Servidores paralisam universidades federais contra ataques à Educação e à Previdência

 

Técnicos-administrativos mobilizaram 40 instituições em todo o país

 

Os servidores técnico-administrativos das universidades federais paralisaram suas atividades e realizaram atos na quarta-feira, 24, em diversas regiões do país. A categoria protesta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 395/2014, que legaliza a cobrança de mensalidade em cursos de extensão e pós-graduação lato sensu nas Instituições de Ensino Superior Públicas. Os trabalhadores também são contrários à reforma da previdência e a adesão dos hospitais universitários à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior do Público no Brasil (Fasubra), a greve de 24 horas da categoria ocorreu em 40 instituições.

 

Em Minas Gerais, os servidores realizaram diversas atividades para esclarecer os trabalhadores e a população sobre a necessidade de rechaçar os ataques a educação pública. Para o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais (SINDIFES), a PEC que autoriza a cobrança dos cursos de especialização nas instituições federais de ensino “contradiz o artigo 206 da Constituição Federal que afirma ser dever do Estado garantir a gratuidade do ensino, em todos os níveis, nas instituições públicas”, e que, se aprovada trará precedente para que o mesmo ocorra nos demais níveis.

 

No Paraná, os funcionários do Hospital de Clínicas (HC), vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba, cruzaram os braços para reivindicar melhores condições de trabalho. Segundo a servidora Carmem Miranda, “as cirurgias estão sendo suspensas por falta de material. Na verdade falta tudo. Nosso hospital entrou numa UTI. Está entubado para pior”, denunciou.

 

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), houve a paralisação da biblioteca central, do Restaurante Universitário (RU) e laboratórios. E nota, a Associação dos servidores da UFSM, além de criticar a proposta de Emenda à Constituição 395/2014, denunciou que “governo e empresários preparam uma nova reforma da previdência que promete piorar ainda mais as condições para a aposentadoria no país, especialmente para as mulheres”.

 

No Rio Grande do Norte, houve um ato público em frente ao Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal-RN e a realização de audiência pública com o tema: “Cessão de servidores dos hospitais universitários: solução, caos ou abandono?”.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Dia 1º de março todos às ruas contra os juros altos

 
Na próxima terça (1), estudantes e trabalhadores de São Paulo ocuparão a sede do Banco Central na Avenida Paulista contra os juros altos do governo, que em 2015 transferiu R$ 501,7 bilhões aos bancos impondo cortes bilionários nos direitos sociais e trabalhistas, levando o país a recessão e ao desemprego.
 

"Mais uma vez é necessário que os estudantes ocupem as ruas contra os juros porque essa política está destruindo o nosso país. Em 2015 os cortes na educação foram de 11,4 bilhões, e neste ano o governo já cortou mais de 1 bilhão. Tudo por que a política do governo federal é dar cada vez mais dinheiro aos bancos enquanto o povo paga a conta com cortes nos direitos, desemprego redução salarial e inflação. Por isso dia primeiro de março os estudantes estarão nas ruas com os trabalhadores para colocar um basta a política de tudo aos bancos e nada ao povo", afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES. 

 
As centrais sindicais Força Sindical, CGTB, UGT e Nova Central estão organizando sua mobilização desde o dia 17 de fevereiro. Para Ubiraci Dantas (Bira), presidente da CGTB, “a decisão de manter os juros nas alturas é inaceitável. É preciso baixar esses juros. São os mais altos do mundo. Não é possível o governo continuar sustentando banqueiros enquanto milhões perdem seus empregos, enquanto a miséria cresce, e a produção, a indústria, os serviços, tudo desaba”, disse o líder sindical que no site da entidade também condena a decisão do governo em estabelecer idade mínima para aposentadoria e a privatização do Pré-Sal.
 
A manifestação contra os juros altos acontece a cada 45 dias durante as reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). A concentração da manifestação terá início às 10 horas da manhã na Avenida Paulista, 1804.
 

