as mãos sobre a cidade

Assista ao filme “As Mãos Sobre a Cidade”, de Francesco Rosi, na Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES!

as mãos sobre a cidade

 

Na próxima segunda-feira (07), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresentará o filme “As Mãos Sobre a Cidade”, de Francesco Rosi. Aproveite, só na UMES você confere o melhor do cinema italiano com entrada franca!

 

Confirme sua presença no Facebook!

 

A sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

 

AS MÃOS SOBRE A CIDADE (1965), DE FRANCESCO ROSI

 

SINOPSE

Em um bairro de Nápoles, um edifício desaba deixando dezenas de pessoas feridas e mortas. Edoardo Nottola, empresário e responsável pelo desastre, sai impune do crime. No partido em que ele se elege, seus companheiros o abandonam e retiram suas candidaturas. Mas, por influência corrupta consegue inverter a situação tornando-se um dos favoritos para a vitória.

 

O DIRETOR

Nascido em Nápoles, o cineasta Francesco Rosi estudou Direito. No inicio dos anos 40 trabalhou no rádio como jornalista. Ingressou na indústria cinematográfica em 1948, foi assistente de vários cineastas, entre os quais Luchino Visconti com quem fez “La Terra Trema” (1948), “Belíssima” (1951) e “Senso” (1956). Sua carreira de diretor, marcada por obras de grande empenho social e político, começou em 1958 com “O Desafio”. Tem entre seus filmes grandes sucessos como “O Caso Mattei” (1972), “Lucky Luciano” (1973) e “Cadáveres Ilustres” (1976). Recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor em 1962 por “Bandido Giuliano” e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou (1979) por “Cristo Parou em Eboli”. Em 2008 foi homenageado no Festival de Berlim com um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

 

Confira nossa programação completa!

 

SERVIÇO

Filme: As Mãos Sobre a Cidade (1965), de Francesco Rosi

Duração: 105 minutos

Quando: 07/05 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Incêndio derruba prédio de ocupação no centro de São Paulo e deixa mais de 100 famílias sem moradia

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Foto: Brasil 247

 

Um incêndio de grandes proporções no centro de São Paulo, no largo do Paissandu, centro da capital paulista, causou o desabamento de um prédio de 24 andares, ocupado por moradores sem teto, na madrugada desta terça-feira (1).

 

Moradores do prédio que desabou afirmam que o incêndio começou por volta da 1h30 após uma explosão no quinto andar. Eles desconfiam que se trate de um botijão de gás. Após a explosão, houve fogo e fumaça pelo prédio.

 

A costureira Iraci Alves disse que estava no prédio quando o fogo começou. “Foi uma explosão muito forte. Saí só com a minha roupa”. Ela afirmou que parte interna do prédio era de madeira e, por isso, o fogo se alastrou muito rápido.

 

Os moradores da ocupação questionaram a postura de parte dos representantes públicos de culpá-los por morar no prédio. O déficit habitacional de São Paulo é de cerca de 1,16 milhão de pessoas.

 

 

DOE AGUA, ALIMENTOS NÃO PERECIVEIS, ROUPAS, SAPATOS, ITENS DE HIGIENE PESSOAL E ETC.

 

Veja alguns dos endereços para as doações:

 

Cruz Vermelha – Avenida Moreira Guimarães, 699, Indianópolis.

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos – Largo do Paissandu.

Ocupação Mauá – Rua Mauá, 340.

Viaduto Pedroso, 111, embaixo do viaduto.

Apeoesp Sul – Rua Cerqueira Cesar, 480 – Santo Amaro.

Torcida Independente – Rua 24 de Maio, 116 – República.

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Restam poucas vagas de reserva para a 2ª temporada do espetáculo Canção Dentro do Pão!

 

Restam poucas vagas de reserva para a 2ª temporada do espetáculo Canção Dentro do Pão!

 

 

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Estudantes da Zona Leste que prestigiaram a peça

 

No ano passado estreamos novo espetáculo no Cine-Teatro Denoy de Oliveira após 3 anos sem produção própria, e mesmo com esse tempo fora do circuito de teatros da cidade concluímos a primeira temporada com pelo menos 2 mil espectadores, entre estudantes e moradores/frequentadores do Bixiga. Foram mais de 25 escolas contempladas, 15 delas vieram através de uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação, que ofereceu transporte gratuito para a visita desses estudantes. Nossa casa se manteve movimentada e não faltaram sorrisos pra essa comédia musical que tem agradado o público de todas as idades.

 

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Estudantes da EMEF. Presidente João Pinheiro

 

Em 2018 não está sendo nada diferente, já recebemos estudantes das EE’s Caetano de Campos da Consolação, Conselheiro Ruy Barbosa, Victor dos Santos Cunha, Padre Sabóia de Medeiros; das EMEF’s Celso Leite Ribeiro Filho e Presidente João Pinheiro; e do MOVA (Movimento de Alfabetização de Adultos da Achiropita). Daqui até o dia 29 de junho, quando encerraremos essa 2ª temporada, já contamos com reservas para quase todas as noites de espetáculo – Escolas municipais e estaduais, Fábricas de Cultura, associações da sociedade civil e até projetos de acolhimento à pessoas em situação de rua.

 

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Estudantes da EE. Charles de Gaulle e da EE. João Dória

 

Não é tarefa fácil fazer teatro em tempos de Netflix, ainda mais quando não existe acesso à cultura dentro das escolas públicas criando assim um desinteresse muito maior por parte da juventude. Mas a missão do Centro Popular de Cultura da UMES segue firme e vitoriosa, resistindo com cultura nacional de qualidade e oferecendo todo esse trabalho aos estudantes secundaristas de São Paulo.

