CCES3858

Estudantes decidem que querem o fim da aprovação automática no 26° congresso da UMES!

CCES3858

 

Assim como nos demais congressos o tema mais debatido no 26° Congresso da UMES foi a situação da educação pública no Brasil.

 

Por se tratar do maior debate e de onde houve as mais profundas resoluções, aprofundaremos cada resolução em uma série de matérias que soltaremos nos próximos dias.

 

Nesta primeira matéria sobre as resoluções do grupo de educação colocaremos um pouquinho do que foi o debate e a participação dos estudantes e a resolução sobre o fim da aprovação automática.

 

UMES! UMES! Educação! Educação!

 

Sob os gritos por mais educação começou o debate. Com a mesa composta por Caio Guilherme – ex-presidente da UMES, Thais Jorge – ex-vice presidente da UMES, Guilherme Bianco – Diretor da União Nacional dos Estudantes, Anderson Tony – Presidente de UNEFORT, Pedro Gorky – Presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Lucas Chen – presidente eleito, Larissa Sotero – diretora de escolas técnicas da UMES eleita.

 

Abrindo os trabalhos, Caio Guilherme chamou os estudantes a darem suas opiniões, reivindicações e fazerem as denúncias sobre suas escolas. “A educação pública que é oferecida a nós não ensina ninguém, o resultado disso é que somente 7% dos alunos saem da escola sabendo matemática e 1/4 desses mesmos estudantes sabem português. A escola que precisamos é aquela onde temos um laboratório de informática, outro de biologia, química e física, a escola que queremos é aquela que temos quadra sem buracos, coberta e com os materiais esportivos para usarmos. A escola que cada um aqui quer, precisa e merece é aquela onde tucano nenhum rouba nossa merenda. Essa escola que nos é oferecida não nos serve mais, ela não forma e não é interessante e é por tudo isso, ou por falta dessas coisas que vemos as salas sendo esvaziadas no decorrer do ano, onde 1 a cada 3 dos nossos colegas abandonam os estudos atrás de emprego, que não encontram. E aqui é o espaço onde vocês podem denunciar e podemos juntos mobilizar à todos por uma educação de qualidade.”

 

Para Pedro Gorky – presidente da UBES, os estudantes devem “lutar por uma educação pública de qualidade e inclusiva para negros, Mulheres e LGBT. A UBES e diversos movimentos estudantis uniram-se para juntos barrars esse governo que acaba com nossos direitos. 25% da nossa juventude está desempregada. E com nossa força, nossa voz vamos conseguir dar resposta ao povo brasileiro e impedir que esses canalhas fiquem impunes e sejam cobrados por seus atos.”

 

Fazendo referência a fala de Gorky, Tony – presidente da UNEFORT questionou “Onde estava a UBES quando os estudantes precisaram dela? Quando a Dilma cortou R$4,5 bilhões da educação ou quando entregou R$512 bilhões pra banqueiros?” continuou apontando que tanto em Fortaleza quanto em São Paulo, as escolas estão sucateadas e não é difícil falar de educação, pois “o que falta é vontade de construir boas escolas e universidades e parar de dar dinheiro nas mãos de banqueiros e investir na educação, transformar a escola em algo interessante aos jovens, porque a qualidade da escola não atrai mais o aluno e mesmo a cada ano o número de matrícula crescendo, cresce também no número de evasão escolar” finalizou apontando que o caminho para a construção da escola que sonhamos passa “pelo movimento popular e estudantil e nesse sonho não tem Temer, Dilma é muito menos João Doria”.

 

Os estudantes se inscreveram e o resultado foi uma enxurrada de falas sobre as péssimas situações estruturais em que se encontram as escolas de São Paulo, “estudo em uma escola sucateada… Sem forro no teto e quando chove, molha mais dentro do que fora da escola. Precisamos tirar quem está desviando o dinheiro de nossas escolas e tirar esse ladrãozinho que rouba de pobre para dar ao rico. Amo essa pátria, e me dá orgulho em ver a UMES nos representando com as cores verde e amarelo”, declarou Igor Pinheiro, estudante da EE Eliza Rachel, uma escola do extremo leste da cidade.

 

CCES3978

 

Esperamos ter conseguido demonstrar para vocês um pouquinho do que foi o debate. A seguir entramos na primeira resolução de Educação.

 

 

  • Fim da aprovação automática

 

O fim da aprovação automática é uma tese defendida por diversas gestões da UMES e acreditamos que assim será até sua derrubada.

 

A proposta da “Aprovação automática” entra em vigor em 1995, primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.

 

Uma das razões para sua implementação foi a de mascarar os índices da educação. Mais alunos aprovados, menos alunos retidos e menos avaliações com notas subjetivas (insuficiente, regular, bom e muito bom).

 

Assim sendo, a educação passa a funcionar por uma lógica mercantil, ou seja, quanto mais rápido o aluno completa o ciclo de ensino, mais rápido ele sai da escola e deixa de ser um custo para o governo.

 

Com mentirosa melhora nos dados, esse herança maldita deixada por FHC se consolida e permanece até hoje nas escolas paulistas, pois demanda entre outras coisas uma vontade corajosa de transformação sem o medo de ver os tão inflados índices despencarem.

 

 

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário