Alckmin fecha 1.112 salas e “desorganiza escolas” em 2016

 

Embora o governo de São Paulo negue que o fechamento de salas e turmas conforme prévia seu projeto de “reorganização escolar”, derrotado em 2016, professores, estudantes e a mídia em geral tem demonstrado o contrário.

 

Para a APEOSP, de acordo com levantamento divulgado no último dia 15, o governo Geraldo Alckmin fechou mais de 1.112 salas de aulas em 47 regiões de São Paulo, desde o início do ano letivo. O sindicato afirma que o número ainda é preliminar pois faltam informações de 46 regiões. “Estão sendo fechadas salas de aula e estava em curso um projeto de reorganização. Ora, esse movimento não é outra coisa senão uma reorganização silenciosa”, denunciou a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel). “Estão faltando regiões muito populosas do estado, como Campinas. O número real de classes fechadas deve ser muito maior”.

 

Os estudantes por sua vez denunciam que além das salas e turmas fechadas muitos estudantes ainda não conseguiram realizar suas matrículas. “A diretoria da UMES tem visitado diversas escolas e há muita reclamação de salas fechadas e alunos remanejados sem nenhum diálogo. Muitos são surpreendidos quando chegam na escola. O que mais chama a atenção são as filas de matrícula, dezenas de pais ainda estão indo todos os dias as escolas na tentativa de matricular seus filhos. Muitos destes são de escolas particulares que devido a crise econômica tiveram que cortar a mensalidade do orçamento”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES.

 

 

O jornal Folha de S. Paulo e até mesmo o portal G1 também publicaram denúncias sobre a “reorganização branda” do governo de São Paulo.

 

A matéria da Folha, publicada nesta quinta (18), demonstra que muitos alunos foram surpreendidos no primeiro dia de aula com a sua transferência forçada para escolas mais distantes, ou até mesmo para outros turnos, como é o caso da estudante Maria Alice Nogueira (6). A criança havia sido matriculada pela mãe, Maria do Carmo Nogueira (36), na E. E. Soich Mabe, porém a quatro dias do início das aulas a mãe foi surpreendida com a notícia de que a turma de sua filha teria sido fechada. O resultado foi a transferência forçada para uma escola a 4,6 quilômetros da casa da menina (40 minutos de ônibus). A bagunça custou caro para a família que precisa todos os dias arcar com 4 passagens de ônibus.

 

A reportagem da Folha também apurou que ao menos 12 escolas estaduais da capital paulista tiveram turmas fechadas. Embora o governo relate que o número de matrículas tenha caído mais de 140 mil durante o ano de 2016, diversas escolas afirmam que muitas salas ultrapassam o limite de 40 alunos.

 

Até mesmo a E. E. Fernão Dias, primeira escola a ser ocupada na capital, sofreu com a “reorganização branda”. Na ocasião 30 alunos foram surpreendidos no primeiro dia de aula ao conferir a lista de presença pela manhã, quando esperavam iniciar seus estudos no 3º anos do ensino médio. A surpresa era que seus nomes constavam na lista do noturno.

 

“Como sempre, a mudança não foi conversada com os alunos”, desabafou Igor Miranda (17). “Não posso escolher entre um e outro”, disse André Luís (17), que estuda eletrônica à noite na ETEC Guaracy Silveira, relatou a Folha.

 

Na E. E. Prof. Ceciliano José Enne, zona oeste, muitos pais deram com a cara no portão devido a mudança de horário em 118 escolas de período integral. “Foi dando 7h10, 7h15 e nada. Alguns pais começaram a bater no portão dizendo que precisavam trabalhar”, afirmou a doméstica Rosemeire de Souza (43), que é mãe de um garoto de dez anos. “Ninguém avisou para a gente poder se programar. É uma bagunça”.

 

A Secretaria de Educação até agora não disse quantas turmas e salas foram fechadas, porém em nota afirmaram que a “bagunça” faz parte de um processo “natural da rede”. Tanto estudantes quanto professores denunciam que estas ações fazem parte do projeto do governo de São Paulo para superlotar ainda mais as salas da rede pública: “a reorganização escolar”, proposta no final de 2015. O combate ao projeto resultou em mais de 200 colégios ocupados contra o fechamento de 92 escolas e a transferência de 310 mil alunos.

 

Kauê: estudantes são contra a reorganização!