 

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Estudantes da EE. Padre Sabóia de Medeiros

 

 

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Wellinton Souza – Presidente do Conselho da EMEF Celso Leite, Padre Cidinho da Achiropita, Keila Pereira – Dir. de Cultura da UMES e Dona Edir – coordenadora do MOVA

 

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Estreia da Peça com estudantes da Zona Norte e a Diretoria da UMES

 

 

Portanto, não perca tempo e traga sua escola para assistir a comédia Canção Dentro do Pão!

  

VAGAS LIMITADAS!

 

  

 

SERVIÇO:

 

Cine-Teatro Denoy de Oliveira: Rua Rui Barbosa, 323/ Bela Vista – SP. 

Temporada: Estréia 15 de março, todas as Quintas às 20 horas e Sextas às 21 horas. 

Ingressos: R$20,00 (Inteira) e R$10,00 (Meia). 

Classificação: Livre 

Duração: 90 minutos. 

Capacidade: 97 lugares. 

Telefone: (11) 3289-7475. Aceita Cartões.

***Entrada gratuita para moradores do bairro da Bela Vista mediante comprovante de residência e estudantes com Carteirinha da UMES.

 

 

 

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Todos ao 1º de Maio da CGTB

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Vamos comemorar juntos o 1º de Maio, dia internacional do trabalhador, promovido pela CGTB, na Av. Paulista. A concentração será às 14 horas, na Alameda Rio Claro esquina com a Paulista. Será um dia de festa, samba, teatro e ato cívico. Venha fazer sua saudação aos trabalhadores. Será um dia de congraçamento e de luta.

 

Chegou a hora de darmos um basta à essa roubalheira, à essa gente do governo agachada aos bancos, às empreiteiras e ao capital estrangeiro. Eles estão massacrando o povo. Provocaram, num país rico como o Brasil, continental, com tantas riquezas minerais, com a maior floresta do mundo, os maiores rios e um povo trabalhador, a pior crise de nossa história. O desemprego, que em 2014 era de 6 milhões de brasileiros, mais que dobrou. Hoje, são 13 milhões. De desempregados e subempregados são 26 milhões. O salário mínimo é a miséria de R$ 954,00, que não dá para sustentar a família. Temer, com dinheiro público, comprou deputados e aprovou uma lei trabalhista escravocrata, que rasga a CLT, obriga o trabalhador ficar à disposição do patrão, às mulheres grávidas a trabalharem em ambientes insalubres, entre outras barbaridades. Estamos em recessão há 4 anos. O PIB – que é a soma de todas as riquezas produzidas no país – caiu 8% neste período. Destruíram nossa indústria.

 

Entregaram 400 bilhões por ano do tesouro para o bolso dos banqueiros, com o pagamento de juros absurdos. Estão entregando o Pré-Sal para as petroleiras estrangeiras. Quem começou foi a Dilma, dando o campo de Libra, o maior do mundo, para os gringos. Temer quer privatizar a Eletrobrás, criada por Getúlio Vargas. Se deixar, vai aumentar a luz e ter apagão.

 

O povo está indignado: 97% não quer saber do Temer. A operação Lava Jato, apoiada por 95% da população, já condenou 123 membros da quadrilha, só em Curitiba. Apurou que os corruptos derramaram uma dinheirama nas eleições para poderem continuar roubando. Em 2002 se gastou 678 milhões nas eleições. Em 2014 foram gastos 4,5 bilhões. Um deputado eleito gasta em média onze vezes mais do que os não eleitos. Tem ex-presidente preso, ex- ministros, ex- presidente da Câmara, ex- governador, donos das empreiteiras, e mais de 200 deputados sendo investigados.

 

Vamos nas eleições dar o troco e limpar o país. Todo apoio à lava Jato. Cadeia para a quadrilha que tomou conta do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional e que assaltou a Petrobrás e os fundos de pensão dos trabalhadores das estatais.

 

Vamos salvar o Brasil. Retomar a política de desenvolvimento nacional de Getúlio e as Reformas de Base de João Goulart. O Brasil já cresceu 7% ao ano, durante 30 anos. Vamos aumentar o investimento público com o dinheiro poupado com os banqueiros e com os monopólios. Dar aumento real para o salário mínimo e assim fortalecer o mercado interno. Revogar a reforma trabalhista de Temer. Apoiar as empresas nacionais não monopolistas. Parar com as privatizações. Fortalecer a Petrobrás como exploradora única do Pré-Sal. Reestatizar a Vale do Rio Doce. Reindustrializar o Brasil.

 

Viva o os trabalhadores!

Viva o Brasil!

Ubiraci Dantas de Oliveira

Presidente da CGTB

UMES Zona Leste está a todo vapor nas mobilizações para o 26° Congresso da UMES

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A diretoria da UMES na região leste está a todo vapor na mobilização para o 26° Congresso da UMES. Dezenas de escolas e centenas de estudantes estão mobilizados para a participação no Congresso que ocorre no dia 10 de Maio, na Casa de Portugal.

 

Nessa semana, a UMES Zona Leste reuniu junto aos estudantes da ETEC Sapopemba e aos estudantes do CEU Veredas para organizar e mobilizar os estudantes para o seu 26º Congresso.

 

Na ETEC Sapopemba, o encontro com os estudantes se deu também pela formação do Grêmio da instituição. Os estudantes prometeram organizar o grêmio e mobilizar a escola para o congresso da UMES.

 

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ETEC Sapopemba

 

“É de total importância a formação e organização do grêmio, para que a escola tenha mais projetos, mais luta e que os alunos possam ter mais atuação na escola, e participar do congresso da UMES no dia 10, pra nós será uma grande oportunidade de conhecer, poder falar e ouvir novas ideias para os grêmios e para a educação” Afirma Bianca, aluna do ETIM da Etec.

