SP: Alckmin corta verba de limpeza e obras nas escolas

Já sem água, os paulistas agora terão as escolas estaduais sem material de higiene e limpeza. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) cortou neste fim de ano as verbas que as escolas estaduais paulistas usam para comprar materiais de escritório e de limpeza e para realizar pequenas obras. Funcionários e alunos de escolas na capital e no interior já relatam falta de papel higiênico e de papel sulfite.

Alckmin também cortou a verba do programa “Trato na Escola”, que destina o pequeno recurso anual de R$ 7,9 mil para 5.300 escolas fazerem pequenas reformas.

A suspensão da verba foi feita por meio de ofícios enviados em novembro, comunicando às diretorias de ensino. Os diretores de escolas afirmaram que foram “pegos de surpresa” pela medida e não conseguiram se precaver contra os cortes no orçamento escolar.

O Sindicato de Especialidades de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo), em carta enviada para o governador considera a ação absurda e destaca inconcebível o argumento dado pela administração estadual de “sistema de compras fechado para revisão”.

“Senhor governador, não podemos tolerar esses absurdos que se comentem contra as nossas escolas, privando-as das mínimas condições de funcionamento. Com essas medidas, cometem-se abusos contra nossas escolas, comete-se um verdadeiro crime”, destacou o sindicato.

Fonte: Hora do Povo

Considerando as verbas destinadas a essas compras e para pequenas obras, o governo estadual pretende economizar a íncrivel marca de R$ 58 milhões.

“Tudo sob o manto – curto e rasgado – da burocracia: “o sistema de compras para as unidades escolares foi fechado para revisão. Neste passo, Sr. Governador, logo as escolas públicas de educação básica terão de ter fechadas, também para revisão”, destacam os diretores de escola.

Casos de AIDS entre jovens tem aumento de 50% no país

Nos últimos seis anos, houve aumento de 50% nos casos de AIDS entre jovens brasileiros, segundo dados do Boletim Epidemiológico HIV-Aids divulgados na segunda-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a AIDS.

Ao todo 734 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Destes, 589 mil foram diagnosticadas e 145 mil ainda não sabem que têm o vírus. A incidência do vírus no país é 20,4 casos por grupo de 100 mil habitantes, mas a equivalência sobe para 41,3 no Rio Grande do Sul e para 33,4 no Amazonas. A incidência é maior no público masculino que no feminino, com 26,9 e 14,1 casos em 100 mil habitantes, respectivamente.

Entre os jovens que têm entre 15 e 24 anos a incidência tem aumentado, passando de 9,6 casos por 100 mil habitantes em 2004, para 12,7 casos por 100 mil habitantes em 2013. Ao todo, 4.414 novos jovens foram detectados com o vírus em 2013, enquanto em 2004 eram 3.453.

Os casos de AIDS entre jovens de 15 a 24 anos de idade vem aumentando em velocidade bem maior do que na população em geral. Desde 2006, os casos da doença nos jovens aumentaram mais de 50%, o que quer dizer mais jovens soropositivos. No resto do mundo, o número de novos casos de HIV entre os jovens caiu 32% em uma década.

Em contra partida as verbas destinadas às ações de combate a doença ficam no papel. Em 2014, o Orçamento da União reservou pouco mais de R$ 1,208 bilhão para ações relacionadas ao enfrentamento da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST). Mas até julho, apenas 29,6% do dinheiro foi efetivamente gasto, já considerando os restos a pagar de anos anteriores liberados neste ano.

Do total disponível, a maior parte, cerca de 64,5%, está destinada à aquisição e distribuição de antirretrovirais e outros medicamentos destinados à pessoa com a doença. Enquanto isso, as ações de prevenção, vigilância e controle do HIV/Aids dispõem de R$ 178 milhões, dos quais R$ 33 milhões foram efetivamente pagos até julho.

A AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo HIV que é o vírus da Imunodeficiência humana. É caracterizada pela perda de capacidade do organismo de se defender de diversas doenças, causada pela ação do vírus no sistema imunológico.