Em conluio com Serra, governo federal golpeia a Petrobrás no pré-sal

 

Substitutivo acertado entre Serra e o governo tira da Petrobrás a condição de operadora única no pré-sal por 40 a 26 votos e 2 abstenções

 

O que se pode concluir da votação de quarta-feira, no Senado, em que foi aprovada a entrada das multinacionais petroleiras, como operadoras, no pré-sal, é que o ideólogo do governo Dilma chama-se José Serra. Não precisou ser eleito para mandar (e, principalmente, desmandar) na Presidência – bastou a adesão de sua ocupante, agora uma sequaz histérica do entreguismo serrista.

 

O projeto ainda vai ser remetido para a Câmara – e existem as ruas. Mas, se não fosse o apoio do governo, o destino do projeto Serra no Senado teria sido duvidoso, ou, no mínimo, muito mais difícil, como disse um senador governista:

 

O SR. LINDBERGH FARIAS (PT/RJ): … nós fomos derrotados por uma aliança do Governo com o PSDB. Eu estive hoje pela manhã no Palácio do Planalto, e a orientação era de lutar para manter a Petrobras como operadora única e os 30% – eu conversei com o Ministro Berzoini. Só que à tarde, já aqui na discussão, há uma mudança de posição. E, sinceramente, eu acreditava que podíamos ter ganho essa votação. Nós nos sentimos aqui abandonados numa matéria que é estratégica.

 

Berzoini e também o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner – segundo vários relatos – disseram aos senadores que a posição do governo era contra o projeto, quando até as baratas que transitam pela Praça dos Três Poderes sabiam que Dilma dissera ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que “não tinha objeções” ao projeto de Serra (v. HP 19/02/2016).

 

O senador Roberto Requião abordou o apoio do governo por outro ângulo:

 

O SR. ROBERTO REQUIÃO: … algumas lideranças nas quais o povo depositava a confiança e a esperança foram engolidas em um processo de corrupção, e isso abre um espaço terrível para que interesses que não são propriamente do Brasil caminhem, de forma firme e forte, em um processo de fragilização e mesmo de extinção de um projeto nacional. (…) com esse amortecimento da consciência nacional, com a frustração causada pela corrupção evidente de alguns líderes partidários, que tinham a confiança e eram depositários da esperança do povo, nós ficamos extremamente fragilizados. (…)  A corrupção é séria. Eu quero ver essa gente toda na cadeia, punida…

 

Realmente, a tentativa de entregar o pré-sal à Chevron, Shell, Exxon, BP e outros monopólios petroleiros externos é o que há de mais coerente (!) com o assalto à Petrobrás. Repugnante coerência essa, a da pilhagem e do banditismo!

 

Um assessor parlamentar relatou que, antes do governo fechar com Serra, a avaliação era que o projeto seria derrotado por 36 a 34 – o que parece, pelo menos, possível, pois a urgência para esse projeto, no dia anterior, passara por apenas 33 a 31: “O Senado tem gente bem definida, de direita e de esquerda. Mas tem um miolo que navega de acordo com a conveniência. Com o acordo, mudaram de lado”.

 

Um apoiador de Serra – e também do governo Dilma (há muito as duas coisas deixaram se ser contraditórias) – saudou o cambalacho serro-dilmista:

 

O SR. OMAR AZIZ (PSD/AM): … é necessário parabenizar a lucidez da Presidente Dilma, do Ministro Jaques Wagner e do Ministro Ricardo Berzoini (…). Qualquer discurso ao contrário é de pessoas que ainda pensam que nós estamos na época do Getúlio Vargas, quando foi criada a Petrobras. (…) E o Governo brasileiro, neste momento, através da Presidente Dilma, demonstra claramente humildade para reconhecer este momento difícil e ajudar a fazer esse substitutivo que o Senador Romero Jucá acabou…

 

Segundo esse luminar, por não estarmos mais na época de Getúlio, ao invés de avançar em relação à ela, temos de regredir à época de Campos Salles, ou, talvez, D. Maria, a Louca. Equivale a dizer que devíamos ser anexados aos EUA, porque não estamos mais no tempo de D. Pedro I…

 

Depois da indecente e despudorada cafua em que se converteu o plenário do Senado, o projeto – ou, melhor, o substitutivo acertado entre Serra e o governo – foi aprovado por 40 a 26, com duas abstenções.

