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Cinema Com Partido apresenta “Matewan, A Luta Final“, de John Sayles

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

20/04 – 10H: “MATEWAN, A LUTA FINAL” (1987), DE JOHN SAYLES

 

SINOPSE

Baseado numa história real, o filme narra os acontecimentos ocorridos em 1920 numa região de mineração, na Virgínia Ocidental (EUA). Tudo começa quando Joe Kenehan chega à cidade de Matewan. Para organizar um sindicato, ele terá que unir dois grupos que se digladiam: os brancos, formados por imigrantes italianos, e os negros descendentes dos escravos.

 

 

Confira nossa programação completa!

 

 

SERVIÇO

Filme: Matewan, A Luta Final (1987), de John Sayles

Duração: 135 minutos

Quando: 20/04 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Cadê a cultura que ‘tava aqui?

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O grande maestro Tom Jobim, em suas divertidas tertúlias nas mesas do Leblon, dizia que um de seus sonhos de juventude seria realizar um filme sobre a história brasileira do séc. XX, na qual retrataria a batalha de Itararé da seguinte forma: de repente, a tela ficaria em branco e sem nenhum som, assim permanecendo por infindáveis 30 segundos. Na verve do maestro soberano, assim se faria a melhor representação do que seria o momento mais épico da Revolução de 30, quando as forças revolucionárias do Sul, comandadas por Getúlio Vargas, se defrontariam com as forças governistas de Washington Luís, no município de Itararé, SP. Mas a célebre batalha de Itararé, como se sabe, simplesmente não aconteceu: furou, deu cano, no entanto rendendo um título de barão ao humorista Aparício Torelly, que o exerceu muito bem, aliás.

Falar de Cultura nos tempos de agora é mais ou menos a mesma coisa. É falar sobre algo que não há e não se tem certeza de que possa haver. Vivemos o momento da Cultura de Itararé, a que não foi, nem é: trata-se, por enquanto, de uma conversação sobre o nada, para remeter ao título de uma obra musical contemporânea, de cujo autor não me lembro. Por enquanto, estamos falando mais de não-cultura que propriamente de Cultura. De concreto, pouco temos além das tradicionais manifestações de intolerância retaliatória, nas quais se anunciam cortes de verbas, extinção de órgãos, perseguição a artistas e pensadores e outras edificâncias que-tais. Fala-se que somente das empresas estatais cerca de 128 milhões de reais podem deixar de ser direcionados à Cultura. Mas, frise-se, não se trata de cortes: na novilíngua ora entronizada, são só “reavaliação das aplicações de recursos.” Outros engodos são divulgados impunemente nos tuítes da vida: foi dito, como pretexto para maior redução de verbas para a Cultura, que só a Caixa Econômica Federal teria gastado R$ 2,5 bilhões em patrocínio e publicidade em 2018, quando na realidade R$ 685 milhões é que tiveram tal destinação. E assim se está precarizando ainda mais o que já é precário, se vem pauperizando o que já é insuficiente para atender às demandas da área. Com isso, a desmontada Cultura brasileira vem se desmontando cada vez mais.

Mas talvez pior que essa derrocada material seja o desprezo institucional pela Cultura que a inépcia, a carência moral e o autoritarismo de alguns governantes vêm impondo à sociedade brasileira. Símbolo disso é a caça predatória à Lei Rouanet, levada à cabo por palpiteiros ignaros, com pouco ou nenhum conhecimento dos mecanismos de financiamento à Cultura. Hoje, artistas e empreendedores culturais vêm sendo genérica e massivamente demonizados como oportunistas que mamam nas tetas do Estado, como se nada de positivo houvesse nos modelos de financiamento cultural público. Claro que todos estes modelos podem – e devem – ser continuamente revistos e aprimorados, mas jamais extintos, principalmente para atender à argumentação farisaica dos que acham que os gastos com a Cultura são um desperdício e um pesado ônus para o país. Os incentivos à Cultura (existentes em todo o mundo, principalmente para as áreas do audiovisual e das artes performáticas), no Brasil não significam nada diante dos estratosféricos recursos que os governos transferem ao sistema financeiro e/ou às grandes corporações privadas, inclusive multinacionais, seja através de “financiamentos” diretos de recursos, seja por meio de concessões vantajosas para que atuem nos mercados, apropriando-se depois dos resultados obtidos. Mas isso, parece que ninguém vê…