O HIV é o vírus causador da AIDS e se instala nas células do sistema imunológico, responsáveis pela defesa do corpo. Ele fragiliza o sistema imunológico, responsável por defender o corpo de doenças. O vírus pode levar vários anos dentro de um organismo antes de aparecerem os primeiros sintomas, dependendo, principalmente, do estado de saúde da pessoa. Ser portador do vírus HIV é diferente de ter AIDS.

Cinema no Bixiga apresenta “A Mulher faz o Homem” de Frank Capra

Cinema no Bixiga apresenta “A Mulher faz o Homem” de Frank Capra

 

Neste sábado, 06 de dezembro, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Mulher Faz o Homem”, de Frank Capra (1939). A exibição é a segunda de uma série de quatro filmes que tratam sobre eleições e marketing eleitoral.

 

As sessões, sempre às 17 horas, acontecem no Cine Teatro Denoy de Oliveira – Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista. A entrada é gratuita e não haverá reprise.

 

Informações: 3289-7475

Finalíssima: Conheça as escolas campeãs do 3º JESP

As finais do 3° Jesp, que acontecem nesta quarta (3) no Ginásio do Pacaembu já revelaram os campeões das modalidades de Futsal, handebol e volei masculino e xadrez feminino e masculino.

Logo pela manhã as equipes e torcidas de escolas das quatro regiões da cidade invadiram a quadra para acompanhar as partidas de futsal masculino.

Depois de passar pelo Olinda Leite Snisgali – balançando a rede 5 vezes contra 1 –  o Barro Branco enfrentou a EE México na disputa pelo primeiro lugar e sagrou-se o grande campeão do Futsal masculino do JESP, levando a taça numa disputa apertada: 3 a 2.

Já no Handebol, os meninos do Wilson Simonini, também da zona leste da cidade, jogaram muito e levaram o primeiro lugar. Em segundo lugar ficou a EE Luís Magalhães, em terceiro a EE Conde José Vicente de Azevedo e em quarto, a EE Joaquim Luís de Brito.

No voleibol, a grande campeã é a equipe masculina da EE Samuel Wainer, da zona sul da cidade. Passando por 2 sets a 0 pelo Soldado Éder e com o mesmo resultado pelo Conde José Vicente de Azevedo, os meninos levantaram a taça.

Foi exigida muita concentração das craques do xadrez feminino, mas quem levou a melhor foi o Instituto Federal de São Paulo.

“É uma sensação muito boa ter passado por todas essas etapas até agora. Eu jogo desde pequena, então eu sempre tive a rotina de treinar pelo menos uma hora por dia. Então eu me esforcei bastante”, afirmou Bianca, campeã da modalidade pelo Instituto Federal.

Já na final masculina da modalidade, foi a EE Carlos Villalva Junior que conquistou a melhor. Veja abaixo a classificação:

 

 

Futsal Masculino:

1º Lugar: Barro Branco II (zona leste)

2º Lugar: EE México (zona sul)

3º Lugar: EE Presidente Roosevelt (centro-norte)

4º Lugar: EE Olinda Leite (zona oeste)

 

Handebol Masculino:

1º Lugar: EE Wilson Simonini (zona leste)

2º Lugar: EE Luís Magalhães (zona sul)

3º Lugar: EE Conde José Vicente (zona centro-norte)

4º Lugar: EE Joaquim Luís de Brito (zona oeste)

 

Voleibol Masculino:

1° Lugar: EE Samuel Wainer (zona sul)

2º Lugar: EE Conde José Vicente de Azevedo (zona centro-norte)

3º Lugar: EE Gavião Peixoto (zona oeste)

4º Lugar: EE Soldado Éder (zona leste)

 

Xadrez Feminino:

1º Lugar: Instituto Federal (zona centro-norte)

2º Lugar: EE Dep. José Bustamante (zona leste)

3º Lugar: EE Leopoldo Santana (zona sul)

4º Lugar: ETEC Pirituba (zona oeste)

 

Xadrez Masculino:

1º Lugar: EE Carlos Villalva Junior (zona centro norte)

