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Guarnieri: “nunca me desliguei da vida e nem desse povo que está aí”

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Em artigo alusivo aos 14 anos da partida de Gianfrancesco Guarnieri, Valério Bemfica, presidente do Centro Popular de Cultura (CPC) da UMES-SP, destaca o papel fundamental desempenhado por este “filho de militantes antifascistas obrigados a fugir do regime de Mussolini” na cultura brasileira. O autor lamenta o “estrondoso silêncio” sobre a obra desse grande artista popular.

“(…) Junto com Oduvaldo Vianna Filho funda, em 1955, o TPE, Teatro Paulista do Estudante. Em 1956 o grupo se funde com o Teatro de Arena, de Zé Renato, dando início à grande revolução do Teatro Brasileiro. Juntam-se a eles Augusto Boal, Chico de Assis, Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves, entre tantos outros, e o Brasil toma os palcos com sua cara, sua gente, seus problemas, suas alegrias.”

Com vocês Guarnieri, por Valério Bemfica.

 

Mas é o mar!

VALÉRIO BEMFICA

Publicado no Jornal Hora do Povo

 

No último dia 22 de julho completaram-se 14 anos do falecimento de Gianfrancesco Guarnieri. Em 6 de agosto do ano passado o brasileiríssimo milanês teria completado 85 anos. Tais datas foram lembradas com um estrondoso silêncio. Reportagens não foram produzidas pelos jornalões. A academia não realizou seminários. Nenhum de seus textos ganhou alguma montagem significativa. As “otoridades” culturais não emitiram notas nem distribuíram comendas.

Quem imaginaria o autor que – aos 21 anos! – entregou ao Brasil uma das obras seminais da dramaturgia nacional, Eles Não Usam Black-Tie, sendo vítima de tal desfeita? Trazendo o povo ao centro do palco, a peça transformou o teatro brasileiro, mas também a Guarnieri: “Logo após a estreia de Eles Não Usam Black-Tie, no Teatro de Arena, que foi um enorme sucesso, eu fui chamado para uma homenagem. Naquele momento, eu fiz um juramento para mim mesmo, um pouco bombástico, mas fiz: a de que eu jamais, jamais trairia a causa de usar a minha arte para defender o povo.[1]

A trajetória que o conduziu a tal juramento vinha sendo forjada há tempos. Filho de militantes antifascistas obrigados a fugir do regime de Mussolini, cedo somou-se às fileiras da União da Juventude Comunista. Nos morros do Rio de Janeiro conheceu as Romanas e os Gimbas de carne e osso, que depois inspirariam seus personagens. Foi presidente da AMES-RJ (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundários), vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e, já em São Paulo, secretário-geral da União Paulista dos Estudantes Secundaristas. Promovido ao Partido, foi organizar bases populares e operárias. “Abalar o capitalismo, sem dúvida alguma é a única forma de o homem poder sobreviver. Senão não sobrevive.[2]

Ao mesmo tempo, o chamado do teatro era forte. Junto com Oduvaldo Vianna Filho funda, em 1955, o TPE, Teatro Paulista do Estudante. Em 1956 o grupo se funde com o Teatro de Arena, de Zé Renato, dando início à grande revolução do Teatro Brasileiro. Juntam-se a eles Augusto Boal, Chico de Assis, Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves, entre tantos outros, e o Brasil toma os palcos com sua cara, sua gente, seus problemas, suas alegrias. “porque, desde moço, o que eu queria fazer era teatro nacional, entende? O teatro nacional brasileiro.[3] Além do Black-Tie surgem naquele período, da pena de Guarnieri, Arena Conta Zumbi e Arena Conta Tiradentes, em parceria com Boal. Mesmo com todo o cerco ao qual o teatro brasileiro – em particular aquele feito em grupos como o Arena, o Opinião e o Oficina – era submetido pela censura, Guarnieri continua escrevendo e produzindo. Em Um Grito Parado no Ar denuncia a asfixia sofrida pelo teatro e a tortura contra os defensores da liberdade. Em O Botequim constrói uma metáfora da realidade nacional contando a história de um grupo preso em um bar por causa de uma tempestade que não termina. A morte de Wladimir Herzog vem ao palco em 1976 com Ponto de Partida, que contava a história de um pastor encontrado misteriosamente enforcado. Em Janelas Abertas narra a visita de um militante popular ao filho – a clandestinidade o impedira de conhecer antes a criança.

Foram, enfim, mais de duas dezenas de peças escritas. Em todas elas, uma contundência e coerência admiráveis: “Estou sempre com a cabeça nisso. Como é esse negócio de ser povo. (…) E conhecer também este grande contraste – como é que sobrevivem alguns valores incríveis do ser humano, a solidariedade, o companheirismo, a confraternização, por exemplo, em um mundo tão cheio de privações e dificuldades? Porque o povo está sempre disposto a se ajudar. Você sempre encontra solidariedade entre o povo, e eu fui atraído por isso desde cedo. Meu desafio como autor foi sempre o de retratar este povo, procurando identificar a consciência do que ele representa como povo.[4]

Mas Guarnieri foi ainda mais do que isso. Além de autor e diretor, foi também um grande ator. No Black-Tie, como Tião (no teatro) e como Otávio (no filme de Leon Hirszman), como Zeca (em O Grande Momento, de Roberto Santos), como Perus (em O Jogo da Vida, de Maurice Capovilla) deixou sua marca inconfundível em quase uma centena de produções no teatro, cinema e televisão. Talvez duas palavras sintetizem seu sucesso na função: alegria e consciência. O trabalho nunca é um fardo: “O palco nunca foi para mim um local de sofrimento. É engraçado porque eu ouço alguns artistas dizerem que sofrem muito, que o processo de criação é muito dolorido, mas comigo isso não ocorre. Cinema, teatro e televisão, para mim, não têm nada de sofrido, eu não consigo ir para o palco e dar de cara com o sofrimento.[5] E requer plena consciência do que se está fazendo: “Existe um conteúdo a ser transmitido, e o conteúdo é o mais importante.[6]

Qualquer retrato de Guarnieri ficaria incompleto se não abordasse sua faceta de genial compositor. Filho de um Maestro e uma harpista, soube unir como poucos a música ao teatro. Em 2009 tivemos a felicidade de lançar, pela Gravadora CPC-UMES, o CD Um Grito Solto no Ar – A Música Teatral de Gianfrancesco Guarnieri, com a cuidadosa produção de Heron Coelho e a interpretação para lá de marcante de Georgette Fadel. O CD conta ainda com as participações, entre outros, de Carlos Lyra, Francis Hime e do próprio Heron – parceiros musicais, e de Myriam Muniz e Iná Camargo Costa, parceiras de palco e de vida. Nele escutamos, em obras como Mesa de Bar, Upa Neguinho, Feio Não É Bonito, o mais perfeito exemplo de músicas que, surgidas no palco, a ele sobrevivem e a ele extrapolam, fixando-se soberanas no repertório clássico da MPB.

Poderíamos ainda falar do militante destacado nas lutas contra a censura, pela anistia e pelas Diretas Já, ou do primeiro Secretário Municipal de Cultura de São Paulo no período da redemocratização, olhando para a periferia sem preconceito, escutando suas demandas e dando voz aos seus artistas. Ou das inúmeras histórias que o retratam como pai amoroso, amigo fiel e colega leal. Mas isso nos afastaria demais do segundo objetivo deste texto (o primeiro, claro, é recordar Guarnieri): tentar encontrar os motivos de tão ensurdecedor silêncio sobre ele.

