“Se educação é um direito, ela tem que ser de qualidade”, defendem estudantes

Os estudantes presentes no 23º Congresso da UMES se reuniram em três salas para debater e definir  propostas de Educação, Cultura e Movimento Estudantil.

Para muitos deles, participar do encontro significa a “confiança para acreditar que um Brasil melhor é possível”, segundo palavras de Luiz Gustavo Vianna, da ETEC Tereza Nunes, na zona leste da cidade.

“Os estudantes estão acostumados com uma escola ruim, mas estar aqui é entender que outra realidade é possível. Eu mesmo achei que nunca me interessaria por política, a campanha da mídia é pesada para isso e eu mesmo me deixava influenciar. Conhecer a UMES este ano renovou minhas esperanças. Vendo tanta gente junta querendo mudar me deu confiança para 

acreditar em um Brasil melhor”, afirmou o estudante que é presidente do grêmio da sua escola e participava do debate de Educação.                                                                      

 

“Todo esse processo de organização do congresso foi uma imensa mobilização na minha escola. Foi a partir da visita da UMES que montamos o grêmio, inclusive. Estamos aqui para defender que se a educação é um direito, ela tem que ser de qualidade”, convocou July Silva, que é 1ª Secretária do Grêmio da EE Brigadeiro Gavião Peixoto, na Zona Oeste da cidade. July participou e contribuiu com o debate de Cultura.

 

July, do Brigadeiro Gavião Peixoto

 

 

“Vim com uma ideia pra cá, mas vou voltar com a ideia de muitos”, disse Vitor Marinatto,

estudante da EE Oswaldo Cruz, na região central.

“A partir de agora muita coisa vai mudar. Eu vou poder mudar. Principalmente por compreender o papel que organizações como o grêmio estudantil e a UMES podem cumprir. Este debate que está acontecendo agora, onde cada um pode expor as suas ideias é raro, uma coisa que faz falta”, disse se referindo ao debate de Movimento Estudantil, do qual participava.

                                                                                                                                                                                    

                                                                              

“Já estávamos nos organizando para o congresso há alguns meses e estar aqui e ver tudo realizado é muito bom. Estamos aqui para votar e contribuir com as bandeiras que a UMES vai defender nos próximos dois anos de gestão e com esse primeiro passo, mudaremos o paradigma dos estudantes dentro da escola”, contou João Vitor Nunes, que é Tesoureiro do grêmio da EE Alberto Cardoso. João agitou o debate de Cultura no congresso.

 

João Vitor, do Cardoso

Os Azeredo mais os Benevides – Última semana – veja imagens

OS AZEREDO MAIS OS BENEVIDES

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sextas e Sábados 21h; Domingos 20h

Temporada: 9 de Maio a 8 de Junho

Direção: João das Neves

 

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sinopse

“Uma funda amizade/ aqui começou./ Um doutor de verdade/ e um camponês meu amor.” Assim canta Lindaura, sublinhando o início da amizade entre o camponês Alvimar e Esperidião, um jovem e empreendedor senhor de terras. Uma amizade que vai sendo desmontada com o passar dos anos, por mais que os dois homens se obstinem em preservá-la.

 

Ficha Técnica

Peça de Oduvaldo Vianna Filho

Direção: João das Neves

Música: Edu Lobo (Chegança); Marcus Vinícius

Elenco: Chico Américo; Danilo Caputo; Emerson Natividade; Erika Coracini; Ernandes Araujo; Graça Berman; Guilherme Vale; João Ribeiro; Junior Fernandes; Leonardo Horta; Léo Nascimento; Marcio Ribeiro; Mariana Blanski; Paula Bellaguarda; Pedro Monticelli; Rafaela Penteado; Rebeca Braia; Ricardo Mancini; Telma Dias; Zeca Mallembah.

Cenografia: João das Neves e Rodrigo Cohen

Figurinos: Rodrigo Cohen

Direção Musical: Léo Nascimento

Assistente de Direção: Alexandre Kavanji

Iluminação: Leandra Demarchi

Cenotécnico: Edson Freire Vieira

Assistente de Figurino: Arieli Marcondes

Preparação Corporal e Orientação de Movimento: Alicio Amaral e Juliana Pardo  

 

 

Confira imagens do 23º Congresso da UMES

23º Congresso realizado no último dia 30 definiu como bandeira principal da entidade nos próximos dois anos a defesa de uma escola pública, gratuita e de qualidade e elegeu a nova diretoria. 

 

Crédito: César Ogata

 

 Plenário na abertura solene o 23º Congresso da UMES

Abertura solene do 23º Congresso da UMES

Plenário na votação do 23º Congresso da UMES

Marcos Kauê, estudante da ETEC de Esportes, foi eleito presidente da UMES

23º Congresso: Marcos Kauê, da ETEC de Esportes, é eleito presidente da UMES

Cerca de 500 delegados e delegadas estiveram presentes no 23º Congresso da UMES na última sexta-feira (30). Representando 100 diferentes escolas da cidade, a delegação definiu as bandeiras da entidade para os próximos dois anos de gestão e elegeu a nova diretoria, que terá como responsabilidade representar e lutar pelos direitos dos 4 milhões de estudantes secundaristas de São Paulo. Marcos Kauê, estudante da ETEC de Esportes, foi eleito presidente da UMES.

 

 

Na abertura do congresso estiveram presentes diversas autoridades. Dirigida pelo então presidente, Rodrigo Lucas e pelo vice-presidente da entidade, Marcos Kauê, a solenidade contou com Ubiraci Oliveira, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB); Lindolfo dos Santos, também da CGTB; Valério Benfica, representante do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo; Senador Eduardo Suplicy (PT-SP); Marlene Nicolau, presidente da Microcamp; Nathália Tuffi, vice presidente da Microcamp; Roberto Guido, diretor da Apeoesp; Márcia Campos, da Federação Democrática Internacional de Mulheres (Fdim); José Marcelino, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação; Miguel Manso, secretário nacional de organização do Partido Pátria Livre (PPL); Gabriel Alves, da Juventude Pátria Livre (JPL); Iara Cassano, secretária-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE); Caio Plessmann de Castro, diretor do CPC-UMES; Ilda Fiore, da Confederação de Mulheres do Brasil (CMB); Lídia Correa, da Federação de Mulheres Paulistas (FMP); Alfredo de Oliveira Neto, do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB); Wesley Machado, diretor de Cultura da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); Ângela Meyer, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).

Na parte da tarde, divididos entre as mesas de debate de Educação, Cultura e Movimento Estudantil, os estudantes presentes no 23º Congresso da UMES apresentaram suas principais reivindicações e contribuições. Dos debates foram sistematizadas propostas que foram apresentadas para aprovação na plenária final e que orientarão a ação da nova diretoria eleita.

 

Plenária Final

 

Na plenária final foram aprovadas propostas como a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade através da luta intransigente da UMES em defesa da destinação de  10% do PIB para a educação pública; a regulamentação da lei nacional de meia entrada; não à privatização do pré-sal; fim da aprovação automática, entre outras.

Por unanimidade, a chapa “Eu quero outra escola”, encabeçada por Marcos Kauê, Thiago César (vice-presidente), Samuel de Oliveira (secretário-geral) e Thaisa Maria (tesoureira-geral) foi eleita.

 

Crédito Fotos: César Ogata

 

 

23º Congresso da UMES: Acompanhe a abertura solene

 

Na manhã desta sexta-feira (30) foi realizada a abertura solene do 23º Congresso da UMES no Palácio do Trabalhador. O presidente da entidade Rodrigo Lucas ressaltou as importantes vitórias que o biênio que se encerra hoje conquistou.

“Tivemos importantes conquistas neste período. A aprovação da lei da meia-entrada, a defesa dos royalties para a educação, assim como a batalha contra o leilão do Campo de Libra, no pré-sal, contaram com a garra dos estudantes da nossa cidade. E pra nova geração que assumirá a UMES a partir de hoje não será diferente. Eles terão muito trabalho pela frente”, destacou Rodrigo.

Cerca de 500 estudantes de diversas escolas da cidade receberam as autoridades que saudaram a UMES e seus 30 anos de história.

Ubiraci de Oliveira, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) denunciou as tentativas do atual governo de retirar os direitos dos estudantes. “O povo elege, mas se trair a gente tira. E para isto a gente conta com a juventude”, bradou entre aplausos.

O Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também participou da solenidade e saudou a história de lutas da entidade que completa 30 anos que, segundo ele “é uma atuação exemplar na história do movimento estudantil e em defesa da educação pública”.

Ilda Fiore, da Confederação de Mulheres do Brasil (CMB) pontuou a atuação da UMES junto às lutas das mulheres: “Gostaria de saudar esta gestão que tocou esta entidade tão bem nos últimos dois anos e dizer que a atuação da UMES junto ao movimento de mulheres foi fundamental. Esta é a principal entidade na defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade. Convoca  seus companheiros estudantes a combater e ser a frente que o Brasil precisa”.

O diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Roberto Guido, foi saudado com a palavra de ordem “O Professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo” e denunciou o descaso do governo do Estado para com a educação: “Um dos passos para conseguir a outra escola de que tanto fala a UMES é fazer com que o piso dos professores seja cumprido”.

Iara Cassano, secretária geral da União Nacional dos Estudantes (UNE) ressaltou a atuação da UMES na defesa de um Plano Nacional de Educação (PNE) que defenda o ensino público.

“A UMES esteve dentro do Congresso, ocupando as ruas enquanto o governo defendia menos verbas para a educação”, lembrou.

