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Feriado também é dia de filme: “Bienvenido, Mr. Marshall!“, de Luís Garcia Berlaga, vai ao ar no próximo sábado (07), na mostra democrática Cinema Com Partido!

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

07/09 – 10H: “BIENVENIDO, MR. MARSHALL!” (1953), DE LUÍS GARCIA BERLANGA

 

SINOPSE

Pequenina cidade na Espanha se prepara para a chegada dos americanos após o fim da 2ª Guerra Mundial. Os moradores investem nos preparativos para impressionar os visitantes, esperando poder se beneficiar do Plano Marshall. Há que pensar bem no que pedir aos novos amigos: um pedido por habitante, nem mais nem menos.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

SERVIÇO

Filme: Bienvenido, Mr. Marshall! (1953), de Luís Garcia Berlanga

Duração: 98 minutos

Quando: 07/09 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

P4 - Al Janiah

UMES repudia ataque ao Restaurante Al Janiah

P4 - Al Janiah 

 

A UMES de São Paulo condena o criminoso ataque contra o restaurante Al Janiah, importante local de discussão e debate político da cidade de São Paulo. Manifestamos nossa solidariedade aos nossos vizinhos do Al Janiah, aos nossos amigos e a todos os seus frequentadores.

 

 

O bar, restaurante e centro cultural de refugiados Al Janiah, localizado no Bixiga, região central da cidade de São Paulo, sofreu um ataque na madrugada deste domingo (1). Um grupo de cinco homens lançou spray pimenta contra as pessoas que estavam na entrada do local e atirou garrafas dentro do estabelecimento, localizado na Rua Rui Barbosa.

 

O espaço já estava fechando as portas, mas ainda havia clientes, segundo a assessoria de imprensa.

 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra frequentadores do lado de fora do bar. Depois, alguns homens se aproximam caminhando devagar e começam a chutar a porta do estabelecimento e lançam spray pimenta. Frequentadores reagem com cadeiras e garrafas. Em seguida, a gravação é interrompida. Ainda não há identificação dos agressores.

 

Em nota, a direção do bar confirmou o ataque ao Al Janiah. “Por volta das 3h30 da manhã, um grupo de cinco pessoas se aproximou da porta principal do estabelecimento portando uma faca e spray de pimenta. As câmeras de segurança registraram o momento do covarde ataque que foi prontamente contido pela segurança da casa. Os membros do grupo fugiram na sequência”, diz o texto.

 

O Al Janiah apontou que a motivação para o ataque “o crescente discurso de intolerância e ódio que acomete este país”. E afirma estar tomando “as devidas providências” por meio de advogados.

 

Nas redes sociais, o DJ Marcel Rouge, que estava trabalhando no bar na hora do ataque, relatou o ocorrido: “Uma das maiores barbáries que já presenciei. Xenofobia não é mimimi. Jogaram garrafas e gás de pimenta dentro do Al Janiah, um local de refugiados, que emprega 35 pessoas”.

 

O restaurante é administrado por um palestino-brasileiro, Hasan Zarif. Vários dos funcionários são palestinos e de outras etnias árabes que vieram de campos de refugiados na Síria. O local também promove debates sobre política e a situação no Oriente Médio.

 

No Facebook, o Al Janiah se manifestou: “Desde o inicio, o Al Janiah sempre foi conhecido por ser um espaço democrático, de defesa das minorias políticas e acolhimento de refugiados. Sua historia se liga à luta pela Libertação da Palestina”.

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Taca fogo – Artigo de Eugênio Bucci

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Vista da Reserva Biológica de Serra do Cachimbo, em Altamira – Foto: Victor Moriyama / Greenpeace

 

Taca fogo

Tochas glorificando Hitler agora são carregadas contra a Floresta Amazônica

Consta que o documentário russo-soviético O Fascismo de Todos os Dias, de Mikhail Romm, lançado em 1965, foi visto por mais de 40 milhões de espectadores. Se a plateia foi mesmo tão grande, é merecido. Montado a partir de imagens cinematográficas originais da propaganda nazista, o filme reconstitui a formação do que chama “fascismo alemão” e consegue um resultado tão esclarecedor quanto apavorante.

Preliminarmente, cabe aqui um reparo sobre o título da obra. Classificar como “fascismo” a tirania liderada por Adolf Hitler talvez não prime pela melhor precisão histórica. O horror promovido pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães não foi a mesma coisa que a autocracia de Mussolini. Muitos estudos – os de Hannah Arendt entre eles – já detectaram distinções estruturais entre nazismo e fascismo. O primeiro implementou o genocídio como procedimento administrativo do Estado; o segundo, não. No primeiro, o Estado de vigilância total era empregado para eliminar desafetos na cúpula do regime; no segundo, o Estado policial estacionou em estágios mais rudimentares. O primeiro foi a encarnação paradigmática do totalitarismo, interpelando cada cidadão como um agente de segurança a serviço do Terceiro Reich; o segundo realizou-se como exacerbação do autoritarismo.