2º Lugar: EE Soldado Eder (zona leste)

3º Lugar: EE José Vieira de Moraes (zona sul)

4º Lugar: EE Alexandre Von Humboldt (zona oeste)

 

As escolas campeãs foram premiadas com medalhas e troféus pela diretoria da entidade. Também receberam a homenagem os alunos e o professor destaque do campeonato: em 1º lugar o camisa 7 da equipe de futsal da EE Samuel Wainer, Gabriel; em 2º o Alsamir, camisa 11 do Conde José Vicente; e em terceiro Rodrigo, camisa 7 do Gavião Peixoto. O prêmio de professora destaque pelo empenho e dedicação foi para a professora Cristina, da EE Soldado Éder. 

Marcos Kauê, presidente da UMES, parabenizou a todos os alunos atletas que chegaram a grande final e que, para isso, tiveram que passar por grandes desafios:

“Sabemos das dificuldades com a prática esportiva dentro das escolas públicas, por isso vocês tiveram muita garra para chegar até aqui. Primeiro coletaram material reciclável e realizaram cine clubes para debater a questão esportiva dentro de suas escolas. Depois treinaram, foram os melhores das etapas regionais, e hoje vieram para cá com muita disposição. A missão do JESP e da UMES foi cumprida nesta etapa. Esperamos que o campeonato tenha servido para incentivá-los a perseguir seus sonhos e a lutar por uma escola melhor, onde o esporte seja levado a sério”, concluiu.   

 

Acompanhe a final dos Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo no Pacaembu

A segunda parte da grande final do 3º JESP acontece hoje no Ginásio do Pacaembu, onde as equipes masculinas de Futsal, Voleibol, Handebol e Xadrez disputam o primeiro lugar.

Desde as 8 horas da manhã equipes e torcidas das escolas campeãs das etapas regionais (centro/norte, oeste, leste e sul) invadiram quadra e arquibancadas para acompanhar a finalíssima.

Ao final das partidas, haverá a cerimônia de premiação das equipes vencedoras. Acompanhe!

 

3º JESP: Finais femininas premiam equipes campeãs

As equipes que representaram suas respectivas regiões na grande final da 3ª edição dos Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – JESP chegaram ao Ginásio do Pacaembu muito animadas nesta segunda-feira (01). Foi o dia da decisão das equipes femininas de Futsal, Handebol e Voleibol.

Logo no início do dia, tivemos a disputa pelo campeonato das meninas do Futsal. Quem levou a melhor e se sagrou a equipe campeã do 3º JESP foi a equipe da EE Samuel Wainer, da zona sul da cidade. O segundo lugar ficou com a EE Cel Domingos Quirino (centro/norte); o terceiro com as meninas do Dom Miguel Kruse, na zona leste; e a lanterninha com a EE Brigadeiro Gavião Peixoto.

Parabéns às meninas do Samuel Wainer pela conquista!

No Handebol a representante da zona Sul também estava imbatível e levantou a taça: EE Luís Magalhães é campeã da modalidade no 3º JESP, deixando para trás a EE Gavião Peixoto da zona oeste (2º lugar); a EE Alberto Cardoso, da centro/norte (3º lugar) e a ETEC Itaquera, da zona leste (4° lugar). Parabéns à equipe e aos professores!

As partidas para a decisão do Voleibol foram emocionantes. A EE Eliza Raquel (zona leste) arrasou nos sets é a nova equipe campeã na modalidade. A EE Pde Manoel da Nóbrega (zona oeste) conquistou o segundo lugar. As meninas do Clarice Seiko, da zona sul, ficaram com o terceiro; e a EE Albino César (centro/norte) com o quarto lugar.

Ao final das partidas, houve a premiação e as equipes campeãs receberam das mãos da diretoria da UMES os troféus e as medalhas.

Nesta quarta-feira (03) conheceremos todos os campeões da terceira edição dos Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo. Acontecem no Pacaembu as partidas das modalidades Futsal, Voleibol e Handebol masculino, além dos jogos de Xadrez feminino e masculino.

