer em casa, só que os motoqueiros não tiveram possibilidade de fazer isolamento social.

Se criou um processo semelhante ao da escravatura em que os setores mais altos ficaram comendo bem, estudando bem e os pobres tendo que trabalhar.

Aí veio o discurso de que o vírus não discrimina ninguém. Não é verdade. Está escolhendo agora quem vai morrer. Exatamente das classes mais pobres.

Escolas

Do ponto de vista das escolas, a primeira coisa que precisamos abordar é a questão da desigualdade. É verdade que o transporte coletivo, a mobilidade, ajuda a disseminar o vírus por conta da aglomeração. A transmissão que importa é a direta, prolongada e próxima. Quase toda transmissão se dá nesse tipo de situação.  

A questão do transporte coletivo é séria no Brasil. Esses problemas estão em qualquer setor. Não somente o educacional.

Se formos pensar pelas crianças, é importante dizer. Primeiro, eles adoecem pouco e transmitem pouco, proporcionalmente.

Menores de dez anos, é insignificante a proporção que adoece e transmite.

Falo enquanto epidemiologista, com a noção de risco.

Sobre a ideia de que as crianças vão levar o vírus para dentro de casa. As crianças de classes mais baixas, de comunidades, já estão em contato há muito tempo. A escola é proteção para essas crianças. A escola é abrigo, é alimentação.

O que devemos pensar é como preparar para voltar às aulas. Uma coisa é um planejamento mais amplo, outra coisa é exatamente dar condições para que essas crianças possam comer melhor, dar condições para que essas crianças se protejam mais da criminalidade ao redor delas. Elas se aparelhem melhor para suportar a carga de ameaças cotidianas.

A tecnologia mais importante que devemos trabalhar nessa pandemia é a social. Algo que se ligue ao viver da escola, ou da comunidade que a escola está. As escolas foram tradicionalmente, inclusive aqui no Brasil – eu participei da criação do Sistema de Vigilância Epidemiológica do Brasil -, as escolas foram um local sentinela em que os professores entram em contato com o serviço de saúde, a assistência social e fazem isso funcionar. Este acolhimento inteiro. Esse papel está junto com a Educação formal.

Cruzar os braços? Eu acho que é um tanto problemático isso.

Pedagogia

Existem maneiras tão simples de fazer. Por que não estamos discutindo essas coisas com as crianças? A pandemia, do jeito que o mundo está, a próxima onda não será do mesmo vírus, será de outro vírus desconhecido. Desse a gente já vai saber algumas coisas.

Então devemos aprender com a experiência que temos agora. Precisamos aprender porque somos sobreviventes das pandemias anteriores e chegamos até aqui. E vamos ter que ter gente que vai fazer o mesmo, para a permanência da humanidade.

A volta às aulas é mais importante nas escolas públicas do que nas escolas privadas. Elas precisam se preparar. Não somente uma questão de dinheiro, mas também do processo de integração.

A probabilidade de uma criança entrar na escola com febre e doente por conta do coronavírus é ínfima. Pode passar três meses sem nenhuma entrar. Mas, se entrar, precisa saber o que fazer. Tem que estar articulada para poder encaminhar o caso.

Aprendizado

Ficamos meses parados com o isolamento social indiscriminado. Não foi assim que outros países saíram da crise. Foi com isolamento focado. É exatamente por bairro que tem que conter, mas por 10 dias, 15 dias, no máximo. Com tudo chegando lá.

Foi assim que a China controlou. O processo não foi parar tudo.

É um processo de caminhar junto. Você vai vendo para onde vai se deslocando. Isso é que se chama inteligência epidemiológica. É o uso de informações para dizer onde tem risco e onde não tem. Onde já passou, ou não. E o que você vai fazer imediatamente.

Os países que fizeram isso estão com uma transmissão baixíssima.

Se a gente não perceber como é que a gente está se entregando e dando credibilidade cada dia maior para este desgoverno que está aí é porque não conseguimos olhar esse segmento inteiro que está aí e que não é tão visível para a gente.

Mas existe um segmento importante da população extremamente carente de qualquer coisa e é por isso que ele se agarra em quem faz o discurso populista. Nós criamos essa dicotomia entre gente muito letrada e as pessoas com educação básica muito precária.

Para concluir, eu acho que hoje não é discutir para ver se volta ou não. É preparar para a volta às aulas. Mas para isso vamos ter que desmistificar algumas coisas. Porque a ciência se renova rapidamente. Ela não fica parada no que a gente aprendeu. Ela vai adiante. E aí, esse é o problema, a gente fica conservador porque não acompanhamos o que está se renovando.

Vamos ter que ter uma boa integração com a Secretaria de Saúde, para poder ligar para lá se uma criança ficar doente. E essa criança receber uma visitante sanitária na casa, para saber se ela possui condições de se isolar ou não. Porque até agora elas não sabem fazer isso.

Que é preciso sair de um barraco com muita gente e ir para um local com condição um pouco melhor, dentro da comunidade, para que ela fique isolada e não transmita para os outros. Só a escola vai ensinar isso.