Doente de Brasil

Como resistir ao adoecimento num país (des)controlado pelo perverso da autoverdade

 

Jair Bolsonaro é um perverso. Não um louco, nomeação injusta (e preconceituosa) com os efetivamente loucos, grande parte deles incapaz de produzir mal a um outro. O presidente do Brasil é perverso, um tipo de gente que só mantém os dentes (temporariamente, pelo menos) longe de quem é do seu sangue ou de quem abana o rabo para as suas ideias. Enquanto estiver abanando o rabo – se parar, será também mastigado. Um tipo de gente sem limites, que não se preocupa em colocar outras pessoas em risco de morte, mesmo que sejam funcionários públicos a serviço do Estado, como os fiscais do IBAMA, nem se importa em mentir descaradamente sobre os números produzidos pelas próprias instituições governamentais desde que isso lhe convenha, como tem feito com as estatísticas alarmantes do desmatamento da Amazônia. O Brasil está nas mãos deste perverso, que reúne ao seu redor outros perversos e alguns oportunistas. Submetidos a um cotidiano dominado pela autoverdade, fenômeno que converte a verdade numa escolha pessoal, e portanto destrói a possibilidade da verdade, os brasileiros têm adoecido. Adoecimento mental, que resulta também em queda de imunidade e sintomas físicos, já que o corpo é um só.

 

É desta ordem os relatos que tenho recolhido nos últimos meses junto a psicanalistas e psiquiatras, e também a médicos da clínica geral, medicina interna e cardiologia, onde as pessoas desembarcam queixando-se de taquicardia, tontura e falta de ar. Um destes médicos, cardiologista, confessou-se exausto, porque mais da metade da sua clínica, atualmente, corresponde a queixas sem relação com problemas do coração, o órgão, e, sim, com ansiedade extrema e/ou depressão. Está trabalhando mais, em consultas mais longas, e inseguro sobre como lidar com algo para o qual não se sente preparado.

 

O fenômeno começou a ser notado nos consultórios nos últimos anos de polarização política, que dividiu famílias, destruiu amizades e corroeu as relações em todos os espaços da vida, ao mesmo tempo em que a crise econômica se agravava, o desemprego aumentava e as condições de trabalho se deterioravam. Acirrou-se enormemente a partir da campanha eleitoral baseada no incitamento à violência produzida por Jair Bolsonaro em 2018. Com um presidente que, desde janeiro, governa a partir da administração do ódio, não dá sinais de arrefecer. Pelo contrário. A percepção é de crescimento do número de pessoas que se dizem “doentes”, sem saber como buscar a cura.

 

Vou insistir, mais uma vez, neste espaço, que precisamos chamar as coisas pelo nome. Não apenas porque é o mais correto a fazer, mas porque essa é uma forma de resistir ao adoecimento. Não é do “jogo democrático” ter um homem como Jair Bolsonaro na presidência. Tanto como não havia “normalidade” alguma em ter Adolf Hitler no comando da Alemanha. Não dá para tratar o que vivemos como algo que pode ser apenas gerido, porque não há como gerir a perversão. Ou o que mais precisa ser feito ou dito por Bolsonaro para perceber que não há gestão possível de um perverso no poder? Bolsonaro não é “autêntico”. Bolsonaro é um mentiroso.

 

Podemos – e devemos – discutir como chegamos a ter um presidente que usa, como estratégia, a guerra contra todos que não são ele mesmo e o seu clã. Como chegamos a ter um presidente que mente sistematicamente sobre tudo. Podemos – e devemos discutir – como chegamos a ter um antipresidente. Assim como podemos – e devemos – perceber que a experiência brasileira está inserida num fenômeno global, que se reproduz, com particularidades próprias, em diferentes países.

 

Esse esforço de entendimento do processo, de interpretação dos fatos e de produção de memória é insubstituível. Mas é necessário também responder ao que está nos adoecendo agora, antes que nos mate.

 

Em 10 de julho, o psiquiatra Fernando Tenório escreveu um post no Facebook que viralizou e foi replicado em vários grupos de Whatsapp. Aqui, um trecho: “Acabei de atender a um homem de 45 anos, negro, sem escolaridade. Nos últimos cinco anos, viu seus colegas de setor serem demitidos um a um e ele passou a acumular as funções de todos. Disse-me que nem reclamou por medo de ser o próximo da fila. Tem sintomas de esgotamento que descambam para ansiedade. Qual o diagnóstico para isso? Brasil. Adoeceu de Brasil. Se eu tivesse algum poder iria sugerir ao DSM (o manual de transtornos mentais da psiquiatria) esse novo diagnóstico. Adoecer de Brasil é a mais prevalente das doenças. Entrei agora na Internet e vi que a reforma da previdência corre para ser aprovada sem sustos. O povo, adoecido de Brasil, permanece inerte. Vai trabalhar sem direito a aposentadoria até morrer de Brasil”.

 

Alagoano da pequena Maribondo, Fernando Tenório fez residência e atuou na rede pública de saúde mental do Rio de Janeiro. Atualmente, mantém consultório na capital fluminense e atende trabalhadores de um sindicato do setor hoteleiro. O psiquiatra me conta, por telefone, que cresceu muito o número de pessoas que chegavam ao seu consultório com sintomas como taquicardia, desmaios na rua, sinais de esgotamento corporal, dores de cabeça frequentes, sentimentos depressivos. Eram pessoas que estavam objetiva e subjetivamente esgotadas pela precarização das condições de trabalho, como jornada excessiva, acúmulo de funções, metas impossíveis de cumprir, falta de perspectivas de mudança, insegurança extrema. Tinham um “trabalho de merda” e, ao mesmo tempo, medo de perder o “trabalho de merda”, como testemunharam acontecer com vários colegas.