 

 

 

EE Samuel Wainer: Campeã de Futsal Feminino

 

EE Luís Magalhães: Campeão de Handebol Feminino

 

EE Elisa Raquel: Campeã de Voleibol Feminino

 

 

Estudantes e pais da ETEC GV se mobilizam pela reforma da quadra

A falta de atenção e investimentos do governo do estado na educação prejudica uma das mais importantes escolas de São Paulo: a Escola Técnica Getúlio Vargas. Funcionando a mais de um século (fundada em 1911) na cidade de São Paulo, a escola é referência em ensino de qualidade e na oferta de cursos técnicos na área da indústria, atraindo milhares de estudantes para seu vestibulinho todos os anos. Hoje, são mais de 4 mil alunos matriculados.

No entanto, as referências e tradição da escola não escondem os problemas pelos quais alunos do estado inteiro passam: a falta de estrutura e a carência de investimentos.

No prédio da GV, que desde 1940 funciona no bairro do Ipiranga, a necessidade de reformas é grande. Mas para começar, alunos e pais com o apoio do Grêmio Estudantil, da UMES e da Associação de Pais e Mestres (APM) se organizaram para realizar, neste sábado (29), um evento intitulado “Mobilização GV 2015”, com o objetivo de angariar recursos para a reforma da quadra esportiva da escola, hoje em péssimas condições de uso. Para se ter uma idéia, os alunos e professores precisam recorrer ao Corpo de Bombeiros, quatro quarteirões de distância da escola, para realizar atividades esportivas.

Uma série de atividades culturais e recreativas mobilizou estudantes, pais e comunidade na manhã deste sábado. O evento contou com a reapresentação dos melhores trabalhos da Semana da GV (tradicional atividade anual em que os estudantes apresentam seus trabalhos e talentos), barracas de comida, Sarais, programações especiais da rádio da escola, inauguração dos muros de grafite, touro mecânico, bubble soccer, gincanas, jogos e muito mais.

Para Tiago César, estudante da GV e vice-presidente da UMES, os problemas da GV não podem mais ser ignorados.

“A quadra é fundamental para a realização das aulas de educação física e outras atividades, mas já está abandonada há um bom tempo. A falta de investimentos chegou ao ponto de inviabilizar o funcionamento normal de alguns cursos técnicos, principalmente aqueles que exigem materiais e equipamentos”, explica.

“Mas o primeiro passo para resolver esta situação nós estamos dando, que é a mobilização. Com um grêmio atuante, o apoio da UMES e a presença dos pais e comunidade, nossas reivindicações ganham mais força”, afirmou Tiago.

Segundo o presidente da UMES, Marcos Kauê, é inadmissível que uma escola funcione sem suas condições mínimas, como é o exemplo da quadra.  

“Vemos esta realidade em diversas escolas da cidade, e a nossa luta diária é para melhorar as condições físicas das escolas e o ensino. Para com a GV nós temos um desejo especial de lutar e apoiar no que for necessário, pelo que a escola representa historicamente e pelo papel que tem a cumprir formando estudantes no ensino técnico”, disse. “A mobilização não para por aqui…e vamos reunir estudantes da cidade inteira em torno desta luta, que não é só da GV, mas dos estudantes de São Paulo”, convoca.

 

“Foi uma mobilização em que pretendemos uma maior integração entre o corpo discente e decente e, principalmente, pais e mães, para juntos tentarmos soluções para essas questões”, afirmou a mãe Cristiane Silva Lima. Entre as denúncias sobre a falta de estrutura da escola, está também a necessidade de reforma dos banheiros e rede elétrica do prédio que de tão comprometido, eventualmente deixa os alunos sem condição de usar computadores e outros equipamentos.      

A partir deste encontro, que não só arrecadou fundos para a reforma da quadra, será possível uma maior integração para obter um diagnóstico maior sobre os problemas da escola e aumentar as reivindicações junto aos órgãos competentes: Centro Paulo Souza, Secretária Estadual de Ciência e Tecnologia (responsável pela gestão das ETECs) e junto ao governador Geraldo Alckmin, afirmam os organizadores.