Vivemos tempos estranhos”, não se cansa de repetir um membro da mais alta magistratura brasileira. Deveras. Há um ano e meio que arte e cultura viraram palavrão nas hostes (ou seriam hordas?) do governo central. Não contentes com a extinção do MinC, à Cinemateca Brasileira, tentam matar por inanição. Na Fundação Cultural Palmares, nomeiam um capitão do mato. A Funarte é entregue a um rapagão do gabinete do Carluxo. Os cargos no Iphan são distribuídos para blogueiras de turismo. A Fundação Casa de Rui Barbosa, depois de entregue a uma roteirista de segunda linha, é ameaçada de extinção. Isso para ficar só nas barbaridades que nos vieram à memória. Para conduzir o processo de extermínio destas incômodas instituições são escalados proto-nazistas, namoradinhas decaídas, ex-galãs da Capricho, sob a batuta de um ministro laranja. Mais do que estranhos, tristes tempos… O feio quer se passar por bonito.

Não é preciso pensar muito para descobrir o porquê de nossas “otoridades” federais ignorarem aquele que tornou-se “o inconfundível porta-voz de uma gigantesca parcela da sociedade que sempre viveu a quilômetros de qualquer título de nobreza: os pobres, os favelados, os operários, os sedutores malandros do morro, os comunistas, os perseguidos pelos regimes políticos sangrentos, as prostitutas, os grevistas e mais uma infinidade de desamparados sociais a quem ele reservou um abrigo acolhedor que, mesmo sujeito a intempéries econômicas, políticas e sociais, nunca teve telhado de vidro: o palco.[7], nas palavras de Sérgio Roveri, autor do livro-entrevista sobre ele na Coleção Aplauso, que aqui citamos várias vezes. Guarnieri é a antítese do bolsonarismo. Simples assim.

Mas o que dizer da imprensa, da academia, da classe artística? Por certo não podemos acusá-los de – majoritariamente – convir com as opiniões e práticas bolsonaristas. Ao contrário, geralmente são alvo da boçalidade reinante no governo federal. Tudo o que envolva pensamento, humanismo, liberdade é logo incluído no rol dos inimigos pela turma do Bozo. Pensemos um pouco sobre as razões desse cruel olvido. Comecemos pelas piores hipóteses.

A primeira delas pode ser o ranço ideológico. Guarnieri nunca teve medo de expressar suas posições. Em suas próprias palavras: “É verdade que sempre me interessei muito por política e que atuei como militante comunista em muitos momentos da história de nosso País, dentro de minhas reais possibilidades, com absoluta honestidade. Jamais fui tentado a sacrificar meus princípios em nome de desilusões ou interesses pessoais. Portanto, minha trajetória, política e profissional, me satisfaz. Desde cedo, me posicionei ao lado das grandes massas oprimidas, de cujos valores compartilho.[8]

É difícil para alguns admitir a dimensão de um artista militante. No máximo admitem que Guarnieri foi um grande artista apesar de comunista. Presumem uma suposta neutralidade do artista, pregam uma falaciosa liberdade absoluta que, na realidade, não passa de falta de compromisso e alienação. A militância, acreditam, diminuiria a arte. Pura balela. A verdade é que a arte de Guarnieri só foi tão profunda, tão rica, tão intensa porque ele era comunista. Como Leon Hirszman, como Vianinha, como Denoy de Oliveira, como Graciliano Ramos, Portinari, Cláudio Santoro, Nelson Pereira dos Santos, apenas para ficar em alguns dos que já se foram. “Sabe por quê? Porque eu nunca me desliguei da vida. Isso é fundamental. E nunca me desliguei desse povo que está aí. E isso eu digo com orgulho muito grande. Minha cabeça e meu coração estiveram sempre do lado desse povo… E não é por demagogia… É por um profundo amor. Sem dúvida…” explica, de viva voz, Guarnieri na abertura do CD de Georgette Fadel. Nunca se desligar da vida, manter a cabeça e o coração ao lado do povo, nutrir por ele um profundo amor: esse é o retrato do artista militante. Manter algum ranço em relação a isso, não achar que seja possível ou sincera uma postura como a de Guarnieri, é insistir no caminho que levou o Brasil a sua trágica situação atual.

A segunda hipótese é a incapacidade de alguns em reconhecer a centralidade dos movimentos artísticos surgidos no Brasil a partir dos anos 30 do século passado, que foram abatidos covardemente pelo golpe de 64, e dos quais Guarnieri foi um dos principais protagonistas. Com a Revolução de 30 o Brasil começou a se libertar das amarras da dependência dos interesses ingleses e norte-americanos. Industrialização, direitos trabalhistas, voto universal, crescimento da educação e da saúde públicas, tudo isso vai dando ao país uma nova feição.

Tínhamos, por primeira vez, um projeto de desenvolvimento nacional sendo colocado em prática pelo governo. E, como não poderia deixar de ser, isso teve reflexos diretos na área da cultura. Foram criadas importantes estruturas institucionais para tratar do tema: Serviço do Patrimônio Histórico Nacional (hoje IPHAN), Rádio Nacional, Instituto Nacional do Cinema Educativo, Serviço Nacional de Teatro, Instituto Nacional do Livro. O Maestro Villa-Lobos toma as escolas do país com o projeto de canto orfeônico. Ganham reconhecimento as Escolas de Samba e a Capoeira deixa de ser questão de polícia. O povo mais humilde, protagonista agora do desenvolvimento econômico, ganha também papel central na cultura. No terreno fértil do campo Nacional e Popular germinam as sementes que começaram a ser lançadas séculos antes, desde Gregório de Matos até Machado de Assis, passando pelos poetas inconfidentes, por Castro Alves, Martins Pena, Chiquinha Gonzaga, entre tantos outros. Na literatura, na música, no cinema, no teatro, o Brasil vive uma efervescência nunca vista e coloca-se entre os principais produtores de cultura do mundo. É desse momento que surgem as bases para a Bossa Nova, para o Cinema Novo, para o Teatro de Arena, para o CPC, para o MCP. Tudo isso foi alvo preferencial da brutalidade do golpe de 64. Não à toa o nunca inaugurado Teatro do CPC da UNE é incendiado já no primeiro dia do golpe.

Mas nem as chamas conseguiram extinguir o florescente movimento cultural brasileiro. Não temos medo de errar ao afirmar que tudo o que de mais significativo foi produzido pela cultura brasileira nas duas décadas seguintes – e talvez até hoje – ainda bebe daquela fonte. E isso é difícil de assimilar para uma parcela – cada vez menor, felizmente – da intelectualidade de nosso país. Refiro-me àqueles que acreditam que a esquerda, a história brasileira e nossa cultura começam no final dos anos 70. Que tudo o que veio antes foi arte popular sem povo, revolução das elites. O máximo que se permitem é lançar um olhar de soslaio à Semana de 22. Ainda assim mirando àquela parte dos modernistas que sonhavam em construir em São Paulo uma Paris tropical. Empanturram-se de torresmo e cachaça, mas insistem em fingir que arrotam foie gras e Dom Perignon! O problema é que, para eles, o povo só existe como conceito. E, infelizmente, as pessoas reais não se comportam como previsto nas suas teorias… Precisam, como Guarnieri, saber “Como é esse negócio de ser povo.[9]

Há ainda uma terceira hipótese, esta mais otimista. Uma parte significativa de nossa intelectualidade ainda está em estado de torpor com o momento que estamos vivendo no Brasil. Afinal, é difícil acreditar que vivemos em um país no qual o Presidente da República oferece cloroquina a emas! Que na maior epidemia de nossa história o Ministério da Saúde esteja acéfalo. Que durante mais de um ano o Ministério da Educação tenha sido ocupado por alguém que não saiba escrever direito. E que ele tenha sido substituído por um pastor que defenda surrar as crianças. Ou que o responsável pela cultura do país considere a hipótese de simplesmente extinguir a Cinemateca Brasileira.

Esquecer Guarnieri, porém, não é nem um pouco recomendável nesse caso. De saída vamos lembrar da canção Um Grito Parado No Ar: “Sei que há um céu sobre esta chuva / E um grito parado no ar”. Por mais aterrorizante que a chuva atual pareça, ela vai passar. E há um céu por cima. Isso não quer dizer, é claro, que devamos aguardar quietos e passivos o estio. É preciso não se desligar “desse povo que está aí”, juntar forças com todos aqueles que não aceitam, mergulhar o país no obscurantismo – inclusive com a parte de nossa intelectualidade que acabei de criticar. É preciso soltar o grito! É chegado o momento de construir uma ampla frente que junte todos aqueles – independentes de filiação partidária ou ideológica – que não aceitam ver o Brasil lançado nas trevas da ignorância e do autoritarismo. Talvez não seja tarefa fácil, mas é possível e necessária.