 

O psiquiatra diz que ele mesmo se descobriu adoecido meses atrás. “Fiquei muito mal, porque me senti quase um traficante de drogas legais. Estava tratando uma crise, que é social, no indivíduo. E, de certo modo, ao dar medicamentos, estava tornando essa pessoa apta a sofrer mais, porque a jogava de volta ao trabalho.” Na sua avaliação, o adoecimento está relacionado à precarização do mundo do trabalho nos últimos anos, acentuada pela reforma trabalhista aprovada em 2017, e foi agravado com a ascensão de um governo “que declarou guerra ao seu povo”. “O Brasil hoje é tóxico”, afirma.

 

Após a publicação do post, Tenório sentiu ainda mais o nível da toxicidade cotidiana do país: recebeu xingamentos e ameaças. Um dos agressores lembrou que sua filha, cuja foto viu em uma rede social, um dia poderia ser estuprada. A menina é um bebê de menos de 2 anos.

 

“Tóxico” é palavra de uso frequente de brasileiros ao relatarem o sentimento de viver em um país onde já não conseguem respirar. Na constatação de que o governo Bolsonaro já aprovou 290 agrotóxicos em apenas sete meses, o envenenamento ganha uma outra camada. É como se os corpos fossem um objeto atacado por todos os lados. País que ultrapassou a possibilidade das metáforas, a toxicidade do Brasil abrange todas as acepções.

 

Mas que adoecimento é este que Tenório chama de “doente de Brasil”? Um psicanalista que prefere não se identificar por temer represálias explica que aumentou muito nos consultórios os quadros depressivos provocados pelo momento vivido pelo Brasil, em que especialmente pessoas ligadas à esquerda, mas não necessariamente ao PT, sentem uma total perda de sentido e horizonte. “Para a psiquiatria, a depressão é a tristeza sem contexto. Ou seja, ela é relacionada à estrutura psíquica de cada pessoa, às fundações e alicerces construídos na infância”, explica. “O que temos vivido hoje nos consultórios é o aumento da depressão com contexto, esta que não tem a ver com a estrutura do indivíduo e que nem vai melhorar no divã. Esta em que o uso de medicamentos só vai servir para obscurecer o esclarecimento das questões. Esta que só pode ser sanada por mudanças sociais.”

 

O rompimento dos laços, como a divisão das famílias provocada pela polarização política, tornou as pessoas ainda mais sujeitas ao adoecimento mental e com menos ferramentas para lidar com ele. Como disse um filósofo, ninguém deixa de dormir porque está tendo uma guerra no outro lado do mundo, com exceção daqueles que vivem a guerra. Com isso, ele queria dizer que as pessoas perdiam o sono muito mais por pequenas dores e preocupações comezinhas com as quais se identificavam, como as relacionadas à família e ao mundo dos afetos, do que por enormes barbáries que ocorriam no outro lado do mundo.

 

O que os brasileiros testemunharam foi uma inversão: a política, que sempre foi algo do campo público, invadiu o campo privado, passando a ser um fator íntimo, um fator primeiro de identificação. Dias atrás uma amiga presenciou uma conversa em que duas garotas decidiam quais os critérios para dividir apartamento com uma outra. “Não suportaria dividir com uma petista”, disse uma delas. Essa conversa, exceto no caso de militantes mais radicais, dificilmente aconteceria anos atrás: ninguém costumava perguntar qual era a orientação política antes de dividir a casa com alguém.

 

A eleição, que costumava ser um acontecimento pontual, da esfera pública, tornou-se algo crucial na esfera privada. Do mesmo modo, o inverso também aconteceu. Questões íntimas, como a orientação sexual de cada um, como o que acontece na cama de cada um, passaram a ser discutidas publicamente. Esse fenômeno atingiu fortemente laços que cada um considerava incondicionais, como os familiares, laços com os quais se contava para enfrentar a dureza da vida. E acentuou ainda mais os quadros depressivos e persecutórios, aumentando ansiedade e angústia, corroendo a saúde.

Uma psicanalista de São Paulo, que também prefere não se identificar, acredita que o adoecimento do Brasil de 2019 expressa a radicalização da impotência. As pessoas, hoje, não sabem como reagir à quebra do pacto civilizatório representada pela eleição de uma figura violenta como Bolsonaro, que não só prega a violência como violenta a população todos os dias, seja por atos, seja por aliar-se a grupos criminosos, como faz com desmatadores e grileiros na Amazônia, seja por mentir compulsivamente. Não sabem, também, como parar essa força que as atropela e esmaga. Sentem como se aquilo que as está atacando fosse “imparável”, porque percebem que já não podem contar com as instituições – constatação gravíssima para a vida em sociedade. E então passam a sentir-se como reféns – e, seguidamente, a atuar como reféns.

 

“Como reagimos à violência de alguém como Bolsonaro, que faz e diz o que quer, sem que seja impedido pelas instituições?”, questiona. “Toda a nossa experiência dá conta de que a vida em sociedade é regulada por instâncias que vão determinar o que pode e o que não pode, que têm o poder de impedir a quebra do pacto civilizatório, este pacto que permite que a gente possa conviver. Nesta experiência de que há um regulador, se uma pessoa é racista, ela vai ser processada – e não virar presidente do país. O que vivemos agora, com Bolsonaro, é a quebra de qualquer regulação. E isso tem um enorme impacto sobre a vida subjetiva. Ninguém sabe como reagir a isso, como viver numa realidade em que o presidente pode mentir e pode até mesmo inventar uma realidade que não corresponde aos fatos.”

