146100BA793BB43EC4D92C3F1C1D0C768A6A3549E8573578A6300100885BD49A

Há 46 anos, fascistas derrubaram Allende e instauraram a ditadura no Chile

146100BA793BB43EC4D92C3F1C1D0C768A6A3549E8573578A6300100885BD49A

 

Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor” – Salvador Allende, 11 de setembro de 1973

 

No dia 11 de setembro de 1973, um grupo de fascistas liderados por Augusto Pinochet, atacou o Palácio La Moneda derrubando o governo democrático do presidente, Salvador Allende.

 

Às 7h40, o presidente Allende entrou no Palacio de La Moneda e anunciou que resistiria ao golpe fascista, às 11h55 foi iniciado o bombardeio liderado pelos militares.

 

Com o golpe, foi instaurada no país uma das ditaduras mais sanguinárias e perversas da América Latina.

A ditadura de Pinochet perdurou de 1973 até 1990, com mais de 80 mil pessoas presas e outras 30 mil torturadas. Segundo números oficiais, mais de três mil pessoas foram assassinadas, pelos pinochetistas.

 

Por diversas vezes, Bolsonaro manifestou sua admiração pelas ditaduras como a de Pinochet. Na semana passada, ele defendeu novamente o golpe chileno e, não bastasse isto, ainda atacou o pai de Michelle Bachelet – ex-presidente do Chile e alta Comissária da ONU de Direitos Humanos – ao dizer: “se esquece de que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas estava seu pai, brigadeiro à época”.

 

Em homenagem a Allende e aos que lutaram contra a ditadura de Pinochet, publicamos abaixo o seu último discurso.

 

Leia na íntegra o último discurso do presidente chileno Salvador Allende, proferido na Rádio Magallanes às 10 horas da manhã do dia 11 de setembro de 1973:

 

“Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio Magallanes. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. Que sejam elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou diretor geral dos carabineros.

 

Diante destes fatos só me cabe dizer aostrabalhadores: Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos.

 

Trabalhadores de minha Pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que foi apenas intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez.

 

Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem a lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus privilégios.

 

Dirijo-me a vocês, sobretudo à mulher simples de nossa terra, à camponesa que nos acreditou, à mãe que soube de nossa preocupação com as crianças. Dirijo-me aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que continuaram trabalhando contra a sedição auspiciada pelas associações profissionais, associações classistas que também defenderam os lucros de uma sociedade capitalista. Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram e deram sua alegria e seu espírito de luta. Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo está há tempos presente; nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as vias férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio daqueles que tinham a obrigação de agir. Estavam comprometidos.

 

A historia os julgará.

 

Seguramente a Rádio Magallanes será calada e o metal tranquilo de minha voz não chegará mais a vocês. Não importa. Vocês continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto a vocês. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi leal à Pátria. O povo deve defender-se, mas não se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem tranquilizar, mas tampouco pode humilhar-se.

 

Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

 

Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.”

paralisa-correios

Trabalhadores dos Correios aprovam greve em defesa da estatal e da reposição salarial

paralisa-correios

 

“Vamos mostrar ao Governo Federal que não aceitamos destruição dos Correios”

 

Na terça-feira, os trabalhadores dos Correios aprovaram greve nacional por tempo indeterminado em defesa de reajuste salarial e benefícios, ameaçados pela direção da empresa, que se recusa a negociar. A UMES se solidariza aos trabalhadores dos Correios e das estatais que estão ameaçadas de privatização pelo governo Bolsonaro.

“Cerca de 80% das agências vão aderir à greve. Foram 36 sindicatos que em conjunto e com decisão unânime decidiram pela paralisação”, afirma Douglas Cristóvão de Melo, diretor de comunicação do Sintect (Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba) e da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios). Outras assembleias ainda ocorrerão nesta semana.

“A direção da ECT e o governo querem reduzir radicalmente salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios. Entregar o setor postal a empresários loucos por lucro. Jogar no lixo o atendimento a todos os cidadãos, a segurança nacional envolvida nas operações, a integração nacional promovida pelos Correios”, afirma o Sindicato.