À guisa de exemplo, encerro com a narrativa feita por Juca de Oliveira[10] da fuga empreendida por ele e por Guarnieri em direção à Bolívia, logo depois do golpe de 64. Avisados por Dina Sfat que ambos, junto com Flávio Rangel, encabeçavam uma lista negra do DOPS, resolveram fugir do país. Levados no “potente fusca 59 de Cyro Del Nero, chegaram ao Mato Grosso, de onde tomaram – com um dinheirinho emprestado por Cyro – um trem para Corumbá. A intenção era cruzar para a Bolívia. Mas como cruzar a fronteira logo após o golpe? Seriam presos, com certeza. Guarnieri não se abalava. “Simples, vamos passar a nado”. Mas, completa Juca: “Isso foi antes de ver o rio. No que o Rio Paraguai assomou imenso e encapelado, ele se arrancou um incrível chumaço de cabelo e suspirou: “Mas é o mar!”.

A situação parecia desesperadora. Sem documentos, sem dinheiro, procurados pela repressão. Mas do medo vem a coragem. Munidos da cara de pau que só os grandes atores conseguem ter – e contando com muita sorte e com a displicência de um agente alfandegário – resolvem entrar na delegacia e solicitar um salvo-conduto para visitar a Bolívia. Mal tirando os olhos do gibi que o entretinha, o agente preencheu os documentos e os dois passaram a ponte e livraram-se da perseguição.

Mal pisando em território boliviano, Guarnieri grita: “Enganamos os filhos da puta! Estão pensando o que? Aqui o buraco é mais embaixo! Nos esperem! Vamos voltar e acabar com vocês!” O mar bolsonarista pode parecer intransponível para alguns. Mas não é. Conosco o buraco é mais embaixo. É só juntar todo mundo. Nós vamos acabar com eles!

 


[1] Roveri, Sérgio – Gianfrancesco Guarnieri/ Sérgio Roveri. – São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004. — (Coleção aplauso. Série perfil / coordenador geral Rubens Ewald Filho), p.57;

[2] Op. Cit., p.39;

[3] Op. Cit., p.49;

[4] Op. Cit., p.56;

[5] Op. Cit., p.41;

[6] Op. Cit., p.42;

[7] Op. Cit., p. 5;

[8] Op. Cit., p. 168-169;

[9] Op. Cit., p. 56;

[10] Op. Cit., p. 171-182;

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Cinema Russo em Casa – Assista grátis “Bola de Sebo”, de Mikhail Romm

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Dando sequência ao projeto “Cinema Russo em Casa”, o CPC-UMES Filmes apresenta “Bola de Sebo”, do diretor Mikhail Romm, (1934).

O filme, que é uma adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, é uma produção do Mosfilm, um dos principais estúdios cinematográficos do mundo.

O clássico soviético estará disponível no canal do CPC no Youtube de sexta – 24/07, às 19h, até domingo – 26/07, 19h.

Para acessar o canal clique em https://bit.ly/3h5j384

Não se esqueça de se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações de novidades. A programação do projeto “Cinema Russo em Casa” vai até novembro. Fiquem ligados!

Bola de Sebo

Mikhail Romm (1934), com Galina Sergeyeva, Andrey Fayt, Piotr Repnin, Faina Renevskaya, URSS, 90 min.

Sinopse

Grupo de burgueses procura abandonar Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se incorpora à comitiva.
Obra de estreia de Mikhail Romm, baseada na adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor.
A história de Maupassant recebeu mais de 10 adaptações cinematográficas.“No Tempo das Diligências” (John Ford, 1939) bebeu deste filão que também inspirou Brecht na criação da Jenny de “A Ópera dos Três Vinténs”, como uma antítese da gentil prostituta francesa. Na “Ópera do Malandro”, a Geni, de Chico Buarque e Rui Guerra, retoma o modelo original.

Direção: Mikhail Romm (1901-71)

Mikhail Romm Ilich nasceu na cidade siberiana de Irkutsk, serviu no Exército Vermelho durante a guerra civil, e graduou-se em escultura pelo Instituto Artístico-Técnico de Moscou. Em 1931 ingressou no Estúdio Mosfilm, onde atuou como produtor e diretor. No Instituto Estatal de Cinema (VGIK), a partir de 1962 foi professor de proeminentes cineastas como Andrei Tarkovsky, Grigori Chukhrai, Gleb Panfilov e Elem Klimov. Realizou 18 longas-metragens, entre os quais “Bola de Sebo” (1934), “Treze” (1936), “Lenin em Outubro” (1937), “Lenin em 1918” (1939), “Sonho” (1941), “Garota nº. 217” (1945), “Missão Secreta” (1950), “Nove Dias em Um Ano” (1962), “O Fascismo de Todos os Dias” (documentário, 1965) e “A Questão Russa” (1947). Recebeu o Prêmio Stalin nos anos de 1941, 1946, 1948, 1949, 1951. De seu filme “Sonho”, disse o presidente Franklin Roosevelt: “é um dos maiores do mundo”.

Argumento Original: Guy de Maupassant (1850-93)

Henry René Albert Guy de Maupassant nasceu em Tourville-sur-Arques. Estudou no liceu de Rouen e, em 1870, com a eclosão da Guerra Franco-Prussiana, alistou-se no exército. Trabalhou, durante oito anos, nos Ministérios da Marinha e da Instrução Pública. Iniciado e enconrajado nas letras por Gustave Flaubert, seu primo por parte de mãe, teve uma vida que apesar de curta foi muito produtiva, tendo escrito, além de romances e novelas, cerca de 250 contos. Várias histórias desse escritor, que se recusou a integrar a Academia de Ciências e a receber a Legião de Honra, se tornaram clássicos do cinema, entre as quais “Bola de Sebo” (Mikhail Romm, 1934), “Um Dia no Campo” (Jean Renoir, 1936), “Mademoiselle Fifi” (Robert Wise, 1944), “Bel-Ami” (Robert Lewin, 1947), “Pierre et Jean” (Luis Buñel, 1952) e “La Bestiole” (Claude Autant-Lara, 1965).

Música Original: Mikhail Chulaki (1908-89)

Mikhail Ivanovich Chulaki nasceu em Simferopol, Crimeia. Estudou composição no Conservatório de Leningrado, onde graduou-se em 1931. Foi diretor-artístico da Filarmônica de Leningrado (1937-39) e do Teatro Bolshoi (1963-70). Lecionou no Conservatório de Moscou, e foi vice-presidente da Comissão Para as Artes do Conselho de Ministros da URSS (1951-52). Compôs sinfonias, óperas e música para balés, com destaque para “O Conto do Sacerdote e de seu Trabalhador Balda” (1939), baseado no poema narrativo de Aleksandr Pushkin; “O Noivo Imaginário” (1946), baseado na peça de Goldoni; “Juventude” (1947), baseado no romance “Como o Aço Foi Temperado”, de Nikolai Ostrovskii. Escreveu uma dezena de trilhas para cinema, entre elas “Bola de Sebo” (Mikhail Romm, 1934) e “Meu Coração Volta a Bater de Novo” (Abram Room, 1963).

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Sérgio Ricardo

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Por Maria do Rosário Caetano

Publicado no portal Revista de Cinema

 

O rapaz nascido na interiorana Marília, numa família de origem sírio-libanesa e batizado com o nome de João Mansur Lufti, era muito bonito. E queria ser artista. Mudou de cidade (São Paulo, Santos, Rio de Janeiro) e de nome. Virou Sérgio Ricardo. Sua bela estampa resultou em papeis de galã em telenovelas, mas a música e o cinema tornaram-se seus principais ofícios.