 

A documentação das experiências de autoritarismo em diferentes épocas e países costuma relatar o sofrimento físico e psíquico das vítimas, mas geralmente em condições explícitas. Como, por exemplo, um judeu num campo de concentração nazista. Ou uma das mulheres torturadas no Doi-Codi, em São Paulo, durante a ditadura militar do Brasil (1964-1985). Perceber essa violência explícita como violência é imediato. O que a experiência autoritária do bolsonarismo tem demonstrado é o quanto pode ser difícil resistir (também) à violência do cotidiano, aquela que se infiltra nos dias, nos pequenos gestos, na paralisia que vira um modo de ser, nas covardias que deixamos de questionar.

 

Há milhares, talvez milhões de pequenos gestos de conformação acontecendo neste exato momento no Brasil. Em silêncio. Pequenos movimentos de autocensura, ausências nem sempre percebidas. Uma autora me conta que conseguiu manter seu livro no catálogo da editora sem usar a palavra gênero…. para falar de gênero e sexualidade. Uma diretora me diz que vestiu os corpos de suas atrizes, até então nuas, numa peça de teatro. A professora de uma das mais importantes universidades públicas do país me relata que muitos colegas já deixaram de analisar determinados temas em salas de aula por medo do “poder de polícia” dos alunos, que têm gravado as aulas e se comportado de forma ainda mais violenta que a polícia formal. Um curador de eventos preferiu não fazer o evento. Mudou de assunto. Outro deixou de convidar uma pensadora que certamente levaria bolsocrentes para a sua porta. Nunca saberemos o que poderia acontecer, porque o acontecimento foi impedido para não sofrer o risco de ser impedido.

 

Há tantos que já preferem “não comentar”. Ou que dizem, simpaticamente: “me deixa fora dessa”. É também assim que o autoritarismo se infiltra, ou é principalmente assim que o autoritarismo se infiltra. E é também assim que se adoece uma população por aquilo que ela já tem medo de fazer, porque antecipa o gesto do opressor e se cala antes de ser calada. E em breve talvez tenha medo também de sussurrar dentro de casa, num mundo em que os aparelhos tecnológicos podem ser usados para a vigilância. Chega o dia em que o próprio pensamento se torna uma doença autoimune. É assim também que o autoritarismo vence antes mesmo de vencer.

 

Um dos sintomas do cotidiano de exceção que vivemos é a colonização de nossas mentes. Mesmo pessoas que viveram a ditadura militar não têm recordação de algum momento da sua vida em que tenham pensado todos os dias no presidente da República. Bolsonaro administra o horror dos dias, com suas violências e mentiras, de um modo que o torna onipresente. Faça o teste: quantas horas você consegue ficar sem pensar em Bolsonaro, sem citar uma bestialidade de Bolsonaro? É isso o autoritarismo. Mas sobre isso poucos falam.

 

Se Bolsonaro encarna a vanguarda messiânica-apocalítica do mundo, é preciso sublinhar que os brasileiros não estão sós. Um amigo estrangeiro me conta que, desde que Donald Trump assumiu, a primeira coisa que ele faz ao acordar é conferir qual é a barbaridade que o presidente americano escreveu no Twitter, porque sente que isso afeta diretamente a vida dele. E afeta.

 

Mario Corso, psicanalista e escritor gaúcho, aponta que não é possível pensar no que ele chama de “ethos depressivo” deste momento fora do contexto do Ocidente. “Veja o Reino Unido. O novo primeiro-ministro (referindo-se ao pró-Brexit Boris Johnson) é um palhaço. E eles já tiveram Churchill!”, exemplifica. “O problema, no Brasil, é que além de toda a crise global, elegemos um cretino para presidente”, diz o psicanalista. “O que assusta é que não há freios para impedi-lo. E, assim, ele segue atacando os mais frágeis. Como Bolsonaro é covarde, ele não engrossa com os maiores que ele.”

 

Boris Johnson não chega a ser um Donald Trump. E nem Donald Trump chega a ser um Jair Bolsonaro. Mas a diferença maior está na qualidade da democracia. Tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido, as instituições têm conseguido exercer o seu papel. No Brasil, não chega a ser perda total – ou não bastou (ainda) “um cabo e um soldado” para fechar o STF, como sugeriu o futuro possível embaixador do país nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro, o garoto zerotrês. Mas a precariedade – e com frequência a omissão – das instituições – quando não conivência – são evidentes. “Enquanto Bolsonaro não consegue uma ditadura total, porque isso ele quer, mas ainda não conseguiu, ele antecipa a ditadura pelas palavras”, diz Corso. “Bolsonaro usa aquilo que você definiu como autoverdade para antecipar a ditadura. Os fatos não importam, o que ‘eu’ digo é o que é.”

 

Para Rinaldo Voltolini, professor de psicanálise da Universidade de São Paulo, a autoverdade é a amputação da palavra no sentido pleno. “Este é um grande disparador do sofrimento das pessoas, ao constatarem que estão fora no nível mais importante. Não é que você está fora porque não tem uma casa ou um carro, hoje você está fora das possibilidades de leitura do mundo. O que você diz não tem valor, não tem sentido, não tem significado. É como se, de repente, você já não tivesse lugar na gramática”, diz o psicanalista. “O que é a guerra? A guerra acontece quando a palavra, como mediadora, se extinguiu. Isso acontece entre duas pessoas, entre países. Sem a mediação da palavra, se passa diretamente ao ato violento”.