Entretanto, a despeito das dessemelhanças, os dois modelos guardam em comum traços essenciais. Tanto no nazismo como no fascismo, pulsam as tradições regressivas do cesarismo e do bonapartismo, com forte ojeriza aos marcos civilizatórios do Ocidente e virulenta negação das liberdades e dos direitos humanos. Principalmente, nos dois as massas inflamadas se encarregam de oprimir os dissidentes.

Nessa perspectiva, o título que Mikhail Romm deu ao seu documentário tem pertinência. “O fascismo de todos os dias” significa algo como “o fascismo dos comuns”, “o fascismo ordinário” ou “o fascismo cotidiano”. O foco do cineasta – que atua também como narrador, sempre em off – está na conversão das massas em promotoras ativas dos ideários obscurantistas que seus ditadores adorados procuraram transformar em lei fundamental da humanidade. Vistos por essa lente, nazismo e fascismo são irmãos, análogos, equivalentes. Portanto, Romm pode ter razão.

O documentário, em preto e branco, é dividido em capítulos. Na abertura do Capítulo V, lemos, como epígrafe, uma frase atribuída a Adolf Hitler: “Qualquer cabo pode virar professor, mas não é qualquer professor que pode virar cabo”. Na sequência, as imagens estarrecem. São cenas noturnas, filmadas pela máquina de propaganda do Führer. Num descampado ao ar livre, algo como um pátio gigantesco ou um estádio infinito, jovens perfilados em colunas militares, fardados, carregam tochas acesas. A coreografia em meio à treva faz as chamas desenharem rios de fogo, como lava escorrendo. Ao fundo, o diretor-narrador apresenta sua leitura do que se passa na tela.

“Durante três dias após a chegada de Hitler ao poder, aconteceram estas Marchas de Tochas, Fackelzug. Eu olho para esse rio de fogo e penso: qual era o verdadeiro, o profundo sentido desse espetáculo ígneo? Bem, claro, ele mostrava o poder da nova ordem. Intimidava, exaltava as almas simples. Mas o principal dessas Fackelzug é que elas ajudavam a transformar o homem em selvagem. Aliás, transformá-lo em selvagem numa situação solene. Assim, ao tornar-se selvagem, ele se sentiria um herói. E pronto para qualquer tipo de brutalidade, ele se sentiria muito útil ao Terceiro Reich: necessário, acima de tudo, para enfrentar tudo o que se opunha ao nazismo, tudo o que ficasse em seu caminho.”

Nessa altura, as tochas, que são centenas ou milhares, começam a formar uma suástica sobre a escuridão. Mikhail Romm comenta: “Não me posso resignar à ideia de que, na Alemanha, país de grande cultura, tinham chegado ao poder pessoas semianalfabetas, obtusas e presunçosas, que fizeram qualquer coisa para transformar o homem num selvagem exaltado”.

Seguem-se cenas de livros sendo incinerados nos pátios de universidades. Clássicos da literatura universal, de Leon Tolstoi a Thomas Mann, foram queimados nesses rituais. A gramática cinematográfica adotada por Romm nos mostra que as labaredas do nazismo – ou do fascismo, em sentido amplo – ardiam para reduzir a cultura a cinzas fumegantes.

Os cultores de Adolf Hitler e de Benito Mussolini – ignaros, intolerantes e brutos – sentiam-se autorizados por seus chefes a empregar a força física contra o que os apavorava e que eles, sem terem consciência do próprio pavor, transformavam no objeto de seu ódio. De cabeça erguida, como se fossem “heróis”, atearam fogo às ideias, às letras, ao desejo. Destroçaram bibliotecas, perseguiram pensadores e jornalistas, censuraram o que Hitler chamava de “arte degenerada”, espancaram mulheres livres, mataram homossexuais. Saíram às ruas como bestas, queimando suas bruxas imaginárias em seus infernos interiores e ergueram ditaduras sem limites.

Você pode até implicar com o diretor do filme, que não esboçou uma só crítica ao stalinismo, uma vertente de totalitarismo. Romm foi um expoente da cinematografia oficial soviética e nunca peitou o regime. Mesmo assim, há quem diga que nesse filme, subliminarmente, ele teria denunciado o “fascismo cotidiano” da União Soviética. Sabe-se lá.

De um jeito ou de outro, O Fascismo de Todos os Dias segue sendo uma reflexão arguta, tragicamente atual, que nos convida a pensar sobre o que a mera objetividade não nos permite enxergar. No velho documentário soviético vislumbramos o itinerário oculto pelo qual as tochas que glorificavam Hitler se arrastaram da Alemanha dos anos 1930 para os nossos dias e, agora, carregadas por anônimos que se sentem “heróis” em guerra contra índios, ecologistas, artistas e intelectuais, tacam fogo na Floresta Amazônica.