“Infelizmente não restou alternativa. Para manter nosso Acordo Coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar. E tem que ser todo mundo junto e unido em cada setor e nacionalmente”.

As negociações para um novo acordo coletivo ocorrem desde julho e, no dia 4 de setembro, a direção da empresa rejeitou a mediação da negociação pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) com funcionários, recusando-se a manter por 30 dias o acordo coletivo vigente.

A categoria defende reajuste salarial pela inflação, de 3,43%, e a manutenção de benefícios, como ter os pais como dependentes no plano de saúde, continuidade de percentual de férias em 70% e vales alimentação e refeição.

No entanto, a proposta da empresa previa reajuste salarial abaixo da inflação, de 0,8%, e a exclusão dos pais de planos de saúde também é um ponto sensível na negociação.

“A intenção do governo e da direção da ECT é acabar com os benefícios da categoria”, afirma a nota do Sindicato, ressaltando que agora “vamos juntos mostrar à direção da ECT e ao Governo Federal que não aceitamos destruição do nosso Correios, dos nossos direitos, dos nossos empregos e salários, do sustento das nossas famílias”.

Em São Paulo, cerca de 5 mil trabalhadores participaram da assembleia

tv camara sp

TV Câmara SP repercute a Mostra Permanente de Cinema Italiano

tv camara sp

 

A TV da Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo realizou na última segunda-feira (9) reportagem sobre a Mostra Permanente de Cinema Italiano realizada no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na sede da UMES.

 

Além de apresentar a proposta da Mostra como alternativa cultural da cidade, a reportagem apresenta as opiniões do nosso publico, que enche o nosso cine-teatro todas as segundas-feiras para acompanhar os filmes italianos.

 

 

Veja a reportagem no link abaixo:

 

https://www.youtube.com/watch?v=srREW_bgCRY

 

 

Clique aqui e veja a programação da Mostra 

 

 

Serviço:

 

Mostra Permanente de Cinema Italiano

Todas as segundas-feiras, às 19 horas

Cine-Teatro Denoy de Oliveira

Rua Rui Barbosa, 323 – Bixiga – São Paulo

 

 

Assembleia Santa Catarina

Estudantes da Federal de Santa Catarina aprovam greve contra o corte de verba

Assembleia Santa Catarina

 

Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovaram na tarde desta terça-feira (10) o início de uma greve geral estudantil. A deliberação ocorreu em uma assembleia com milhares de estudantes em frente à reitoria da universidade, em Florianópolis.

 

Desde a semana passada, mais de 50 cursos já haviam aprovado o estado entrar em estado de greve. Com a greve geral estudantil, os alunos pretendem pressionar pela liberação de recursos bloqueados no orçamento da UFSC que ameaçam a continuação das atividades da instituição até o final do ano.

 

Os estudantes da UFSC são os primeiros do país a decidirem por greve por causa dos cortes no orçamento das universidades públicas. Por todo o país, as instituições federais sofrem com os bloqueios de recursos feitos em maio pelo governo federal. No Ceará e no Oeste de SC, estudantes mantém paralisações, em repúdio à intervenção na autonomia universitária, contra as nomeações de reitores que não foram os eleitos nos processos internos de votação.

 

A assembleia que definiu a greve dos estudantes a partir desta terça-feira começou por volta das 13h, em frente à reitoria. Universitários formaram longas filas para se inscrever e retirar uma cédula amarela. Foi com esse papel que os estudantes sinalizavam o apoio ou rejeição aos mais de 50 encaminhamentos sugeridos por alunos ao longo da reunião. Muitos dos acadêmicos que estavam na calçada e nos gramados da universidade, debaixo de um forte sol, usavam camisetas de cursos ou com dizeres em defesa de luta pela educação.

 

Após uma hora e meia de assembleia, os estudantes ergueram praticamente de forma unânime os papéis amarelos que sinalizavam o apoio à greve geral estudantil. Além da greve, aprovada por ampla maioria, a assembleia definiu outros encaminhamentos.