 

A autoverdade, como escrevi neste espaço, determinou a eleição de Bolsonaro. E seguiu moldando sua forma de governar pela guerra, o que implica a destruição da palavra. Assim, desde o início do governo, Bolsonaro tem chamado os órgãos oficiais de mentirosos sempre que não gosta do resultado das pesquisas. Como quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostrou que o número de desempregados tinha aumentado no seu governo.

 

Nos últimos dias, porém, o antipresidente levou a perversão da verdade, esta que torna a verdade uma escolha pessoal, à radicalidade. Decidiu que a jornalista Míriam Leitão não foi torturada – e ela foi. Insinuou que o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil teria sido executado pela esquerda, quando ele desapareceu por obra de agentes do Estado na ditadura militar. Decidiu que ninguém mais passa fome no Brasil – o que é desmentido não só pelas estatísticas como pela experiência cotidiana dos brasileiros. Decidiu que os dados que apontaram a explosão do desmatamento na Amazônia, produzidos pelo conceituado Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, eram mentirosos. Isso porque apenas no mês de julho de 2019 foi destruída uma área de floresta maior do que a cidade de São Paulo, e o índice de desmatamento foi três vezes maiores do que em julho do ano passado. E Bolsonaro decidiu ainda que “só os veganos que comem vegetais” se importam com o meio ambiente.

 

Bolsonaro controla o cotidiano porque fora de controle. Bolsonaro domina o noticiário porque criou um discurso que não precisa estar ancorado nos fatos. A verdade, para Bolsonaro, é a que ele quer que seja. Assim, além da palavra, Bolsonaro destrói a democracia ao usar o poder que conquistou pelo voto para destruir não só direitos conquistados em décadas e todo o sistema de proteção do meio ambiente, mas também para destruir a possibilidade da verdade.

 

“Narrar a história é sempre o primeiro ato de dominação. Não é por acaso que Bolsonaro quer adulterar a história. A história da ditadura é construída por muitos documentos, é uma produção coletiva. Mas ele decide que aconteceu outra coisa e não apresenta nenhum documento para comprovar o que diz”, analisa Voltolini. “Não é que estamos vivendo o mal-estar na civilização. Isso sempre houve. A questão é que, para ter mal-estar é preciso civilização. E hoje, o que está em jogo, é a própria civilização. Isso não é da ordem do mal-estar, mas da ordem do horror.”

 

Como enfrentar o horror? Como barrar o adoecimento provocado pela destruição da palavra como mediadora? Como resistir a um cotidiano em que a verdade é destruída dia após dia pela figura máxima do poder republicano? Rinaldo Voltolini lembra um diálogo entre Albert Einstein e Sigmund Freud. Quando Einstein pergunta a Freud como seria possível deter o processo que leva à guerra, Freud responde que tudo o que favorece a cultura combate a guerra.

 

Os bolsonaristas sabem disso e por isso estão atacando a cultura e a educação. A cultura não é algo distante nem algo que pertence às elites, mas sim aquilo que nos faz humanos. Cultura é a palavra que nos apalavra. Precisamos recuperar a palavra como mediadora em todos os cantos onde houver gente. E fazer isso coletivamente, conjugando o nós, reamarrando os laços para fazer comunidade. O único jeito de lutar pelo comum é criando o comum – em comum.

 

É preciso dizer: não vai ficar mais fácil. Não estamos mais lutando pela democracia. Estamos lutando pela civilização.

 

Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes – o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum/ Facebook: @brumelianebrum

 

ELIANE BRUM – El País

o fascismo de todos os dias

Ascensão e queda do Fascismo com imagens do 3º Reich no Cinema Com Partido

o fascismo de todos os dias

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

 

10/08 – 10H: “O FASCISMO DE TODOS OS DIAS” (1965), DE MIKHAIL ROMM

 

 

SINOPSE

Intercalando imagens do presente (1965), material capturado do arquivo do Ministério de Propaganda do 3° Reich e fotografias apreendidas de soldados alemães da SS, Mikhail Romm reflete sobre a natureza do fascismo, enquanto reconstrói a trajetória de sua ascensão e queda.

 

Após a sessão faremos um debate que contará com a presença de Susana Lischinsky, jornalista da Editoria Internacional do jornal Hora do Povo e membro do CPC UMES Filmes. Susana também estudou na Universidade dos Povos, Patrice Lumumba, em Moscou, onde aprendeu a língua russa.

 

 

 

Confira nossa programação completa!

 

 

SERVIÇO

Filme: O Fascismo De Todos Os Dias (1965), de Mikhail Romm

Duração: 138 minutos

Quando: 10/08 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

WhatsApp Image 2019-08-02 at 14.12.22

CRECE convoca para o 13 de agosto. Todos em defesa da Educação!

Publicamos abaixo Carta de convocação feita pela Executiva Do Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola – CRECE IPIRANGA para o dia 13 de agosto. 

 

WhatsApp Image 2019-08-02 at 14.12.22

g

Rede federal tem condições de infraestrutura melhores que as de escolas privadas, diz estudo da Unesco

Já as redes municipais são as que têm o indicador mais baixo de qualidade de infraestrutura nas escolas, segundo publicação divulgada nesta quarta-feira (31).

 

As escolas da rede federal de ensino são as que apresentam as melhores condições de infraestrutura do país, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (31) pela Unesco, a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

 

A publicação, coordenada pelas professoras Maria Teresa Gonzaga e Flavia Pereira Xavier, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), usou dados oficiais do governo federal para elaborar indicadores de infraestrutura para as escolas brasileiras.