*Eugênio Bucci é jornalista e professor da ECA-USP

Fonte:

O Estado de S.Paulo

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,taca-fogo,70002986913

 

**O documentário O Fascismo de Todos os Dias, de Mikhail Romm, é produzido pelo Mosfilm e distribuído no Brasil pelo CPC-UMES Filmes
 

www.cpcumesfilmes.org.br

Parque Bixiga

“Parque do Bixiga é uma necessidade”, diz vereador Gilberto Natalini

Parque Bixiga

 

Nesta semana, o Projeto de Lei do Parque do Bixiga entrou em pauta no Plenár

Gilberto Natalini

io da Câmara Municipal dos Vereadores de São Paulo. Segundo o autor do projeto vereador Gilberto Natalini (PV), o projeto possui grande apoio dentro da casa e a expectativa é de que o Parque do Bixiga seja aprovado 

 

na primeira votação.

Na quarta-feira (28), dia da sessão plenária, a mobilização dos moradores do Bixiga e

 dos estudantes da capital paulista lotou as galerias da Câmara em apoio à aprovação do projeto.

“Entre a primeira e a segunda votação, nós vamos articular com a Prefeitura e com a sociedade a sanção do projeto e a implantação do Parque do Bixiga, que é uma necessidade do bairro”, destacou o vereador Natalini.

 

 

A proposta também conta com co-autoria dos vereadores Mario Covas Neto (PODEMOS), Toninho Vespoli (PSOL), Reis (PT), Eduardo Suplicy (PT), Antonio Donato (PT), Gilson Barreto (PSDB), Toninho Paiva (PL), Celso Giannazi (PSOL) e as vereadoras Sâmia Bomfim (PSOL), Juliana Cardoso (PT) e Soninha Francine (CIDADANIA).

 

 

Audiência Camara 4

Cientistas protestam no Congresso contra fim das bolsas e o desmonte do CNPq

 

Audiência Camara 4

Presidente do CNPq, João Azevedo, reafirmou que só há dinheiro para pagar as bolsas de agosto –
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

Em audiência pública conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Educação, realizada nesta quarta-feira (28) na Câmara dos Deputados, representantes de entidades de apoio à Ciência e Tecnologia protestaram contra os cortes de verbas para pesquisa promovidos pelo governo Bolsonaro.

 

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), João Azevedo, reafirmou que só há dinheiro para pagar as bolsas de agosto, recurso disponível no quinto dia útil de setembro. Com isso, ele ressaltou que 84 mil bolsas de pesquisas financiadas pelo CNPq podem acabar.

 

Segundo levantamento realizado pelo conselho e apresentado por Azevedo, faltam R$ 330 milhões para honrar os compromissos de setembro a dezembro. Ele esclareceu que “O problema não é só de contingenciamento, mas de um orçamento menor para a área em 2019”.

 

Os cientistas enfatizaram a importância da disponibilização de recursos para o setor como ferramenta para combater a crise econômica e acelerar o desenvolvimento do País.

 

Representando a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, lembrou que os investimentos vão além das bolsas e que a falta deles compromete o futuro brasileiro.

 

“Quais são os sonhos para um país que não dependa só de commodities? Tudo bem exportar alimentos, legal, importante, mas vamos agregar valor à nossa pauta de exportações, vamos fazer remédios mais baratos para a população brasileira”, disse Davidovich.

 

Atualmente, são 27 modalidades de incentivos à pesquisa pagas pelo CNPq, como as bolsas de iniciação científica, que pagam R$ 400 a alunos de graduação, e as de doutorado, no valor de R$ 500 a R$ 2 mil.

“Não querem que se faça pesquisa no país. Se você desmonta a principal agência que apoia os pesquisadores, a mensagem que passa é que não vale a pena ou não se tem interesse em desenvolver a ciência no país”, avaliou o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira.

 

“Alertamos o governo (do ex-presidente Michel) Temer, o ministro (Gilberto) Kassab, os relatores do orçamento, fizemos audiência pública. Apontamos que faltaria cerca de R$ 330 milhões para o CNPq cumprir o compromisso de bolsas. Quando entrou o governo de Jair Bolsonaro nós também alertamos isso. É uma situação dramática e não temos visto sensibilidade por parte do governo para resolver essa situação, com exceção do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes”, explicou o presidente da SBPC.

 

Além do CNPq, o presidente da SBPC relatou que outros órgãos de fomento à pesquisa estão sofrendo cortes drásticos no orçamento. Não há recursos para bancar as bolsas de iniciação científica júnior, prêmio concedido aos medalhistas de ouro da Olimpíada Nacional de Matemática. A agência pública de financiamento à inovação (Finep) está com 90% do orçamento de R$ 6 bilhões congelado. “O recurso global para pesquisa tem cerca de um terço do que tinha há dez anos atrás”, ressaltou Moreira.