 

Entre eles estão outras defesas que os estudantes devem fazer ao longo da greve, como a reversão no corte de bolsas do CNPq, a rejeição ao programa Future-se, a manutenção do Restaurante Universitário (RU) aberto, a readmissão de funcionários terceirizados que foram demitidos após a UFSC ter que revisar contratos de serviços por conta da redução orçamentária, além de manifestações de apoio à UFFS, que protesta contra a nomeação do novo reitor, que foi o terceiro colocado na eleição interna feita com a comunidade acadêmica.

randolfe rodrigues

Randolfe pedirá que Senado rejeite a MP de Bolsonaro que ataca a meia entrada

randolfe rodriguesO senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

 

“Sem relevância, nem urgência”, considerou o senador

 

Na sexta-feira (6), Bolsonaro anunciou o envio para o Congresso de uma Medida Provisória que cria a “ID Estudantil”, uma MP que, segundo ele, é uma “bomba” para evitar que “certas pessoas promovam o socialismo nas universidades”.

 

O anúncio da MP que estabelece uma carteira de estudante virtual foi realizado em cerimônia no Palácio do Planalto e contou com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do proprietário da rede de lojas “Havan”, Luciano Hang. Segundo o governo, quem portar o documento poderá pagar meia entrada em shows, teatro, cinema e eventos culturais.

 

Como ficou claro no anúncio da MP, o objetivo do governo não é garantir o direito dos estudantes à meia entrada, mas sim, perseguir o movimento estudantil que protesta contra os cortes no orçamento da Educação e da Ciência brasileira.

 

IRRELEVÂNCIA

 

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou que pedirá ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), para devolver ao Palácio do Planalto a MP da ID Estudantil. De acordo com o artigo 62 da Constituição, o presidente da República pode editar MPs “em caso de relevância e urgência”. Para Randolfe, a medida assinada por Bolsonaro não atende a esse critério.

 

“A MP não tem nem urgência nem relevância. Se o presidente quer mudar a emissão da carteirinha, o que alguns podem defender, ele deveria enviar ao Congresso um projeto de lei propondo a medida”, afirmou Randolfe.

 

Medidas provisórias têm força de lei assim que publicadas no “Diário Oficial da União”. A partir daí, o Congresso tem até 120 dias para aprovar a MP como o governo a enviou; aprovar com mudanças; ou até mesmo rejeitar. Se a medida não for votada nesse prazo, perde validade.

 

Bolsonaro tem sido criticado no Congresso por usar em excesso a edição de medidas provisórias e decretos para governar. Ele já editou mais de 20 MPs, das quais seis perderam validade.

Protesto UNE

MP de Bolsonaro é retaliação aos protestos estudantis

Protesto UNE

 

Na sexta-feira (6), Bolsonaro anunciou o envio para o Congresso de uma Medida Provisória que cria a “ID Estudantil”, uma MP que, segundo ele, é uma “bomba” para evitar que “certas pessoas promovam o socialismo nas universidades”.

O anúncio da MP que estabelece uma carteira de estudante virtual foi realizado em cerimônia no Palácio do Planalto e contou com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do proprietário da rede de lojas “Havan”, Luciano Hang. Segundo o governo, quem portar o documento poderá pagar meia entrada em shows, teatro, cinema e eventos culturais.

Como ficou claro no anúncio da MP, o objetivo do governo não é garantir o direito dos estudantes à meia entrada, mas sim, perseguir o movimento estudantil que protesta contra os cortes no orçamento da Educação e da Ciência brasileira.

“Essa lei de hoje, apesar de ser uma bomba, é muito bem vinda, vem do coração. E vai evitar que certas pessoas, em nossas universidades, promovam o socialismo. Socialismo esse que não deu certo em lugar nenhum do mundo, e devemos nos afastar deles”, disse Bolsonaro durante a cerimônia.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, citou diretamente as entidades estudantis. “Instituições como a UNE e outras, impregnadas por uma esquerda… O que nós estamos fazendo hoje é libertar cada jovem, cada estudante. Não pagar dinheiro nem para UNE nem para Ubes, para quem quer que seja. Basta acessar a internet e fazer o cadastro”, afirmou o bolsonarista.