 

 

Publicamos abaixo entrevista com o presidente da UMES, Marcos Kauê, sobre os principais temas da educação de São Paulo. No bate papo Kauê reafirmou a posição dos estudantes contraria a reorganização (projeto do governo de São Paulo para cortar da dinheiro da educação fechando escolas e superlotando ainda mais as salas de aula), condenou o roubo da merenda, os cortes na educação e lembrou que eleição de grêmio quem faz são os estudantes

 

 

Kauê o novo secretário de Educação, José Renato Nalini, tem manifestado que vai levar adiante a reorganização, "com muito diálogo". Como a UMES avalia essa questão?

 

Os estudantes já deixaram claro que são contra essa reorganização que o governo propõe. Sabemos que essa medida é única e exclusivamente para cortar gastos e não é disso que a educação precisa. Para melhorar a educação é necessário reduzir o número de alunos por sala, aumentar o salário dos professores a níveis aceitáveis e revolucionar nossas escolas no que diz respeito a infraestrutura. E isso só vamos fazer ampliando os investimentos em educação e construindo novas escolas!

 

Porém a proposta do governo de São Paulo é fechar mais de cem escolas, e transferir centenas de milhares de alunos com sua reorganização, superlotando ainda mais nossas salas de aula. E esse ano os cortes dessa reorganização já começaram: foram mais de 1000 salas fechadas, como aponta a APEOESP, e em entrevista ao G1 o novo secretário de Educação afirmou que apenas esse ano o orçamento de sua secretaria foi reduzido em R$ 1,5 bilhão.

 

Em relação a superlotação, mais de mil salas já foram fechadas em 2016 de acordo com a Apeoesp. E ao menos 12% dos alunos das escolas privadas migraram para as escolas públicas. As salas estão ou não superlotadas? Para onde foram esses alunos?

 

No início do ano passado, em fevereiro, foi veiculada uma matéria pelo Bom Dia São Paulo denunciando a superlotação das escolas durante a gestão Alckmin. Esse ano o governo tomou mais cuidado e não deixou que as listas de chamada ultrapassassem mais de 40 alunos por sala. Porém há filas e mais filas de pais querendo matricular seus filhos. Ontem eu estava na E. E. Caetano de Campos da Consolação e havia uma fila gigante de pais buscando matricular seus filhos.

 

Nós estamos atentos! Enquanto o governo diz que existem vagas ociosas a realidade nas escolas é que as matrículas ainda não foram efetivadas totalmente. E nós, estudantes, não vamos aceitar nenhuma sala superlotada e vamos brigar para que a rede se adeque a reivindicação dos estudantes e professores para que nossas escolas cheguem ao patamar mínimo de 35 alunos por sala!

 

 

O secretário também disse que vai organizar as eleições dos grêmios, coisa que nem mesmo a ditadura fez. O que a UMES acha disso?

 

Esta ação do secretário é muito suspeita e está ligada a uma prática que se iniciou no último ano quando algumas diretorias de ensino passaram a tentar dirigir as eleições dos grêmios em diversas escolas. Muitas diretorias chegaram a manter reuniões constantes com as lideranças de algumas escolas na tentativa de engessar o movimento estudantil, chegando a desmobilizar alguns estudantes da luta contra a reorganização, ou mesmo durante a greve dos professores, um pouco antes. No dia-a-dia descobrimos que a intenção da diretoria de ensino não era fortalecer ou estimular a organização dos estudantes, mas sim neutralizar e intervir na nossa ação e organização, o que contrária a lei federal do grêmio livre [Nº 7.398, de novembro de 1985].

 

Embora seria muito positivo contar com o Estado de São Paulo para fortalecer o movimento estudantil, contando com mais apoio e abertura dentro das escolas para estimular a ampliação dos grêmios. Mas infelizmente acreditamos que essa ação é mais uma manobra para intervir nos grêmios, indicar sua diretoria e neutralizar o movimento estudantil nas escolas.

 

Reunião da diretoria após revogação da reorganização pelo governo de SP

 

Durante os mais de 20 anos de governo do PSDB em São Paulo as matrículas foram reduzidas em dois milhões. Entre 2015 e 2016 a redução alcançou o número de 187 mil. O que isso significa?