Sérgio Ricardo morreu nesta quarta-feira, 23 de julho, aos 88 anos. Deixa grande acervo musical registrado em disco e sucessos como “Zelão”, “Calabouço” e “Zé Tulão”, muitos filmes como trilheiro (destaque especial para “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha) e diretor (“O Menino da Calça Branca”, “Esse Mundo é Meu”, “A Noite do Espantalho”), alguns livros e quadros. Gostava de pintar.

A vida do instrumentista (tocava piano e violão), cantor e compositor foi marcada por três episódios.

Primeiro: ele teria entrado na “condição de bicão” (escorado em seu sex appeal) no famoso Concerto da Bossa Nova, no Carnegie Hall, em Nova York.

Segundo: o sucesso da parceria com Glauber (musicou os arrebatadores versos “Se entrega Corisco/ eu não me entrego não/ só me entrego não, só me entrego na morte, de parabelo na mão”) foi de tal forma intenso, que Sérgio não podia fazer show sem entoar a saga do cangaceiro loiro. Era cobrado pela plateia, que cantava junto.

Terceiro, e o mais complicado: a “violada” no III Festival da TV Record. Em ato intempestivo, depois de vaias vigorosas do público insatisfeito com a quilométrica “Beto Bom de Bola”, uma das concorrentes, ele quebrou o próprio violão e arremessou os restos sobre a plateia.

Para exorcizar o que acontecera naquele fatídico dia de 1967, auge da febre festivaleira, Sérgio Ricardo até escreveu um livro, “Quem Quebrou o meu Violão” (1991). Seus desafetos responderam: “Foi ele mesmo!”. Outros, como a dupla de cineastas Renato Terra e Ricardo Calil o ouviram, com serenidade e respeito, em excelente longa documental, “Uma Noite em 67” (2010). Obrigatório.

A turma da Bossa Nova, em especial a do “sol, sal, sul” – Ronaldo Boscoli à frente – não o tinha como um par. Mas os jovens compositores que viriam a seguir (a geração de Chico Buarque) manteve com Sérgio Ricardo relação de harmonia e de respeito. O Cinema Novo, que tinha em Glauber Rocha o seu profeta, o acolheu de braços abertos. Tanto que, além de “Deus e o Diabo”, ele fez trilha para “Terra em Transe” (1967) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969).

Antes de tornar-se trilheiro requisitado, Sérgio irmanou-se com o braço cinematográfico do CPC-UNE (Centro Popular de Cultura da União Nacional de Estudantes) e dirigiu um média-metragem muito festejado – “O Menino da Calça Branca”, com Ziraldo no elenco. Foi ao Oriente Médio em busca de suas raízes e lá realizou outro média-metragem, “O Pássaro da Aldeia”. E estreou no longa-metragem com “Esse Mundo É Meu”, com o glauberiano Antônio Pitanga no elenco. O filme, baseado na peça teatral de Francisco de Assis, “Aventuras de Ripió Lacraia”, foi montado por Ruy Guerra.

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Em todos os seus trabalhos como cineasta, Sérgio Ricardo fez questão de contar com a colaboração do irmão, o craque Dib Lutfi (1936-2016). Dib, conhecido como o “homem tripé” (sem conotação sexual) tornou-se um dos mais inventivos fotógrafos da história do cinema brasileiro. Fez a câmera de “Terra em Transe” (fotografia de Luiz Carlos Barreto). E, a partir dali, faria da câmera na mão, de leveza única, a força de filmes inventivos como “A Lira do Delírio” (Walter Lima Jr, 1976). A genialidade do irmão de Sérgio Ricardo está registrada no belíssimo “Dib” (1997), documentário de Márcia Derraik e Simplício Neto.

Sérgio Ricardo morreu com muitos projetos na gaveta. O incansável produtor Cavi Borges conseguiu viabilizar um deles, “Bandeira de Retalhos”, com Antônio Pitanga, Osmar Prado e atores da trupe Nós do Morro, no elenco. Um filme de baixíssimo orçamento, que foi exibido na Mostra de Tiradentes e chegou ao circuito on-line, por esforço do mesmo Cavi. Dos projetos não realizados, o que mais apaixonava o ator-compositor-cineasta era uma ópera popular (“Estória de João-Joana”) inspirada em Carlos Drummond de Andrade. O músico compôs a trilha sonora e a transformou em matéria de concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Mas o filme não saiu do papel.

O poeta bem que ajudou. Em maio de 1985, ao ouvir o disco-cordel com a trilha de “Estória de João-Joana”, Drummond escreveu bilhete dos mais amorosos, que Sérgio guardou como um tesouro: “Passei parte da noite de ontem e vou varando o frio deste sábado ouvindo o LP, sem me cansar de ouvi-lo. Sigo embalado pelo poder mágico de sua voz e de sua música, combinados de forma tão patética que, ao autor do velho poema, já meio desligado ao seu trabalho, causa arrepios. É a funda, indisfarçável emoção que despertam em nós as criações mais puras e generosas do espírito artístico. Você me inspirou essa emoção profunda, que confraterniza as criaturas sob um signo poderoso. A gravação está esplêndida, e o trabalho de orquestração do mestre Radamés deu uma riqueza fabulosa de ressonâncias íntimas ao fino lavor inicial do cordel. Obrigado, meu caro Sérgio, de todo coração pela esmagadora sensação de beleza e de humanidade que você me deu”.

Quem prestou atenção na vigorosa trilha sonora de “Bacurau” (Kleber Mendonça e Juliano Dornelles, 2019) ouviu, além de “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, de Geraldo Vandré, a instigante “Bichos da Noite”, de lavra ricardiana.

FILMOGRAFIA
Sérgio Ricardo
(Marília-SP, 18 de junho de 1932)

COMO DIRETOR

1961 – “O Menino da Calça Branca” (média-metragem)
1963 – “O Pássaro da Aldeia” (média)
1963 – “Esse Mundo É Meu” (longa)
1970 – “Juliana do Amor Perdido” (longa)
1974 – “A Noite do Espantalho” (longa)
2014 – “Pé Sem Chão” (curta)
2018/2020 – “Bandeira de Retalho” (longa)

COMO AUTOR DA TRILHA

1964 – “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (Glauber)
1967 – “Terra em Transe” (Glauber)
1969 – “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (Glauber)
1969 – “A Compadecida”, George Jonas
1970 – “Juliana do Amor Perdido” (em parceria com Luiz Roberto Oliveira)
1971 – “A Guerra dos Pelados” (Sylvio Back)
1973 – “A Noite do Espantalho”

27º Congresso da UMES aprova: Frente Ampla contra Bolsonaro, em defesa da Vida e da Democracia

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Centenas de estudantes participaram do Congresso da Umes, nesta quarta-feira – Foto: Reprodução

“A luta em defesa da vida é central nesse momento!”. A frase do presidente da UMES-SP, Lucas Chen, resume bem o espírito combativo dos estudantes secundaristas durante o 27º Congresso da entidade, realizado na tarde desta quarta-feira (22 de julho) em São Paulo.

O encontro, que foi realizado de forma virtual por conta da pandemia de coronavírus que atinge o país, reuniu representantes de escolas de todas as regiões da cidade de São Paulo.

A adequação à realidade imposta pela pandemia não impediu a intensa mobilização dos estudantes secundaristas. Mesmo sem as aulas presenciais, centenas de jovens de 112 escolas se credenciaram e se prontificaram a debater os problemas da educação na cidade de São Paulo e a crise que assola o nosso país.

Às 17 horas, o presidente da UMES, Lucas Gomes Chen, deu início aos trabalhos do Congresso, apresentando os estudantes aptos a votar e saudando a todos os presentes.

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Ele destacou a grande conquista da educação brasileira do dia anterior. “Tivemos uma vitória histórica no Congresso Nacional que foi a votação do Novo Fundeb, que permitirá avançarmos na luta por uma educação pública de qualidade”.

