‘Reorganização disfarçada’ fecha 1.363 salas de aula em SP

 

Desde o último balanço, realizado na semana passada, foi registrado aumento de 203 no número de turmas extintas

 

De acordo com levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o número de salas de aula fechadas, apenas neste ano, na rede pública em todo o estado chegou a 1.363 no dia de hoje (25). O que vem sendo chamado de “reorganização disfarçada” por professores e estudantes é visto com preocupação pelo sindicato.

 

“Fechamento de classes e escolas não combina com qualidade da educação, mas esta não parece ser a preocupação do governo do estado de São Paulo”, afirma a Apeoesp. A capital e diversas cidades do interior tiveram salas fechadas, de acordo com o sindicato, com base em dados de 51 de suas 93 subsedes.

 

Apenas em Franca, no norte do estado, 45 salas foram fechadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O balanço anterior, divulgado na semana passada, registrava o fechamento de 1.160 salas. Foram 203 turmas extintas em uma semana.

 

Coletivos de estudantes e professores demonstram, pelas redes sociais, indignação com o que chamam de 'reorganização disfarçada'. “Infelizmente ou felizmente não fecharam a escola Emílio Souza Penna, na zona norte de São Paulo, mas sem autorização mudaram o horário do meu filho que já era estudante desta escola. Mas quando iniciaram as aulas a surpresa: ele terá que estudar à noite em um local de difícil acesso”, relata a mãe de um estudante na página “Não fechem minha escola”, do Facebook.

 

A gestão de Alckmin havia apresentado no ano passado a proposta de “reorganização” do ensino. Com ausência de diálogo com estudantes, professores e comunidade, a reação veio em cadeia. Para evitar o possível fechamento de ao menos 94 escolas, jovens iniciaram um movimento de ocupação de escolas por todo o estado. No auge, foram 213 escolas. Com o apoio de entidades sindicais, artistas e de toda a sociedade civil, a intensa mobilização culminou com a queda do então secretário da Educação, Herman Voorwald, e a rejeição do processo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

 

Fonte: APEOESP

 

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