RETALIAÇÃO

Desde que os cortes no orçamento das instituições federais de ensino foram anunciados por Abraham Weintraub, milhões de pessoas foram às ruas nos protestos liderados pelos estudantes.

A MP é considerada pelas entidades como uma tentativa de enfraquecer do movimento estudantil, uma ameaça ao orçamento dos responsáveis pela emissão do documento.

Atualmente é possível emitir o documento através da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), além de entidades municipais filiadas e pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) e Centros e Diretórios Acadêmicos.

O Documento de Identificação dos Estudantes foi criado com base na Lei da Meia Entrada (Lei 12.933/2013), que garante aos estudantes dos ensinos infantil, fundamental, médio/técnico, graduação e pós-graduação o direito à meia-entrada.

De acordo com o presidente da UNE, Iago Montalvão, a entidade se surpreendeu com a MP, o que considerou fruto de um desvio de prioridades na pasta da educação. “Sabemos que se trata de uma tentativa de retaliação às mobilizações e protestos que ocorrem em todo o país. A educação passa por dificuldades com corte nas bolsas, universidades sem orçamento e o governo se preocupa com coisas que não são a prioridade neste momento”, denunciou.

Iago relembrou a construção da Lei da Meia Entrada, que foi construída a partir de um intenso debate com estudantes, produtores culturais e artistas. “A Lei da Meia Entrada foi aprovada por ampla maioria no Congresso como resultado de um longo debate feito por anos com vários setores da sociedade. Essa MP passa por cima desse acúmulo histórico. Nós vamos nos organizar juridicamente com relação ao tema porque a carteira estudantil foi proposta como garantia de direitos. Todos os Diretórios serão prejudicados em sua autonomia financeira”, comentou.

ÓDIO

Para o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucas Chen, o objetivo de Bolsonaro “é calar os que se manifestam contra a sua política de retrocesso”.

“Esse ódio contra os que defendem o nosso país é mais uma característica do fascismo que norteia o governo Bolsonaro, persegue todos os que denunciam os seus crimes contra o futuro do nosso povo”, destacou Lucas.

A presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), Manuela Mirella Nunes da Silva, ressalta que o financiamento existe para que sejam organizadas atividades de integração e debates nos Centro Acadêmicos. “Esse decreto pretende desmobilizar o movimento estudantil. A verba é utilizada para realizar projetos diários em todos os Diretórios. Isso serve para criminalizar e desmobilizar o movimento estudantil, mas a UNE existe há 83 anos e não vai acabar”, defende.

A presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (UMESPA), Vitória Cabreira, também considerou a MP como uma tentativa de perseguição. “Os Estudantes não estão dando paz para esse desgoverno, que está afundando o Brasil. Por isso Bolsonaro está lançando uma MP para tentar acabar com o financiamento da Rede do Movimento estudantil. Isto é retaliação à livre organização”, destacou Vitória.

A presidente da ANPG, Flávia Calé, afirma que se trata de uma “perseguição política, antidemocrática, tomada sem nenhum debate”.

“Diante de tamanha crise econômica, da catástrofe ambiental na Amazônia, de forte calamidade social, com elevadíssimo índice de desemprego, fazendo cair drasticamente a aprovação do governo, qual a urgência do governo em investir recursos que eles dizem que não existem para fazer um certificado digital para estudantes?”, questiona.

A presidente da ANPG destaca que todo o dinheiro arrecadado pela entidade é dividido pela ANPG com as Associações de Pós-Graduandos de cada universidade. “Esse recurso é tratado com absoluta transparência, aprovação das contas nos fóruns da entidade”, defende.

“O movimento estudantil sobreviveu à ditadura, ajudou a conquistar a democracia e jamais vai se render a qualquer projeto de governo tirano em nosso país. Os inimigos da educação e da ciência não conseguirão nos deter”, completa.

Chen

Dia da Pátria: Caras Pintadas vão às ruas em defesa da Educação e da Amazônia

Chen 

No dia da Independência, os estudantes de São Paulo voltarão às ruas contra os cortes do governo Bolsonaro na Educação, em defesa da Amazônia e da Democracia. “Venha de branco, de preto, de vermelho, de verde, de azul ou de amarelo, mas traga a sua bandeira, a bandeira brasileira”.