As distorções no financiamento público à Cultura em geral derivam do concurso simultâneo de três agentes: dos próprios criadores e produtores culturais que buscam recursos do Estado para realizar empreendimentos de eficácia social, cultural e mercadológica duvidosa; dos “patrocinadores” e atravessadores privados, que se valem das leis de incentivo para usufruir do marketing mais barato que existe, o que é pago com dinheiro público; e dos maus agentes estatais, que se prevalecem de estar na posição concedente de guichê pagador para obter benefícios de variada ordem.

Pelo andar da carruagem, o governo recém-instalado parece disposto a seguir esse mesmo (des)caminho na gestão dos recursos para a Cultura. Mas ele vai além: erra feio ao conceber como Cultura apenas a perfumaria intelectual e artística, subjugando-se ao varejo cultural e ao consumismo desenfreado ditado pelas corporações que dominam a indústria criativa mundial, como se o país não pudesse (e devesse) ter uma pauta cultural própria; abdica de sua obrigação de defender a diversidade cultural nacional, assumida quando o Brasil firmou a Convenção da UNESCO pela Diversidade Cultural (2005), em lugar disso preferindo ser caudatário da massificação mercadológica imposta pelo mainstream cultural mundial. Mais grave que isso, o atual governo, não vê a Cultura como um dos itens fundamentais a um projeto de Nação. Como decorrência disso, tudo indica não haver interesse governamental em investir na infraestrutura cultural nem em bens de produção cultural nacionais, deixando lugar apenas para o imediatismo dos bens de consumo. Com raras exceções, estamos produzindo hoje apenas cosméticos e bugigangas culturais, esquecendo-nos da lição do grande Guimarães Rosa: “Não faça biscoitos, faça pirâmides.” Para atender à mediocrização cultural crescente, estamos perdendo espaço no rankingmundial da qualidade: nossa música popular, p. ex., antes tida como uma das três mais importantes do mundo, hoje está sumindo do mercado internacional, perdendo espaço para os sub-produtos made in Miami, made in Hong-Kongmade in Seoul ou coisa que o valha. A falta de vigor cultural explica por que nosso próprio mercado fonográfico interno, que foi o sexto do mundo até o início dos anos 80, hoje amarga a décima-quarta colocação mundial e ainda com viés de baixa, como dizem os economistas. E assim o Brasil está perdendo lugar no mundo não só em excelência cultural como também em termos econômicos, visto que, como se sabe, a Economia Criativa é hoje um item significativo no PIB de muitos países. No Brasil, até mesmo na crise atual, ela chegou a significar 2,64% do PIB… mas com viés de baixa, infelizmente.

A ironia de Jobim sobre Itararé diz muito sobre a Cultura (melhor dizendo, a não-cultura) dos tempos atuais. Mas como analogia das ameaças à Cultura e à Democracia no Brasil de hoje, são mais eloquentes dois outros episódios históricos: o discurso do general fascista Millán Astray contra o filósofo Miguel de Unamuno, em outubro de 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, quando o primeiro gritou: “Abajo la inteligência, viva la muerte!”; e o desaforo do nunca assaz mal-lembrado Joseph Goebbels, o marqueteiro de Hitler, que dizia: “Quando ouço falar em cultura, tenho ganas de pegar minha pistola!”. Ao nazista reagiu certeiramente Millor Fernandes, que afirmou que preferia sacar sua cultura quando ouvia alguém falar em pistola.

É sintomático e preocupante que no Brasil atual também pareça se estar propondo, de novo, a opção entre inteligência e morte, entre cultura e pistola. Eis a marca desses novos tempos, que não podemos aceitar. Temos de resistir, recuperando a dignidade institucional da Cultura, reinserindo-a como parte fundamental de nosso projeto de Nação e lutando para que os mecanismos de sua proteção não fiquem em mãos dos que querem aviltá-la e controlá-la por meio do garrote orçamentário, da burocracia excessiva e da coerção sobre suas instituições. Por que querem fazer isso? A resposta está nas palavras de Jorge Coli, professor de história da arte na Unicamp: “A linguagem, a música, as artes, o conhecimento e a cultura são hoje violentados, ridicularizados, negligenciados, porque de fato são eles as grandes forças poderosas contra a barbárie.”