 

INOVAÇÃO

 

“Enquanto os outros países têm avançado, têm colocado essa área de ciência, tecnologia e inovação como prioridade, e considerando que isso é investimento, no Brasil a gente considera que isso é gasto e tem reduzido os investimentos da área”, afirmou Gianna Sagazio, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flavia Calé, afirmou que, dos 300 mil estudantes de mestrado e doutorado do País, só metade deles tem bolsa. Para Flávia há projetos que podem ser votados pelo Congresso para liberar crédito suplementar ao orçamento do setor e destinar outras fontes de financiamento, como uma porcentagem do Fundo Social do Pré-Sal.

 

Segundo a presidente da ANPG, colocar em risco o CNPq é ameaçar a soberania nacional. “Pôr em risco a manutenção dessas bolsas é acabar com a perspectiva de desenvolvimento nacional.”

 

“Os R$ 330 milhões do CNPQ não levam em conta os cortes que já aconteceram, porque já tem pesquisa sendo paralisada. Esses R$ 330 milhões são emergenciais, eles não resolvem nosso problema. O que a gente precisa é universalizar as bolsas de estudo no país. Os 300 mil pós graduandos do Brasil precisam ter bolsa. Os seis anos sem reajuste das bolsas é uma humilhação para a ciência brasileira. O pessoal gosta de tomar Harvard como referência, mas lá o pós graduando vale R$ 3 milhões e não R$ 2.500 por mês. As bolsas do CNPq exigem dedicação exclusiva, ou seja, os pesquisadores não têm outra fonte de renda”, destacou Flavia.

 

A presidente da ANPG ainda apresentou a quantia mínima necessária para não afundar de vez a pesquisa científica no país. “São R$ 943 milhões que a gente precisa, para reaver as bolsas que foram cortadas e depois reajustar todas elas. Isso quer dizer 1 dia que o Brasil deixa de pagar os juros da dívida pública, é um dia, é decisão política. E é essa decisão politica que não quer ser tomada porque o projeto do governo Bolsonaro é destruir e não construir e a gente não pode se submeter a isso. Essa casa não pode se submeter a isso”.

 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), lembrou que o governo Bolsonaro já havia suspendido a abertura de novas bolsas de pesquisa, no meio do ano. “Esse corte de agora é ainda mais grave por que se trata de pesquisas que já estão em andamento. E também profissionais competentes e qualificados que terão sua fonte renda cortada de uma hora para a outra. Isso é muita irresponsabilidade porque não é fácil para ninguém entrar no mundo acadêmico e se dedicar a pesquisas. Cortas as buscas significa colocar em risco o futuro da produção acadêmica, cientifica e o desenvolvimento do país”, disse.

 

Para Sâmia, o atual governo elegeu a educação e a ciência como inimigas porque são áreas que colocam seu projeto autoritário de poder em risco. “Não é à toa que a ciência, a tecnologia e a educação são as áreas mais atacadas pelo governo Bolsonaro. Desde o início ele as escolheu como inimigas porque o conhecimento contribui para a conscientização da população. Todo projeto autoritário, centralizador e anti-povo é necessariamente anti-intelectual. Porque o desenvolvimento cientifico e a possibilidade de reflexão sobre a sociedade desperta a população contra medidas autoritárias e retrocessos”, afirmou.

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“A Pequena Órfã”, de Lina Wertmüller, estrelado por Sophia Loren, será exibido na Mostra Permanente de Cinema Italiano nesta segunda (02)

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

02/09 – 19H: “A PEQUENA ÓRFÔ (2001), DE LINA WERTMÜLLER

 

SINOPSE

Itália, final do século XIX. Dona de uma fábrica de macarrão, Francesca se casa com o príncipe Giordano, com quem tem nove filhos. Para pagar uma promessa, adota ainda uma órfã chamada Nunziata, que se torna sua filha mais dedicada. Anos depois, quando o filho mais velho de Francesca retorna da faculdade, Nunziata se apaixona por ele. Um amor proibido que causará muitos problemas para essa grande família.

 

O DIRETOR

Nascida em Roma, Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich estudou teatro e trabalhou como assistente de direção de Giorgio Lullo nos anos 50. No cinema, foi assistente de Federico Fellini em “Oito e Meio” (1963). Estreou como diretora com “I Basilischi” (1963). Em 1965 dirigiu o filme em episódios “Questa Volta Parliamo di Uomini” e para a televisão “Il Giornalino di Gian Burrasca”, adaptação do romance homônimo de Vamba. Assinou outros dezessete longa-metragens, entre os quais “Mimi, o Metalúrgico” (1972), “Amor e Anarquia” (1973), “Pasqualino Sete Belezas” (1975), “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), “Ninfa Plebeia” (1996). Em 2001 lançou “A Pequena Orfã”, telefilme estrelado por Sofia Loren, extraído do romance homônimo da escritora napolitana Maria Orsini Natale.