 

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Ceu Veredas

 

Mais tarde, os alunos da EMEF do CEU Veredas se organizaram em uma reunião para eleger suas representações para o 26° Congresso da UMES e os estudantes prometeram uma grande participação no congresso.

 

 

Acompanhe as fotos de algumas escolas já mobilizadas

 

 

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EE. Ruy de Melo Junqueira

 

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EE. Mario Reys

 

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EE. Prof. Milton Cruzeiro

 

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EE. Padre Antão

 

 

 

 

Acompanhe a Tese do 26° Congresso da UMES 

 

 

 

 

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26° Congresso da UMES – Mobilize sua escola!

conmgg25° Congresso da UMES – Plenária Final

 

No dia 10 de Maio, será realizado o 26º Congresso da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, na Casa de Portugal, entre o bairro da Liberdade e o Centro. Como é de costume, debateremos com muita vibração a atual situação da nossa educação. Também discutiremos profundamente os problemas de nossa conjuntura nacional e estadual, que vai das reformas praticadas por Temer, pelos cortes e a falta de investimentos nas políticas públicas e nos serviços a população, somada a destruição da escola pública, praticada pelo governo de São Paulo na gestão Alckmin.

 

Em nossos mais de 33 anos de luta a defesa do ensino público, gratuito e de qualidade, da democracia e soberania nacional foram nossas bandeiras permanentes, e o nosso Congresso representa o momento mais alto dessa mobilização para fortalecer a construção da educação e do Brasil que a juventude e o povo precisam. Foram em nossos congressos que deflagramos campanhas imprescindíveis para chegar até aqui, como foi o “Fora Collor”, a luta pela meia entrada, meio passe e passe livre.

 

É com isso que a diretoria da UMES convoca todos os estudantes secundaristas de São Paulo a se inscreverem e participarem do congresso, que constituirá uma fase fundamental para que a juventude afirme seus caminhos para ajudar o Brasil a superar a crise política e econômica imposta pelos governantes, lacaios dos banqueiros e multinacionais estrangeiras, que fazem de tudo para impedir a felicidade do povo.

 

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Venha participar do congresso da UMES, este será o momento que vamos fortalecer a nossa união para derrotar de vez os inimigos do Brasil e da educação, dizendo basta aos cortes e aos problemas da educação, saúde, direitos sociais e trabalhistas. Será a atividade onde os estudantes de São Paulo dirão não as privatizações, as entregas das nossas riquezas e ao roubo da Petrobrás, pela continuação da operação Lava Jato, cadeia pra todos os corruptos! Por uma escola de qualidade, por uma escola para todos e todas!

 

Quer participar? Ligue para o telefone 3289-7477, mande um email para umes@umes.org.br ou vá até a sede mais próxima da sua região, consulte o endereço pelo link clicando aqui.

 

 

XXVI CONGRESSO DA UMES – Dia 10 de Maio, 8h00, Casa de Portugal – Av. da Liberdade, 602 – Centro

 

 

 

Veja aqui a Tese do XXVI Congresso da UMES!

 

 

 

 

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Canção Dentro do Pão! Não percam!

Liberté, egalité, fraternité

 

Quando começamos a estudar o texto de “Canção dentro do Pão” não havia ainda o atual tsunami de denúncias que inunda, semanalmente, o país. Buscávamos uma obra divertida sem ser fútil, que resgatasse os áureos tempos da comédia brasileira. Foi o que encontramos na peça de Raimundo Magalhães Júnior, cearense  da melhor cepa, intelectual da mais elevada estatura.

 

Conforme íamos avançando nas leituras da peça e nos estudos sobre a Revolução Francesa, a realidade brasileira nos surpreendia. Figurinhas carimbadas, que frequentavam as páginas de política desde o fim da ditadura e também ocupavam os  principais cargos da República nos últimos 30 anos, passam a frequentar as páginas policiais e a ocupar celas na Papuda e em Curitiba. O discurso de “vamos salvar o país” transformou-se rapidamente em “salve-se quem puder”.

 

Foi então que um Senador da República – líder de todos os governos que pôde – soltou na imprensa uma pérola: “Nesse clima de turba, de linchamento, de Revolução Francesa não dá para ninguém investir”. Ou seja, a justíssima ira do povo contra a quadrilha instalada nos palácios, era a causa da crise brasileira! Nenhuma culpa tinham os que assaltam o nosso patrimônio, roubam de petróleo a merenda escolar, desviam da saúde, da educação, dos transportes, arrocham salários e aposentadorias. Não faltam investimentos porque os bancos drenam, com a cumplicidade dos governantes, todos os recursos do país: a culpa é do povo, que não quer ficar quieto!

 

Dizem que, por falar uma bobagem muito mais singela, sobre bolos ou brioches, Maria Antonieta perdeu a cabeça… Foi lembrando de um ilustre pensador, que definiu os momentos revolucionários como sendo aqueles em que “os de cima já não conseguem mandar e os de baixo já não aceitam obedecer” que a ficha começou a cair. Esta era a situação da Paris de 1789. Não muito diferente da do Brasil de 2018. Os palácios de Brasília emulam Versailles e as Tuileries

 

É claro que não é a nossa intenção estabelecer paralelos históricos exatos, até porque as coisas por aqui estão apenas começando e a história não comporta teleologias. Mas é interessante observar os comportamentos repulsivos de Monsieur Finot, da inconsequente Jaqueline, de seu marido Jaquot, do inspetor Jean e seu meganha. Sobra-nos o suíço, que eles acreditam ser surdo-mudo e analfabeto.