Abaixo a barbárie, pois. Façamos como Millor: contra a pistola de hoje, saquemos a Cultura de sempre.

* A conferência acima foi proferida pelo maestro Marcus Vinicius, da Fundação Instituto Cláudio Campos, na reunião do Observatório da Democracia que analisou os 100 dias do governo Bolsonaro. O Observatório da Democracia é composto pela Fundação João Mangabeira (PSB), Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (PDT), Fundação Mauricio Grabois (PCdoB), Fundação Perseu Abramo (PT), Fundação Lauro Campos e Marielle Franco (PSOL), Fundação Instituto Claudio Campos (PPL) e Fundação da Ordem Social (PROS).

MARCUS VINICIUS DE ANDRADE*
 Por  Publicado em 15 de abril de 2019

 

 

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Companhia Letras em Cena apresenta o seu projeto NOVA DRAMATURGIA

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Nova Dramaturgia é um projeto teatral que merece ser apoiado.

 

Após mais de duas décadas de criação e produção de peças teatrais em São Paulo, a Companhia Letras em Cena apresenta o seu projeto NOVA DRAMATURGIA, inscrito nas leis de incentivo federal, estadual e municipal, garantindo 100% de abatimento dos recursos repassados por seus patrocinadores. 

 

O projeto envolve a  montagem de três peças de autores inéditos em São Paulo: MAU ENCONTRO, CIRCO DE BARATAS e CORNUCÓPIAS DA FORTUNA, que, através de diferentes estilos teatrais, abordam as questões do tempo e da liberdade.

 

Os ensaios, a produção e a temporada inicial da peça MAU ENCONTRO ganharam os recursos do Prêmio Zé Renato de Teatro, da Prefeitura de São Paulo.

 

A peça ficará em cartaz de 11 de abril a 31 de maio de 2019, no Espaço Cia. da Revista,  na Alameda Nothman, 1135, Santa Cecília, São Paulo.

 

 

Mau encontro experimento

 

 

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PL de Bolsonaro quer retirar crianças e jovens da escola

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Na última Quinta-feira (11), foi assinado pelo presidente o projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar e mais outras 16 medidas. Data em que o governo completou seu centésimo dia de retrocesso e o comemorou com chave de outro.
 
O PL era visado como prioridade e fechou os cem dias de retrocesso com chave de ouro.
 
Não é novidade para ninguém que não existe um projeto real para educação a não ser o de destruir o que resta da rede pública, e essa medida recém assinada pelo presidente vem pra reforçar o quão fraco e despreparado está esse desgoverno.
 
No artigo 205 da constituição Federal é colocado a educação como um “Direito de todos e dever do estado e da família” já no estatuto da criança e do adolescente é assegurado o acesso e a permanência de todo menor à escola. Ir contra essas medidas e colocar os pais como principais tutores de toda educação oferecida, escolhendo até mesmo as matérias que irão ser estudadas pelos seus filhos é ir contra todos os princípios básicos da educação e abandonar intelectualmente toda a nossa juventude. O que hoje precisamos é de um ensino emancipador, que garanta a pluralidade de ideias para que se forme um pensamento crítico, de uma educação pública, gratuita e de qualidade e que acima de tudo se cumpra a maior lei desse país, a Constituição Federal.
 
 
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Assista ao filme “A Marcha Sobre Roma“, de Dino Risi, na Mostra Permanente de Cinema Italiano!

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A Mostra Permanente de Cinema Italiano do Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta:

 

 

15/04 – 19H: “A MARCHA SOBRE ROMA” (1962), DE DINO RISI

 

SINOPSE

A história da implantação do fascismo na Itália, desde as origens do movimento no ano de 1919, até a Marcha Sobre Roma, em Outubro de 1922. Os acontecimentos que levaram Mussolini ao poder são mostrados pelos olhos de dois deserdados da vida, Domenico Rocchetti e Umberto Gavazza e assim, com eles, entende-se a ilusão de esperança que o novo regime trazia aos italianos.