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

SERVIÇO

Filme: A Pequena Órfã (2001), de Lina Wertmüller

Duração: 125 minutos

Quando: 02/09 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Anticomunismo e “bons costumes“ em “Boa Noite, Boa Sorte“, de George Clooney, no Cinema Com Partido

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

31/08 – 10H: “BOA NOITE, BOA SORTE” (2005), DE GEORGE CLOONEY

 

SINOPSE

Em 1954, Edward R. Murrow é um âncora de TV que entra em confronto com o senador Joseph McCarthy em razão do afastamento e prisão de um membro da Força Aérea por suspeitas de seu pai ter sido comunista. No filme, as cenas com o senador são imagens de arquivo e mostram como o devotado apóstolo da tradição, família e propriedade encenava para as câmeras.

 

No debate após o filme contaremos com a presença de Nanci Espinosa, que é doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo e possui experiência em pesquisa histórica com ênfase em Estados Unidos, Guerra Fria, Macartismo, Cinema, Gênero e Educação.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

 

SERVIÇO

Filme: Boa Noite, Boa Sorte (2005), de George Clooney

Duração: 93 minutos

Quando: 31/08 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

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PL do Parque do Bixiga passa em comissões e pode ser votado nesta quarta-feira (28)

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O Projeto de Lei da criação do Parque do Bixiga (PL805/2017) foi aprovado em todas as comissões da Câmara dos Vereadores de São Paulo e já pode ser votado no Plenário da casa. A expectativa é que a votação ocorra na sessão desta quarta-feira (28).

 

O projeto precisa passar pela votação em duas sessões para que seja aprovado. O texto prevê a destinação da área entre as ruas Jaceguaí, Abolição, Santo Amaro e Japurá, para a construção do parque.

 

Reivindicação histórica dos moradores do centro da cidade de São Paulo, a criação do Parque do Bixiga conta com apoio de vereadores de diferentes partidos e de ampla representação na capital paulista.

 

A proposta foi apresentada pelo vereador Gilberto Natalini (PV), e também conta com co-autoria dos vereadores Mario Covas Neto (PODEMOS), Toninho Vespoli (PSOL), Reis (PT), Eduardo Suplicy (PT), Antonio Donato (PT), Gilson Barreto (PSDB), Toninho Paiva (PL), Celso Giannazi (PSOL) e as vereadoras Sâmia Bomfim (PSOL), Juliana Cardoso (PT) e Soninha Francine (CIDADANIA).

 

Representantes dos movimentos em defesa do Parque do Bixiga estão organizando uma mobilização de apoio à votação da proposta. A ideia é conversar com os vereadores e manifestar o apoio à criação dessa área verde tão importante para cidade de São Paulo.

 

Quando:

 
Quarta-feira, 28/08, as 14h30.

Câmara Municipal de São Paulo – Viaduto Jacareí 100. Centro.

Evento: https://www.facebook.com/events/669676543538882/

 

 

Leia mais:

 

Movimento Vem Parque do Bixiga agita a comunidade em cortejo

 

Veja fotos das mobilizações em defesa do Parque do Bixiga:

 

http://www.umes.org.br/index.php/noticias/2-uncategorised/1919-parque-06-de-junho

 

Protesto São Paulo

Manifestantes defendem no país: “BolsoNero sai, a Amazônia fica”

Protesto São Paulo

 

Entre a sexta (23) a segunda-feira (26), milhares de pessoas participaram de atos em ao menos 60 cidades do Brasil e do mundo contra o aumento desenfreado das queimadas na região da Amazônia. Segundo dados Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), durante os sete primeiros meses do governo Bolsonaro, as queimadas aumentaram em 82% na região, em comparação com o mesmo período de 2018.

 

Em São Paulo, milhares de pessoas se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, na noite de sexta-feira. Com gritos de ordem contra Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, eles ocuparam a Avenida no sentido Consolação por volta das 18h30 e bloquearam a pista instantes depois.

 

Os manifestantes pediram a saída do ministro Salles do cargo, e do próprio presidente. “Fora Salles” e “BolsoNero sai, a Amazônia fica” foram alguns dos coros que deram o tom da manifestação, que reuniu desde estudantes a empresários e representantes de ONGs.

 

No domingo, artistas, políticos e uma multidão de manifestantes se reuniram na orla de Ipanema, na zona sul do Rio. Em conjunto com Caetano Veloso e a atriz Sônia Braga, a “comissão de frente” da marcha foi formada pelo ator Antonio Pitanga, o rapper Criolo, o jornalista do The Intercept Brasil Glenn Greenwald e os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ) e David Miranda (PSOL-RJ).

O ato caminhou ao som de clássicos da MPB como “Sal da Terra”, “Amor de índio” e “Asa branca” e gritos de ordem contra Bolsonaro , Salles, e em defesa da Floresta Amazônica, como: “Fora Salles”, “Todos pela Amazônia” e “Bolsonaro sai, Amazônia fica”.

 

Protesto Rio de Janeiro

 

Os manifestantes cantaram clássicos da música popular brasileira e ergueram cartazes com dizeres como “Não queimem o nosso futuro” e “A Amazônia não aguenta mais”.

 

“Estou aqui para levantar a bandeira de preservação do meio ambiente, as queimadas da Amazônia evidenciaram a importância de se fazer isso”, disse Caetano.

Entre os manifestantes havia crianças, idosos, jovens e adultos, e o ato transcorreu com tranquilidade. Não houve impacto no trânsito, já que a pista da Avenida Vieira Souto é fechada como espaço de lazer todos os domingos.

 

O ato foi chamado pelo grupo @342 Amazônia, movimento liderado pela produtora e empresária Paula Lavigne. Indígenas presentes também entoaram cantos e frases contra o Governo Bolsonaro.

 

“O governo Bolsonaro tem uma visão atrasada sobre o papel do meio ambiente em relação ao desenvolvimento econômico. Para ele, se tem meio ambiente não tem desenvolvimento”, disse o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). Ele disse ter proposto ao presidente da Câmara dos Deputados a implantação de uma comissão geral — espécie de audiência pública — para discutir o tema no dia 5 de setembro, o Dia da Amazônia.

 

O deputado quer ainda recolher assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a “devastação da floresta”. “Não só as queimadas, mas também o desmatamento e o garimpo ilegal”, afirmou.

 

Ao fim do ato, Caetano Veloso pegou o microfone e cantou seu sucesso “Um índio”, acompanhado pelos manifestantes.

No sábado, manifestantes se reuniram no centro de Belém, no Pará, e caminharam pela cidade com faixas com os dizeres “Salve a Amazônia” e “Holocausto Amazônico”.

 

Em Manaus, um grupo também caminhou pelo centro da cidade carregando cartazes e faixas. Em Natal, a manifestação contou a participação de indígenas de uma aldeia do sul do Estado do Rio Grande do Norte. Os movimentos sociais de Belo Horizonte realizaram no domingo a em defesa da Amazônia, na Praça da Liberdade. Na Praça do Papa, no bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul da capital mineira, manifestantes se reuniram e saíram em passeata contra Bolsonaro pela Amazônia.

 

Em Salvador, além do grande protesto realizado na sexta-feira, no domingo, manifestantes invadiram o Shopping Barra com cartazes e gritando palavras de ordem.

 

Queimada Amazonia

 

Panelaços registrados durante discurso de Bolsonaro na TV

 

Panelaços foram realizados em diversas cidades brasileiras durante o pronunciamento de Bolsonaro na noite desta sexta-feira (23).

 

Na capital paulista, os protestos ocorreram com gritos de “Fora, Bolsonaro!” e “Ele não” nos bairros do centro e zona oeste, como Barra Funda, Santa Cecília, Higienópolis e Pinheiros.

 

No Rio, os relatos de protestos incluem bairros como Copacabana e Humaitá. Em Belo Horizonte houve registro no centro e, em Porto Alegre, em bairros, como Centro, Rio Branco, Petrópolis e Jardim Botânico.

 

Mais cedo, Bolsonaro assinou um decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas na Amazônia para conter os incêndios florestais. O governo mantém conversas com EUA e Israel para tentar demonstrar que não age de forma isolada.

Homenagem Eduardo de Oliveira

Legado do Professor Eduardo de Oliveira é honrado na Alesp

Homenagem Eduardo de Oliveira

 

 

Na noite da sexta-feira (23), a Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) prestou homenagem ao Professor Eduardo de Oliveira, líder do movimento negro e da luta pela libertação nacional, que completaria 93 anos neste mês de agosto. O evento “Legado da Resistência Pela Liberdade do Negro e do Brasil – Homenagem Especial ao Professor Eduardo de Oliveira”, foi uma iniciativa da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP).

 

Dirigentes da UMES participaram da homenagem ao Professor Eduardo, um grande brasileiro que sempre se fez presente nas lutas dos estudantes e da juventude brasileira.

 

Dezenas de lideranças dos movimentos negro, estudantil, de moradia e de mulheres lotaram o auditório Teotônio Vilela, da Assembleia, para prestar homenagem ao Professor Eduardo, primeiro vereador negro da Câmara Municipal de São Paulo, fundador do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) e autor do “Hino à Negritude”, oficializado como um dos hinos da Nação pela Lei Federal nº 12.981, de 28 de maio de 2014.

Após a execução do Hino Nacional e do Hino à Negritude, a deputada Leci Brandão deu início à solenidade, destacando a importância de Eduardo de Oliveira na luta pela igualdade racial e pelo desenvolvimento nacional. “Uma pessoa carinhosa e sábia”, como qualificou a deputada.

 

A deputada também manifestou “gratidão profunda aos que mandaram mensagens de condolências pelo falecimento de minha mãe, Leci de Assumpção Brandão”.

 

“Hoje eu sei o que é a dor do sofrimento, a dor da saudade. Não é tristeza, é saudade de uma pessoa que fez que chegasse onde cheguei. A maior amiga que eu tive. Uma mulher negra, guerreira, trabalhadora humilde, mas que com sua dignidade, conseguiu construir a sua história”, disse Leci.