 

São comportamentos tão condenáveis quanto os dos que votam na calada da noite o fim de direitos, as benesses aos bancos, reformas que só servem a eles mesmos (e ainda têm tempo de dar uma corridinha com uma mala).

 

Mas a peça fala por si mesma. A direção sensível de Bete Dorgam e atuações precisas do elenco garantem boas risadas sem perder de vista a necessária reflexão sobre os nossos dias. O que achamos que irá acontecer? Como lembra a canção inicial, do sempre atento Marcus Vinícius: “O que vai dar / Só a massa irá dizer”.

 

CPC-UMES

 

 

Divulgacao Whatsapp FICHA TÉCNICA:

Texto: Raimundo Magalhães Júnior

Direção: Bete Dorgam

Elenco: João Ribeiro, Pedro Monticelli,

Rebeca Braia, Ricardo Koch Mancini e Rafinha

Nascimento

Assistente de Direção: Valério Bemfica

Músicas: Marcus Vinícius de Andrade e Léo

Nascimento

Arranjos: Léo Nascimento e Vittor Meneghetti

Direção Musical: Léo Nascimento

Direção de Movimento: Luciana Viacava

Cenografia: Caio Marinho

Bolos Cenográficos: Vanessa Abreu

Cenotécnico: Zé Valdir Albuquerque

Figurinos: Atilio Beline Vaz

Costureiras: Benê Calistro e Mariluce

Criação de Luz: Lui Seixas

Operação de Luz: Júnior Fernandes

Designer Gráfico: Apolo Longhi

Produção: Telma Dias

Fotos: Marcelo Kahn

Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e

Renato Fernandes

 

 

SERVIÇO:

Cine-Teatro Denoy de Oliveira : Rua Rui Barbosa, 323/ Bela Vista – SP. 

Temporada: Estréia 15 de março, todas as Quintas às 20 horas e Sextas às 21 horas. 

Ingressos: R$20,00 (Inteira) e R$10,00 (Meia). 

Classificação: Livre 

Duração: 90 minutos. 

Capacidade: 97 lugares. 

Telefone: (11) 3289-7475. Aceita Cartões.

***Entrada gratuita para moradores do bairro da Bela Vista mediante comprovante de residência e estudantes com Carteirinha da UMES.

 

 

Foto de página inteira

CPC-UMES lança dia 27 “Curuguaty, o combate paraguaio por Terra, Justiça e Liberdade”

Foto de página inteira

Livro do jornalista Leonardo Severo será lançado na Martins Fontes da avenida Paulista

 

Mais novo livro do jornalista Leonardo Wexell Severo, “Curuguaty, o combate paraguaio por Terra, Justiça e Liberdade” (Editora Papiro, 96 páginas, R$ 20) será lançado no dia 27 de abril, na livraria Martins Fontes da avenida Paulista, em parceria com o Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES).

 

A obra mostra como em um acampamento de trabalhadores rurais em Curuguaty, no Paraguai, foram mortos 11 camponeses e seis policiais no dia 15 de junho de 2012. O “enfrentamento” envolveu 324 policiais, tropas de elite treinadas pela CIA e pelo exército dos Estados Unidos fortemente armadas com fuzis, bombas de gás, cavalos e até helicóptero. Do outro lado, 60 sem-terra, metade deles mulheres, crianças e idosos.

 

FARSA – Passados quase seis anos, denuncia Leonardo, temos quatro camponeses condenados a até 35 anos de prisão por “homicídio doloso”, “associação criminosa” e “invasão de imóvel alheio”, crimes que não cometeram. “Os mortos foram atingidos por armas de grosso calibre, que não foram encontradas com os sem-terra; a associação era uma organização, prevista em lei pelo próprio governo para reivindicar o local; e a terra em litígio é pública. Portanto, o livro se dedica a desmontar uma farsa”, afirma o autor. Com base em montanhas de documentos e depoimentos de testemunhas, Leonardo sustenta que “eles não são culpados de nada, são vítimas de um sangrento confronto armado por franco-atiradores com as digitais dos Estados Unidos”. A chacina, observa, “serviu de justificativa para afastarem o presidente Fernando Lugo uma semana depois”.

 

CONHECIMENTO – Como Observador Internacional do caso no Tribunal de Sentenças de Assunção, presente nos momentos extremamente tensos e ricos dos enfrentamentos, o autor expõe e denuncia, com profundo conhecimento de causa, as inúmeras irregularidades e ilegalidades do processo”, declara Guillermina Kanonnikoff, membro do Movimento de Solidariedade aos camponeses de Curuguaty e ex-presa política da ditadura de Alfredo Stroessner.

Para Guillermina, que tem uma longa folha de serviços prestados à luta pelos direitos humanos, “mais do que uma soma de reportagens colhidas no calor dos acontecimentos, Leonardo relata, de forma didática e direta, a comovente história de amor e abnegação dos camponeses de Curuguaty em sua incansável luta pela reforma agrária”. Para além de um livro, sublinha, “temos a convicção de que esta é uma conclamação à solidariedade, que fortalecerá não só a caminhada pela libertação dos nossos presos políticos, como pela integração de nossos países e povos”.