 

O DIRETOR

Dino Risi nasceu em Milão, estudou medicina, formou-se em psiquiatria. Foi crítico de cinema, roteirista, trabalhou como assistente de Mario Soldati e Alberto Lattuada. Nos anos 50 se instalou em Roma, se tornando um dos grandes inventores da commedia all’italiana, ao lado de Ettore Scola, Mario Monicelli e Pietro Germi. Dirigiu 54 filmes, entre os quais “Férias com o Gangster” (1951), “O Signo de Venus” (1955), “Belas, mas Pobres” (1956), “Essa Vida Dura” (1961), “Aquele que Sabe Viver” (1962), “Operação San Genaro” (1966), “Esse Crime Chamado Justiça” (197 1). “Perfume de Mulher” valeu a Vittorio Gassman o grande prêmio de interpretação masculina no Festival de Cannes de 1975. Em 2002, recebeu um Leão de Ouro, no Festival de Veneza, pelo conjunto da obra.

 

 

Confira nossa programação completa!

 

SERVIÇO

Filme: A Marcha Sobre Roma (1962), de Dino Risi

Duração: 94 minutos

Quando: 15/04 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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66% das mulheres rejeitam o aumento de idade para se aposentar

1Pesquisa Datafolha foi feita entre os dia 2 e 3 de abril – Foto: Agência Brasil

A pesquisa Datafolha sobre a reforma da Previdência, divulgada na quarta-feira (10/04), mostra a alta rejeição, pelos brasileiros, da tentativa de Guedes e Bolsonaro de aumentar a idade mínima para que aqueles que trabalham possam se aposentar.

Nada menos que dois terços dos consultados pela pesquisa (precisamente, 65%) responderam que são contra aumentar a idade mínima para 62 anos, como condição para que as mulheres se aposentem.

Entre os homens, 64% responderam que são contrários ao aumento da idade mínima para que as mulheres se aposentem.

Entre as mulheres, 66% rejeitam o aumento de idade para se aposentar.

Quanto ao aumento da idade para os homens (65 anos), a maioria (53%) também é contra.

Tanto a maioria dos homens (52%), quanto a maioria das mulheres (53%), responderam que são contra o aumento da idade mínima para que os homens se aposentem.

Quanto à pensão por morte, 64% rejeitam que ela passe de 100% para 60% do benefício original – como está no projeto de Guedes e Bolsonaro.

Entre as mulheres, 67% são contra esse corte estúpido nas pensões por morte, enquanto, entre os homens, 61% o rejeitam.

A pesquisa, devido à ordem das perguntas, ao começar por uma avaliação do sistema atual, no estado em que ele se encontra hoje, tende a inflar as preferências por uma “reforma da Previdência”.

Apesar disso, a maioria (51%) respondeu que é contra.

Mais importante do que isso, portanto, é a opinião sobre os itens específicos do ataque de Guedes/Bolsonaro. Aliás, esses resultados específicos mostram como o resultado geral é, no mínimo, duvidoso.

Além dos que já citamos acima, a maioria respondeu que pretende se aposentar entre 56 e 60 anos de idade. Na média das opções, o resultado foi até 61 anos de idade. Portanto, menos que as idades pretendidas na “reforma” de Bolsonaro.

A pergunta “os trabalhadores brasileiros se aposentam mais cedo do que deveriam, mais tarde ou na idade adequada?” é, a esse respeito, significativa.

49% responderam que os brasileiros se aposentam “mais tarde do que deveriam“.

38% responderam “na idade adequada“.

E apenas 12% responderam “mais cedo do que deveriam“.

Portanto, 87% das pessoas acha que a idade em que os brasileiros se aposentam é, no mínimo, adequada. A maioria, aliás, acha que essa idade é excessiva.

Além disso, 60% são contra que, além da idade mínima, o trabalhador tenha que contribuir por 40 anos para receber o valor integral da aposentadoria.

Por fim, a oposição à reforma de Guedes aumenta de acordo com o nível de informação da pessoa a seu respeito.

O que significa que a oposição a ela tem um amplo campo para crescer, pois somente 17% das pessoas se declararam “bem informadas” sobre o seu conteúdo.