 

 

A UMES – UNIÃO MUNICIPAL DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS DE SÃO PAULO convocou, em conjunto com a UNE, UBES e demais entidades estudantis, novos protestos contra os cortes no orçamento da Educação, da Ciência e Tecnologia, e o incentivo do governo Bolsonaro às queimadas e ao desmatamento da Amazônia.

 

Em São Paulo, o protesto está marcado para o 7 de Setembro – Dia da Independência, às 10 horas, na Praça Oswaldo Cruz, Bela Vista.

 

Os estudantes se mobilizam contra o estrangulamento das universidades federais, que tiveram em média 30% da verba de custeio cortada pelo governo. Eles rejeitam também o projeto privatista “Future-se” – que entrega as instituições federais de ensino para empresas privadas travestidas de “Organizações Sociais”.

 

Para o presidente da UMES, Lucas Chen, “os estudantes de São Paulo e todo o povo brasileiro vão mostrar nas ruas mais uma vez o seu repúdio aos ataques de Bolsonaro”.

 

“Venha de branco, de preto, de vermelho, de verde, de azul ou de amarelo, mas traga a sua bandeira, a bandeira brasileira”.

 

Veja o vídeo:

 

https://www.facebook.com/UMES.SP/videos/362356654655509/

 

 

Leia a nota da UMES de São Paulo:

 

“Sete de Setembro é o Dia da Pátria. 

 

É o dia em que os estudantes secundaristas de São Paulo e todo o povo brasileiro vão mostrar nas ruas mais uma vez o seu repúdio aos ataques de Bolsonaro contra a Educação, a Amazônia, a Democracia e a Independência Nacional.

 

Como é próprio dos fascistas, Bolsonaro bate continência para a bandeira americana, mas procura usar nossas bandeiras e símbolos para encobrir seus atos e confundir o povo.

 

Portanto, venha de branco, de preto, de vermelho, de verde, de azul ou de amarelo, mas traga a sua bandeira, a bandeira brasileira.

 

Não vamos permitir que ele mate o nosso futuro.

 

Concentração na praça Osvaldo Cruz, às 10 horas da manhã”.

68279844 2418919898145437 7105753564206596096 o

7 de Setembro: Estudantes vão às ruas de caras pintadas em defesa da Educação

68279844 2418919898145437 7105753564206596096 o

 

 

No dia da Independência, os estudantes realizarão atos em ao menos 40 cidades brasileiras contra os ataques do governo Bolsonaro à Educação, em defesa da Amazônia e da Democracia.

Em São Paulo, o ato será realizado na Praça Oswaldo Cruz, no começo da Avenida Paulista, às 9 da manhã

Os protestos são organizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), além de entidades estudantis estaduais e contam com apoio do movimento sindical e social.

Os estudantes se mobilizam contra o estrangulamento das universidades federais, que tiveram em média 30% da verba de custeio cortada pelo governo. Eles rejeitam também o projeto privatista “Future-se” – que entrega as instituições federais de ensino para empresas privadas travestistas de “Organizações Sociais”.

As entidades também condenam o corte das mais de 11 mil bolsas da Capes e o bloqueio orçamentário do CNPq, as duas principais instituições de fomento à pesquisa do país que foram inviabilizadas pelo governo.

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucas Chen, destaca que “no dia 7 de setembro, o Dia da Independência do Brasil, os estudantes irão novamente para as ruas contra o governo Bolsonaro. Vamos defender nossa Bandeira, pintar de verde e amarelo os nossos rostos e denunciar o caráter antidemocrático e antinacional deste governo”.

Para ele, “Bolsonaro transformou a educação, a ciência, o meio-ambiente, os direitos dos trabalhadores e a democracia nos principais alvos da sua destruição”.

“Cada vez mais, Bolsonaro expõe seu ódio contra o povo brasileiro”, destacou Chen.