 

Com o auxílio de pesquisadores de doutorado, mestrado e graduação da UFMG, as professoras cruzaram informações dos microdados do Censo Escolar com os do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ambos divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

 

A publicação inclui dados referentes a 2013, 2015 e 2017 – apesar de o Censo Escolar ser divulgado anualmente, o Saeb só é realizado a cada dois anos.

 

Pelo indicador de “infraestrutura geral” mais recente, equivalente a 2017, a rede federal ficou com 8,2 pontos na escala de 0 a 10, seguida pela rede privada (6,7), as redes estaduais (6,5) e as redes municipais (5,2).

 

gEstudo da Unesco definiu indicadores de qualidade — Foto: Juliane Monteiro/G1

 

Além da escala de 0 a 10, esse indicador também é dividido em sete níveis diferentes de infraestrutura – o nível aumenta conforme a escola se aproxima das condições adequadas.

 

Veja o resumo das condições de cada nível:

  • NÍVEL 1: A escola sequer tem banheiro dentro do prédio, energia elétrica ou esgoto. É o caso de escolas com fossa, energia por meio de gerador ou banheiros externos de rio ou fonte;
  • NÍVEL 2: A escola tem, entre outros itens, água de poço, banheiro dentro da escola e poucos sinais de depredação;
  • NÍVEL 3: A escola tem, entre outros itens, água da rede pública, coleta de lixo, sala de professores, até cinco computadores para os alunos, internet sem banda larga, telhados, pisos, portas etc.
  • NÍVEL 4: A escola tem, entre outros itens, laboratório de informática, internet banda larga, biblioteca, quadra descoberta, iluminação externa regular e mais da metade das salas arejadas;
  • NÍVEL 5: A escola tem, entre outros itens, laboratório de ciências, impressora multifuncional, banheiro em bom estado e com chuveiro, quadra coberta, parque infantil e refeitório;
  • NÍVEL 6: A escola tem, entre outros itens, auditório, pelo menos 20 computadores para os alunos e infraestrutura adequada para pessoas com deficiência;
  • NÍVEL 7: A escola tem, além de todos os itens anteriores, três ou mais impressoras multifuncionais, informática acessível e recursos para inclusão adequada, como Braille e comunicação alternativa.

 

Segundo os dados do estudo, entre 2013 e 2017 o número de escolas nos níveis mais altos do indicador têm aumentando gradativamente, mas, das 131.604 escolas avaliadas em 2017, apenas 2,7% delas já atingiram o nível 7, e 3,3%, ou mais de 4.300 instituições, ainda se encontram no nível 1 da escala acima.

 

No entanto, mais da metade das escolas brasileiras foram localizadas nos níveis 4 e 5 da escala:

 

55

Fonte: Pesquisa Qualidade da Infraestrutura das Escolas Públicas do Ensino Fundamental no Brasil (Unesco) – 2017


 

De acordo com a publicação, uma escola “típica” do nível 1, considerando todos os dados, é uma escola municipal com até 50 alunos que dá aulas apenas no ensino fundamental (ou fundamental e infantil), e está localizada em uma zona rural da Região Norte, além de ter índice socioeconômico (Inse) muito baixo.

  • Inse: O Índice Socioeconômico é determinado por aspectos relacionados à família dos estudantes de uma escola, como a escolaridade da mãe, que são fatores que ajudam ou atrapalham o processo de aprendizado dos alunos.

 

Os desafios das redes municipais

 

Apesar de serem escolas pequenas e geralmente localizadas nas periferias ou zonas rurais do Brasil, as escolas municipais que oferecem apenas o ensino fundamental são as que sofrem os maiores desafios tanto de adequação aos parâmetros de qualidade estruturais quanto às expectativas de aprendizagem.

 

A professora Maria Teresa Gonzaga, uma das pesquisadoras que coordenou o estudo, explicou ao G1 que são vários os motivos por trás desses resultados, como o fato de serem milhares de redes diferentes e heterogêneas, e de os municípios serem os que menos têm recursos financeiros para investir em obras.

 

Mas ela citou questões subjetivas que também precisam ser levadas em conta.

 

“Às vezes o prédio da escola não é totalmente adequado, falta espaço para colocar uma quadra, por exemplo. Mas às vezes a comunidade não abre mão da escola naquela localização, e a solução que o sistema tem que pensar é buscar apoio da própria comunidade sobre qual é a melhor solução”, afirmou Maria Teresa Gonzaga, da UFMG. “Fechar uma escola e criar outra mais distante é outro problema.”

 

Ela ressaltou, ainda, que há escolas pequenas nas zonas rurais de regiões remotas do Brasil, como as escolas indígenas, que não são adequadas para avaliar apenas em estudos de larga escala como o publicado nesta quarta.

 

“São escolas que atendem a públicos diferenciados. São importantes, mas não dá para ser um estudo de larga escala, precisam de avaliação in loco.”

 

Finalmente, a professora aponta que, quando o quesito é garantir a acessibilidade e oferecer atendimento educacional especializado para estudantes com algum tipo de deficiência, as redes estaduais e municipais ultrapassam a rede federal e as escolas particulares. “Em geral são escolas pequenas, de ensino fundamental dos anos iniciais, e a acessibilidade está sendo mais atendida nesses espaços. Temos que valorizar esses pequenos ganhos”, disse ela.