O Datafolha ouviu 2.086 pessoas, com 16 anos ou mais, em 130 municípios de todo o país, entre os dias 2 e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

 Por  Publicado em 10 de abril de 2019

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Cinema Com Partido apresenta “Bob Roberts”, de Tim Robbins

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

13/04 – 10H: “BOB ROBERTS” (1992), DE TIM ROBBINS

 

SINOPSE

Antecipando Trump, cantor de sucesso na TV é o candidato da extrema-direita ao Senado, pela Pensilvânia. Acusado de ser “o mais perfeito fruto de tudo o que deu errado nos EUA”, ele se elege usando avançada tecnologia de informática para fazer uma campanha demagógica e aplicar golpes baixos contra adversários.

 

 

Confira nossa programação completa!

 

SERVIÇO

Filme: Bob Roberts (1992), de Tim Robbins

Duração: 192 minutos

Quando: 13/04 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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O capitão do mato e o crime de Guadalupe

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Luciana, viúva de Evaldo Rosa, após o assassinato (foto: Wilton Júnior/Estadão)
 

Um colunista da imprensa, conhecido por suas posições em geral muito conservadoras, escreveu:

Escapa à compreensão humana entender o que pode ter levado 12 militares a executarem o músico Evaldo Santos Rosa em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro, quando ele levava a família para um chá de bebê, pelas circunstâncias inteiramente gratuitas da tragédia. É também surpreendente e chocante a falta de qualquer sentimento de pesar e solidariedade nas notas oficiais emitidas pelo comando militar do Leste tratando uma atitude injustificável como esta como se tivesse sido rotineiro erro operacional” (José Nêumanne Pinto, “Nota sem pesar”, OESP, 09/04/2019).

É inteligível o sentimento de perplexidade do colunista – e poeta – José Nêumanne.

No entanto, é impossível, para nós, deixar de registrar o parentesco quase xifópago do que ocorreu em Guadalupe com a indigência mental criminosa – pois não se pode chamá-la de “ideário” – que caracteriza o governo Bolsonaro.

Não se trata de armas a mais – ou armas de menos – para a população. Aqueles que atiraram, e acertaram 80 vezes em um carro, a poucos metros da Avenida Brasil, portavam armas de acordo com a lei – pertenciam ao Exército. E ninguém, que não seja doido, está propondo que o Exército seja proibido de possuir ou de portar armas.

Não se trata, também, de uma consequência da suposta “dureza” no combate aos bandidos, seja lá quais forem. Os alvos de Guadalupe não eram bandidos, mas uma família, pacífica, sem nem ao menos antecedentes criminais, que se dirigia a um chá de bebê.

Aliás, nenhuma testemunha, até agora, mencionou alguma atividade criminosa – ou suspeita – no local.

O morto era um pai de família, músico, que caiu sobre o volante após ser atingido por três balas.

Ao seu lado estava o sogro, Sérgio Araújo, também atingido pelas balas.

Atrás, no Ford Ka, estava um dos filhos de Evaldo, Davi, de sete anos, sua esposa, a técnica de enfermagem Luciana Nogueira, e uma amiga, a também técnica de enfermagem Michelle Neves, que conseguiram sair do carro.

A fuzilaria continuou mesmo depois que o carro já estava parado.

“A gente vinha cantando, brincando, porque ali se passa devagar. Eu vi que o Exército estava do lado de lá (da avenida), mas é Exército, estava pra te proteger. Aí deram um tiro. Eles atiraram de propósito”, relatou, depois, a viúva de Evaldo.

“Meu esposo morreu como um bandido. Eles queriam chegar perto do carro, e eu não deixei, para não plantarem nada. Mas eles ficaram de deboche”.

Um morador das redondezas, Luciano Macedo, que tentou socorrer Evaldo e a família, foi alvejado – e encontra-se em coma no Hospital Carlos Chagas.

Luciano é casado, com a esposa grávida de cinco meses.

Todos os alvos dos tiros eram trabalhadores – além de uma criança.

Alguns podem achar que estamos exagerando ao dizer que essa chacina – é impossível chamar por outro nome – é o retrato da política que Bolsonaro pretende instalar no país.

Mas não é um exagero.

Inclusive quanto a transformar o nosso Exército em uma “milícia” para esmagar o povo.

Afinal, há muito, Bolsonaro é um representante das “milícias” – e não dos militares.