68280700 2418915244812569 6319942048468172800 o

 

CARAS PINTADAS

Bolsonaro chamou a população para comparecer às comemorações oficiais – promovidas por seu (des)governo – vestindo o verde e o amarelo, para “mostrar que a Amazônia é nossa”. A medida foi encarada pelos estudantes como “oportunista” já que, quem ameaça hoje à Amazônia é o próprio governo Bolsonaro.

“Vamos mostrar, no dia 7, que patriota não é aquele ou aquela que bate continência à bandeira americana, enquanto desmonta o Estado nacional, desde a educação até o meio ambiente. Patriotas de verdade são os estudantes, trabalhadores e o povo brasileiro que luta incansavelmente para construir um país plural, democrático, soberano e desenvolvido. Nesse 7 de setembro, os caras pintadas voltarão”, afirmou o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Gorki.

Segundo o presidente da União Nacional dos Estudantes, Iago Montalvão, o atual governo não tem política de preservação ambiental para a região amazônica. “É uma chacota com a cara do povo brasileiro. Não podemos aceitar isso. Precisamos ir às ruas, sim, para defender a nossa educação e a nossa Amazônia da destruição que esse governo tem operado. Por isso, dia 7 eu vou de preto. Eu luto pela educação e pela Amazônia”, afirmou em vídeo nas redes sociais.

ato-bahia-orçamento-990x590

“Atrase-se” na Educação e “Queime-se” a Ciência Brasileira

 

 ato-bahia-orçamento-990x590

ANDERSON S. L. GOMES *

 

“O incêndio que está sendo provocado neste momento de crise está atrasando a educação e a ciência, e vai atrasar o desenvolvimento do Brasil nos próximos 30 anos”, escreve Anderson Gomes, professor da UFPE e conselheiro da SBPC

 

Não é só a floresta amazônica que está em chamas! Um incêndio altamente destrutivo e de grandes proporções está sendo ateado pelo atual governo, atingindo em cheio a educação superior e básica, bem como a ciência no Brasil. Na educação superior, as medidas tomadas e os anúncios recentes feitos pelo MEC são incendiários: cortes no custeio das IES; proposta infeliz do “Future-se” (aliás, sugiro olhar o site: https://www.fiap.com.br/, qualquer semelhança é mera coincidência), Decreto (9991, de 28/08/2019) impondo limitações financeiras na capacitação de docentes, praticamente inviabilizando a qualificação docente de qualidade; corte (isso mesmo, corte, não é congelamento, não tem data pra “descongelar”) em mais de 11 mil bolsas da CAPES (e que não estavam ociosas, seriam para novos alunos, a maioria já selecionados! Seria uma questão de dias substituir o bolsista) e o projeto de Lei Orçamentaria (PLOA2020), cortando 48% do orçamento da CAPES para o próximo ano. Destes, 54% dos cortes são nas BOLSAS. Isso significa cortar nas bolsas VIGENTES, inclusive estudantes no exterior! Sim, vigentes, pois praticamente não tiveram mais bolsistas novos este ano e nem todos os mais de 200 mil bolsistas da CAPES completarão o seu curso em 2020. Portanto, se o Congresso aceitar a PLOA2020 como está, o “fogo” destrói todo um esforço de décadas! Na educação básica, um exemplo triste: acabar com o programa de ensino em tempo integral. Já escrevi sobre isto (http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/24-mais-um-erro-do-atual-mec-acabar-com-o-programa-de-escolas-em-tempo-integral/). Erro imperdoável vai “queimar” o futuro de muitos jovens do ensino médio! Grande “atrase-se” para o Brasil! Além do corte de 14% nas bolsas de apoio à formação no ensino básico, e 53% nas bolsas de apoio à educação básica. Devastação!