 

Sobre a trajetória do Professor Eduardo, Leci destacou:

 

“É muito difícil relembrar de um homem que sempre me tratou com muito carinho, que sempre incentivou o meu trabalho. Quando cheguei no conselho da Sepir [Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial], comandado pela ministra Mathilde Ribeiro, o Professor Eduardo dizia que eu deveria seguir outro caminho, não ficar só no conselho, fazer outras coisas… Acho que ele estava fazendo uma profecia. Eu não podia imaginar naquela época, que estaria aqui nesta Casa, como a segunda mulher negra a entrar nessa Assembleia”.

 

Segundo Leci, o “Professor Eduardo era uma pessoa extremamente carinhosa, um homem que tratava a todos com muito respeito, dentro de uma simplicidade única. Um homem sábio”.

 

RETROCESSOS

 

Leci também criticou a situação atual do nosso país e os retrocessos no governo Bolsonaro. “Nós estamos passando por um processo de retrocesso muito grande, estamos passando por muita dificuldade no nosso país”.

 

“Quando o Professor Eduardo dizia que o Brasil só será libertado no dia em que todos os negros se libertarem, ele falou algo extremamente importante”.

 

“Temos que colocar uma coisa na nossa cabeça. Enquanto nós, negros e negras, não ocuparmos os poderes deste país, de forma legítima e merecedora, as coisas continuarão difíceis para nós. Não adianta ficarmos apenas reafirmando que somos mais da metade da população deste país, se nós não estamos no poder deste país”.

 

A deputada também criticou o descaso do governo Bolsonaro e o desrespeito ao meio ambiente. “Uma pena vermos a Amazônia pegando fogo e o que ouvimos são absurdos, só sandices… Estamos ouvindo gente louca ocupando o poder enquanto nosso país está se despedaçando, indo para o fundo do poço”.

“Tem gente que diz para mim, ‘mas eles foram eleitos e a eleição foi legítima, aguentem!’. Só que eu não sou responsável por essa situação e a maioria de nós também não é, mas nós temos que fazer alguma coisa!”, ressaltou a deputada.

 

Leci também afirmou estar muito “esperançosa com a juventude, que luta no dia-a-dia nas comunidades. Principalmente das mulheres negras”. E destacou que a luta acontece, apesar dos feminicídios e genocídio pela qual a juventude passa. As mulheres têm na sua cabeça que vão conseguir transpor esses obstáculos”.

Por fim, Leci também comemorou a aprovação do projeto de lei 226/2017, que pune administrativamente a prática de atos discriminatórios por motivos religiosos.

 

“Nós estamos defendendo apenas as religiões de matrizes africanas. Estamos defendendo e blindando contra qualquer preconceito que haja contra qualquer religião. Muitos deputados parecem que não entenderam isso. É claro que as religiões de matrizes africanas são as mais perseguidas, mas defendemos todas as religiões. Felizmente avançamos nesta luta”, disse.

 

ORLANDO

 

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também fez sua saudação no evento. Orlando destacou que teve a oportunidade de realizar uma singela homenagem ao Professor Eduardo de Oliveira durante sessão na Câmara dos Deputados no último dia 6 de agosto, data em que o poeta completaria 93 anos.

 

“Foi uma forma de registrar a data do aniversário do Professor Eduardo, que tive a honra de conhecer quando vim morar em São Paulo, há quase 30 anos. Encontrava o Professor Eduardo nas marchas e debates, em atividades que o movimento negro produzia e em debates”.

 

“Sempre com um sorriso, paciente… Um sujeito que ouvia todo mundo. Até eu, moleque que falava qualquer coisa e ele prestava atenção. Sempre tentando compreender o que as pessoas falavam e transmitir os seus conhecimentos”.

 

“É muito importante que um homem lute a vida inteira e o Professor Eduardo é o símbolo daqueles que lutam a vida inteira. Um velho camarada, o João Amazonas, dizia que ‘viver é lutar’ e o Eduardo é o símbolo desta luta”, continuou o deputado.

 

“Um homem que tem na sua trajetória a marca da luta pelos direitos do povo negro, mas também a marca da luta pela democracia e pela soberania nacional”, destacou o parlamentar.

 

Orlando ainda ressaltou a luta contra o chamado “Pacote Anticrime”, apresentado pelo governo no Congresso. “Que talvez seja um dos desafios do povo negro brasileiro”. “Um conjunto de medidas que altera o Código Penal e que, na prática, vai oferecer mais instrumentos para a violência do Estado contra o povo pobre”.

 

ALFREDO

 

O presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro, Alfredo Oliveira, agradeceu à deputada Leci Brandão e a todos os presentes pela homenagem concedida ao fundador do CNAB.

 

Alfredo apresentou uma breve biografia da vida do professor, destacando suas principais criações que vão desde a composição do Hino à Negritude, aos 16 anos, aos seus livros de poemas, como “Banzo” e “Gestas Líricas da Negritude”; e “Quem é Quem na Negritude Brasileira”, que traça o perfil de mais de 500 lideranças negras do país.