 

PARCERIA – Em sua apresentação no livro, o presidente do CPC-UMES, Valério Bemfica avalia que “a parceria para o lançamento do livro do amigo Leonardo é muito natural”. “Pois já somos parceiros há muito tempo: quando ainda formávamos o CPC, no começo dos anos 90 do século passado, regidos pela batuta precisa de Denoy de Oliveira, lá estavam o Léo e sua companheira Monica, prontos para qualquer parada. E já então ele demonstrava claramente suas inúmeras qualidades. Duas nos interessam aqui: a capacidade sincera de sentir a mais profunda indignação contra todas as injustiças, não importa contra quem ou aonde sejam cometidas; e a incansável disposição de bater-se contra elas. Fez isso nas montanhas da Nicarágua, junto aos trabalhadores da Guatemala, junto aos camponeses paraguaios. Faz isso no seu dia-a-dia de militante-jornalista-escritor, sempre comprometido com os mais profundos valores da humanidade”. Conforme Valério Bemfica, “a presente obra é prova disso. Nela Leonardo vale-se de toda a sua competência para realizar uma denúncia profunda, com todos os elementos que uma boa reportagem deve conter. Para quem quiser saber a verdade sobre os acontecimentos de Curuguaty, é obra imprescindível”.

 

ONDE – Livraria Martins Fontes, Avenida Paulista, 500 – Metrô Brigadeiro

 

QUANDO – 27 de abril, sexta-feira, das 18h30 às 21h30

 

Confira aqui o evento

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UMES reúne simultaneamente lideranças das 5 regiões da cidade de São Paulo em preparação ao 26 congresso da entidade!

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Hoje, as regiões Leste, Oeste, Norte, Sul e Centro reuniram-se simultaneamente para organizar e discutir ações para o XXVI Congresso da UMES, que será realizado no dia 10 de Maio, na Casa de Portugal, em São Paulo.

 

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Plenária da Zona Norte

 

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Plenária da Região Leste

 

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Plenária da Região Centro

 

WhatsApp Image 2018-04-21 at 14.58.00Plenária da Região Oeste

 

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Plenária da Região Sul

 

 

Os estudantes de todas as regiões, de suas escolas já mobilizadas, reuniram-se nesse sábado e pautaram o que esperam para o próximo congresso da UMES. Com muitas demandas e discussões, os estudantes falaram dos problemas de suas escolas, as ações de seus grêmios e colocaram propostas para que a UMES venha a defender e discutir junto ao seu congresso e para que a próxima gestão possam as reivindicá-las.

 

 

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Logo após as suas plenárias, os estudantes foram organizar um pedágio coletivo para angariar fundos para a sua participação no XXVI congresso da UMES.

 

 

ACOMPANHE A TESE DO 26° CONGRESSO DA UMES

 

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Viva Tiradentes! ontem e hoje

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Este texto de Ruy Mauro Marini, intitulado “Tiradentes ontem e hoje”, é um dos melhores textos já escritos sobre o alferes de Minas e o início da revolução de libertação do Brasil. Ele foi elaborado em maio de 1968, durante o exílio de Marini no Chile. O artigo, traduzido por nós, é inédito no Brasil e foi publicado por El Día, Testimonios y Documentos, do México. A seriedade e a profundidade com que o autor descreve os acontecimentos do final do século XVIII no Brasil coloca a análise num patamar substancialmente mais elevado do que a maioria das outras feitas sobre o mesmo tema.

 

 Ao analisar as causas do movimento, Marini, um dos grandes personagens da intelectualidade brasileira, vai na essência dos fatos. Começa pela base econômica criada pelo ciclo do ouro. Destaca que a atividade mineradora gera, por suas características mais flexíveis e dinâmicas – se comparada à economia açucareira – um vigoroso mercado interno. Surge então, a partir da mineração, uma integração com outras estruturas produtivas do país até então isoladas. Todo esse processo propicia o surgimento, bem no coração do país, segundo o autor, de “um sentimento de nacionalidade” e da aspiração pela liberdade e a justiça.

 

 Marini demonstra, portanto, que é neste contexto de efervescência que nasce a Inconfidência Mineira. O autor destaca no artigo um aspecto central para o entendimento das causas mais profundas da Inconfidência: a destruição de fábricas e a proibição da existência de qualquer manufatura no Brasil, particularmente na área têxtil, decisão tomada em 1785, pela Coroa portuguesa. Ele mostra que na época da eclosão do movimento a mineração já estava em decadência e que, diante desse fato, a metrópole resolve intensificar a exploração, impondo assim uma forte restrição ao desenvolvimento das forças produtivas nascidas na colônia. Essa decisão contraria frontalmente os interesses da população e abre a crise revolucionária, que só terá seu desfecho trinta anos depois.

 

 Mesmo convivendo com algumas influências de setores que subestimam a Inconfidência Mineira e o papel cumprido por Tiradentes no movimento – muito comuns na época da elaboração do artigo, e até hoje – Marini destaca fatos que contestam essas visões. Num trecho de seu texto isso fica claro: “(…) esta data [da Inconfidência] simboliza um episódio decisivo no processo de formação da moderna nação brasileira”. E sobre o papel do alferes ele destaca: “(…) segundo os autos do processo e os testemunhos da época, a serenidade e a firmeza de Tiradentes na prisão e na morte, deixaram profunda impressão na mente do povo e lhe valeram o título de “mártir da Independência (…)”. E é também nesses mesmos autos, citados por Marini, que estão presentes diversos outros testemunhos de que o alferes, ao contrário do que apregoam alguns, não foi apenas um “agitador”, mas foi efetivamente o principal dirigente do movimento revolucionário. Esses documentos mostram que ele foi também o principal formulador do programa que propugnou a Independência, a República, a industrialização, a mudança da capital e o ensino universal. Os setores  mais ilustrados do levante, bem ou mal, seguiram sob sua direção.

 

 É verdade que a abolição não fazia parte dos objetivos dos inconfidentes. Mas, apesar de Marini não citar, a idéia era defendida por Tiradentes e por alguns outros inconfidentes. Ela só não foi colocada no programa porque não era consenso entre os participantes do movimento. Foi por isso que a bandeira abolicionista ficou para um outro momento. Por sua vasta experiência como dirigente político, Marini entende com facilidade que a vanguarda muitas vezes tem que concentrar esforços nos objetivos mais fundamentais para cada momento. Faz parte do papel de direção tomar essas decisões, muitas vezes difíceis, para que as coisas possam avançar. Foi exatamente o que Tiradentes fez. Ademais, apesar de realmente ter havido mais de um delator, foi a traição de Silvério dos Reis, a mais determinante para a derrota do movimento. E se o movimento abolicionista e republicano de meados do século XIX tenha querido dar um tom messiânico a todo o processo, pouca importância tem, perto do conjunto da análise de Marini.

 

 As articulações com os líderes da independência americana e da revolução francesa em busca de apoio, levadas a efeito pelos revolucionários, foram realizadas com a participação direta de Tiradentes e do estudante brasileiro em Coimbra, José Joaquim da Maia. Há provas documentais disso, muitas das quais já tivemos oportunidade de publicar no HP. Neles, fica muito claro que Tiradentes dirigiu praticamente todos os passos do movimento, desde seu início em 1785. Então, a decisão de matá-lo [Tiradentes], e não aos outros, por parte da Coroa, tem sim uma lógica colonialista clara. Não é por ele ser o “elo mais fraco” do movimento que assim ocorreu. Pelo contrário. É exatamente por ele ter cumprido o papel de direção do movimento. Ele foi morto e esquartejado por isso, porque era, para a Coroa, o mais perigoso dos dirigentes da revolução e não porque era o menos.

 

 Mas, vamos parar por aqui essa nossa introdução e convidá-los, caros leitores, para que se deliciem com esse excelente texto de um intelectual mineiro, de Barbacena, que foi desbravador da teoria da dependência e que, junto com Darcy Ribeiro, ajudou a construir a UNB como modelo de universidade progressista e contestadora. Marini, como Tiradentes, foi também um personagem perseguido no Brasil por defender as idéias de independência nacional, da liberdade e do socialismo. Boa leitura!

 

  RUY MAURO MARINI*

 

A história dos povos é sempre uma mescla de fantasia e de realidade. O último 21 de abril (1968) marcou o 176º aniversário de morte de uma das figuras mais lendárias da história do Brasil, o Tiradentes. Porém, mais do que representa hoje para a imaginação popular, esta data simboliza um episódio decisivo no processo de formação da moderna nação brasileira.

 

 Com efeito, a conspiração concatenada em 1789 na capitania de Minas Gerais contra a Coroa de Portugal, que passou à história com o nome de “Inconfidência Mineira”, e da qual resultou a execução de Tiradentes, tem um duplo significado. Por um lado, encerra uma fase da conversão da América portuguesa em uma nova nação, fase que corresponde ao chamado “ciclo do ouro”. Por outro lado, se integra na série de lutas políticas que conduzirão, trinta e três anos depois, à supressão do jugo colonial português e à emergência do Brasil para a vida independente.

 

 O CICLO DO OURO

 

 O ciclo da mineração do ouro e diamantes por que passou o Brasil no século XVIII não interessa apenas à história deste país, nem sequer se refere exclusivamente às suas relações com a metrópole portuguesa. O ouro brasileiro, que por intermédio de Portugal, se espalhou pelo mercado europeu, desempenhará um papel relevante no desenvolvimento do capitalismo industrial no velho continente, particularmente na Inglaterra. Proporcionando a base necessária para uma expansão sustentada dos meios de pagamento, contribui para ampliar as relações de trabalho assalariado e, portanto, para a superação das antigas relações feudais de produção. Além disso, sendo responsável pela depreciação constante do valor da moeda, se traduz em baixas de salários e de rendimentos fixos, que aceleram a concentração do capital nas mãos dos grupos empresariais burgueses da cidade e do campo.

 Para o Brasil, o florescimento da economia mineira oitocentista tem outras implicações. Antes de mais nada, desenvolve na região central do Brasil uma zona de produção que vincula organicamente as duas áreas que a colonização havia criado nos séculos precedentes: a área da economia açucareira de exportação, já então em decadência, localizada no Nordeste e tendo como centro de gravitação os atuais estados da Bahia e Pernambuco; e a área ligada à Capitania de São Vicente, dedicada principalmente a atividades de subsistência e de criação de animais domésticos, que partia do Rio de Janeiro até o Sul, e tinha São Paulo como núcleo vital. A formação da capitania de Minas Gerais (1720), e o auge que ali atinge a exploração mineira, modifica sensivelmente essa situação; e se constitui num dos fatores que explicam porque, no momento da independência, a antiga colônia portuguesa não sofrerá um processo de fragmentação similar ao que ocorreu na América espanhola.

 

 Com efeito, partindo das montanhas de Minas, e remontando o território no sentido das encostas dos rios, de onde se extraía o ouro e os diamantes, o ciclo da mineração implicou no deslocamento da colonização para o interior, com tudo o que isso acarretava em matéria de criação de uma infra-estrutura de transportes, que ligará a região com os portos mais próximos. Compreende-se assim que a antiga capital brasileira, a cidade de São Salvador, na Bahia, deve ceder seu posto ao Rio de Janeiro, em situação muito melhor para cumprir essa função. Por outra parte, tratando-se de uma atividade altamente especializada, e que lutava inclusive com a escassez de mão de obra, a economia mineira das montanhas não podia prover sua subsistência, mas dispunha de poder de compra suficiente para absorver, e  ainda induzir sua criação em outras áreas; nasce assim um processo intensivo de intercâmbio, que cria as condições para o surgimento de um mercado interno nacional e se constitui, por isso mesmo, num elemento de importância fundamental para a formação da nacionalidade.