“O Novo Fundeb”, continuou Lucas, “é uma expressiva vitória da mobilização dos estudantes e de todos os que lutam pela Educação Pública”.

A vice-presidente da UMES, Vitória Pereira, também celebrou a aprovação da PEC do Fundeb, que amplia dos atuais 10% para 23%, o valor do repasse da União ao fundo, utilizado para o custeio do salários dos profissionais de educação em estados e municípios com baixa arrecadação de impostos.

“Em meio a tantas coisas ruins que vêm acontecendo, somos a prova viva que a luta dos estudantes não pode ser barrada. Felizmente tivemos uma grande conquista com a aprovação do Fundeb”, destacou Vitória.

Impossibilitado de participar do evento, o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), enviou mensagens cordiais de agradecimento à UMES e desejou um bom congresso aos estudantes paulistanos.

FRENTE AMPLA

“O Fundeb foi uma vitória nossa, sabendo que o governo era contra. Vamos lutar por mais investimento na educação, melhorar a qualidade, a gestão participativa, a inclusão dos jovens na universidade”, disse o deputado federal, Orlando Silva (PCdoB-SP), ao saudar o congresso dos estudantes da capital paulista.

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O deputado criticou ainda a postura do presidente frente à pandemia de coronavírus e denunciou a farsa do governo Bolsonaro. “Daqui a pouco essa tragédia vai passar. Vai passar essa pandemia que o Brasil e o mundo vive e o presidente negacionista, anti-povo, que assume bandeiras contra a economia, contra a ciência, contra o emprego, vai cair como farsa”, disse.

“É uma farsa Bolsonaro dizer que defende a economia e o trabalhador, quando fui relator da MP do Emprego, ele vetou tudo o que era favorável ao trabalhador, em seus benefícios, em seus direitos, na preservação dos postos de trabalho. Bolsonaro é um farsante, é um demagogo”, ressaltou Orlando.

Ele destacou ainda a necessidade da unidade em torno da democracia e contra o obscurantismo deste governo.

“Hoje sabemos que cresce o número de pessoas que percebem cada vez mais que ele é um farsante, precisamos de novos caminhos e a UMES faz parte desse esforço, de um amplo movimento, de uma ampla frente de entidades, de organizações, de ed-pills24.com, que garante a frente ampla. Precisamos garantir uma frente ampla com todos, sem qualquer veto, sem qualquer desavença. Quem for a favor da democracia, que venha para o nosso lado, quem for a favor de autoritarismo, que vá para o lado do Bolsonaro”.

O deputado, que é pré-candidato a prefeito da cidade de São Paulo, defendeu ainda a necessidade de “valorizar as lutas dos jovens, por democracia, por emprego, por renda, por educação e por tudo, precisamos enfrentar e lutar pelas pautas da juventude, principalmente pela juventude pobre, que não tem qualquer referência, se faz necessário a luta pela educação, pelo emprego, pela nossa juventude viva”. “Sabemos que o autoritarismo é inimigo dessas lutas, dessa forma, estamos juntos com os movimentos, defendo o nosso país, nós que somos os verdadeiros patriotas, não aqueles que vestem a camisa da seleção para defender o capitão fajuto. Nossa luta é em defesa da educação, da juventude, do emprego e pela democracia”, pontuou.

DESAFIO

Rozana Barroso, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), também participou do Congresso e apontou o desafio dos estudantes “num momento em que temos um país governado por pessoas que negam a ciência, com o Bolsonaro defendendo a torto e a rodo medicamentos sem qualquer evidência científica, levando a muitos casos e infelizmente muitas mortes pela Covid-19 no país”.

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“É fundamental que nossa mobilização em prol da educação seja firme, seja perspicaz e mais que necessária, para a melhoria das nossas escolas, pela aprovação do Fundeb no Senado, pela valorização dos serviços públicos, limando qualquer desmando do governo Bolsonaro, que a cada dia mais vem tentando acabar com o nosso país”, ressaltou Rozana.

Chen reafirmou a necessidade da união de forças contra os ataques de Bolsonaro à Democracia e à vida dos brasileiros. “O governo Bolsonaro é contra a ciência, não aceita opinião e acho que é por isso que temos que reforçar ainda mais essa frente”, disse.

“É importante ressaltar que nesse momento Brasil vive o mais profundo e mais difícil momento em muitos anos de sua história. Neste momento, nós defendemos que os estudantes, junto com os demais setores, organizem uma Frente Ampla, como disse bem deputado federal Orlando Silva, ampla de verdade, para defender a vida de nosso povo e a nossa democracia que está sendo ameaçada”, destacou Chen.

Hector Batista, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), destacou que “se faz necessário construir um processo de luta para a educação brasileira, sendo que temos um desgoverno que a todo momento tenta prejudicar ainda mais a vida do brasileiro, além disso, conseguimos aprovar na câmara o Fundeb, que garante a verba nas nossas escolas. Se faz necessário combater esse desmonte da educação, as fake news que o governo espalha, garantir o acesso a educação de qualidade aos estudantes paulistas, em defesa da educação pública e de qualidade, um movimento estudantil aguerrido em defesa do Brasil”.

DOAÇÃO DE SANGUE

A entidade aprovou ainda intensificar a campanha de doação de sangue “DOE SANGUE – SALVE VIDAS” como forma de contribuir para a superação da crise do coronavírus.

“No último período, a diretoria da UMES discute uma ação concreta da defesa da vida, que é a doação de sangue, num período em que os estoques estão extremamente baixos”.

“É dessa forma que os estudantes estão se propondo a ajudar a vencer a pandemia, doando sangue”, disse Chen, ao defender que a campanha seja encampada “pelos grêmios estudantis, professores, nossos amigos e familiares”.

No decorrer do Congresso, os estudantes secundaristas fizeram uso da palavra para denunciar as dificuldades da atual conjuntura e se somar à luta da UMES. Dentre os principais pontos abordados pelos estudantes, está a preocupação com as garantias de segurança para o retorno às aulas, passada a crise da pandemia, assim como a reposição de aulas e a possibilidade de um novo ano no Ensino Médio para “recuperar” o período em que os estudantes não puderam ir às aulas.

Lucas Chen propôs que, dando seguimento às discussões iniciadas no Congresso, sejam realizados outros debates para aprofundar a discussão sobre o retorno às aulas e sobre o 4º ano opcional. “Nenhum estudante pode ser prejudicado por conta da situação essa é a nossa defesa para o próximo período que nenhum estudante seja prejudicado pela pandemia, isso é uma defesa intransigente por parte dos estudantes da União Municipal dos Estudantes Secundaristas”, disse ele.

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Confira algumas contribuições dos estudantes no 27º Congresso da UMES:

Gabriel Farias – Instituto Federal de São Paulo

“A Umes está presente nos momentos mais difíceis dos estudantes. E é muito bom saber que podemos contar com a nossa entidade. Tenho muito orgulho de representar o nosso IF e a Zona Leste nesse momento. A Umes coloca o nosso destino na nossa mão! E é isso que devemos fazer. Cerrar os punhos e ir à luta”.

Beatriz Gama – Etec Itaquera II

“Reposição das aulas”, estão falando em voltar às aulas em setembro, mas sem qualquer estrutura, nós só tínhamos um funcionário na limpeza, precisa ter preparação e um plano eficaz para se pensar na volta às aulas, para que nenhum aluno seja prejudicado no seu ensino.

Jéferson Santos – Etec Cidade Tiradentes.

“Um congresso que acontece num momento ímpar no momento que vivemos, após a aprovação do Fundeb na câmara, nós sempre defendemos a educação e sempre estivemos na luta por mais estrutura e mais verba para a educação. É fundamental que possamos se somar ainda mais na luta secundarista, contra qualquer desmando do governo Bolsonaro”.