 

O substitutivo que foi votado, na essência – a de tirar da Petrobrás a operação única no pré-sal – é idêntico ao projeto de Serra, e não é à toa que este último o reivindicou como sendo de sua autoria, sem nenhuma contestação, muito menos do suposto autor desse substitutivo, Romero Jucá.

 

Apenas, o substitutivo é mais cínico, com um artigo onde diz: “O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), considerando o interesse nacional, oferecerá à Petrobras a preferência para ser o operador exclusivo de blocos a serem contratados sob o regime de partilha de produção. Parágrafo único. Caso aceite a preferência referida no caput, a Petrobras deverá, etc.” (grifo nosso).

 

Obviamente, nada impede que o CNPE (isto é, o governo) considere que o interesse nacional é não “oferecer” a preferência à Petrobrás ou que não há interesse nacional envolvido; portanto, a Petrobrás não deve ter “preferência” – foi o que o governo fez no maior campo petrolífero do mundo, Libra, ao fechar a exploração com a Shell e a Total. Mas não pôde, então, mudar a operadora, pois a lei impedia que não fosse a Petrobrás, nem alijá-la da participação mínima de 30% no consórcio de exploração.

 

Por isso, o substitutivo Jucá é apenas uma versão do projeto Serra para enganar trouxas. Inclusive oferece duas oportunidades de afastar a Petrobrás do pré-sal: via CNPE e via uma diretoria reacionária qualquer que seja colocada na Petrobrás.

 

Serra, não contente em assumir o projeto, fez, ainda, uma homenagem:

 

O SR. JOSÉ SERRA (Bloco Oposição/PSDB – SP): … eu queria aqui, novamente, homenagear alguém que faz falta aqui, neste Plenário, faz falta o seu pensamento, que é o Haroldo Lima, que foi Presidente da ANP durante todo o governo Lula. Pode-se acusar o Haroldo Lima de muita coisa, menos de ser um homem desonesto, incoerente e de não ser nacionalista, democrático, comunista, do PCdoB. Haroldo Lima escreveu um artigo, que recomendo para todos os Senadores, defendendo o projeto. Creio que ninguém vá achar que Haroldo Lima está a serviço de alguma multinacional de petróleo ou de fábrica de bolinha de pingue-pongue. É um homem que escreve de acordo com as suas convicções, com a sua experiência, com o seu conhecimento.

 

Nem mesmo a senadora Vanessa Grazziotin, correligionária do Lima – nacionalista entreguista ou comunista serrista – conseguiu aguentar… Houve um charivari no plenário, mas, convenhamos, nesse caso a culpa não é do Serra. Mas, é justo registrar, a senadora votou contra o projeto de Serra e Lima.

 

O senador Requião sintetizou a jornada: “Deixamos de derrotar a proposta do Serra porque o governo se aliou a ele. Fique o registro para a história”.

 

E lembrou o telegrama de dezembro de 2009, divulgado pelo “Wikileaks”, em que Dennis Hearne, cônsul dos EUA no Brasil, relata ao Departamento de Estado, em Washington, a conversa de Serra com Patricia Pradal, diretora da Chevron: “Deixa esses caras fazerem o que eles quiserem”, disse Serra sobre o então projeto de lei que instituía a Petrobrás como operadora única do pré-sal, “nós mudaremos de volta” (cf. HP 15/12/2010).

