Professores em greve exigem educação pública de qualidade na Alesp

 

Em greve desde o dia 13 de março, professores lotaram o plenário Juscelino Kubitschek, durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) na tarde de quarta-feira (22). Aproximadamente 500 professores participaram da audiência convocada pelo presidente da Alesp, deputado Fernando Capez, que reafirmou sua intenção de intermediar a negociação entre os professores e o Governo do Estado.

 

A audiência foi aberta com a falação da presidente da Apeoesp, Bebel, que exigiu reajuste salarial de 75,33% para equiparar o salário dos professores com as demais categorias com formação de nível superior, conforme a meta 17 do Plano Nacional de Educação estabelecida pelo governo federal. Durante sua fala Bebel também denunciou as péssimas condições de trabalho dos professores, que trabalham em salas superlotadas caindo aos pedaços. Bebel também pediu aumento do valor dos vales transporte e alimentação, aceleração dos processos de aposentadoria, entre outras pautas dos professores. Ela também pediu o apoio dos parlamentares na intermediação do Legislativo para a solução da greve, facilitando a abertura de negociação entre o governo e os professores.

 

Outros seis representantes dos professores subiram à tribuna para apresentar as reivindicações e denunciar o atual quadro da Educação no Estado. Para os professores a greve não luta apenas por uma campanha salarial justa, mas por educação pública de qualidade no Estado.

 

A audiência foi dirigida pelo presidente da Alesp, deputado Fernando Capez (PSDB), que concedeu 10 minutos para a intervenção dos professores, seguidos de seis deputados. “Os deputados estão aqui principalmente para escutarem, mas também para manifestarem sua concordância ou não com a greve”, afirmou Capez. A iniciativa do tucano foi elogiada pelo deputado Geraldo Cruz, líder do PT, segundo ele a iniciativa tucana para organizar a audiência foi histórica na Alesp.

 

Durante a audiência o líder do PSOL, Raul Marcelo, disse que “o governo considera que os grevistas estão na ilegalidade, mas o direito de greve é constitucional, como também é constitucional o pagamento de salários na mesma base de valor para quem tem nível superior no funcionalismo”. Para o deputado Carlos Giannazi (PSOL) os deputados de São Paulo não podem aceitar que o governo ignore o Plano Nacional da Educação, desrespeitando os direitos de professores e alunos no Estado.

 

Pouco antes do início da audiência houve um tumulto como consequência da ação da Polícia Militar, que dificultou a a entrada dos professores nas galerias do Plenário Juscelino Kubitschek, resultando na detenção do professor Wanderlei Aparecido Moreira Nepomuceno, de Mauá. O professor foi jogado no chão pelos policiais e algemado, apesar da interferência de e diretores da Apeoesp, ele foi conduzido ao 36º Distrito Policial, onde foi lavrado termo circunstanciado.

 

Os deputados agendaram uma nova audiência pública com os professores para a próxima quarta-feira (29/4).

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