Monica Pimenta, funcionária pública e mãe de aluno, lembra que se falta um professor, a substituição é demorada por questões burocráticas. A questão de segurança também é um gargalo.

“A escola faz parte da história da cidade e do bairro. Esta tradição não pode ser jogada no lixo por conta destes problemas”, afirmam as mães.

A assessoria de imprensa do Centro Paula Souza se manifestou dizendo que “a ETEC Getúlio Vargas passa atualmente por melhorias”. 

Craques da seleção brasileira de voleibol autografam bolas e camisas do JESP

Os craques da seleção brasileira de voleibol autografaram neste final de semana as bolas e camisas do 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo. As equipes campeãs serão presenteadas com as bolas e camisas assinadas por Murilo e Lucão.

Nas fotos abaixo, Edenilde, coordenadora técnica de arbitragem do JESP ao lado dos craques no jogo do Sesi. 

 

Edenilde e Murilo

Edenilde e Lucão

México: denúncias revelam sequestro de mais 31 estudantes

A mãe de uma das sequestradas denunciou o crime à TV France24. Atos pela saída do presidente se ampliam por todo o México

 

Dois meses após o desaparecimento dos 43 estudantes mexicanos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, a rede francesa de televisão France24 revelou outro sequestro de estudantes, desta vez em Guerrero, ocorrido em julho passado e que até agora só era comentado apenas no círculo dos familiares das vítimas.

A emissora denunciou, apresentando testemunhas, que mais esse crime, envolvendo 31 jovens, ocorreu na cidade de Cocula, vizinha de Iguala, onde foram sequestrados em setembro os normalistas até agora desaparecidos.

Embora diversas pessoas tivessem presenciado o sequestro, cometido em plena luz do dia na praça principal do município, nem eles, nem muito menos os familiares das vítimas queriam dar a conhecer o que aconteceu.

A repercussão nacional e internacional do que aconteceu com os 43 estudantes de Ayotzinapa animou a mãe de uma das jovens desaparecidas a dar seu depoimento à jornalista da France24, Laurence Cuvillier.

"Pegaram eles e não sabemos onde os levaram", continuou. Durante o transcurso e depois do sequestro, os bandidos avisaram os moradores de Cocula que matariam seus filhos se falassem do caso.

O silencio coletivo foi fruto do terror espalhado pela descontrolada cumplicidade criminosa entre as policiais locais e o narcotráfico, que opera com impunidade na região, e está se espalhando pelo México. Embora os sequestradores vestissem máscaras, carregaram os estudantes da escola secundarista em carros policiais que nem sequer se tomaram o trabalho de camuflar, assinalou France24.

A repressão brutal do Estado não é novidade nessa região do país: em 12 de dezembro de 2011, a polícia assassinou dois estudantes que protestavam contra as condições da escola para professores de Ayotzinapa, em um tiroteio que deixou mais de 20 feridos.

O sequestro em massa de Ayotzinapa foi a gota d’água que transbordou a revolta.

Na noite de 26 de setembro, a polícia de Iguala reprimiu criminosamente grupos de normalistas de Ayotzinapa, atacando os ônibus nos quais viajavam para protestar contra um ato presidido pelo prefeito, José Luis Abarca, e sua esposa e para recolher fundos para viajar à Cidade do México com o objetivo de reivindicar melhores condições de ensino.

Entregues a narcotraficantes que atiraram inclusive contra um ônibus que transportava uma equipe de futebol, a chacina teve um saldo final de seis mortos, dezenas de feridos e 43 normalistas desaparecidos. Ao que tudo indica, por ordens de um dos chefes do grupo criminoso Guerreiros Unidos, os corpos foram carbonizados, triturados e recolhidos em sacos, depois lançados nas águas do rio San Juan.

As manifestações nas últimas semanas ocuparam as ruas e as praças do país pedindo justiça, exigindo a renúncia do presidente Enrique Pena Nieto e do governo federal porque nos dois meses que se passaram não resolveu nada a não ser defender os policiais criminosos. A consigna que soa no país inteiro é: "Vivos os queremos!" Representantes de mais de uma centena de organizações sociais e sindicais concordaram em convocar uma manifestação nacional para 1º de dezembro, dia em que Peña Nieto cumpre dois anos na Presidência do México.