 

 A SOCIEDADE MINEIRA

 

 O desenvolvimento da mineração teve outras repercussões. Ao contrário do que se passou com o ciclo do açúcar, que, exigindo uma inversão inicial forte e um prazo relativamente longo de maturação que acabou conduzindo ao estabelecimento de uma aristocracia rural, de base rigidamente escravista, o ciclo do ouro vai levar a uma estrutura social muito mais aberta e urbanizada. De fato, o ouro, como os diamantes, era de aluvião, o que quer dizer que sua exploração não demandava uma tecnologia elaborada ou um capital mínimo de grande magnitude; não implicava sequer a valorização da terra, já que, sendo curta a vida de uma lavra, não era a propriedade do solo o que contava, mas sim a necessidade do direito de extração (e a Coroa Portuguesa, reservando-se o monopólio das riquezas minerais, contribuía para que assim fosse). O caráter instável e os riscos físicos que disso derivavam faziam, por outro lado, com que as famílias não acompanhassem seu chefe, e se fixassem nos centros urbanos.

 

 As oportunidades de enriquecimento fácil que se configuravam nessa situação induziram um surto demográfico considerável, seja pelo deslocamento interno de população, seja por imigração desde o continente europeu. As estimativas indicam que a população da colônia havia crescido muito lentamente nos séculos XVI e XVII (de 100 mil habitantes em 1600 passará a um máximo de 300 mil em 1700), mas aumentou fortemente no século XVIII (cerca de 3 milhões 250 mil pessoas em 1800). Uma terça parte, pelo menos, estava constituída por negros escravos; a população de origem européia era de aproximadamente 30 mil pessoas em 1600, de pouco menos de 100 mil em 1700, e superior a 1 milhão no fim do século XVIII, havendo pois acelerado o seu aumento de maneira extraordinária.

 

Uma das características da corrente imigratória consistia em que já não se compunha fundamentalmente, como antes, de membros das classes ricas, que chegavam na colônia munidos de títulos ou de capital suficiente para prosperar, mas de elementos de extração social mais humilde – havendo contribuído fortemente neste sentido a desorganização das manufaturas portuguesas, acarretada pela penetração crescente dos produtos ingleses na metrópole. Por outro lado, os mesmos nativos pobres, os homens livres da sociedade açucareira do nordeste, que estavam se constituindo num problema social, pela falta de oportunidades de emprego, encontraram nas minas um lugar na estrutura de produção. Os escravos das minas, diferentemente do que ocorreu no nordeste, não se constituíam na maioria da população e – recordando um pouco o que se passou na Grécia antiga, quando da expansão comercial – chegavam às vezes a trabalhar por conta própria, entregando ao senhor parte do adquirido e acumulando os meios necessários para comprar sua libertação.

 

Nos marcos dessa estrutura social relativamente flexível, as atividades urbanas se dinamizaram. O comércio era intenso em Vila Rica, capital da província. Se desenvolvia também o artesanato, sobretudo a ourivesaria, assim como a forja e a fundição de ferro, com base na abundante matéria-prima local. Finalmente, se expandem as manufaturas têxteis, atividade tradicional e indispensável naqueles lugares distantes dos centros industriais europeus.

 

 METRÓPOLE VERSOS COLÔNIA

 

Na fase de expansão açucareira brasileira, Portugal desempenhava um papel decisivo, seja provendo a mão de obra e o capital necessário à implantação das unidades de produção, seja assegurando, em aliança com a Holanda, o transporte e a distribuição do produto nos mercados europeus. Depois de instalada a estrutura produtiva na colônia, esta se demonstrou capaz de prover uma boa parte de sua subsistência, mediante a diversificação da produção, ao mesmo tempo que seguia dependendo da metrópole para a venda de sua mercadoria. Vale dizer que existia uma complementariedade objetiva entre metrópole e colônia, feita ainda mais harmônica em virtude de que Lisboa não interferia nas atividades de produção, limitando-se a atuar na área da circulação.

 

 Diversa será a situação configurada quando há o desenvolvimento da mineração. Antes de mais nada, a especialização deste ramo de produção e o poder de compra que gera na colônia transforma essa em um mercado em expansão para os bens importados, sobretudo manufaturas que Portugal não estava em condições de prover. O papel que assume, pois a metrópole, valendo-se do monopólio colonial, será o de simples intermediário entre os centros manufatureiros – essencialmente Inglaterra – e o mercado brasileiro, com o que se caracterizará claramente como um parasita, cuja existência não faz mais do que encarecer o preço dos artigos de consumo.

 

 Por outro lado, mediante o sistema de concessões e as consequentes obrigações fiscais, a metrópole estará diretamente presente nas atividades de produção. Sua atitude é intolerante e voraz: reservando-se, inicialmente, um quinto da produção total, acaba por fixar uma quantidade determinada como mínimo a que deveria se somar ao referido quinto. Desta maneira, a porcentagem passava a representar um valor absoluto que tendeu a fixar-se no máximo previsto pelo erário português para a colônia na fase do auge da exploração aurífera.

 

 Contudo, esse auge durou pouco, pelo esgotamento das precárias reservas disponíveis, tanto de ouro como diamantes. Com a ganância de prolongar o ciclo, as expedições exploratórias se internalizaram terra adentro, rasgando a região em diferentes direções, conformando e consolidando a extensão territorial do Brasil atual. Isso não impediu que a exportação de ouro, que no seu ponto máximo (1750-1760) era em média de 2 milhões de libras, declinasse rapidamente, não alcançando, já em 1780, nem um milhão de libras; a exportação de diamantes seguiu a mesma tendência. A economia mineira entrará definitivamente em decadência e, até finais do século, não terá já maior importância na vida econômica da colônia.