 

O projeto que o governo aprovou, disse Requião, “prejudica o futuro do País, a viabilidade de um projeto nacional. É um projeto que quebra a Petrobrás, porque, sem o pré-sal, a Petrobrás não sobrevive à crise, que pode ser ultrapassada rapidamente”.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo – Carlos Lopes

Estudantes e professores pedem CPI para investigar roubo da merenda em SP

Foto: Valor Econômico

 

“É um absurdo o envolvimento do Capez [presidente da Assembleia de São Paulo] ou mesmo do Fernando Padula [ex-chefe de gabinete da secretaria de Educação] no roubo da merenda. Isso é uma prova de como o governo de São Paulo trata a educação, os estudantes e nossas escolas: roubando até mesmo a comida dos estudantes”, afirmou Marcos Kauê, presidente da entidade, na noite desta terça (23) após a atividade na ALESP em defesa da CPI para investigar o esquema de corrupção.

 

A atividade teve início às 14 horas quando estudantes e professores visitaram os gabinetes dos deputados pedindo o compromisso para a instalação da Comissão de Investigação Parlamentar (CPI), cuja votação se realizaria no plenário a partir das 16 horas. É preciso 32 assinaturas para a abertura da investigação, porém a CPI tem apenas 22 assinaturas, sendo apenas 3 da base governista. Mais de 500 estudantes e professores estavam presentes, porém apenas cerca de 300 entraram no plenário, os demais foram impedidos pela policia a pedido da bancada governista. Houve diversos relatos de abuso policial contra os estudantes que insistiram em participar da votação.

 

“O Fernando Capez diz que defende a CPI, assim como o Alckmin também se diz favorável. Se isso fosse verdade o plenário estaria cheio e os deputados governistas defenderiam a investigação. Mas ao contrario faltou quórum, sem falar que colocaram a polícia para impedir nossa entrada ”, disse Kauê. “Os mesmo que defendem cortes de dinheiro na educação de São Paulo, que fecham salas e tentam fechar escolas são os que roubam dinheiro da merenda. E a UMES não vai aceitar esse escândalo. Vamos mobilizar os estudantes nas escolas contra esses inimigos da educação”, disse Kauê lembrando que o projeto tucano para a educação é a destruição completa da educação pública.

 

Foto: Folha de S. Paulo

 

Para a APEOESP o escândalo da merenda é uma vergonha e a CPI precisa ser aberta. “Não tem crime maior do que tirar comida da boca de criança. Ter uma CPI da Merenda é importante, porque a gente quer fazer voltar esse dinheiro e também uma alimentação de qualidade”, disse a presidente da APEOESP, Izabel Noronha (Bebel). Para ela o roubo já está impactando as escolas, já que muitas estão sem merenda desde o começo do ano assim como prejudica a qualidade dos alimentos oferecidos aos estudantes. “A merenda seca [como biscoito e suco em pó] virou rotina. Não se sobrevive só com bolacha. Muitas crianças vão para a escola justamente para completar a alimentação”.

 

Clique e assista ao vídeo feito por Gabriel, pai de um estudante da E. E. Caetano de Campos da Consolação, cobrindo a atividade

 

Até agora não se sabe quanto foi desviado dos recursos destinados à merenda de creches e escolas públicas de pelo menos 19 cidades durante os últimos dois anos. Para o promotor de Justiça Leonardo Romanelli o centro do escândalo envolve a ligação de dirigentes do governo de São Paulo com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), com sede na cidade de Bebedouro.

 

Ainda ontem o governador Geraldo Alckmin, acompanhado de Fernando Capes, foi cercado por diversos estudantes da USP após a posse da nova diretoria do Tribunal de Contas do Estado, celebrada no salão nobre da SanFran. Os estudantes surpreenderam o governador em sua saída e exigiram explicações sobre os roubos da merenda.