Não se conhecem ainda mais informações sobre os desaparecimentos dos 31 estudantes de Cocula. Mas, o crime hediondo que levanta o México e revolta o mundo não é um fato isolado. É a consequência da política anti-nacional de Peña Nieto, da subserviência aos monopólios dos EUA sob o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, Nafta, feito pelo PRI e pelo PAN, deixando a população à mercê de montadoras norte-americanas (que os mexicanos chamam de ‘maquiadoras’), com a agricultura destruída, e crescentes setores da população mal sobrevivendo com o ínfimo salário mínimo abaixo da linha de pobreza, caso único na América Latina, segundo a Cepal.

Quatro em cada dez mexicanos não conseguem dinheiro para pagar por uma cesta básica, e quase 60% dos empregos, de acordo com a OIT, são informais. Não há seguro-desemprego, nem programas de renda mínima, sendo que 40% dos habitantes estão abaixo da linha de pobreza e 13% são indigentes. Mais de 75% da população não tem cobertura previdenciária. Nem em milho, produto básico na alimentação dos mexicanos, o país é hoje auto-suficiente.

 

Desnacionalização do ensino foi intensificada nos últimos quatro anos

Nestes quatro anos de governo, 59 transações de fusões e aquisições de instituições de ensino superior foram realizadas pelo capital internacional, segundo relatório divulgado pela CM Consultoria

 

O processo de desnacionalização e monopolização do ensino superior privado brasileiro se agravou nos últimos quatro anos. Até o primeiro semestre de 2014, o país atingia a bagatela de 2.561.420 de estudantes em universidades privadas entregues ao capital financeiro internacional, segundo demonstra o relatório elaborado pela empresa CM Consultoria, que elabora estudos para o setor.

Além do ensino privado estar cada dia mais desnacionalizado, ele também passa por um processo de monopolização. Segundo relatório “Fusões e Aquisições no Ensino Superior – Panorama 2007-2014”, atualmente, 1.091.486 de estudantes são tratados como mercadoria, a peso de ouro, pela Kroton/Anhanguera; 216.000 da Laureate e 325.166 da Estácio.

37 grupos dominam as mais de dois milhões de matrículas no setor privado desnacionalizado, os três grupos citados acima representam 63,74% dessas matrículas.

Entre 2001 e 2014, ocorreram 59 transações, entre fusões e aquisições. Neste período o capital financeiro internacional gastou R$ 7 bilhões para abocanhar as vagas nas universidades. No total (divulgado) entre 2007 e 2014 do que já foi gasto com a compra de universidades privadas brasileiras por outras também brasileiras e fundos de investimentos internacionais somam R$ 11.027.898.546 bilhões.

INÍCIO

 

O processo de desnacionalização das universidades privadas brasileiras começou em 2010. A exceção da venda de 51% das ações da Universidade Anhembi Morumbi para a multinacional norte-americana Laureate por cerca de R$ 2 bilhões, em 2005, até então a movimentação se dava na compra de instituições nacionais por outras também nacionais. A transação que marcou o começo do açambarcamento estrangeiro das instituições de ensino superior privadas foi a compra de parte do grupo Kroton pelo fundo especulativo Advent.

Após a entrada do fundo private equity no “mercado educacional”, deu-se início à corrida. A Kroton adquiriu então parte do Grupo IUNI e planejaram para os próximos anos a ampliação do que então veio a se mostrar, um negócio muito lucrativo para os fundos especulativos internacionais, em sua maioria norte-americanos.

Em 2010, as transações se iniciaram e no ano de 2011, os processos de fusões e aquisições alcançaram R$ 2,17 bilhões, sendo a Kroton responsável pelo maior montante – R$ 1,35 bilhão, ou seja, 62% da movimentação financeira das fusões e aquisições ocorridas foram ações da Kroton Educacional.