A ponto de não achar anormal que na mesma rua em que mora – do outro lado da rua – estivesse a residência de um assassino de aluguel do Escritório do Crime, que matou covardemente uma mulher desarmada, a vereadora Marielle Franco, e seu motorista, Anderson Gomes.

Bolsonaro acha isso tão normal, que nem acha nada demais que seu filho namorasse a filha desse assassino.

Assim, é óbvio o que Bolsonaro acha que o Exército deve ser – mais óbvio ainda pela ausência completa de comentários sobre o que ocorreu em Guadalupe, segundo seu porta-voz, Otávio Rêgo Barros, que, agora sabemos, é também um porta-pensamento (“Ele [Bolsonaro] não comentou, mas confia na Justiça Militar, nos esclarecimentos que o Exército dará por meio do inquérito e espera que eventos de igual similitude não venham a ocorrer”).

“Eventos de igual similitude”?

O que aconteceu com essa gente? Onde perderam a sensibilidade humana ou – o que é o mesmo – a capacidade de se identificar com todos os seres humanos, sobretudo os de seu próprio povo?

Porém, há mais.

A erupção de lama obscurantista, que está no centro desse governo, inevitavelmente levaria – e levará – a tragédias como a de Guadalupe.

O maior de nossos militares, o Duque de Caxias, disse, em 1851: “A verdadeira bravura do soldado é nobre, generosa e respeitadora dos princípios de humanidade”.

Bolsonaro é o oposto disso.

Vilhena de Moraes, o melhor biógrafo de Caxias, escreveu: “ninguém jamais cumpriu ordens como Caxias” (cf. E. Vilhena de Moraes, “Caxias em São Paulo – a revolução de Sorocaba“, Ed. Calvino Filho, 1933).

Bolsonaro é aquele indisciplinado que planejava colocar “bombas de baixa potência” em instalações militares, o que acabou por encerrar sua carreira no Exército (v. Terrorismo de baixa potência).

Sua defesa histérica da ditadura e da tortura – da qual jamais fez qualquer autocrítica – é o que existe de mais antagônico ao espírito do Exército de Caxias, Osório e Deodoro.

Por sinal, o repúdio do país a essa infâmia, por ocasião das pretensas comemorações pelo golpe e pela ditadura de 1º de abril de 1964, mostrou quanto Bolsonaro é oposto às forças saudáveis – as forças nacionais – que, aliás, crescem, inclusive dentro das Forças Armadas.

O Exército Brasileiro é aquele que recusou a formação de unidades apenas de negros, na Guerra do Paraguai; aquele que aboliu o quesito “cor” dos registros dos soldados, quando ele se tornou um modo dos senhores de escravos perseguirem os que saíram de seus latifúndios; aquele que, depois da guerra, através de Deodoro, se recusou a perseguir escravos: “não somos capitães do mato!”.

Porém, o que Bolsonaro se propõe é, exatamente, ser um capitão do mato para os senhores de escravos de Wall Street ou até para os lacaios destes, que comem internamente os sobejos da especulação financeira.

E haja ignorância, preconceito, racismo e estupidez como política de governo!

Existe algo mais coerente com isso do que a fuzilaria de Guadalupe?

C.L.
 Por   Publicado em 9 de abril de 2019

 2Daniel, filho mais velho de Evaldo Rosa, chora próximo do corpo de seu pai (foto: Fabio Teixeira/AP)

 

3Parente de Evaldo chora diante do carro (foto: Fabio Teixeira/AP)

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Eleições de grêmios estudantis movimentam diversas escolas da cidade

WhatsApp Image 2019-04-08 at 16.46.24Chapa “Os Sofistas” eleita na EE Caetano de Campos da Consolação

 

As últimas semanas foram bastante importantes para o movimento estudantil. Pela cidade de São Paulo inteira ocorreram diversas eleições de Grêmios Estudantis.


Grêmios determinados a lutarem por uma educação pública de qualidade para todos, contra qualquer retirada de direitos da classe trabalhadora e contra qualquer ataque à educação.