 

Isso é o efeito crescente do sucateamento da educação em São Paulo e no Brasil: são cortes e mais cortes contra a educação. A escola se torna obsoleta e atrasada, não é interessante para a juventude. E para piorar aqui em nosso estado, há mais de 20 anos, existe um esforço crescente para tirar a juventude das escolas. São salas superlotadas, escolas sem laboratórios ou quadras. Há casos onde os quadros negros estão quebrados. Falta professor, e quando não falta o desestimulo deles é muito grande já que nossas escolas não dão condições de trabalho dignas, já que possuem carga horária muito elevada na tentativa de aumentar um pouco seus salários baixos.

 

E sobre o argumento do governo de que a natalidade caiu, quando olhamos os dados fica claro que isso é sacanagem, porque a natalidade caiu muito menos que o observado nas matrículas de São Paulo. E no último período também houve uma grande transferência de estudantes da rede pública para a privada, o que está se revertendo com a crise econômica. Para onde esses alunos vão se aqui em São Paulo o governo está fechando salas e escolas?

 

Você comentou que a diretoria da UMES tem verificado muitas filas de pais para matricular seus filhos. De onde vem esses estudantes?

 

Esses estudantes vem de matrículas e de rematrículas que não foram realizadas na data correta, e principalmente da migração dos estudantes da rede particular para rede publica já que a crise econômica está obrigando as famílias a cortarem diversos gastos.

 

E o escândalo das merendas?

 

É uma verdadeira vergonha, um grande desrespeito com a juventude. Parece que não se respeita mais nada no Estado. A corrupção chegou a um ponto onde há quem roube até mesmo a merenda das crianças.

 

A merenda tem uma função importante na rede pública, principalmente para os estudantes em situação de vulnerabilidade social que tem na refeição escolar parte considerável de sua alimentação diária. Mas discutir a educação de São Paulo durante a gestão Alckmin virou motivo de piada. O mesmo Fernando Padula [então chefe de gabinete da Secretaria de Educação do Estado, até sua exoneração há algumas semanas] que foi até o Mazé [E. E. Maria José] em novembro iniciar a guerra contra os estudantes é o mesmo envolvido no roubo das merendas.

 

Ministério público pede adiamento de edital que privatiza escolas de GO

Estudantes durante manifestação em dezembro (Foto: CGC Educação)

 

Após identificar pontos inconstitucionais no edital de chamamento de Organizações Sociais (OSs) para administrar 23 escolas em Goiás, o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Ministério Público de Contas do Estado recomendaram o adiamento da convocação até que as irregularidades sejam solucionadas.

 

A recomendação, divulgada ontem (16), foi feita à secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira. O governo goiano tem dez dias para se manifestar.

 

De acordo com os promotores e procuradores, a iniciativa do governo de Goiás fere a valorização dos profissionais de educação, estipula valores a serem repassados às entidades sem divulgar os critérios utilizados na definição, foi estabelecido sem diálogo com a comunidade escolar, entre outros.

 

"Chegamos à conclusão que o projeto referencial é inconstitucional", disse o promotor do MP-GO Fernando Krebs, um dos que assinam o texto. "Vai piorar a qualidade da educação. Vai promover a terceirização, a privatização às avessas da escola pública", acrescentou.

 

O edital de chamamento das OSs foi publicado no fim de dezembro do ano passado. Ontem (15), ocorreu a abertura de envelopes com as propostas. Nenhuma das dez organizações participantes entregou a documentação completa. Uma nova sessão foi agendada para o próximo dia 25.

 

"Se o edital não for suspenso, vamos recorrer à Justiça e pedir uma decisão liminar". Caso o edital não seja adiado, a intenção é levar a questão ao conhecimento da Procuradoria-Geral da República para uma eventual ação direta de inconstitucionalidade.

 

Fonte: Agência Brasil

 

Escândalo da merenda: Capez diz ‘não ser responsável pelas ações de seus assessores’

Foto: Reprodução/Centro de Liderança Pública

 

O presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), afirmou que não é “responsável pela ação de seus assessores”, após ser citado como destinatário de propina por ex-dirigentes da cooperativa Coaf, acusada de fraudar a merenda em São Paulo.

 

A investigação apurou um contrato da Coaf com a Secretaria Estadual da Educação para fornecimento de R$ 8,5 milhões em suco de laranja.

 

Capez diz que prefere acreditar que seu nome tenha sido usado por ex-assessores. Dois ex-assessores do tucano são investigados: Jéter Rodrigues, que disse anteriormente ao jornal Folha de S. Paulo, que Capez nunca lhe pediu nada, e Merivaldo dos Santos, que caiu em um grampo da polícia.