 

O presidente do CNAB destacou ainda importantes episódios da vida de Eduardo de Oliveira, como a eleição à Câmara dos Vereadores de São Paulo, a atuação na luta pelo “Petróleo É Nosso”, a troca de correspondências com o líder negro norte-americano Martin Luther King, sua atuação nas lutas democráticas do país e a recepção a Nelson Mandela, na década de 90.

 

“Eduardo indignava-se ao ver os recursos de nosso país se esvaindo para os cofres dos banqueiros e agiotas internacionais”, destacou.

 

“Eduardo de Oliveira nos deixa um legado glorioso e uma missão: a luta por uma nação livre e soberana continua e passa pela liberdade de mulheres e homens. Coragem e disposição de luta jamais faltaram aos nossos bravos brasileiros”, destacou. “Certamente estaria na linha de frente na batalha contra os retrocessos do governo Bolsonaro”, completou Alfredo.

 

Claudio Souza, coordenador do SOS Racismo, da Assembleia Legislativa de São Paulo, relembrou que a sala do SOS Racismo da Alesp foi batizada com o nome de Eduardo de Oliveira, e que os funcionários da Assembleia estão demandando à mesa diretora da Casa a nomeação oficial da sala com o nome do líder negro.

 

Ivan Lima, presidente do Conselho de Participação da Comunidade Negra de São Paulo, destacou a experiência de vida junto ao Professor e relembrou o início de sua trajetória política, em Pirituba, onde Eduardo de Oliveira atuava na construção da candidatura de Lídia Correa para vereadora. “É uma enorme satisfação estar aqui enaltecendo a figura deste grande líder. Nós do conselho já temos feito esta iniciativa de executar o Hino à Negritude em nossas atividades”.

 

BIRA

 

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas, afirmou que o Professor Eduardo sempre esteve à frente de todas as lutas e atos contra o racismo e em defesa do Brasil. Um homem que não teve dúvidas de ir ao Congresso Nacional e peitar todos os que iam contra a aprovação do Hino à Negritude, um homem simples, humilde, paciente e que não deixava nenhuma injustiça passar batida.

 

O sindicalista destacou que Eduardo de Oliveira estaria firme na luta contra a reforma da Previdência de Bolsonaro, que saqueia os mais pobres e tira o adicional de insalubridade das profissões de risco.

 

“Mas pintou uma luz no fim do túnel”, disse Bira, ao destacar que o Senado retirou do texto da MP 881, a liberação do trabalho aos domingos e feriados. “Isso abre espaço para derrotarmos essa PEC da morte e da escravidão”, destacou.

 

JOSÉ FRANCISCO

 

José Francisco de Oliveira, filho do Professor, relembrou que como vereador, Eduardo foi autor de uma lei que impedia a entrada dos vereadores com armas na Câmara. Ele sempre foi contra a violência.

 

“Certa feita estava em Lavras, terminando meu doutorado, e fui participar de um grupo de jovens negros e a professora que coordenava esse grupo me disse que conhecia meu pai, disse que o conhecia da cidade de São Carlos. Foi aí que entendi porque eu via pouco ele. Porque a família dele era muito maior. Hoje eu conheço as pessoas por conta do meu pai”, frisou.

 

“Então o professor me ensinou essa grandeza, essa coisa maior. Que a coisa tem que ser coletiva, tem que ser para todos”.

 

“Estamos num momento muito delicado da luta. Porque aquele racista que estava oculto, agora vai para rua e diz que não gosta de negros, que é contra as cotas. Temos que defender as cotas, elas são uma conquista do movimento negro”, enfatizou José Francisco.

 

Do Jornal Hora do Povo

 

José Francisco enfatizou a necessidade de ampliar a divulgação do Hino à Negritude, “levar esse hino às nossas crianças”. “O nosso hino é o Hino à Negritude, temos que levar isso para nossas escolas. É um compromisso com o professor, é um compromisso com a nossa juventude”. “Eu fico muito emocionado ao saber que a ausência do professor foi transformada em luta em todo o Brasil”, concluiu José Francisco.

 

Também estiveram presentes na homenagem ao professor Eduardo de Oliveira, representantes das entidades do movimento negro: Fórum de Religiões de Matriz Africana, União de Negros e Negras Pela Igualdade (Unegro), Novos Rumos, SOS Racismo, União das Escolas de Samba de São Paulo (UESP), Quilombação ,Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), Nova Frente Negra Brasileira, Conselho da Comunidade Negra do Estado de São Paulo (CPDCN), Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), Movimento Negro Unificado (MNU), Círculo Palmarino, EDUCAFRO, UNEAFRO, Fórum Inter-Religioso, além do ex-deputado Jamil Mourad, da ex-candidata ao Senado Cidinha Raiz e a ex-vereadora da capital paulista, Lidia Correa e a Confederação das Mulheres do Brasil.