Na ciência, os desastres são muitos! Literalmente com fogo! Tenho escutado a  seguinte pergunta: o que a cúpula (ou boa parte dela) deste Governo tem contra a ciência? O que o INPE previu cientificamente está acontecendo (e sendo combatido tardiamente pelo mesmo Governo que criticou, disse que era mentira, tirou sem nenhuma razão técnica o Diretor do órgão cujos dados estão sendo confirmados presencialmente pelo próprio Governo e continuam sendo utilizados pela mídia). Agora estão “fritando” o CNPq, outro órgão do MCTIC (sic), responsável, junto com a CAPES, FINEP e FAPs pelo financiamento à pesquisa e apoio à pós-graduação (onde são formados a grande maioria dos pesquisadores brasileiros). São estes órgãos públicos que sustentam o desenvolvimento da ciência brasileira. O CNPq precisa de “míseros” 340 milhões de reais (míseros diante dos vários bilhões das emendas parlamentares, também necessárias e mantidas) para garantir minimamente seus bolsistas até o final do ano! Não tem! Pro fogo! A PLOA para o CNPq em 2020 mantém efetivamente o mesmo valor de 2019 (de fato propõe um aumento global de 2,2%), MAS, CORTA 87% do fomento e 93% da divulgação e popularização da ciência! Neste último item abre caminho para o analfabetismo científico. Aumenta em 22% na rubrica de bolsas. Mas, pasmem, CORTA 64% em projetos de internacionalização, ao mesmo tempo que incluem no “Future-se (sic)” o tema internacionalização como prioritário. Vá entender!!!!

Todos estes pontos indicados até aqui são de pleno conhecimento da comunidade universitária nacional, incluindo os estudantes de graduação e pós-graduação, e talvez em menor intensidade – muito menor – entre os estudantes de ensino médio. Entre aqueles que estão concluindo o ensino médio em 2019, estão os que comporão (ainda acreditamos) o corpo universitário de 2020 a 2024/6, e mestrado e doutorado entre 2025/6 e 2030. Ou seja, os próximos 10 anos, que definirão boa parte dos 20 anos seguintes (até 2050), podem estar sendo queimados agora, como as florestas na região amazônica. Qual a saída? O que e como fazer? Onde estão – e quem são –  os bombeiros? Não será a iniciativa privada – sozinha – que assumirá esse legado. Ela é necessária e muito bem-vinda no apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico. Afinal, quem explora economicamente a inovação decorrente do conhecimento cientifico e tecnologias decorrentes é a iniciativa privada, que move a economia. É assim nos países que souberam fazer isso com propriedade, como Coréia do Sul, China, Estados Unidos e vários países na Europa. Aliás, em países como Estados Unidos e Israel, bastante citados neste Governo, além do número de pesquisadores por milhão de habitantes ser muito maior que no Brasil, ou seja, formaram muito mais gente, o percentual do PIB investido em ciência também é maior. Deviam copiar (mas por favor, façam as devidas adaptações). O apoio à pesquisa nestes países tem uma forte componente pública, com participação da iniciativa privada, e investindo também em instituições de ensino privadas, mas de qualidade internacionalmente reconhecida. Nos Estados Unidos,  as forças armadas também investem (e muito) em pesquisa BÁSICA e aplicada, inclusive e fortemente nas instituições de ensino superior públicas e privadas.

A Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e várias outras entidades nacionais estão se mobilizando com documentos e visitas ao Congresso Nacional para “sensibilizar” os parlamentares. Há uma boa, até ótima, receptividade. É importante, por que a LOA será aprovada por eles. Oportunidade de correção de rumo!

O Presidente da República eleito por pouco mais de 50% dos eleitores deveria reler a carta que ele enviou (assinada por ele), em 19/10/2018, à ABC e SBPC em resposta à carta enviada por aquelas instituições aos então candidatos. Do texto, extraímos alguns excertos: …”CT&I serão tratadas com a prioridade que merecem”….”Mas CT&I no nosso ponto de vista, não é gasto, é investimento. Olhe para todos os países desenvolvidos. O que eles fazem nos momentos de crise? Investem mais em CT&I! Eles sabem que o ROI na CT&I como ganho social para a população é muito grande. Vamos fazer isto no Brasil também”.

Depois de reler, que tal manter sua palavra e por em prática?

Porque o incêndio que está sendo provocado neste momento de crise está atrasando a educação e a ciência, e vai atrasar o desenvolvimento do Brasil nos próximos 30 anos!

 

*Anderson S. L. Gomes (anderson@df.ufpe.br) é professor titular de Física na UFPE, membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Pernambucana de Ciências e membro do Conselho da SBPC e SBF.