 

 

Estudantes organizam eleição da E. E. Anhanguera

 

A UMES se reuniu na manhã de hoje (24) com a comissão pró-grêmio da E. E. Anhanguera para apoiar a eleição e as atividades na escola. Para o diretor da UMES responsável pela zona oeste, Gabriel Sauceda, trata-se de uma das principais escolas da região. “Será muito importante organizar uma boa eleição, com muita mobilização e participação. São muitos os desafios desse ano: cortes na educação por parte do governo de São Paulo e do governo federal. Roubo na merenda. Enquanto isso a educação vai de mal a pior”.

 

A reunião contou com a participação de mais de 20 estudantes do ensino médio da escola. Para a estudante Luciana Mendonça a eleição será fundamental. Ela se comprometeu a ajudar na organização e disse que apoiará Sauceda no fortalecimento do movimento estudantil das escolas da região. Já as estudantes Lara e Estefane ficaram mais preocupadas em como fazer o grêmio funcionar para melhorar a escola, e pediram o apoio da UMES para fortalecer a entidade.

 

O presidente da UMES, Marcos Kauê, também participou da reunião. Ele destacou a importância do grêmio e disse que a UMES se compromete em apoiar os estudante na escola. Kauê também convidou os estudantes para o Seminário de Lideranças da UMES, que será realizado nos dias 12 e 13 de marco. “Esse ano será um ano muito importante e vamos contar com todos vocês em nossas atividades e mobilizações contra o roubo da merenda em São Paulo e os cortes na educação do governo federal”.

 

A ‘maquiagem’ de Alckmin

 
Quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu suspender a chamada “reorganização do ensino público estadual”, que previa o fechamento de 93 escolas pelo Estado, a sociedade respirou aliviada porque uma medida perigosa tinha sido retirada do palco político e também porque terminava um conflito que envolveu jovens e pais de alunos, determinados a evitar que escolas fossem fechadas, além de policiais, que distribuíam cacetadas e bombas a todos que se aventurassem a sair às ruas onde os protestos aconteciam. A impressão que se tinha é que tinha prevalecido o bom senso, tanto de um lado como de outro.
 
Mas foi só impressão, porque o que se verificou quando as aulas começaram agora, em 2016, que centenas e centenas de salas de aulas tinham sido fechadas. O governador deixou de fechar escolas, medida altamente impopular, e tinha determinado o seu recuo, para fechar salas, uma atitude muito mais complexa de ser percebida. Esse deve ter sido o raciocínio político do governador tucano.
 
Agora, é possível contabilizar a chamada “reorganização maquiada” feita por Geraldo Alckmin neste começo de ano. A Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual de ensino, já contabilizou 1.160 salas que não vão mais funcionar este ano, sendo pelo menos 200 delas no ABCD.
 
Em plena segunda década do século 21 é inadmissível que o governador Geraldo Alckmin ignore que toda a sociedade tenha acompanhado seu compromisso firmado diante das câmeras de TV e divulgado amplamente pela imprensa. Não é possível que o governador tenha recorrido a uma maquiagem de sua proposta inicial que mantém a punição a milhares de estudantes, principalmente os jovens pobres da periferia, que perdem suas salas de aula e têm de procurar locais mais distantes para completar seus estudos. Ao invés de recorrer à “maquiagem”, Alckmin deveria, sim, melhorar a qualidade do ensino público, coisa que está difícil de acontecer.
 
Fonte: ABCD Maior (retirado do site da APEOESP)
 

Escola José Borges de Andrade está sem merenda desde o início das aulas

 

A merenda está em falta na Escola Estadual José Borges de Andrade, na Vila Curuça Velha, Zona Leste de São Paulo, desde o primeiro dia de aula. A escola tem 10 salas, da 1ª à 5ª série, do ensino fundamental, segundo o SPTV.

 

As aulas começaram no último dia 15, e os funcionários estão improvisando para não deixar os alunos com fome no período letivo.

 

A notícia oficial da falta da merenda veio em uma reunião com a diretora e os pais, no último dia 17 de fevereiro. As mães dizem que os funcionários quebram o galho, servindo bolacha com leite.