Tayne Paranhos – Estudante da Etec GV

“Como a desigualdade é muito presente no nosso país, com a pandemia só aumentou esse caso, aumentou os problemas, aumentaram o desemprego e também ao acesso da educação. Esse tempo só evidenciou ainda mais o sucateamento das nossas escolas e do nosso ensino. Esse sentimento de mudança que estamos falando aqui, está intrínseco em cada um presente aqui no congresso, seguiremos lutando ainda mais em defesa da educação e de um ensino de qualidade para todos”.

Maria Eduarda – Colégio Paulo de Tarso

“Infelizmente os estudantes sofrem com a falta de insumos para conseguir estudar a distância, gerando defasagem no ensino dos mesmos.É momento de termos empatia e pensarmos no próximo. Vimos boas ações, fruto de investimento na pesquisa brasileira, nas universidades, precisamos lutar ainda mais pela ciência, pelo investimento em nossas escolas, universidades, tecnologias e pesquisa”.

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O 27º Congresso da UMES elegeu ainda a seguinte diretoria para o próximo período:

 

DIRETORIA EXECUTIVA

PRESIDENTE: Lucas Gomes Chen

CURSINHO POPULAR VITO GIANNOTTI

VICE-PRESIDENTE: Vitoria Pereira Francisco
CURSINHO POPULAR HELENY GUARIBA

SECRETÁRIO GERAL: Guilherme Henrique de Andrade Leme
ETEC CEPAM

1° SECRETARIO: Thaynan Evilly Diniz Silva
EE PROFA ETELVINA DE GOES MARCUCCI

TESOUREIRO GERAL: Guilherme Lucas Paulo
CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR UNEAFRO QUILOMBAQUE

1° TESOUREIRO: Felipe Andrés Arriagada Marques
ETEC TAKASHI MORITA

DIRETOR DE ESCOLAS TÉCNICAS: Tayne Paranhos Pereira
ETEC GETÚLIO VARGAS

DIRETORIA DE CULTURA: Lucca Gidra Oyagawa
EE CAETANO DE CAMPOS

DIRETORIA DE ESPORTES: Jeferson Santos da Costa
ETEC DE CIDADE TIRADENTES

DIRETORIA DE DEPARTAMENTO FEMININO: Evelyn Heloise Pinheiro Ferreira
EE CONEGO JOÃO LIGABUE

DIRETORIA DE ESCOLAS PÚBLICAS: Beatriz Garcia da Silva
ETEC CEPAM

DIRETORIA DE POLÍTICAS INSTITUCIONAIS E DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: Nathália Araujo Lima
EE DOM PEDRO

DIRETORIA DE PROMOÇÃO E IGUALDADE RACIAL: Ana Carolina Louro Domingues
ETEC GILDO MARÇAL BEZERRA BRANDÃO

novo fundeb aprovado

Câmara aprova PEC do Novo Fundeb

novo fundeb aprovado

A Câmara dos Deputados aprovou em uma histórica votação na noite desta terça-feira a PEC que cria o Novo Fundeb, garantindo a ampliação dos atuais 10% para 23% da parcela da União no investimento na Educação Básica.

A aprovação aconteceu após a derrota do governo Bolsonaro que tentou impedir o repasse dos recursos do Fundeb aos estados e municípios em 2021. Isolado, o governo foi obrigado a recuar de sua proposta e um acordo para a votação foi formado.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) celebrou a “vitória histórica da Educação!”.

“A aprovação do Fundeb permanente é uma conquista de professores, estudantes e da cidadania. E é uma DERROTA HUMILHANTE de Bolsonaro e seu governo do culto à ignorância. Eles quiseram impedir, mas tiveram que correr”!, destacou.

“Nos momentos mais difíceis da luta pelo novo Fundeb, tivemos no deputado Rodrigo Maia um verdadeiro líder, um político compromissado com a melhoria da qualidade da educação no Brasil”, disse o deputado Bacelar (Pode-BA), que foi presidente da comissão especial que discutiu o novo Fundeb. Ele destacou que foram 18 meses de trabalho, com a realização de mais de 120 audiências públicas pela comissão.

A relatora da PEC, professora Dorinha Seabra (DEM-TO) apresentou nna tarde desta terça-feira (21) o novo parecer sobre o tema.

O Fundeb tem vigência até este ano, e a participação atual da União é de 10% O texto da relatora prevê elevar o percentual para 23%, em 2026, e destinar uma parcela dos recursos para a educação infantil.

Pela proposta da relatora, a participação da União no fundo será da seguinte maneira:

12% em 2021;

15% em 2022;

17% em 2023;

19% em 2024;

21% em 2025;

23% em 2026.

O parecer anterior da relatora ampliava, de forma gradativa, a complementação da União dos atuais 10% para 20% e não havia divisão para educação infantil (creches e pré-escolas para crianças de 0 a 5 anos). O novo texto prevê que, em caso de falta de vagas em creches na rede pública, o dinheiro poderá ser destinado a instituições filantrópicas, sem fins lucrativos.

As mudanças foram feitas pela relatora para acomodar um pedido do governo federal sobre o benefício para a educação infantil e, assim, evitar a desidratação de outros pontos do projeto. Inicialmente, o governo queria que a PEC liberasse a utilização dos recursos do Fundeb para a compra de vagas em escolas privadas por meio dos chamados “vouchers”.

O texto da relatora propõe ainda piso de 70% para o pagamento de salário de profissionais da educação, sem teto. O governo defendia que o percentual fosse o limite máximo para pagar a folha de pessoal. O novo relatório traz o que é considerado o “meio-termo” entre as duas propostas.

Do dinheiro novo, 15% terá que ser obrigatoriamente para investimentos e no máximo 85% poderá ser utilizado para pagar salários de profissionais da ativa. A proposta inicial dos deputados não previa um valor mínimo para investimentos, o que desagradava a equipe econômica.

O governo também queria fazer uma emenda para permitir o pagamento de aposentados com dinheiro do Fundeb, mas abriu mão dessa ideia e os recursos só poderão ser utilizados para o pessoal da ativa.

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NOVO FUNDEB JÁ! – Bolsonaro quer deixar estados e municípios sem repasse em 2021

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Às vésperas da votação do Novo Fundeb no Congresso, o governo federal encaminhou aos líderes partidários da Câmara dos Deputados proposta para alterar o texto da emenda à Constituição (PEC) da prorrogação do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb).

O começo da votação está marcado para a tarde desta segunda-feira (20) e deve se estender até a terça-feira (21).

Segundo a proposta do governo Bolsonaro, estados e municípios ficariam sem os recursos em 2021. Os recursos seriam retomados somente em 2022 e parte do Fundeb seria destinado ao custeio de um programa chamado “Renda Brasil”.

O relatório da PEC do Novo Fundeb, da deputada Professora Dorinha (DEM-TO), foi apresentado em 2019 e, até agora, não houve proposta concreta do governo federal na discussão. O parecer (íntegra)  da deputada aumenta de 10% para 20% em seis anos a participação da União na manutenção do Fundeb e torna o fundo permanente.

O Palácio do Planalto quer mudar o artigo 13 da PEC, que originalmente é assim:

“Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, gerando efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro de 2021.”

A intenção é que fique assim: “esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, gerando efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro de 2022”.

Outro ponto é a divisão de metade da ampliação da participação da União para bancar parte do ‘Renda Brasil’, reformulação do Bolsa Família em discussão no governo. A medida desvirtua por completo a proposta do fundo, que é a do investimento em Educação Básica.

PRIVATIZAÇÃO

O governo deseja que seja implementado um modelo de “voucher”, ou seja, vales com valores pré-definidos para as escolas gastarem com a primeira infância em famílias em situação de extrema pobreza. Dos 10% de ampliação da participação da União no fundo, 5% seria para implementar o vale.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, se reuniram na quarta-feira (15) com alguns deputados ligados à área da educação e fizeram a proposta sobre o voucher.

TETO

O governo também quer acabar com a vinculação de no mínimo 70% dos recursos do fundo para o pagamento dos profissionais da educação e transformar esse índice de 70% em valor máximo. A medida impediria que estados como o Maranhão utilizasse 100% dos recursos no pagamento de salários de professores, o que na prática poderia provocar um congelamento dos salários ao longo do tempo.