 

Segundo ex-dirigentes da Coaf, o governo cancelou um primeiro contrato, em que não houve propina, para fazer um segundo, mediante um acerto. Para o presidente do Legislativo, se houve um esquema na merenda, ele ocorreu em um “nível hierárquico mais baixo”, sem envolvimento de políticos do PSDB.

 

O desembargador Sérgio Rui da Fonseca, do Tribunal de Justiça de São Paulo, decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Capez, e de dois ex-assessores do governo Alckmin – Luiz Roberto dos Santos, o ‘Moita’, ex-Casa Civil, e Fernando Padula, ex-Secretaria da Educação – citados na Operação Alba Branca, investigação que desmontou quadrilha da merenda escolar.

 

Sergio Rui da Fonseca autorizou a abertura de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) contra Capez, ‘Moita’, Padula e integrantes da cooperativa Coaf por corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e organização criminosa.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

Estado de SP impõe redução de 1 hora de aula em 118 escolas

E. E. Prof. Ceciliano Jose Ennes foi uma das afetadas (Foto: Estadão Educação)

 

A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) reduziu em uma hora as aulas em 118 escolas estaduais que têm período integral. Muitos pais foram surpreendidos no primeiro dia de aula ao descobrirem que os filhos ficariam apenas oito horas na escola – e não mais nove, como nos anos anteriores.

 

Como de costume, a empregada doméstica Elenice Rocha, de 57 anos, preparou-se para deixar a filha de 8 anos às 7 horas na Escola Ceciliano José Ennes, no Itaim-Bibi, e depois seguir para o trabalho. Mas, anteontem, os portões só abriram às 7h30. "Os pais ficaram esperando do lado de fora, sem nenhum aviso ou informação. Só depois que estávamos todos lá fomos informados que o horário havia sido alterado para entre 7h30 e 15h30, e não mais até as 16 horas, como estávamos acostumados."

 

Ela e outros pais da escola estão preocupados com a mudança repentina por ter de alterar os horários de seus expedientes para buscar e levar os filhos. A faxineira Eliana Aparecida da Silva, mãe de um aluno de 10 anos, combinou com uma colega, que tem o filho na mesma sala, para alternar os dias em que vão buscar os estudantes. "Eu chego às 15h30 em um dia e espero com as crianças na rua até ela chegar, às 16 horas. No dia seguinte, ela faz isso. Assim, reduzimos os dias em que vamos precisar sair mais cedo do trabalho."

 

Fonte: UOL Educação

Grêmio do Astrogildo comemora formatura de alunos após vitoria sobre projeto para fechar escolas

 

No último dia 12 os estudantes da E. E. Prof. Astrogildo Arruda realizaram a formatura das turmas do terceiro ano do ensino médio e oitava serie do ensino fundamental. A cerimônia foi organizada no teatro da E. E. Dom Pedro I, também da zona leste.

 

No total se formaram 2 turmas do terceiro ano do ensino médio, um terceiro ano do EJA e quatro turmas da oitava serie do fundamental.

 

Para o estudante Lucas Bismarck, presidente do grêmio, que concluiu o ensino médio em 2015 na escola, sua vivencia no ambiente escolar o proporcionou anos “fantásticos”. “A mobilização e envolvimento dos estudantes contra o fechamento da escola pelo projeto da reorganização [do governo de São Paulo] deixaram grandes lembranças para sempre”.

 

A formanda Joice agradeceu aos professores da escola, especialmente a Priscila, Cristina e Paulo, e disse que aprendeu muito durante os anos que estudou no Astrogildo. “Espero trabalhar como eles quando iniciar minha vida profissional”. Já a estudante Daniela disse que a escola foi sua segunda casa e sua segunda família. Para ela se formar após as ocupações que permitiram que a escola permanece-se aberta foi uma grande satisfação.

 

 

 

Crise econômica intensifica transferência de alunos da rede privada para a pública

 

A pergunta que nos fazemos é para onde estão indo estes alunos em São Paulo, já que em 2016 o governo realizou 187.890 matrículas a menos, conforme dados da Secretaria de Educação do Estado

 

Com a crise econômica, muitas famílias tiveram que cortar gastos e alguns pais transferiram filhos da rede de ensino particular para a rede pública. A diretora da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, diz que as escolas particulares perderam entre 10% e 12% das matrículas em 2016, por causa, principalmente, da crise financeira.