 

Como foi feita a pesquisa

 

A professora da UFMG explica que o objetivo primeiro da publicação foi desenvolver uma definição para infraestrutura. “Vimos que não tem uma definição, ela é multidimensional”, explicou Maria Teresa. A partir dessa visão, as pesquisadoras elaboraram uma lista de cinco dimensões da infraestrutura escolar:

  1. área que delimita a escola: inclui sua localização na zona rural ou urbana, e em que município, estado e região;
  1. condições de atendimento: que modalidades e etapas a escola oferece, além do tamanho dela;
  1. condições básicas: acesso a serviços básicos, instalações mínimas como banheiro e a prevenção de danos ao patrimônio e às pessoas (como prevenção de incêndio e segurança);
  1. condições pedagógicas: se a escola tem salas de aula e outras instalações escolares, equipamentos e recursos pedagógicos;
  1. condições para bem estar: se os espaços são confortáveis, bem cuidados e prazerosos;
  1. condições para a equidade: se as escolas têm acessibilidade e espaços inclusivos de acordo com gênero, etnia e cultura, além de recursos para educação especial e para pessoas com deficiência.

Em seguida, foram criados 11 indicadores múltiplos, que englobam 23 variáveis diferentes para avaliar as condições das escolas, além de um indicador de “infraestrutura geral” que sintetiza os demais, com o peso relativo dos itens avaliados.

 

Indicadores de qualidade da infraestrutura das escolas:

  1. Serviços básicos
  2. Instalações do prédio
  3. Prevenção de danos
  4. Conservação
  5. Conforto
  6. Ambiente prazeroso
  7. Espaços pedagógicos
  8. Equipamentos para apoio administrativo
  9. Equipamentos para apoio pedagógico
  10. Acessibilidade
  11. Ambiente para Atendimento Educacional Especializado (AEE)
  12. Infraestrutura geral

Cruzamento dos dados

 

A ideia também foi levar em consideração fatores presentes nas recomendações do Plano Nacional de Educação (PNE), incluindo o aumento do financiamento para a educação, e a inclusão de estudantes com deficiência e necessidades especiais no ensino regular, e em metas da Agenda 2030, da próprio Unesco.

 

Por isso o levantamento cruzou informações de duas bases de dados diferentes: no Censo Escolar, foram obtidos os detalhes mais objetivos sobre as condições das escolas.

 

Já no questionário do Saeb respondido por professores e diretores das escolas, a pesquisa levantou informações sobre a percepção dos docentes a respeito, por exemplo, da segurança nas escolas.

 

Essas medidas, consideradas “mais finas” pela professora, porém, não estão presentes para todas as escolas – o Saeb 2017, por exemplo, tem esses dados para 57.197 escolas, já que escolas com menos de 20 alunos matriculados no quinto ou nono ano do fundamental, e terceiro do ensino médio, não participam da Prova Brasil.

 

Além disso, a professora explica que ainda não é possível avaliar parte das dimensões pretendidas, porque o Brasil não dispõe de dados suficientes. “A própria Unesco tem estudos que mostram que meninas deixam de frequentar escola porque não têm banheiro separado para elas”, exemplificou Maria Teresa, da UFMG.

 

Infraestrutura e aprendizagem

 

Os dados da publicação da Unesco corroboram uma associação conhecida entre os especialistas em educação: escolas com infraestrutura de qualidade tendem a ter educação de qualidade.

 

Porém, a professora Maria Teresa alerta que não é possível dizer que há causalidade nos dois fatores. Ou seja, não se pode dizer que a condição física seja a causa do aprendizado.

 

Mesmo assim, ela diz que são informações que estão “associadas”, e o estudo mostra que as escolas com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais alto também são as escolas com condições melhores de infraestrutura.

 

Separando o Ideb das escolas de acordo com cinco níveis, a publicação indica que o indicador de “infraestrutura geral” de cada grupo está relacionado com o indicador da educação básica desenvolvido pelo Inep:

 

66

Fonte: Pesquisa Qualidade da Infraestrutura das Escolas Públicas do Ensino Fundamental no Brasil (Unesco) – 2017 (*As pesquisadoras alertam que a relação entre os dois indicadores não é de causa e efeito)

 

 

Por Fabio Manzano e Ana Carolina Moreno, G1

 

o homem das estrelas

Giuseppe Tornatore será o diretor do filme da próxima segunda (05) na Mostra Permanente de Cinema Italiano

o homem das estrelas

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

05/08 – 19H: “O HOMEM DAS ESTRELAS” (1995), DE GIUSEPPE TORNATORE

 

 

SINOPSE

“Dottore” Joe Morelli (Sergio Castellitto) viaja pela Sicília fazendo testes para grandes estúdios cinematográficos da Roma. Ele é um vigarista que cobra dinheiro ou favores pelos seus esforços. A jovem analfabeta Beata (Tiziana Lodato) quer desesperadamente mudar sua vida e se apaixona pelo Morelli, mas ele percebe seus sentimentos tarde demais. 

 

O DIRETOR

Nascido na Sicília, Tornatore atuou no teatro, foi fotógrafo free-lance e trabalhou na TV estatal italiana, a RAI. Lançou seu primeiro longa-metragem em 1985: “O Camorrista”. Em 1988, obteve sucesso mundial e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “Cinema Paradiso”. Dirigiu também “Estamos Todos Bem” (1990), “Sempre aos Domingos” (1991), “Uma Simples Formalidade” (1994), “O Homem das Estrelas” (1995), “A Lenda do Pianista do Mar” (1998), “Malena” (2000), “A Desconhecida” (2006), “Baaria, A Porta do Vento” (2009), “O Melhor Lance” (2013), “Lembranças de um Amor Eterno” (2016).

 

 

Confira nossa programação completa!

 

 

SERVIÇO

Filme: O Homem das Estrelas (1995), de Giuseppe Tornatore

Duração: 113 minutos

Quando: 05/08 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

78

Governo corta mais 348 milhões da Educação

78Em Salvador, mais de 30 mil pessoas protestam contra os cortes nas universidades
Foto: Cuca da UNE

O governo Bolsonaro decidiu cortar mais R$ 348 milhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC). Com mais este corte, o governo retirou ao todo da pasta R$ 6,2 bilhões, ou, quase 25% do orçamento previsto para todo o ano.

O novo corte nos recursos do MEC foi publicado na noite de terça-feira (30), em edição extraordinária do “Diário Oficial da União”. O decreto detalha um novo contingenciamento de mais R$ 1,44 bilhão em gastos no Orçamento de 2019.

Além da pasta da Educação, também foram afetados com novo contingenciamento os ministérios da Cidadania, R$ 619,16 milhões; Ministério da Economia, R$ 282,57 milhões; Agricultura, R$ 54,69 milhões; Ciência e Tecnologia, R$ 59,78 milhões; Meio Ambiente, R$ 10,19 milhões; Relações Exteriores, R$ 32,88 milhões; Saúde, R$ 6,99 milhões e Turismo, R$ 100 milhões.

Duas pastas tiveram recursos liberados, Infraestrutura e Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que receberam de volta R$ 60 milhões e R$ 5 milhões, respectivamente.

Em maio, milhões de pessoas foram às ruas contra o corte de cerca de R$ 30 bilhões, que atingiram as despesas de instituições federais de ensino superior. Por conta dos protestos, que reuniu toda a comunidade acadêmica, governo anunciou o desbloqueio de parte da verba do MEC.

Mas, como já era de se esperar, na primeira oportunidade, Bolsonaro voltou a cortar as verbas da Educação.

Por   Publicado em 31 de julho de 2019

 
vá e veja

Filme sobre invasão Nazista será debatido por renomados críticos no Cinema Com Partido!

vá e veja

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

 

03/08 – 10H: “VÁ E VEJA” (1985), DE ELEM KLIMOV

 

 

SINOPSE

Na 2ª Guerra Mundial, o adolescente Floria, morador de uma aldeia bielorrussa, encontra um velho fuzil e se junta ao movimento guerrilheiro que resiste aos invasores. A ocupação da Bielorrússia pelos nazistas foi de uma selvageria sem precedentes, com mais de 600 vilas aniquiladas e 2,2 milhões de mortos. 

 

Após a exibição do filme, a sessão contará com a presença de Maria do Rosário Caetano, que é jornalista, especialista em cinema brasileiro e autora do blog Almanakito, e Luiz Zanin, que é jornalista, crítico de cinema e colunista do Estadão.

 

 

Confira nossa programação completa!

 

 

SERVIÇO

Filme: Vá e Veja (1985), de Elem Klimov

Duração: 136 minutos

Quando: 03/08 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

a voz da lua

“A Voz da Lua“ será o último filme de Fellini na Mostra Permanente de Cinema Italiano de 2019

a voz da lua

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

 

29/07 – 19H: “A VOZ DA LUA” (1990), DE FEDERICO FELLINI

 

 

SINOPSE

A Voz da Lua mostra as divagações do lunático Ivo Salvini, interpretado pelo comediante italiano Roberto Benigni. Recém-saído de um manicômio, ele vê o mundo de maneira diferente das outras pessoas, de um jeito poético e particular. Enquanto sonha com o amor, conta com a voz da lua para guiá-lo em suas aventuras. Uma experiência sucede a outra e, em todas elas, Fellini trata de evocar os males do mundo modernos e os conflitos da natureza humana, com muita sensibilidade. Basedo em romance de Ermanno Cavazzoni.

 

O DIRETOR

Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc´Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias o para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes pela participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1 945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rossellini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.

Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8½” (1963), “Roma” (1972)”, “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978). “E La Nave Va” (1983).

 

 

Confira nossa programação completa!

 

SERVIÇO

Filme: A Voz da Lua (1990), de Federico Fellini

Duração: 120 minutos

Quando: 29/07 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

sessão especial de justiça

Atentado contra Estado de Direito é tema de filme no Cinema Com Partido

sessão especial de justiça

 

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

 

 

27/07 – 10H: “SESSÃO ESPECIAL DE JUSTIÇA” (1975), DE COSTA-GAVRAS

 

 

SINOPSE

A Wehrmacht governava as partes norte e ocidental da França, ocupada em 1940. Os dois quintos restantes eram administrados pelo governo fantoche de Pétain. Em agosto de 1941, um oficial alemão é abatido por jovens da Resistência. Pétain anuncia que “seis criminosos serão executados”. Mas os autores do atentado não tinham sido identificados. Prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes.

 

Após o filme, o debate contará com a presença de Izaac, que é promotor de Justiça em Brasília desde 1997, especialista em Ciências Penais e atuou no movimento estudantil universitário.

Também com Farley, que é mestre em Direito e especialista em Direito e Processo do Trabalho, advogado do BNDES e professor de pós graduação do Centro de Ensino Trabalhista e da Associação de Advogados Trabalhistas de São Paulo.

 

 

Confira nossa programação completa!

 

 

 

SERVIÇO

Filme: Sessão Especial de Justiça (1975), de Costa-Gavras

Duração: 118 minutos

Quando: 27/07 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

fut

“Future-se representa extinção da Educação Federal Pública”

fut

Organizações lançaram manifesto em defesa do ensino público e convocam paralisação nacional para 13 de agosto

Entidades da educação lançaram Manifesto em Defesa do Ensino Superior Público e Gratuito. O documento surge após o lançamento do programa “Future-se” que abre espaço para a privatização das instituições federais de ensino.