A relatora tem afirmado que não vai mudar a versão mais recente de seu parecer. Deputados podem modificar o texto original por meio de destaques que podem ser apresentados e votados separadamente.

 

Publicamos abaixo a nota da União de Dirigentes Municipais de Educação – Undime sobre a votação do Novo Fundeb:

 

Nota Pública: Pela defesa da íntegra da PEC 15/ 15 – Fundeb Permanente 

A Undime, em nome dos 5568 dirigentes responsáveis pela gestão da educação pública municipal, que atende a mais de 23 milhões de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, reitera sua defesa à íntegra do último Relatório da PEC 15/15 e conclama todos os deputados federais a aprovarem esse texto nos dias 20 e 21 de julho, em prol da Educação Pública Brasileira.

Esta defesa faz-se ainda mais necessária diante do divulgado pela imprensa, ontem, como propostas do governo federal de alteração ao Substitutivo da PEC do Novo Fundeb. É importante relembrar que, ao longo dos últimos anos, a PEC foi discutida intensamente pela Comissão Especial, com a participação do governo federal, movimentos e entidades da sociedade civil. Apesar de essa última versão do Relatório não contemplar todas as demandas da Undime, ela foi construída de maneira participativa e considerou todos os aspectos possíveis.

Todo processo democrático garante a apresentação do contraditório e de novas questões. Entretanto, essas possíveis proposições de mudança apresentam aspectos inconstitucionais; desconstroem a estrutura do Novo Fundeb; são incompatíveis à atual conjuntura educacional; e demonstram total desrespeito ao trabalho realizado pelos Deputados Federais e Senadores, até então.

Com referência ao conteúdo dessas propostas veiculadas como sendo do governo federal, é fundamental contra-argumentar que:

  1. a destinação de 50% da ampliação da complementação da União ao Fundeb para transferência direta de renda a famílias com crianças em idade escolar, em situação de pobreza ou extrema pobreza, é um subterfúgio para contornar o Teto dos Gastos. Além disso, utilizar os recursos da educação nesse tipo de transferência se constitui um desvio de finalidade e fere os preceitos constitucionais.
  2. A alteração do escalonamento dos pontos percentuais da complementação da União vai na contramão da situação orçamentário-financeira dos municípios e estados, principalmente diante da necessidade de novos investimentos para fazer frente às demandas trazidas pela pandemia da covid-19.
  3. A exclusão do Custo-Aluno Qualidade (CAQ) da PEC 15/ 15 compromete a oferta da educação pública com condições adequadas, a partir de um padrão mínimo de qualidade, previsto na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
  4. A definição de um teto máximo de 70% do Fundeb para o pagamento dos profissionais da educação impede uma verdadeira valorização e uma remuneração condigna desses profissionais e cria um obstáculo às redes que aplicam atualmente percentuais superiores.
  5. A retirada de recursos vinculados à educação para o pagamento de aposentadorias e pensões é inconstitucional e contraria o entendimento desta questão apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por tribunais estaduais.
  6. Qualquer mudança na cesta de impostos que compõe o Fundo causará um impacto muito grande em sua estrutura, prejudicando o atendimento a um maior número de municípios.
  7. O desvio de recursos públicos do Fundeb a instituições privadas (voucher) precariza a oferta da educação pública e desresponsabiliza o Estado. Além disso, o atual formato do Fundeb já contempla a oferta da educação infantil por escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei e conveniadas com o poder público.
  8. Por fim, a definição do início do Novo Fundeb para 1º de janeiro de 2022 cria um vácuo de um ano, o que poderá impedir a oferta da educação pública em muitos municípios em 2021.

Para evitar um colapso nas redes públicas de educação básica, é urgente garantir a votação e aprovação do atual texto do Fundeb, de maneira a preservar e ampliar os recursos para a educação pública, rejeitando propostas que atendam a outros interesses.

LUIZ MIGUEL MARTINS GARCIA

Dirigente Municipal de Educação de Sud Menucci/SP
Presidente da Undime

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CPC-UMES inicia o projeto “Cinema Russo em Casa” e exibe o filme “O Quadragésimo Primeiro”

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Filme estará disponível de sexta-feira às 19h até domingo às 19h

 

Nesta sexta-feira o CPC-UMES vai iniciar o projeto “Cinema Russo em Casa”, com a apresentação de “O Quadragésimo Primeiro”, de Grigori Chukrai, 1956.

 

O filme com legendas em português ficará disponível entre as 19 horas da sexta-feira até as 19 horas do domingo (19) no nosso canal do Youtube. A cada final de semana um clássico russo poderá ser assistido gratuitamente por meio da plataforma.

 

Para acessar o canal clique em:

 

https://bit.ly/3h5j384

 

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O Quadragésimo Primeiro

 

Grigori Chukhray (1956), com Izolda Izvitskaya, Oleg Strizhenov, URSS, 87 min.

 

Sinopse

 

Filme de estréia de Grigori Chukhray, baseado na obra de mesmo nome de Boris Lavrenyov, “O Quadragésimo Primeiro” conta a história do romance ocorrido durante a Guerra Civil entre a jovem Mariutka, exímia atiradora do Exército Vermelho – com cartel de 40 inimigos abatidos – e um prisioneiro sob sua escolta, o tenente Nikolaievich do Exército Branco czarista. Uma sucessão de acontecimentos transporta os dois personagens do deserto de Karakum para uma ilha do mar de Aral, onde permanecem isolados numa cabana de pesca e temporariamente desligados do mundo, mas não de seus condicionamentos políticos e ideológicos.

 

Direção: Grigori Chukhray (1921-2001)

 

Grigori Naumovich Chukhray nasceu em 1921, na cidade de Melitopol, conhecida como “a porta de entrada para a Crimeia”. Serviu como paraquedista na 2ª Guerra Mundial, combateu em Stalingrado, no Don, e na primeira e terceira frentes ucranianas. Foi ferido quatro vezes, a última na Hungria, quando estava a caminho de Viena. Em 1952 graduou-se em direção pelo Instituto Estatal de Cinema (VGIK), sob orientação de Mikhail Romm e Sergei Yutkevich. Trabalhou como assistente de direção no Kiev Film, e transferiu-se para o Mosfilm em 1955. Sua obra de estreia, “O Quadragésimo Primeiro” (1956), ganhou menção especial no Festival de Cannes, pelo “roteiro original, o humanismo e o alto mérito artístico”. Em seguida veio “A Balada do Soldado” (1959), que obteve reconhecimento internacional, com premiações em Cannes, Londres, Varsóvia, México e São Francisco. Dirigiu também “Céu Claro” (1961), “Havia Um Casal de Velhos” (1964), “Pessoas!” (1966), “Memória” (documentário, 1970), “Pântano” (1977) e “A Vida É Maravilhosa” (1979). Seu último trabalho como diretor de cinema foi a conclusão do projeto de Yuri Shvyrev, “Vou Ensinar Você a Sonhar” (1984), documentário sobre o cineasta Mark Donskoy.  Chukray lecionou no VGIK e foi secretário da União dos Cineastas Soviéticos.

 

Argumento Original: Boris Lavrenyov (1891-1959)

 

Boris Andreyevich Lavrenyov nasceu em Kherson (Ucrânia), e formou-se em direito na Universidade de Moscou em 1915. Em 1911 participou do grupo de poetas futuristas da sua cidade. Serviu na artilharia, durante a 1a. Guerra Mundial. Na Guerra Civil ingressou no Exército Vermelho, lutou na Ucrânia e depois no Turquemenistão. Lá escreveu os “Contos do Vento”, “Estrela da Cor” e o “O Quadragésimo Primeiro”, que em pouco tempo obteve ampla repercussão popular. A história foi publicada pela primeira vez em 1924, na revista Zvezda, e adaptada duas vezes para o cinema: em 1927 por Yakov Protazanov e em 1956 por Grigori Chukhray. Outras obras de Lavrenyov transpostas para as telas foram “Vento” (Lev Shefer e Cheslav Sabinskii, 1926), “Aos que Estão no Mar”  (A. Faintsimmer, 1948), “História de Uma Coisa Simples” (Tamaz Meliava, 1958) “Yarost” (Nikolai Iliynsky, 1966) e “O Sétimo Satélite” (Grigori Aronov e Aleksey German, 1968).