 

Na Zona Leste houveram reeleições em diversas escolas, novos direções empossadas e até mesmo fundação do Grêmio Estudantil. Um dos exemplos é o da ETEC de Cidade Tiradentes, que após quase 10 anos de sua fundação, pela primeira vez se tem uma diretoria gremista na escola. A chapa Os Inconfidentes foi eleita relembrando o movimento ao qual participou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e também pela luta por um ensino técnico que sirva também para desenvolver a tecnologia e a economia brasileira.

 

A luta por uma educação pública de qualidade ecoa não só na Cidade Tiradentes, mas vai até o Itaim Paulista e também ao Carrão e São Miguel Paulista, na E.E. Dep. José Bustamante, onde os estudantes escolheram por um segundo mandato da chapa Força Jovem, assim também aconteceu na E. E. Paulo Novaes de Carvalho, diferente da E. E. Astrogildo Arruda, onde uma nova diretoria tomou posse.

 

Na região do Centro da cidade, a escola estadual Caetano de Campos da Consolação também elegeu uma nova diretoria do grêmio estudantil, a chapa “Os Sofistas” venceu as eleições e a UMES participou da posse, frisando a importância do movimento estudantil.

 

Na ETEC Parque Belém, escola que também não teve um grêmio estudantil por um bom tempo, elegeu a chapa V.G (VITÓRIA NA GUERRA) para representar os alunos da unidade.

 

O ano de 2019 será de muitos ataques ao povo e os grêmios estudantis precisam se posicionar contra os cortes na educação e a tentativa de censura aos mesmos. A nós paz, organização e uma educação pública de qualidade, a eles guerra, armas e mordaça.

 

Organize o grêmio em sua escola!

 

Veja aqui as fotos dos grêmios eleitos

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Bolsonaro anuncia troca de Ministro da Educação

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Prestes a completar apenas 100 dias frente ao Ministério da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez é demitido por falta de gestão.

 

A falta de gestão usada por Bolsonaro para justificar a demissão de Vélez, mais tem haver com o descrédito que o Olavista conseguiu adquirir em tão pouco tempo.

 

Vélez entrou em várias polêmicas no curto prazo em que esteve à frente do MEC e causou uma crise interna, que levou a mais de 15 exonerações no período. Entra as polêmicas do agora ex-ministro estão sob sua responsabilidade:

 

Filmar crianças – Vélez enviou um pedido oficial às escolas para que as direções escolares filmassem seus alunos cantando o Hino Nacional e enviassem ao MEC.

 

Doutrinação – No mesmo pedido, havia ainda, uma mensagem a ser lida aos estudantes, que finalizava com o slogan de campanha da Bolsonaro.

 

Descriminação – O ex-ministro acusou brasileiros de roubarem coisas em viagens, comparou o povo brasileiro a “canibais”. “O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”.

 

Segregação – Vélez declarou ainda que “As universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual”, defendendo que “a ideia de universidade para todos não existe”.

 

Doutrinação 2 – A última de Vélez foi dizer que pretendia revisar os livros didáticos que contam a história do golpe de 1964 e da ditadura militar no Brasil. Para Vélez, o que houve não foi um golpe e sim “uma decisão soberana da sociedade brasileira”.

 

Mas não pensem que pelo fato de um alucinado como Vélez ter saído do MEC as coisas irão melhorar.

 

O novo Ministro escolhido por Bolsonaro já atuava no governo como secretário-executivo da Casa Civil, cargo apontado como “número 2” da pasta de Onyx Lorenzoni.

 

Abraham Weintraub é formado em ciências econômicas pela USP. Fez parte da equipe transição do governo de Bolsonaro. Junto com o irmão, Arthur, foi responsável por propostas para a área de Previdência no período.

 

Ele já chega ao MEC envolto a declarações minimamente questionáveis. Em um evento chamado Cúpula Conservadora das Américas, realizado no final de 2018 em Foz do Iguaçú, o atual Ministro afirmou que “Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado” fazendo referência a “vencer o marxismo cultural nas universidades” que ele afirma existir. Ele ainda tentou ensinar como o público do evento deveria combater o pensamento de esquerda dizendo que “quando ele (um comunista) chegar para você com o papo “nhoim nhoim”, xinga. Faz como o Olavo de Carvalho diz para fazer. E quando você for dialogar, não pode ter premissas racionais”.

 

Ou seja, com esse começo, podemos afirmar que teremos grandes batalhas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para todos.