Publicado no Jornal da Ciência

Latuff

Exposição de charges críticas a Bolsonaro é censurada em Porto Alegre

Latuff

 

A exposição “Independência em Risco” inaugurada na última segunda-feira (2), na Câmara Municipal de Porto Alegre, foi cancelada por ordem da vereadora Mônica Leal (PP), menos de 24 horas após a abertura, por conter charges críticas ao governo Bolsonaro. Segundo a vereadora, a mostra que reúne 36 desenhos de 19 cartunistas da Grafistas Associados do Rio Grande do Sul (Grafar), possuía conteúdo ofensivo e desrespeitoso a Jair Bolsonaro.

A exposição passou a ser pensada no mês de julho, com organização da Grafar, que se reúne no Clube de Cultura e a presença dos cartunistas Edgar Vasques, Santiago, Vecente, Dóro, Elias, Alexandre Beck, Alisson Affonso, Bier, Bruno Ortiz, Edu, Eugênio, Gui Moojen, Hals, Kayser, Koostela, Latuff, Nik, Schroder e Uberti.

Em um dos trabalhos apresentados, que segundo a vereadora seria ofensivo, Bolsonaro aparece lambendo os sapatos do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto entrega o Brasil em uma bandeja. A criação foi realizada pelo chargista Carlos Latuff, a pedido da organização Juventude Pátria Livre (JPL).

Responsável pela exposição, o presidente da Grafar, Leandro Bierhals, considerou o cancelamento como uma forma de censura. “As nossas charges não são ofensivas, mas são reflexos da realidade. O que a gente faz com a charge é uma crítica.”

Autor de uma dos trabalhos citados pela vereadora, no qual Donald Trump aparece de cuecas com uma placa com a embaixada do Brasil, Bierhals disse que houve problema de interpretação. “A interpretação dela foi totalmente errada, a ideia era falar sobre a subserviência do Brasil com os Estados Unidos”, observa o chargista.

“Além da independência, a liberdade de expressão também está em risco!”.

whatsapp-image-2019-09-03-at-19.01.48

Latuff também se manifestou sobre o episódio:

“Quando tem um presidente que faz saudação à bandeira americana, quando seguidores desse presidente vão às ruas com bandeiras dos Estados Unidos, fica muito claro a subserviência do governo brasileiro ao governo americano. Não é questão de imitar, é de se submeter”, disse o chargista.

“Aliás, talvez este seja um momento prolífico para os chargistas, porque as atitudes do presidente são verdadeiras piadas prontas, verdadeiras caricaturas.”

Latuff, contudo, se diz preocupado com a suspensão da mostra. Para o cartunista, o encerramento precoce da exposição pode sinalizar um movimento de cerceamento ao pensamento artístico no país:

“Já tive charges censuradas em países como Egito e Turquia, que nem de longe são democracias. Quando o chargista é alvo de um ataque como esse, é um sinal de que ou a democracia e a liberdade de expressão estão em perigo ou deixaram de existir. Quero crer que ainda estamos em uma democracia. Senão, vamos ter que declarar oficialmente que estamos em uma ditadura”, afirma. “Mas, se tem uma democracia, que os artistas, os jornalistas, o teatro e o cinema possam se expressar”, completa.

Para o vereador Marcelo Sgarbossa (PT), um dos idealizadores da mostra na Câmara, “Grande parte delas (charges) critica a ideia do Brasil independente, ainda mais de um governo em que o pai escolhe o filho como embaixador para agradar o outro presidente. As relações são sempre de ceder algo e não pedir nada em troca”, cita, lembrando a afirmação do presidente Bolsonaro de que recomendaria o filho Eduardo como próximo embaixador do Brasil nos Estados Unidos por sua ligação com a família de Donald Trump.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em nota, repudiaram a censura à Exposição ‘Independência em Risco’.

“A diretoria do Sindjors repudia toda atitude de censura, repressão ou cerceamento de trabalho de profissionais da imprensa, assim como defende a total liberdade de expressão e de atuação dos nossos colegas”, completa o comunicado oficial, assinado pelo SindJors e pela Fenaj.