 

Música Original: Nikolai Kryukov (1908-61)

 

Nikolai Nikolaievich Kryukov nasceu em Tver, Rússia. Formou-se em 1932, na Faculdade de Música de Moscou. Em 1930 foi editor da Rádio União. Assumiu em 1931 a direção musical do estúdio “Mosfilm”. Entre suas principais obras estão as sinfonias nº. 1 e nº. 2, a cantata épica “Lenda da Terra Siberiana” e a “Suíte Para Temas Folclóricos da Bielorússia”. Realizou mais de 40 trilhas para filmes, entre os quais, “Lenin em 1918” (Mikhail Romm, 1939), “Almirante Nakhimov” (Vsevolod Pudovkin, 1946), “A História de Um Homem de Verdade” (Aleksandr Stolper,1948), “O

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Respiradores de baixo custo produzidos pela USP passam a ser utilizados no Incor

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Projeto desenvolvido por pesquisadores da Poli está sendo fabricado em parceria com a Marinha – Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou que o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP vai começar a utilizar dez ventiladores pulmonares, desenvolvidos por pesquisadores da Escola Politécnica (Poli), em pacientes acometidos pela covid-19, a partir de amanhã, dia 16 de julho. O anúncio foi feito durante coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

O projeto do Ventilador Pulmonar Inspire surgiu com o objetivo de desenvolver um equipamento nacional, livre de patente, de baixo custo e de rápida produção para oferecer uma alternativa e suprir uma possível demanda emergencial do aparelho causada pela pandemia.

“É um grande dia para a ciência brasileira. Um grande anúncio que parte da USP, a melhor universidade do País e da América Latina”, declarou o governador. “Estes equipamentos demonstram a capacidade dos pesquisadores, professores e alunos que desenvolveram, em apenas quatro meses e a um baixíssimo custo, a produção de respiradores. Ainda em pequena escala, mas que, ao longo do tempo e gradualmente, ganhará condições mercadológicas”, disse Doria.

O equipamento começou a ser desenvolvido em março deste ano. Desde então, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Poli, coordenada pelos professores Marcelo Knörich Zuffo e Raúl Gonzalez Lima, tem trabalhado para viabilizar o Inspire. Enquanto um respirador convencional no mercado tem um preço mínimo de cerca de R$ 15 mil, o projeto da Poli permite produzir o equipamento a um valor em torno de R$ 1 mil.

Em abril, o projeto foi aprovado nas etapas finais de testes, realizadas com quatro pacientes do Incor. O respirador foi stop-baldness.net aprovado em todos os modos de uso e não houve nenhum problema com os pacientes.

O ventilador já foi certificado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e, atualmente, passa por testes para avaliação da imunidade eletromagnética, última exigência técnica para obter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Esta é uma vitória da ciência e do Estado de São Paulo, que confia, apoia e financia seus centros de pesquisa”, comemorou o reitor da USP, Vahan Agopyan, durante o evento.

O coordenador do projeto, Raúl Gonzalez Lima, ressaltou que a pesquisa é resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de 20 anos e que conta com a parceria de várias Unidades de Ensino e Pesquisa da USP e a participação de mais de 200 pesquisadores.

Lima explicou também que o Inspire foi viabilizado graças às doações de equipamentos e materiais feitas por empresas e de recursos provenientes de mais de 800 pessoas físicas, dentro do programa USP Vida. Segundo ele, o montante de doações chegou a R$ 7 milhões.

Os equipamentos estão sendo produzidos a partir de uma parceria da USP com o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

Dois meses sem ministro da Saúde; 75.366 mortes por Covid-19

Em plena pandemia da Covid-19, que já matou 75.366 e infectou 1,92 milhão no Brasil, o Ministério da Saúde completou dois meses sem chefe titular nesta quarta-feira, 15. A gestão interina, liderada pelo general Eduardo Pazuello, está sob questionamentos.

Enquanto o Brasil permanece sem liderança frente ao combate ao coronavírus, vivemos a triste marca de segundo país em número de mortes da pandemia.

 

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30 anos do ECA – O Estatuto do Presente

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Flávio Dino*

Há pouco mais de 30 anos, ser criança ou adolescente no Brasil era estar, permanentemente, em função de um porvir: meninos e meninas seriam “o futuro do país”. Nosso país possuía poucas legislações que tratavam da vida dessa importante parcela da população e nenhuma que regulamentasse a garantia de seus direitos. Basicamente, só havia regulação jurídica para crianças e adolescentes em “situação irregular”, ou seja, em situação de abandono, socialmente vulneráveis ou que cometessem atos infracionais. Foi o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, que mudou essa história.

Em vez da “Doutrina da Situação Irregular” vigente até então, o ECA – como logo passou a ser chamado – adotou uma visão muito diferente: a da “Doutrina da Proteção Integral”. A partir dela, crianças e adolescentes passaram a ser vistos como sujeitos de direitos e não mais simples apêndices ou propriedades dos adultos. Passaram a ser vistos, especialmente, como indivíduos que devem ser protegidos de forma integral por todos: família, comunidade e poder público.

A mudança de olhar para com as crianças e adolescentes resultou de lutas da sociedade civil organizada, mais consciente de seu protagonismo na busca por direitos a partir da Constituição Federal promulgada em 1988. Somado a isto, a força da adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança, pela Assembleia Geral da ONU, em novembro de 1989 – o instrumento de direitos humanos mais aceito da história universal. O ECA traduz, portanto, em cada um de seus artigos, o que de melhor o país e o mundo desejam para suas crianças e adolescentes: vida, dignidade e o direito de ser feliz.

A realidade do Brasil de hoje nos comprova que ainda estamos muito distantes de chegar à plenitude do que preconiza o ECA em termos de direitos para os meninos e meninas de cada canto do nosso país, principalmente quando a garantia dos direitos humanos não figura entre as prioridades do Governo Federal, que, pelo contrário, parece afastar-se cada dia mais da defesa da vida. Para o mundo, a atual falta de assertividade do governo brasileiro neste tema tem enfraquecido sua credibilidade e seu protagonismo histórico ante às instâncias supranacionais.

No Maranhão, trilhando o caminho do que é correto, bom e justo, defendemos com afinco os direitos de nossas crianças e adolescentes, respeitando-os como cidadãos providos de direitos que são. Longe de ser visto como algo que deve ser descartado, o Estatuto é o parâmetro que nos inspira na definição de políticas públicas inclusivas e garantidoras de direitos.

Compreendemos que essa dignidade deve ser assegurada desde o início da vida, em todas as suas fases. Por isso, desenvolvemos uma série de políticas que tem início com o reforço ao pré-natal feito pela Força Estadual de Saúde, e seguem acompanhando toda a infância e adolescência: Cheque Cesta Básica-Gestante, ações de combate ao sub-registro civil de nascimento, Plano Estadual pela Primeira Infância e Pacto pela Aprendizagem, Casa Ninar, ampliação e qualificação do sistema de atendimento socioeducativo e assistencial. Ademais, menciono os programas Escola Digna, Maranhão Solidário e Praças da Família, que concretizam direitos como educação, proteção e lazer.

Cuidar da infância e adolescência com responsabilidade é um legado necessário a ser deixado por todo gestor público. Respeitar e valorizar o ECA é a base de tudo isso. É assim que temos transformado o Maranhão em um estado melhor e mais justo para todos. Desejo que esta também seja a realidade do Brasil.

*Flávio Dino é governador do Maranhão. Ex-juiz federal, professor de Direito.