A principal ação da Kroton foi a compra da UNOPAR, instituição com maior índice de Ensino à Distância. Todas as transações realizadas em 2010 somaram R$ 2,07 bilhões.

Já em 2013, a operação que concretizou a fusão da Kroton com a Anhanguera foi avaliada em R$ 5 bilhões, na época com quase 1 milhão de matriculas criando a maior instituição privada de Ensino Superior do mundo.

No mesmo ano a Laureate comprou o Complexo Educacional FMU que reunia as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Faculdades Integradas de São Paulo (FISP) e Faculdades Integradas Alcântara Machado e Faculdade de Artes Alcântara Machado (FIAM-FAAM). A FMU foi a 12ª aquisição realizada pela múlti norte-americana desde 2005.

A compra de universidades por fundos de investimento estrangeiro se tornou um investimento sem risco, com lucro certo e inadimplência nula, visto que boa parte das matrículas são feitas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) – pelo qual o governo federal paga a faculdade e o aluno tem 18 meses para começar a devolver o dinheiro investido a longo prazo – No caso da Anhanguera, 40% das matrículas novas são a partir do Fies.

 

RECURSOS

 

Enquanto no governo Lula, a política para o ensino superior se dava principalmente pela ampliação da Rede Federal de Ensino e, em paralelo a isso, a criação do ProUni para garantir que uma parcela da população tivesse direito a cursar o ensino superior, enquanto as novas vagas das federais não fossem abertas, o que ocorre no governo Dilma é o oposto.

Ao invés do investimento público, foi dada a preferência ao subsídio direto às instituições privadas. Até mesmo o ProUni ficou escanteado, enquanto o Financiamento Estudantil, que injeta recursos diretamente nas privadas, fazendo com que os estudantes paguem este crédito aos bancos, é tido como a menina dos olhos para os sharks do ensino.

Programas como o Fies deram a Kroton 201,9 mil novas matrículas em graduações no 1º trimestre deste ano, representando um aumento de 15,1% ante o mesmo período do ano anterior. Em termos de rematrículas, os registros atingiram 390,2 mil alunos na graduação durante o 1º trimestre, alta de 29,7%.

A resposta do governo federal para a desnacionalização é dar cada vez mais incentivo. A Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO) aprovou, no último dia 12, a Medida Provisória (MP) 655/14, que liberou mais R$ 5,4 bilhões para o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Só neste ano já foram destinados ao programa, por meio de duas outras medidas provisórias, o valor de R$ 7,4 bilhões. 
A atuação sem controle do capital estrangeiro caminha na direção oposta ao que deve significar a universidade na educação brasileira e pode comprometer o desenvolvimento e o crescimento do país.

A desnacionalização do ensino reforça o caráter mercantil da universidade e tem como objetivo central a obtenção de super-lucros para serem remetidos às suas matrizes. Os alunos são tratados exclusivamente como mercadoria, tendo sua vaga, avaliada em moeda corrente. Como um grupo de investimentos como o GP Investiments que controla a AmBev e a Lojas Americanas pode entender alguma coisa de educação para controlar também a Estácio?

A partir do momento em que a Educação está voltada para interesses alheios aos do país, isto é, de quem tem como principal interesse o lucro, ela perde sua função. Afinal, para que serve a pesquisa científica, o desenvolvimento de tecnologias e de estudos de uma universidade, se não para atender ao seu próprio país?

Não é a toa que nos últimos anos tem sido política permanente das faculdades privadas entregues ao capital financeiro internacional a cobrança abusiva de mensalidades, a superlotação de salas de aula, a contratação de menos professores e com menos qualificação, nenhuma preocupação com produção científica, e o aumento desenfreado do ensino à distância – modalidade esta que demanda baixo custo de investimento e manutenção, e aumentou em 170 vezes nos últimos dez anos. Além disso, os cursos ofertados caem mais a cada ano nos conceitos do MEC.

Por fim, podemos compreender o porquê de este governo ser tão contra os 10% do PIB para a Educação Pública.

 

Por MAÍRA CAMPOS

Hora do Povo