Para Valério Benfica, representante do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo, a UMES é “nota 10”.

“Não existe reivindicação e manifestação importante que a bandeira da UMES não esteja tremulando”.

José Marcelino, que representou na solenidade a Campanha Nacional pelo Direito à Educação afirmou: “A UMES está junto das mais de 100 organizações que lutam por uma escola pública, gratuita e de qualidade. Se o congresso estiver vazio, o que prevalecerá será a força do capital”, referiu-se a atuação da diretoria da entidade no Congresso Nacional na briga pela aprovação do PNE.

Além dessas autoridades, compuseram a mesa de abertura do encontro Marcos Kauê, vice-presidente da UMES; Lindolfo dos Santos, da CGTB; Marlene Nicolau, presidente da Microcamp; Nathália Tuffi, vice-presidente da Microcamp; Marcia Campos, da Federação Democrática Internacional de Mulheres (Fdim); Miguel Manso, secretário nacional de organização do Partido Pátria Livre (PPL); Gabriel Alves, coordenador nacional da Juventude Pátria Livre (JPL); Caio Plessmann, diretor do CPC-UMES; Lídia Correa, da Federação de Mulheres Paulistas (FMP); Alfredo de Oliveira Neto, do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB); Wesley Machado, diretor de Cultura da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Ângela Meyer, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).

Na parte da tarde os delegados e delegadas se reunião em salas que debaterão Cultura, Educação e Movimento Estudantil , de onde sairão as propostas e resoluções do 23° Congresso da UMES. 

 

Os Azeredo mais os Benevides no programa Em Cartaz

Confira entrevista da atriz Telma Dias do elenco de Os Azeredo mais os Benevides ao programa Em Cartaz, da TV Aberta. 

 

Clique na imagem para assistir o vídeo

 

OS AZEREDO MAIS OS BENEVIDES – ÚLTIMAS SEMANAS

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sextas e Sábados 21h; Domingos 20h

Temporada: 9 de Maio a 8 de Junho

Direção: João das Neves

 

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

Mobilização para o 23º Congresso da UMES a todo vapor na região central da cidade

Na região central, a eleição de delegados ao 23º Congresso da UMES está a todo vapor! A região reúne escolas importantes da cidade e que um dia já foram modelos de qualidade. É justamente esta denúncia que as lideranças se preparam para fazer no congresso e garantem que levarão a diante a luta por uma escola pública gratuita e de qualidade.

 

Pedágio para arrecadação de credenciamentos para o 23º Congresso da UMES

 

EE Caetano de Campos – Consolação.

 

Em uma das escolas mais antigas e tradicionais da cidade, a EE Caetano de Campos da Consolação, a eleição dos representantes para o 23º Congresso da UMES foi bastante disputada, conta Islan Gonçalves, que é da diretoria da UMES e estudante da escola.

Ele, que também é diretor Social do grêmio estudantil diz que lá a indignação com o sucateamento das escolas públicas é ainda maior: “Lá, temos um gigantesco teatro que já foi palco de atividades importantes e que ao invés de estar sendo usando pelos estudantes, foi abandonado ao ponto de ter sido invadido pelo movimento sem teto”, conta. “Além disso, a escola, que já foi modelo um dia, passam meses e meses sem professor de disciplinas fundamentais, como matemática, por exemplo”.

“Este congresso tem sido muito importante para despertar a consciência nos estudantes e trazê-los para lutar. Ao ver alunos de diversas escolas, que sofrem dos mesmos problemas, reunidos no Congresso, com certeza nossa força será outra”.

 

ETEC Getúlio Vargas

 

Outro modelo de tradição e qualidade é a Escola Técnica Getúlio Vargas, localizada no bairro do Ipiranga. No entanto, como nos conta a delegada Juliana de Carvalho, hoje em dia não é mais bem assim.

“A GV já foi uma das melhores escolas do país e quando ingressamos lá cheio de expectativas vemos que a coisa é completamente diferente”, afirma a aluna do 2º ano do Ensino Médio integrado ao técnico de Edificações. “Os representantes da GV foram escolhidos por voto e realmente vão para o Congresso interessados e dispostos a mudar. Vamos denunciar a falta de interesse do governo estadual em investir nas ETECs”, afirma.

Juliana também é candidata a presidente do Grêmio da GV, e garante que ter a entidade forte na escola vai mobilizar mais os estudantes. “Nosso exemplo é a UMES, que já conquistou muita coisa ao longo destes 30 anos de história”.

 

 

 

 

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OS AZEREDO MAIS OS BENEVIDES

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sextas e Sábados 21h; Domingos 20h

Temporada: 9 de Maio a 8 de Junho

Direção: João das Neves

 

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sinopse

“Uma funda amizade/ aqui começou./ Um doutor de verdade/ e um camponês meu amor.” Assim canta Lindaura, sublinhando o início da amizade entre o camponês Alvimar e Esperidião, um jovem e empreendedor senhor de terras. Uma amizade que vai sendo desmontada com o passar dos anos, por mais que os dois homens se obstinem em preservá-la.