 

A escola que não tem comida está também com sérios problemas na estrutura. Do lado de fora, há um buraco. Funcionários apareceram para cortar e carpir o mato alto nesta segunda-feira.

A reportagem tentou falar com a diretora da escola José Borges, mas ela não quis comentar o caso.

 

Fonte: G1 Educação

23/02 às 13 horas: contra o roubo da merenda todos à ALESP!

 

A UMES convida a todos os estudantes de São Paulo a se mobilizarem contra o esquema de corrupção na merenda das escolas de São Paulo nesta terça (23), às 14 horas na Assembleia Legislativa (ALESP).

 

Já foram citados ou estão sob investigação diversos quadros do governo ou mesmo deputados, como o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), acusado durante processo de delação.

 

“Realizaremos uma blitz na ALESP para cobrar uma CPI referente ao escândalo das merendas”, disse Marcos Kauê. “Também haverá diversas manifestações ou paralisações de aula”. A iniciativa reunirá diversas entidades estudantis, de professores e movimentos sociais.

 

Para o presidente da UMES roubar merenda é um golpe muito baixo. “É uma verdadeira vergonha, um grande desrespeito com a juventude”, afirmou lembrando os escândalos de corrupção também são uma realidade no governo federal.

 

“A merenda tem uma função importante na rede pública, principalmente para os estudantes mais carentes que, muitas vezes, não tem quase nada pra comer. Mas discutir a educação de São Paulo durante a gestão Alckmin virou motivo de piada. O mesmo Fernando Padula [então chefe de gabinete da Secretaria de Educação do Estado, até sua exoneração há algumas semanas] que foi até o Mazé [E. E. Maria José] em novembro iniciar a guerra contra os estudantes é o mesmo envolvido no roubo das merendas”.

 

Capoeira nas escolas!

 

"Capoeira é luta do oprimido contra o opressor"

 

A Capoeira na UMES deu início na semana passada a sua primeira apresentação do ciclo “Capoeira nas escolas”. Serão 50 apresentações nas escolas públicas da capital, e a primeira foi realizada na ETEC Getúlio Vargas com o apoio da gestão “Digital” do grêmio presidido por Lucas Chen.

 

O grupo de capoeira da UMES foi formado em 2013 com o intuito de divulgar a capoeira nas escolas de São Paulo, afirmando a luta brasileira como uma tradição que está presente na raiz da cultura popular de nosso país, assim como o próprio samba. Dessa forma as aulas de Pavio resgatam a história do povo brasileiro através da pratica dessa luta de libertação, afirmando a necessidade de seguir em frente com a batalha de Zumbi, Tiradentes e Getúlio Vargas para construir a liberdade nacional, luta essa tratada por Pavio em seu poema publicado abaixo.

 

 

É um projeto dirigido pelo professor-instrutor Pavio, com auxilio do professor-instrutor Royal, e acompanhado diretamente pela diretoria da entidade, que em sua maioria participa das aulas.

 

Se interessou? Quer levar a Capoeira na UMES a sua escola ou praticar com a gente? Não perca tempo e entre em contato ou participe de uma aula:

 

Segundas e quartas: 19h30 às 21h (Prof. Instrutor Royal)

 

Terças e quintas: 15h30 às 17h e 19h30 às 21h (Prof. Instrutor Pavio)

                                             

Sextas: 19h às 21h (integração das turmas, aula de instrumentação, maculelê e samba de roda)

 

 

Não perca as aulas de acrobacia para os alunos da capoeira: todas as terças e quintas das 18h às 19:30h

 

 

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

 

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

Justiça exige contratos do governo de SP com cooperativas da merenda

 

Desembargador Sérgio Rui, relator no Tribunal de Justiça da investigação que cita o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), e ex-assessores do governo tucano, quer dados a partir de 2010, incluindo pagamentos de gêneros alimentícios

 

O desembargador Sérgio Rui, do Tribunal de Justiça de São Paulo, mandou requisitar à Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin cópia de todos os procedimentos administrativos, finalizados ou não, com respectivos contratos, aditamentos e pagamentos a cooperativas que estão sob investigação da Operação Alba Branca.