 

Segundo Amábile, a Fenep identificou a saída de estudantes de escolas privadas, principalmente de famílias das classes C e D – parcela da população que teve ganho de poder aquisitivo antes da crise e agora sente mais os efeitos da desaceleração econômica.

 

"Teve migração maior de escolas que atendem as classes C e D, que cresceram mais nos últimos cinco anos com aquela ilusão do grande boom do crescimento. Essas classes tinham o sonho de colocar os filhos na escola particular e, com os cortes que fizeram no orçamento, a escola não coube mais", disse Amábile. Segundo ela, nas escolas que atendem predominantemente as classes A e B, houve aumento de 3% a 4% nas matrículas.

 

No Distrito Federal, este ano a rede pública recebeu 10 mil solicitação de matrículas a mais que em 2015. O subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional da Secretaria de Educação local, Fábio Pereira, disse que o principal motivo do aumento da demanda deve ser mesmo a migração de estudantes da rede privada para a pública, por causa da crise e do encarecimento das mensalidades escolares.

 

"A Secretaria de Educação recebe em média 30,32 mil solicitações de novas matrícula a cada ano, e neste foram cerca de 42 mil. Isso, certamente, reflete a transferência desses alunos da rede particular para a [rede] pública, e também a chegada de novas crianças ao Distrito Federal", disse ele.

 

Menos despesas

 

Frederico de Carvalho, que trabalha na área de marketing esportivo e cultural, viu a crise avançar e recorreu a duas alternativas para reduzir os gastos com os estudos dos filhos este ano: transferiu o filho de 17 anos da escola particular para a pública e a filha de 4 anos continuou na rede particular, mas agora em uma escola com valor da mensalidade menor.

 

Fonte: Agência Brasil 

EMEF Celso Leite forma comissão pró-grêmio

 

A diretoria da UMES se reuniu na manhã desta terça (16) com a comissão pró-grêmio da Emef. Celso Leite Ribeiro Filho, localizada na Bela Vista.

 

Durante a reunião, as lideranças juvenis da escola discutiram com Marcos Kauê, presidente da UMES, a eleição do grêmio para o ano de 2016 e diversos projetos e ações dos estudantes para integrá-los a UMES e apoia-los na consolidação do movimento estudantil dentro da escola durante o ano.

OCDE aponta que educação brasileira não desenvolve capacidades básicas de milhões de estudantes

 

Em 2015 o governo federal cortou mais de R$ 11,4 bilhões da educação, e já para 2016 o governo de SP anunciou cortes de R$ 1,5 bilhão

 

Enquanto os governos (federal e estadual) seguem anunciando cortes e mais cortes na educação, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou na semana passada um relatório onde o Brasil aparece como o segundo país com maior número de estudantes com baixa performance em matemática básica, ciências e leitura.

 

O documento intitulado “Alunos de baixo desempenho: por que ficam para trás e como ajudá-los?” avaliou 64 países com base em dados de 2012, do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da própria organização.

 

O estudo aponta que cerca de 1,1 milhão de estudantes brasileiros não têm capacidade de compreender o que leem, ou mesmo conhecimentos essenciais em matemática e ciências. Em todo o mundo este número corresponde a 12,9 milhões de estudantes com 15 anos de idade.

 

No Brasil foram avaliados 2,7 milhões de alunos de 15 anos, onde 1,9 milhão apresentaram dificuldades em matemática básica, 1,4 milhão em leitura e 1,5 milhão em ciências. Partindo desses resultados o estudo indica que 1.165.231 estudantes possuem dificuldades para cumprir tarefas básicas nas três áreas de conhecimento.

 

Ano passado o governo federal cortou mais de R$ 11,4 bilhões da educação, enquanto o governo estadual R$ 670 milhões. Neste ano o governo do estado já anunciou cortes de R$ 1,5 bilhão na pasta.

 

Bebel denuncia roubo da merenda e critica reajuste zero e reorganização do governo de SP

 

Abaixo publicamos o artigo da presidente da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha, comentando a entrevista do Secretário da Educação, José Renato Nalini, à Folha de S. Paulo

 

Em 13/02, realizamos a primeira reunião do Conselho Estadual de Representantes da APEOESP. As deliberações serão publicadas em boletim próprio no dia 15/02. Lá nós debatemos algumas coisas muito importantes. Entre elas:

 

Reajuste zero de novo? nem pensar!

