Ciro Gomes diz que Dilma errou nos juros altos e ao abrir mão do desenvolvimento nacional durante atividade da UNE
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, apontou erros do governo Dilma e conclamou a esquerda para se unir à frente de um novo projeto de desenvolvimento nacional, durante o 64º Conselho de Entidades Gerais da União Nacional dos Estudantes (Coneg/UNE), realizado entre os dias 15 e 17 deste mês, em São Paulo.
“Estamos perdendo a batalha não só para esse bando de picaretas, mas para os nossos erros. Precisamos aclarar essa confusão e seguir o rumo da unidade”, disse Ciro.
Ciro também destacou que a alta taxa de juros implementada durante o governo Dilma foi um dos principais entraves do nosso desenvolvimento. “Praticamente em todos os setores o Brasil não tem uma plataforma de desenvolvimento nacional. Não tem uma plataforma nacional de indústria automobilística, o Brasil não tem uma plataforma nacional de indústria de eletroeletrônico, não tem uma plataforma nacional de indústria farmacêutica. Sabe o quanto é o buraco na conta externa do Brasil com a indústria farmacêutica, só com royalties, são cinco bilhões de dólares”.
Outra questão nacional importante abordada por Ciro foi sobre o setor das comunicações do Brasil. “O acesso do Brasil a todas as suas comunicações militares ainda, 13 anos depois do PT estar no poder, é feito através dos satélites norte-americanos. O GPS que guia os submarinos e os navios da Marinha é norte-americano. Basta o americano mexer um botãozinho para gerar uma imprecisão no GPS e a Marinha brasileira vai bater na África, querendo chegar na Amazônia”, afirmou Ciro Gomes.
“A esquerda precisa recelebrar a ideia de desenvolvimento no Brasil e banir a ideia de que desenvolvimento é assunto do mercado. Nunca houve prática disso na história da humanidade ou alguém aqui imagina América do Norte, a maior potência imperialista do mundo, ser o que é pelo espontaneísmo individualista do mercado?”, questionou.
Para Ciro, a política econômica do governo Dilma foi estúpida. “Quem é que está escapando do colapso neoliberal dessas últimas duas décadas não é o Brasil, nem a América, nem a Europa que está morta. Quem está escapando é a Coreia que não fez essa economia política estúpida; quem está escapando é a China, que não fez essa economia estúpida”.
“Para sair da crise nós temos que debater um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil. Eu advogo que é o Estado Nacional, recuperado, saneado, restaurado na sua condição de financiamento, o que quer dizer uma batalha política depois da outra. Isso tem a ver com política industrial de comércio exterior, tem a ver com uma política de relações internacionais completamente diferente dessa que está aí. O desenvolvimento que precisa ser criado no Brasil tem a ver com a superação da desigualdade e o investimento em gente, em que o gasto per capita em educação não decline”, pontuou Ciro.
Fonte: Maíra Campos do jornal Hora do Povo
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