 

 Assim não viu, o que não quis ver, Portugal. Frente à caída dos ingressos públicos provenientes das imposições sobre o ouro, reage, por um lado, tratando de liberar mão de obra para as atividades de mineração (no momento em que a redução dessas atividades produzia já um excedente da mão de obra existente); por outro lado, endurecendo as medidas administrativas, como se a queda da produção fosse mais um problema policial. Assim, em 1766, proíbe as atividades das oficinas de ourives e, em 1785, vai todavia mais longe, suprimindo as fábricas e manufaturas de todo tipo na colônia. Ao mesmo tempo, lança mão de um procedimento conhecido como “derrama”, que consistia na execução judicial e o confisco dos bens de quem não estivesse em condições de pagar os impostos em ouro.

 

 A INCONFIDÊNCIA MINEIRA

 

 A última “derrama” anunciada por Portugal, em 1789, constitui precisamente na causa imediata da Inconfidência Mineira, movimento conspiratório no qual se mesclam ideais políticos e interesses pessoais ameaçados. Deficientemente planejado, carente de direção e falhas em sua organização, o movimento arrasta, sem dúvida, a personalidades representativas do meio cultural, político, militar e religioso da capitania, e – segundo alguns documentos sugerem – conta não somente com o apoio de comerciantes locais e do Rio de Janeiro, como também com amplas simpatias populares. Se explica assim que, alarmada pelo curso dos acontecimentos, a metrópole, ao mesmo tempo que aplastra no nascedouro a conspiração, suspende também a ordem da “derrama” e abandona definitivamente essa prática no futuro.

 

 Mesmo que não falte documentação sobre a Inconfidência, e existam inclusive bons estudos sobre a matéria, a fantasia histórica tem retocado consideravelmente sua imagem. De uma maneira geral, e talvez involuntariamente, tem se dado traços que aproximam o martírio de Tiradentes à Paixão de Cristo. Isto aparece na redução dos conjurados a 13, quando o processo judicial alcançou a 29 pessoas (das quais três morreram no curso do mesmo) e as condena, a onze; é visível também na eleição de Judas, o coronel português Joaquim Silvério dos Reis, apesar de que a história registra pelo menos dois nomes mais de denunciantes; se cristaliza enfim o retrato de Tiradentes, com sua túnica branca de condenado, com seus cabelos longos e as largas barbas de profeta bíblico.

 

 É, com efeito, na caracterização do alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes, que a lenda adquire toda a sua dimensão. O exame dos fatos tende a mostrar que esse humilde oficial – que tinha também a profissão de dentista (de onde vem o apelido de “Tiradentes”), – foi na conjura mais um enlace e um agitador, que um dirigente ou um organizador. Este é, porém, o papel que lhe é atribuído pela história.

 

 A atitude da Coroa portuguesa no processo judicial contribuiu, sem dúvida, para isso, já que lançou toda a sua força repressiva contra esse elo mais frágil da cadeia conspirativa: a todos os condenados indultou com o exílio, a ele o condenou “à morte natural para sempre”, na forca, ao esquartejamento, e a exibição pública de seus restos, para servir de lição. Também é verdade que, segundo os autos do processo e os testemunhos da época, a serenidade e a firmeza de Tiradentes na prisão e na morte, deixaram profunda impressão na mente do povo e lhe valeram o título de “mártir da Independência”. Qualquer que seja a verdade, Tiradentes se converteu, postumamente, na figura máxima e no símbolo das aspirações brasileiras à liberdade.

 

 O MITO E A REALIDADE

 

 Se passa muitas vezes ao largo o fato de que, em seu plano programático, os inconfidentes estiveram sob influência de alguns movimentos precedentes, já que postulavam a separação de Portugal e a instituição da república. A simpatia de seus elementos mais cultos pelo ideário dos revolucionários franceses não foi suficiente para levá-los a preconizar também a supressão do regime escravo. Por outro lado, a dupla meta que propunham – independência e república – só posteriormente foi aceita pela ideologia oficial brasileira, já que a independência conquistada em 1822 não conduziu a um regime republicano, senão a uma monarquia. A consigna republicana da Inconfidência teve que esperar, pois, até 1889, ou seja, um século, para ser reconhecida oficialmente.

 

 As características do movimento de 1789 explicam que tenha sido visto normalmente com desconfiança nas esferas governamentais, e que as correntes políticas de vanguarda o tenham sempre tomado como bandeira contra o status quo. Foi o que ocorreu em meados do século passado (XIX), no reinado de D. Pedro II, quando a monarquia tentou inutilmente opor-se ao movimento de opinião republicana, forte principalmente entre a juventude universitária, que buscou reavivar a memória de Tiradentes construindo-lhe um monumento no Rio de Janeiro. É o que se passa em nossos dias, quando o atual regime militar se irrita visivelmente sempre que as manifestações de homenagem a Tiradentes escapam do marco oficial, e se enfatiza o caráter libertador e anti-colonialista da Inconfidência Mineira.

 

 É por isso que, a quase dois séculos de sua morte, Tiradentes continua ameaçadoramente erguido frente às forças da exploração e da opressão. Na história, a fantasia pode ser, com efeito, mais real que os fatos mesmos, já que ao reivindicar seu passado, o povo o faz à medida das lutas presentes, projeta sobre ele suas esperanças e suas aspirações e o converte em ação. Mais do que conservar a história, se preocupa em faze-la, e é como a transforma em força viva de mudança e em parteira de um mundo melhor.

 

*Publicado originalmente em El Día, Testimonios y Documentos, México, em 15 mayo de 1968

 

Fonte: Sérgio Cruz, Hora do Povo