 

Os professores não aceitam mais um ano sem reajuste salarial.

 

Não aceitamos também que as escolas percam qualidade. Pelo contrário, lutamos por melhores condições de trabalho e de ensino-aprendizagem, para que haja mais qualidade na educação pública no estado de São Paulo.

 

O conceito de valorização da nossa profissão passa pela afirmação de que nenhum professor ou professora pode ganhar menos que os demais profissionais com formação de nível superior, como prevê a meta 17 do PNE. Por isso, queremos que se estabeleça uma mesa permanente de negociação e já dissemos isto ao Secretário na reunião que ele manteve conosco no dia 2 de fevereiro. E vamos reafirmar na próxima reunião.

 

Vamos debater tudo isso nas reuniões de representantes no dia 08/03 e formular ponto a ponto as nossas reivindicações e os passos da nossa campanha.

 

Denunciamos a “reorganização silenciosa” ao Ministério Público

 

Nós não aceitamos a “reorganização silenciosa” que vem sendo feita – embora o Secretário diga que não – e vamos continuar a denunciá-la.

 

Já não são mais 900 classes fechadas, como diz a matéria.Já contabilizamos mais de 1050 e sabemos que este número pode até mesmo dobrar, pois ainda faltam informações de muitas regiões. A consequência óbvia é a superlotação das salas de aula. Nós lutamos para que o limite de estudantes por classe seja de 25 em toda a educação básica, exceto na educação infantil, que deve ser menor de acordo com suas especificidades.

 

Há escolas fechando turnos (sobretudo noturno), deixando estudantes sem opção a não ser migrar para outras escolas ou aguardar a idade necessária para frequentar a EJA. Isto pode explicar porque “sumiram” mais de 260 mil estudantes da rede estadual de ensino entre 2014 e 2015. Pura e simples exclusão! Há escolas que recusam matrículas no primeiro, sexto ano ou nono ano do ensino fundamental ou no ensino médio, embora haja demanda. Está se processando, sim, uma reorganização, à revelia da decisão judicial, e já fizemos a denúncia ao Ministério Público, anexando os dados coletados.

 

Vamos debater a educação pública com toda a sociedade

 

Não queremos realizar apenas discussões pontuais sobre a situação da rede estadual de ensino, caso a caso. Há uma concepção de Estado e de educação envolvida em cada medida tomada por esse Governo. E nós temos nossa concepção de Estado, de sociedade, de educação. É preciso que, como determinou a justiça, a Secretaria promova amplo debate, com participação da população. E nós já vamos começar esse debate nas escolas, na regiões, com os movimentos sociais, com professores, pais, estudantes e toda a sociedade. Nossa ideia é realizar em março uma grande conferência popular de educação. O povo na rua em defesa da escola pública.

 

Precisamos de gestão democrática nas escolas, que os conselhos de escolas sejam democráticos e funcionem, que existam grêmios livres, que as Associações de Pais e Mestres sejam espaços também de discussão do projeto pedagógico da escola. Os conselhos de escola, com funcionamento efetivo e democrático, devem ser o órgão de gestão das escolas e a partir dele outros espaços participativos,como comissões, podem ser criados por vontade da comunidade escolar,como mostrou a experiência das ocupações. A gestão educacional não pode ser prerrogativa das estruturas verticais da Secretaria.

 

Queremos novas fontes de financiamento da educação, discutir currículo, organização dos espaços e tempos escolares, os projetos arquitetônicos das escolas, todos os ataques que o Governo faz aos profissionais da educação, como colocar faltas injustificadas e descontar salários de professores doentes que aguardam a publicação de suas licenças, contra o que já ingressamos com ação judicial.

 

Quem rouba comida das crianças tem que ir para a cadeia

 

Queremos discutir formas de impedir que ocorram roubos como este escandaloso caso da merenda escolar, que precisa ser apurado rigorosamente, precisa de uma CPI na Assembleia Legislativa, precisa resultar na prisão dos culpados e no confisco dos bens obtidos com esse crime hediondo.

 

Diálogo não é só conversa, são resultados

 

Há muito, portanto, o que dialogar, conversar, debater, discutir com o Secretário da Educação. E, como dissemos a ele pessoalmente, para nós o diálogo deve produzir resultados que melhorem a educação pública no estado de São Paulo, atendendo as necessidades dos professores, dos estudantes e de suas famílias.