 

O magistrado quer todos os dados relativos a um período de seis anos, desde 2010, incluindo informações relativas a fornecimento de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar.

 

Estão sob investigação a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), a Associação Orgânica de Bebedouro (AAOB) e a Horta Mundo Natural Ltda. O magistrado decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal das três entidades – a primeira, Coaf, apontada como o carro-chefe das fraudes da merenda em pelo menos 22 municípios paulistas, mirava também em contratos da Educação do Estado.

 

Sérgio Rui solicitou ainda cópia de contratos com a Citrocardilli – que não teve afastado o sigilo de contas.

 

Alba Branca põe sob suspeita o ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula, quadro do PSDB. Ele teria orientado integrantes da organização a reajustar preços por meio de reequilíbrio financeiro, descartando aditamentos contratuais.

 

 

Interceptação telefônica da Polícia Civil pegou diálogos de outros alvos da investigação fazendo referências a Padula como “nosso homem” na Educação.

 

Um dos grampeados foi o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Alckmin Luiz Roberto dos Santos, o “Moita”, também ligado ao PSDB. Ele foi flagrado conversando com Marcel Ferreira Júlio, apontado como o lobista da quadrilha – foragido desde 19 de janeiro, quando Alba Branca foi deflagrada.

 

A Polícia destaca que “Moita” operava com integrantes da cooperativa Coaf ao celular de sua sala no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo estadual.

 

“Moita” e Padula estão com sigilo quebrado por ordem do desembargador Sérgio Rui, que acolheu pedido da Procuradoria-Geral de Justiça. Ambos negam a prática de ilícitos e envolvimento com a quadrilha da merenda.

 

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB), também está no foco da Alba Branca. Investigados citaram em depoimento que o tucano seria destinatário de comissão sobre contratos da Coaf.

 

Capez indigna-se. Nega taxativamente ter recebido valores da organização. Antes mesmo que o tribunal ordenasse a quebra do seu sigilo, o deputado já ofereceu os dados bancários e fiscais espontaneamente.

 

Na segunda-feira, 15, o secretário da Educação, José Renato Nalini, declarou que o suposto esquema de superfaturamento e cobrança de propina em contratos da merenda escolar representa um “valor ínfimo dos gastos da secretaria”.

 

À frente da pasta há menos de um mês, Nalini disse que a Educação seria “vítima” do esquema. “Essa questão da merenda é um valor ínfimo dos gastos da Secretaria. Dentro das licitações, é alguma coisa muito pequena em termos de porcentagem. Não houve contratos bilionários, não”, afirmou em coletiva em uma escola estadual na zona sul. “Se houve alguma apropriação da merenda, foi uma apropriação muito pequena, que é estranhável que possa ter suscitado algumas iniciativas ilícitas.”

 

“A Secretária é vítima, se houver esse esquema”, afirmou o secretário, que destacou que o caso é investigado pela Corregedoria-Geral do Estado, Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Polícia Federal. “O que a Secretaria faz é aguardar que haja os resultados dessa apuração.”

De acordo com o secretário, o atual chefe de gabinete da Educação, Antônio Carlos Ozório Nunes, está responsável por analisar a licitação da merenda para que “não haja nenhuma possibilidade de furos”. “Nós também estamos pensando em descentralizar a administração para que essas licitações sejam feitas no âmbito de cada região, de cada polo”, disse. “Com isso, pulveriza-se o cumprimento desses contatos e não haverá quantias vultosas que atraiam a cobiça daqueles que querem ganhar em cima do dinheiro do povo.”

 

Fonte: O Estado de S. Paulo (Fausto Macedo e Fernanda Yoneya)