No manifesto, entidades como a Andes, a CNTE, UNE, UBES e ANPG denunciam que o governo Bolsonaro escolheu a universidade como inimiga de sua gestão e o faz ao promover cortes financeiros que ameaçam o tripé ensino, pesquisa e extensão, ao desvalorizar o trabalho dos docentes e dos técnico-administrativos, promover campanhas difamando o papel de escolas, institutos federais e universidades e perseguir professores e cientistas.

As organizações entendem que estão colocadas com o programa, as intenções de desresponsabilizar o Estado na garantia do financiamento da educação superior, pôr fim à carreira pública de servidores federais da educação, entre outros.

Para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o Future-se “altera os eixos históricos que sustentam o caráter público e socialmente referenciado das instituições”.

“As universidades e institutos federais são patrimônios de toda a sociedade e têm que ser defendidos por toda a população. O que também está em jogo são os serviços que as instituições prestam para toda a sociedade”, destaca o sindicato.

O manifesto é assinado pelas entidades: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet),  Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e União Nacional dos Estudantes (UNE).

Leia o manifesto na íntegra:

Manifesto em Defesa do Ensino Superior Público e Gratuito

“A educação no Brasil vem enfrentando grandes ataques por parte do governo federal: cortes financeiros que ameaçam o tripé da universidade brasileira (ensino, pesquisa e extensão), desvalorização do trabalho dos docentes e dos técnico-administrativos, campanhas difamando o papel de escolas, institutos federais e universidades, perseguição a professores e cientistas. Apesar do papel estratégico das instituições de ensino para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país, assim como para a formação de qualidade e a oferta de serviços necessários para a sociedade brasileira, o atual governo escolheu a Universidade como inimiga de sua gestão.

Nos últimos dias, a grande imprensa vem noticiando sobre um projeto de reforma da “autonomia financeira” para a educação superior pública federal imposta pelo Ministério da Educação. Embora as informações ainda sejam difusas, trata-se do maior e mais profundo ataque à autonomia das instituições de ensino, abrindo caminho para a privatização do ensino superior e cobrança de mensalidades. Trata-se de mais um passo rumo à destruição de todo nosso sistema educacional.

Em uma só medida, Bolsonaro e Weintraub pretendem:

  • desresponsabilizar o Estado na garantia do financiamento da educação superior, aprofundando os cortes e contingenciamento já iniciados;
  • pôr fim à carreira pública de servidores federais da educação, estimulando a concorrência perversa com novos ingressos pelo sistema de contratação privada, sem qualquer garantia ou estabilidade de emprego;
  • reverter a democratização da universidade que permitiu nos últimos 15 anos a entrada de milhares de estudantes de segmentos historicamente excluídos, como pobres, negros, índios, mulheres.

É importante ressaltar que os cortes nos orçamentos das universidades atingem não apenas o ensino, mas também o desenvolvimento científico de pesquisas que, por exemplo, contribuem para o descobrimento de vacinas, medicamentos e a produção de alimentos, assim como a extensão da universidade, por meio da qual estudantes, professores e técnicos prestam serviços para as comunidades (por exemplo, hospitais universitários e escolas).

Esses ataques contra as instituições de ensino superior fazem parte de um projeto político que mata os sonhos da juventude brasileira e o futuro do país ao destruir serviços públicos e retirar direitos sociais. Parte desta mesma agenda é a Reforma da Previdência que, após ser aprovada em primeiro turno, será votada em 6 de agosto.

Diversas universidades já alertaram que não conseguem chegar ao próximo semestre se os cortes não forem revertidos. Agências de fomento não conseguirão pagar as bolsas de estudos de pós-graduação. A UFMT, por exemplo, teve sua energia elétrica cortada, significando que aulas não serão dadas, pesquisas não serão concluídas e a prestação de serviços será prejudicada. Além disso, estudantes que dependem de políticas públicas não conseguirão permanecer na universidade.

A política que Bolsonaro e seu ministro vem apresentando caminha na contramão da valorização do Ensino Superior. Países desenvolvidos investem em educação e ciência públicas e em momentos de crises financeiras contribuem para a retomada do desenvolvimento brasileiro. Enquanto anuncia cortes na educação e ciência, o governo triplica o orçamento para propaganda do governo, compra parlamentares para aprovação de seus projetos e permite o gasto de mais de R$ 1 bilhão de reais por dia para o pagamento de juros da dívida pública brasileira.

Diante desse cenário, precisamos estar atentos e preparados na resistência e em defesa da educação e da ciência públicas. Precisamos mobilizar cada vez mais a sociedade para lutar contra as medidas do governo Bolsonaro, dentre elas a sua tentativa de destruir a Previdência Pública por meio da PEC 6/2019 e a Educação Pública por meio de cortes orçamentários e do novo Programa Ministerial.

Em defesa da educação pública e gratuita conclamamos a todos e todas para a construção da Greve Nacional da Educação em 13 de agosto. Também destacamos a necessidade de uma Greve Geral para derrotar a política de privatização dos serviços públicos e a destruição dos direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

Em defesa da educação pública e gratuita!

Contra a privatização e os cortes nos investimentos em educação!

Construir a Greve Nacional da educação em 13 de agosto!

Combater a retirada de direitos e a destruição dos serviços públicos!

Assinam este Manifesto: Andes-SN, ANPG, CNTE, Fasubra, Fenet, Proifes, SINASEFE, UBES e UNE

 

 Por   Publicado em 22 de julho de 2019