 

Ficha Técnica

Peça de Oduvaldo Vianna Filho

Direção: João das Neves

Música: Edu Lobo (Chegança); Marcus Vinícius

Elenco: Chico Américo; Danilo Caputo; Emerson Natividade; Erika Coracini; Ernandes Araujo; Graça Berman; Guilherme Vale; João Ribeiro; Junior Fernandes; Leonardo Horta; Léo Nascimento; Marcio Ribeiro; Mariana Blanski; Paula Bellaguarda; Pedro Monticelli; Rafaela Penteado; Rebeca Braia; Ricardo Mancini; Telma Dias; Zeca Mallembah.

Cenografia: João das Neves e Rodrigo Cohen

Figurinos: Rodrigo Cohen

Direção Musical: Léo Nascimento

Assistente de Direção: Alexandre Kavanji

Iluminação: Leandra Demarchi

Cenotécnico: Edson Freire Vieira

Assistente de Figurino: Arieli Marcondes

Preparação Corporal e Orientação de Movimento: Alicio Amaral e Juliana Pardo  

 

 

Professores da rede municipal decidem manter greve

Os professores da rede municipal da cidade de São Paulo decidiram em assembleia na última terça-feira (27) manter a greve que já dura 35 dias.

Cerca de 3 mil docentes se reuniram em frente a prefeitura após passeata pelas Avenidas Paulista e Consolação.

Os profissionais em greve exigem incorporação imediata de bônus aos salários. Um projeto da Prefeitura se compromete a incorporar o percentual aos salários, porém, somente em 2015, de forma escalonada e sem maiores definições.

O mesmo projeto concedeu bônus de 15,38%, o que elevou o salário dos professores com jornada de 40 horas para R$ 3 mil, quando o valor era de aproximadamente R$ 2.600. Além deste percentual, a prefeitura concedeu aumento de 13,43 aos demais profissionais que não recebem o piso.

Além da incorporação imediata do bônus, os professores ainda reivindicam maior segurança nas escolas, redução do número de alunos por sala, entre outras.

Além dos professores, servidores de várias áreas da administração municipal participaram do ato e decidiram entrar em greve a partir desta quarta-feira (28).

Segundo Vlamir Lima, dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindisep), a prefeitura quer negociar as reivindicações por categoria, enquanto a entidade propõe um acordo conjunto. Eles pedem 11,43% de reajuste salarial com reposição da inflação e piso de R$ 820. Hoje o piso é de R$ 755. O sindicato representa 212 mil servidores, aponta Lima, das áreas de cultura, saúde, educação, entre outras.

Com informações: Sinpeem e Folha de São Paulo

 

Censo: 65% das escolas brasileiras não tem biblioteca

Em três anos, parcela de unidades de ensino equipadas com espaços adequados para leitura passou de 33,5% para apenas 35%

 

“Não pedem para eu ler muito aqui, não. Mas também não faço tanta questão assim. Acho meio chato”. Assim, Adriel Ferreira, 11 anos, aluno do 5º ano de uma escola municipal de Belford Roxo (RJ), um menino como milhões de outros país afora, resume espontaneamente o desinteresse pela leitura, reforçado por um dado preocupante, mas nada surpreendente: a escola dele integra o gigantesco grupo de 65% de unidades de ensino, públicas e privadas, sem bibliotecas no Brasil. Os números, presentes no Censo Escolar 2013 e compilados pelo portal Qedu, mostram que, desde 2010, quando entrou em vigor a lei 12.244 — que obriga todos os gestores a providenciar, até 2020, espaços estruturados de leitura em seus colégios —, a situação praticamente não evoluiu. Naquele ano, só 33,1% das escolas tinham bibliotecas; em 2013, eram 35%.

 

Fora do orçamento das escolas

 

Os baixos percentuais de cobertura levam educadores a não acreditar que a lei será cumprida até 2020. Christine Fontelles, diretora de educação e cultura do Instituto Ecofuturo, defende a extensão do prazo. Ela trabalha no projeto Eu Quero Minha Biblioteca, que ajuda professores, diretores, pais e alunos a requisitar e implantar bibliotecas nas escolas. Seu trabalho envolve articulações com secretarias de Educação e o MEC:

 

“Há pouco conhecimento sobre o texto da lei e pouquíssima referência sobre o impacto que uma boa biblioteca pode causar. Não há ainda uma tradição no país de incluir as bibliotecas no orçamento das escolas. O que não pode haver é um improviso. É preciso haver lugares adequados para a leitura, não adianta ter livros num caixote”.

Fonte: O Globo